CRÔNICAS

O Rio de Janeiro continua índio

Em: 01 de Março de 2015 Visualizações: 47012
O Rio de Janeiro continua índio

Francês:   Mamópe setã? (Onde é que você mora?)

 Índio Tupinambá do Rio: Kariók-pe. (Em Carioca)

 (Do  “Colóquio”  de Jean de Léry - 1558) 

O Rio de Janeiro continua sendo, 450 anos depois, índio, mas nenhum guarani foi convidado para sua festa de aniversário. Neste domingo, 1° de março, nenhum índio soprará a velinha do tradicional bolo de quase meio quilômetro que a Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca fez para festejar os 450 anos da cidade, como parte da programação que prevê, ao longo do ano, a realização de 600 atividades: conferências, seminários, projeções, exposições, missa, performances, teatro, orquestras, bandas, salva de tiros, regata... Os índios, porém, estão ausentes de quase todas.

Mas os índios estão presentes na história carioca, a passada e a atual. Os primeiros povoadores que viviam aqui há pelo menos 8 mil anos, "eram indivíduos de forte compleição, baixos, com o rosto estreito, nariz afilado e com pronunciadas arcadas sobre os olhos”, escreve o arqueólogo Ondemar Dias. Algumas evidências mostram que, por volta de 3.000 a.C., houve uma “explosão de vida” no litoral, quando os pescadores começam a usar redes e armadilhas de pegar peixes na baía de Guanabara e surgem os primeiros agricultores, segundo Alfredo Mendonça, arqueólogo amazonense que estudou o Rio. 

No séc. XVI, quando os europeus desembarcam, encontram o entorno da baía de Guanabara habitado por milhares de índios Tupinambá, Temiminó e Tupinikin. Todos eles desenvolviam práticas sociais trabalhando, narrando, rezando, cantando, sonhando, sofrendo, reclamando, brigando, rindo e se divertindo em línguas da família tupi-guarani. Com essas línguas, classificaram o mundo. Nomearam rios, lagos, montanhas, pedras, árvores, plantas, flores, aves, peixes, insetos, mamíferos e outros animais.

Viviam em centenas de tabas, 36 das quais foram mapeadas na Ilha do Governador pelo frade André Thevet, que veio na frota de Villegagnon. Outras 32 aldeias foram listadas pelo calvinista francês, Jean de Léry, em 1558. Os portugueses acrescentaram mais povoações. A mais importante é a aldeia Kariók situada no sopé do morro da Glória, na foz do rio Carioca, que tinha uma segunda foz, mais caudalosa, na praia do Flamengo. Cada aldeia tinha população que variava entre 500 a 3.000 índios, todos dizimados pelo sistema colonial, responsável por uma catástrofe demográfica.

Tem índio no Rio

Os territórios indígenas foram invadidos, suas aldeias destruídas, suas terras ocupadas, loteadas e distribuídas. O recôncavo foi todo retalhado. Com a fundação da vila de São Sebastião do Rio de Janeiro, sesmarias foram concedidas para constituir o patrimônio da cidade, incluindo a baía de Guanabara e adjacências. Para fora do núcleo urbano, estendia-se zona agrícola e pastoril, com lavouras, engenhos e campos de pastagem.

No Rio, no período colonial, os índios trabalharam compulsoriamente na abertura de picadas e clareiras, na derrubada de árvores e seu transporte, remando canoas, na construção de feitorias, engenhos e fortalezas, em olarias, na agricultura, na fabricação de farinha, na caça e pesca. E até meados do séc.XIX, 15 aldeias da Província abasteciam ainda a cidade com índios que prestavam serviços domésticos, faziam biscates ou eram recrutados para as obras públicas, o Arsenal da Marinha e a pesca da baleia.

Esses "índios urbanos", quase sempre sem domicílio certo, formavam uma “tribo” desfigurada que vagava pelas tabernas da Candelária, Santa Rita e São José, entrando em  conflito permanente com a Polícia. A própria Câmara Municipal do Rio requisitava das prisões os índios para as obras públicas, como foi o caso da reforma do Passeio Público, em 1831, toda feita com trabalho indígena.

