CRÔNICAS

O Sobrenatural de Almeida na Eleição Argentina

Em: 19 de Novembro de 2023 Visualizações: 3517
O Sobrenatural de Almeida na Eleição Argentina

Quem será o novo presidente eleito neste domingo pelos argentinos? A escolha entre Sérgio Massa e Javier Milei depende de forças sobrenaturais. Compreendi isso ao assistir em Buenos Aires o último debate entre os dois candidatos, em companhia do jornalista Sérgio Kiernan e do escritor Guillermo David, enquanto degustava empanadas salteñas entre goles de vinho e ouvia os comentários de ambos, que são autores de livros sobre a vida política argentina. Não podia haver melhor arquibancada para ver o jogo.

“Delírios Argentinos. Las ideas más extrañas de nuestra política” do portenho Kiernan ironiza, com humor, as desvairadas fantasias políticas da história de seu país, “o disparate empacotado com doses desiguais de solenidade, que provocam o riso incrédulo do leitor”, como sinaliza Andrew Graham-Yooll, autor do prólogo. Será que isso aconteceu mesmo? Incrível, mas aconteceu sim.

Seu amigo Guille, nascido em Bahía Blanca, escreveu “El puchero misterioso: plagios, simulacros, embustes y otros ademanes peronistas”. Nesta misteriosa “panela de sopa”, cabem histórias fantásticas como a chamada telefônica para Buenos Aires:  

- Alô! Quem fala?

- Jorge.

- Que Jorge?

- El Papa, boludo.

Não. Não era o fantasma de Jorge Luís Borges morto em 1986. Era outro Jorge, o Bergoglio, o Papa Francisco, acusado por Milei de representar Lúcifer aqui na terra, de ser comunista, de estar sempre do lado do mal e de não entender a Bíblia. Em outro relato, Guille descreve a invenção de “uma máquina analógica para detectar peronistas” destinada a medir o grau de lealdade a Peron através de cartões perfurados.

Bestiário

Essas histórias inacreditáveis inspiradas em fatos reais são café pequeno diante das conversas de Milei com seus cinco cães com quem dorme todas as noites. Pagou 50.000 dólares para clonar o seu “filho” de quatro patas morto em 2017, que lhe deu quatro “netos”. Fez isso não por amor a cães, já que despreza vira-latas de rua e perros callejeros, mas por se tratar de mastins de raça inglesa com quem fala e de quem recebe conselhos e orientações na língua cachorrês.

Com tais delírios, o sobrenatural se torna tão corpóreo, palpável e familiar, que o cronista brasileiro Nelson Rodrigues, em outra situação, chegou a batizá-lo com o sobrenome Almeida. O Sobrenatural de Almeida, personagem de suas crônicas futebolísticas, nos sugere a existência de um hermano argentino, o Sobrenatural López de Jujuy, que poderia muito bem fazer parte da exposição "Bestiario Nacional – Criaturas del Imaginario Argentino" organizada pela  Coordenação Cultural da Biblioteca Nacional dirigida por Guillermo David.

Desfilam nesta exposição duendes, monstros, pássaros azarentos, aves agourentas, figuras míticas defensoras da flora e fauna e outros personagens da cultura popular, alguns deles compartilhados com o Brasil como o Curupira, o Lobisomem, a Mula Sem Cabeça e tantos outros seres fantásticos que teceram o vínculo entre a natureza, o sagrado e o mundo humano e alimentaram temores coletivos ao longo de muitas gerações.

- Os seres sobrenaturais argentinos somos nós, nossa argentinidade está feita dessas criações fabulosas dos povos originários, dos escravizados negros vindos da África e até dos conquistadores espanhóis e dos imigrantes de vários países – escreveu Ana Maria Shua para o Bestiário Nacional.

Embora a industrialização e o chamado “progresso” estejam afugentando esses personagens míticos, que perderam assim o caráter assustador de outras épocas, alguns deles foram ressuscitados por Javier Milei para aterrorizar a Argentina e a América. A realidade supera a ficção. 

La casa tomada

Filho de Norberto Horácio, um humilde motorista de ônibus e de Alicia Liján, dona de casa, Javier Milei demonstrou o valor que dá à família ao confessar que nunca visita seus pais, “que para mim é como se estivessem mortos”. Seguidor do Coiso e do Trump, ele considera o aborto um crime mesmo em casos de estupro, nega o aquecimento global “inventado pelo marxismo cultural” e promete acabar com o Ministério da Mulher, se eleito.

O Peruca, assim é conhecido por seu penteado esdrúxulo, discrimina o movimento LGBT, considera a justiça social “um roubo aberrante” e afirma que “as desigualdades sociais são naturais” e que vai valorizar “o espírito empresarial e o sucesso individual”. Usa linguagem chula, como quando chamou o prefeito de Buenos Aires de “esquerdista de merda, careca nojento”, que deve ser “esmagado politicamente”. Esse filme, os brasileiros já vimos em outra língua.  

Enfim, com Milei presidente, a Argentina viverá o conto La Casa Tomada de Júlio Cortázar, ocupada gradualmente por intrusos invisíveis e fantasmagóricos, que obrigam seus moradores a abandoná-la e a jogar a chave no esgoto para ninguém mais lá entrar. Ou como Bestiário, outro conto do mesmo autor protagonizado pela jovem Isabel e seu primo, presos na residência de verão com medo de um tigre que por lá rondava e que, no final, devora o dono da casa.