Vários estrangeiros que visitaram a cidade no séc. XIX deixaram relatos, além de rica documentação iconográfica como as de Debret (1768-1848) e Rugendas (1802-1858). Índias lavadeiras, à beira do rio, no Catete, onde lavavam roupa, foram documentadas por Debret que escreveu: "Seus filhos tornam-se, com 12 ou 14 anos, excelentes criados”. Retrata índios de diferentes etnias alojados na ilha das Cobras, num barracão da Marinha.

No séc. XX, os índios continuam a transitar pela capital da República, para onde migravam por diversos motivos. O Rio sempre foi e nunca deixou de ser índio. Hoje, o estado do Rio abriga apenas 1.9% do total da população indígena do Brasil, parte dela vivendo na capital. Os dois últimos censos do IBGE indicam que em 2000 moravam dispersos pelos bairros da periferia da cidade cerca de 15.622 índios, que diminuiu em 2010 para 6.764, mas que cresce se incluirmos os 11.961 índios que moram na Região Metropolitana.

A carioquice

O Rio continua índio no seu patrimônio cultural material e imaterial, que modelou a identidade carioca, ainda que muitos ignorem tais influências e outros a rejeitem mesmo sem conhecê-las. O Rio é  índio em seu patrimônio linguístico, no jeito de falar e de ser. Não é possível sequer se identificar e indicar o endereço sem pagar tributo simbólico às línguas indígenas.  Carioca é nome do rio sagrado dos Tupinambá que significa “morada (oca) do acari”, um peixe que cava buracos na lama e ali mora. Da mesma origem são nomes de bairros e acidentes geográficos.

O sotaque carioca está presente na busca de uma linguagem musical brasileira realizada, entre outros, pelo carioca de Laranjeiras Heitor Villa-Lobos, que exalta "Tupã, deus do Brasil" no Canto do Pajé  e canta saudoso: "Anhangá me fez sonhar com a terra que perdi". Está também no maestro Carlos Gomes, paulista que viveu no Rio e usou em sua ópera O Guarani instrumentos indígenas como maracás, inúbias, borés e flautas. O Rio continua índio no carnaval, no candomblé e na literatura.

Os autos teatrais de Anchieta, o poema Caramuru (1781) de Santa Rita Durão, a obra épica A Confederação dos Tamoios (1856) de Gonçalves de Magalhães mostram que a presença do índio na literatura marcou a formação da identidade nacional, o que foi referendado por Gonçalves Dias e José de Alencar que viveram na capital. Os índios foram imaginados como modelo de brasilidade e, num certo sentido, de carioquice, com os Tamoio ou Tupinambá sendo cantados em prosa e verso.

A carioquice do Rio está impregnada por contribuição dos índios à identidade local num processo histórico violento, em que conhecimentos subterrâneos foram repassados oralmente de uma geração à outra no campo da medicina, da farmacologia, da culinária, da biologia, da agronomia, da religião, das festas, dos rituais. Os saberes indígenas acabaram legando alternativas de sobrevivência nos trópicos, transmitindo-nos inventos adaptativos que desenvolveram em milhares de anos, concretizados nos métodos de plantar, caçar, pescar e preparar alimentos.

O Rio continua índio no patrimônio arqueológico da cidade, parcialmente destruído pela especulação imobiliária, cujos sítios oferecem pistas sobre sua ocupação. Museus e arquivos são também territórios indígenas, pois guardam marcas indeléveis da presença deles. Esse patrimônio documental permite identificar a contribuição indígena na configuração da paisagem da cidade, cujos parques e jardins contaram com o trabalho dos índios, assim como a construção de edifícios, fortalezas e monumentos.

Os Arcos da Lapa

No patrimônio de pedra e cal, entre outros, encontramos os Arcos da Lapa, construído com o sangue e o suor dos índios, conforme carta do sec. XVII escrita por André Soares, responsável pela construção do Aqueduto que trouxe água do rio Carioca para a cidade, "a qual obra se não pode fazer sem assistência dos Índios, que são os trabalhadores que naquellas partes costumão trabalhar". O autor menciona índios nas obras do Senado da Câmara e nos engenhos de particulares. A informação é confirmada pelo jesuíta Plácido Nunes (1683-1755), em carta dirigida ao Vice-Rei do Brasil:

"Em nossos tempos todas as Fortalezas, que se acham no Rio de Janeiro  foram feitas pelos Índios (...) Estes mesmos abriram o Caminho Grande, que vai do Rio de Janeiro para Minas até o Rio Paraibuna.  Estes os que conduziram todos os materiais e instrumentos para a Casa de Fundição (...). Estes, finalmente os que trabalharam o Aqueduto pelo qual se pôs a Água da Carioca na Cidade do Rio de Janeiro”.

Confirmando que o Rio de Janeiro continua índio, na resistência e nas alianças, a cidade foi palco de manifestações, em junho de 2013, de indígenas da denominada Aldeia Maracanã, aliados a não-indígenas, que cobraram a preservação do antigo prédio do Museu do Índio condenado à destruição. Diante do clamor público, o então governador Sérgio Cabral, retrocedeu e anunciou a restauração do imóvel situado ao lado do Estádio do Maracanã para sediar um Centro de Referência das Culturas Indígenas (CRCI).

Depois de discutir com 41 líderes indígenas de todo o país, o governo definiu por decreto os objetivos do CRCI, que se compromete a "promover, preservar e difundir a história, os valores, os conhecimentos e todos os aspectos culturais dos indígenas brasileiros, com foco especial nos grupos que vivem ou viveram nas diversas regiões do estado do Rio de Janeiro".

Não é preciso aniquilar o passado para entrar na modernidade, o povo carioca tem muitas razões para se identificar com a diversidade das culturas que aqui floresceram. O Rio continua índio. Resistindo. Sempre. O Rio de Janeiro, fevereiro e março. 
P.S. 1 - Como parte das comemorações, a Secretaria Municipal de Educação do Rio publica "Uma História Concisa da Cidade do Rio de Janeiro: Rio 450 anos", organizado pelo historiador Ilmar Rohloff de Mattos, com 20 artigos, um deles sobre os índios do Rio de Janeiro escrito por esse locutor que vos fala de onde foi extraído o título acima e alguns trechos aqui reproduzidos.
P.S. 2 Ilustrações: Amaro Junior, da Ugagogo Serviços de Informações Digitais, e Felipe Martins.
P.S.  3 - Link para o programa da TV Brasil sobre os índios e o aniversário do Rio.
http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterrio/episodio/nos-450-anos-do-rio-veja-homenagem-a-historia-dos-donos-da-terra-os-indios
 

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44 Comentário(s)

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Ruth Isabela Barbosa Gonçalves comentou:
15/04/2015
é de muita tristeza ter que admitir quanto devemos aos nossos indios de respeito e reconhecimento. Valorizar sua cultura, sua arte.Não aceitar que ainda temos muito que aprender com eles em termos de respeito ao nosso pais.
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Ruth Isabela Barbosa Gonçalves comentou:
15/04/2015
É de uma tristeza tao grande reconhecer o quanto a cultura e a presença indigena ainda é ignorada e desprezada pelo povo brasileiro, que insiste em copiar modelos estrangeiros quando muito temos de ideal na cultua indigena.
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Ana comentou:
09/03/2015
A melhor informação dos ûltimos dias, ou melhor, meses, anos ... foi saber da vitoria do CRCI. Maravilha!!!!! Quero ir â inauguração. Bjo
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Cledes Markus comentou:
05/03/2015
Obrigada Professor Bessa por mais esta sua contribuição! Este texto também se junta aos demais (muitos de sua autoria) que nós do COMIN utilizamos nos Cursos de Formação Continuada para professoras/es. Abraços!
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Raimundo Nonato Souza comentou:
05/03/2015
Excelente crônica. Babá, aquele abraço!
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Renato Dias comentou:
03/03/2015
Obrigado por mais essa aula, professor Bessa!
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Rogério Frigerio Piva (via FB) comentou:
03/03/2015
Muito bom o texto. Rico em informação e de fácil leitura
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Ayalla Oliveira(via FB) comentou:
03/03/2015
Texto maravilhoso, professor José Bessa!
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Ana Niemeyer comentou:
03/03/2015
Excelente. Merece ser divulgado nas escolas.
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Ana Niemeyer comentou:
03/03/2015
Excelente. Merece ser divulgado nas escolas.
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Michele comentou:
02/03/2015
Parabéns pelo contexto histórico, político e social em oportuna data. Será conteúdo de aula para meus alunos na disciplina de antropologia. Acessei o site e o conteúdo total da crônica. Obrigado. Michele
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Luiza Sawaya comentou:
02/03/2015
Fantástica lição de História! Sou uma longínqua descendente de índios de S. Pedro d'Aldeia, às margens da Lagoa de Araruama. Meu tataravô alemão Ludwig Lindenberg casou-se com Rosa Leal de Carvalho, filha da índia Maria Custódia. Esse encontro de raças tão díspares me confere definitivamente a nacionalidade brasileira.
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Luiza Sawaya comentou:
02/03/2015
Fantástica lição de História! Sou uma longínqua descendente de índios de S. Pedro d'Aldeia, às margens da Lagoa de Araruama. Meu tataravô alemão Ludwig Lindenberg casou-se com Rosa Leal de Carvalho, filha da índia Maria Custódia. Esse encontro de raças tão díspares me confere definitivamente a nacionalidade brasileira.
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J. Terto de Amorim comentou:
01/03/2015
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Zineide Sarmento Pereira comentou:
01/03/2015
Que belo texto e bela homenagem. Me senti nadando nas páginas deste belissimo texto. Eu índia de Roraima, doutoranda da UFRJ, amei. Os índios fazem parte do desenvolvimento, do progresso desta bela cidade carioca. Por isso o Rio de Janeiro continua índio, ontem, hoje e sempre. Grande abraço querido professor Bessa.
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Zineide Sarmento Pereira comentou:
01/03/2015
Que belo texto e bela homenagem. Me senti nadando nas páginas deste belissimo texto. Eu índia de Roraima, doutoranda da UFRJ, amei. Os índios fazem parte do desenvolvimento, do progresso desta bela cidade carioca. Por isso o Rio de Janeiro continua índio, ontem, hoje e sempre. Grande abraço querido professor Bessa.
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Jaime Santos comentou:
01/03/2015
Obrigado Bessa, por lembrar e incluir, através de sua coluna no Diário do Amazonas, a presença dos povos indígenas na história da cidade do Rio de Janeiro. E, também, por mencionar a publicação da Secretaria Municipal de Educação, alusiva às comemorações dos 450 Anos da nossa cidade, coordenada pelo nosso querido Ilmar Rolohf de Mattos. Coube a ele, a iniciativa de sugerir a inclusão de um artigo que mencionasse a contribuição e presença do povos indígenas. Grande abraço, Jaime
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Rita comentou:
01/03/2015
Obrigada, professor. Aprendi muito com seu texto. Impressionou-me a semelhança entre as trajetórias dos índios e negros diante da chegada da modernidade, ou ainda do processo civilizatório. Esses grupos têm tudo para se unirem e nós, cariocas e brasileiros, a eles. Contato de Rita
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Rita comentou:
01/03/2015
Obrigada, professor. Aprendi muito com seu texto. Impressionou-me a semelhança entre as trajetórias dos índios e negros diante da chegada da modernidade, ou ainda do processo civilizatório. Esses grupos têm tudo para se unirem e nós, cariocas e brasileiros, a eles. Contato de Rita
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Viviane Nascimen to de Almeida comentou:
01/03/2015
Hj quando abri o jornal, logo me deparei com uma reportagem q me chamou a atenção.li essa matéria no jornal Diário do Amazona.gostei muito do qeu aprendi lendo .sou carioca e moro em Manaus, amo meu Rio de Janeiro. mais vivo aqui e posso te dizer gosto muito dessa cidade.Parabéns O RIO DE JANEIRO CONTINUA ÍNDIO
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Heliete comentou:
01/03/2015
Obrigada, a gente esquece esses "detalhes" que nunca aprendeu direito...E haja ufanismo nas comemorações, somos o melhor do mundo civilizado, se a propaganda estiver certa!
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ELIANA comentou:
01/03/2015
Só o nosso mestre poderia fazer essa linda cronica. Parabéns , Dr Bessa
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Maria Rachel Coelho Pereira (FB) comentou:
01/03/2015
Queria agradecer a todos os índios que jamais nos abandonaram na causa do Antigo Museu do Índio do Maracanã! Teve índio e crianças que chegaram a dormir no casarão com chuva... Teve índio auê passou fome... Muitas vezes, deixaram suas famílias nas aldeias e permaneceram no Rio de Janeiro, a pedido nosso porque o espaço não podia ficar abandonado! Enquanto muita gente boa se afastou dando a causa como perdida! VENCEMOS! Venceu cada brasileiro cada cidadão fo mundo que vai ter a oportunidade de visitar o Centro de Referências Indígenas onde historicamente foi o primeiro Museu do Índio da América Latina! Foi morada de Marechal Rondon por um longo ano! Que é um pouco meu, seu, de cada um de nós e de futuras gerações!
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Giulia Saladino comentou:
01/03/2015
Eu estava precisando mesmo ler alguma coisa sobre a relação dos índios com o Rio. . Hoje o Globo dedicou um Caderno Especial sobre o aniversário de 450 anos da cidade do Rio e NÃO DEU UMA PALAVRA SOBRE ISSO,
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Marco comentou:
01/03/2015
Texto límpido, bem articulado, preciso e impecável. Deveria ser leitura obrigatória em todas as escolas. A seriedade de pessoas como o os Professores Ilmar de Mattos e Bessa Freire garante a qualidade do trabalho como um todo. Apenas uma questão pontual: o destino do prédio do antigo Museu do Índio ainda é incerto! Os integrantes da nova Aldeia Maracanã foram expulsos de lá de modo truculento. O prédio permanece em ruínas e com vigilância policial 24h por dia para evitar a entrada de índios e seus aliados. Não dá para confiar em promessas de gente como Cabralzinho e seus comparsas.
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carmen junqueira comentou:
01/03/2015
Texto excelente! E pensar que os índios continuam a trabalhar nos vários cantos do Brasil para nossa comodidade. O encontro índio/não índios já foi violento, amigável, até amoroso. Hoje se converteu numa relação sem vínculo, sem memória.
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Paulo Bezerra comentou:
01/03/2015
Uma história que a soberba e o preconceito típico das elites cariocas lhe impedem de reconhecer. Eles não se aceitam, não se querem índios e discriminam quem são. Muito triste.
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Opeh Sol Reis Puri comentou:
28/02/2015
Maravilha, nós somos cari(OCAS),com muito orgulho! este é o verdadeiro cartão postal do nosso Maravilhoso Rio de Janeiro,que continua lindo... ,continua sendo...,terra de Indigenas. Viva! a nossa ressurgência,viva,vivo!Nós Puris!!!
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Marcelo Sant'ana Lemos comentou:
28/02/2015
Bessa colocando os pingos nos ii nos 450 anos ou seriam 8000 do Rio de Janeiro?
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vania novoa tadros comentou:
28/02/2015
Maravilhoso e oportuno artigo Bessa. Os professores de História do Rio devia trabalhar esse artigo com as crianças e os jovens. Assim eles deixariam de pensar que só há índios ou descentes destes na Amazônia. Os cariocas não querem ser índios. Poucas pessoas conhecem esse processo histórico relatado neste texto. Todos amam os arcos da Lapa, mas pouquíssimos conhecem qual foi a mão de obra utilizada para eregí-los.
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Ana Claudia Lima e Alves comentou:
28/02/2015
Obrigada, Bessa querido, por mais uma vez nos avisar que é preciso pisar nessa terra devagarinho...
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Carlota comentou:
28/02/2015
Meu caro Bessa: Nem os índios foram convidados nem nós. Não somos convidados da festa que se vem fazendo com os recursos que deveriam ser públicos. As maiores universidades do estado não têm dinheiro para pargar a limpeza e vão atrasar as aulas. (Não é a toa que escreveram 450 como 40 + 5 e 5 no lugar da dezena --- não há escolas). Quatro meses sem salário. E falamos de salário mínimo! Se fôssemos índios, teríamos preservado a vida e não teríamos a pomposa crise hídrica. E não teríamos contas de luz que vão pagar o descaso com a população. Nao teríamos quase que um caso de bala perdida ao dia, que jamais serão investigados. O transporte é horrrível, mas o Barata está na Swissleaks. Uma amiga nossa foi mandada para casa ontem do HGB enfartada e precisando de hemodiálise porque precisavam da cama.A malária voltou, o sarampo também. Comemoramos o quê? Carlota
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Daniel Gordillo comentou:
28/02/2015
Ótimo texto professor, obrigado por compartilhar. Foz do Iguaçu também continua índio, embora a maioria da população não tenha essa consciência histórica. Um abraço.
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lori altmann comentou:
28/02/2015
Seria urgente que histórias, na perspectiva da sua sobre o Rio de Janeiro, fossem narradas sobre Porto Alegre, Curitiba, São Paulo,...
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Naiane Jobson Martins comentou:
28/02/2015
Nossa que interessante,eu não sabia nem 1% dessas informações. Estou surpresa,obrigada!
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Leila Fernandes comentou:
28/02/2015
Filha de india se sentindo indignada....
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Toni Lotar comentou:
28/02/2015
Crônica oportuna e boa à Bessa!
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Roberto Zwetsch comentou:
28/02/2015
Excelente resgate da presença indígena no RJ, tributo a sua história e sua presença inc^}omoda no RJ atuial, terra dominada pela pior política que já tivemos por lá. Abraço. Roberto Z.
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Raffaele Novellino comentou:
28/02/2015
Só prá variar, continuas fazendo gol de letra! O teu artigo é um soco com luva de boxe direto no queixo de vidro dos nossos representantes políticos que nem conhecem a história dos índios nesse pedaço de terra que a gente chama de Brasil. Contato de Raffaele Novellino
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Mary Gaspari Puri comentou:
28/02/2015
"Não me convidaram pra essa festa pobre que os homens armaram pra me convencer..."
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Hans Alfred Trein comentou:
28/02/2015
Obrigado, Bessa, por essa crônica ao mesmo tempo informativa e reveladora. Percebo quão pouco a gente estudou de história do Brasil nessa perspectiva. Caramuru, Confederação dos Tamoios, Gonçalves Dias... leituras a apropriações que ainda quero fazer e seria importante as escolas integrarem em seus currículos. Eu sou da geração que ainda aprendeu no primário que os índios eram muito preguiçosos e por isso foi necessário buscar escravos na África. Na época, a gente entendia que os escravos africanos estavam apenas esperando nos portos para serem buscados com os navios negreiros. A música com título análogo para mim, a partir de agora, tem outro texto: O Rio de Janeiro continua (l)índio! Abraço, Hans
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Ana Silva comentou:
28/02/2015
Sensacional!Adorei, Bessa. O Rio de Janeiro continua índio...
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Silvia Salles (via FB) comentou:
28/02/2015
O Rio de Janeiro continua índio! Genial!, Cocar de beijos pra o mestre José Bessa
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Celso Sánchez comentou:
28/02/2015
Que maravilhoso passeio pelo Rio e seus 450 anos de genocídio!!! Com Bessa é outra história!!!! Sensacional!!!
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