Milei concorre com várias criaturas do imaginário argentino: o Oturunco ou Tigre Capiango - homem que tem pacto com o diabo e de noite se transforma em onça, despedaça suas vítimas com suas garras e rouba seus pertences. O Basilisco, animal descrito como um verme, com rabo de serpente e asas e patas de galinha, que envenena os incautos. Ou o Huecuvú, gênio do mal, que contamina os pastos, intoxica os animais e se alegra destruindo tudo aquilo que o homem constrói.  

Biblioteca de rua

Uma possível vitória de Milei será surpreendente em um país com tradição de luta, cuja capital tem 365 livrarias que contam muitas histórias, uma delas vivida por meu amigo Guille. Uma noite, ao voltar para sua residência no bairro de Caballito, encontrou na frente do seu edifício um jovem casal de moradores de rua deitados em um colchão. Chamemos o rapaz de Júlio e a menina de Aurora para homenagear dois cronópios porretas.

Os dois fizeram amizade com Guille, que lhes servia toda noite uma quentinha. Um belo dia o escritor, que já viveu com o povo Baré do rio Negro sobre quem escreveu, chega carregado de livros comprados no sebo do Parque Centenário, ali perto. Júlio pergunta:

- Mestre, aí tem livro de poesia? Pode me emprestar?

Ele queria uma quentinha para a alma. Ganhou de presente “Veinte poemas de amor y una canción desesperada” e, com a voz embargada de emoção, começou a recitar os versos de Neruda para Aurora: “Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido”. Depois cantou baixinho “Tonada del viejo amor” de Jaime Dávalos e Eduardo Falú: “No tengo miedo al invierno / com tu recuerdo lleno de sol”. Com ajuda de Guille, o casal organizou uma pequena biblioteca ali na rua, onde permanece até hoje.

Um país com povo tão letrado, onde um morador de rua curte literatura e lê poesia para sua amada, não pode eleger Milei. Não pode.

Um país que condenou 1.200 torturadores, um deles, o general Jorge Videla, morto não no campo de batalha, mas sentado no vaso sanitário da prisão com um rolo de papel higiênico na mão, não pode atentar contra a democracia. Não pode.

Não pode eleger uma besta-fera um país que desapropriou o centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da Escuela Mecánica de la Armada (ESMA) e o devolveu à população em forma de museu. Que o Sobrenatural Lopez de Jujuy não permita que esse Espaço da Memória e Direitos Humanos, agora Ex-Esma, seja transformado, como Milei prometeu, em um Parque de Diversão ou até em coisa pior: voltar a ser o que era. 

P.S. – Em Buenos Aires para participar de um seminário sobre Darcy Ribeiro, visitei a Ex-Esma e de lá sai com o coração na mão. Ambos – o evento e a visita – merecem crônica à parte.

Referências:

Guillermo David: El puchero misterioso: plagios, simulacros, embustes y otros ademanes peronistas. B. Aires. Meridión. 2021.

Sergio Kiernan: Delírios Argentinos. Las ideas más extrañas de nuestra política. B. Aires. Marea Editorial. 2006.

Nelson Rodrigues. A Pátria em chuteiras. Novas crônicas de futebol. São Paulo. Companhia das Letras. 1994.

Biblioteca Nacional Mariano Moreno. Bestiario Nacional. Criaturas del Imaginario Argentino. B.Aires. BN. 2023

Júlio Cortazar (1951) Bestiário. Rio. Nova Fronteira. 1986 (Tradução de Remy Gorga)

Sobrenatural López de Jujuy en las Elecciones Argentinas

José R. Bessa Freire. Diário do Amazonas. Tradução: Consuelo Alfaro

¿Quién será el nuevo presidente elegido este domingo por los argentinos? La elección entre Sergio Massa y Javier Milei depende de fuerzas sobrenaturales. Comprendí esto al presenciar en Buenos Aires el último debate entre los dos candidatos, en compañía del periodista Sergio Kiernan y del escritor Guillermo David, mientras degustaba empanadas salteñas entre sorbos de vino y escuchaba los comentarios de ambos, autores de libros sobre la vida política argentina. No había mejor tribuna para ver el juego.

"Delirios Argentinos. Las ideas más extrañas de nuestra política" del porteño Kiernan ironiza, con humor, las alucinadas fantasías políticas de la historia de su país, "el disparate empaquetado con dosis desiguales de solemnidad, que provocan la risa incrédula del lector", como señala Andrew Graham-Yooll, autor del prólogo. ¿Será que esto realmente sucedió? Parece mentira, pero ocurrió.

Su amigo Guille, nacido en Bahía Blanca, escribió "El puchero misterioso: plagios, simulacros, embustes y otros ademanes peronistas". En esta misteriosa "olla de sopa", caben historias fantásticas como la llamada telefónica a un agente del clero de Buenos Aires:

- ¡Hola! ¿Quién habla?

- Jorge.

- ¿Qué Jorge?

- El Papa, boludo.

No. No era el fantasma de Jorge Luis Borges muerto en 1986. Era otro Jorge, Bergoglio, el Papa Francisco, acusado por Milei de representar a Lucifer aquí en la tierra, de ser comunista, de estar siempre del lado del mal y de no entender la Biblia. En otro relato, Guille describe la invención de "una máquina analógica para detectar peronistas" destinada a medir el grado de lealtad a Perón a través de tarjetas perforadas.

Bestiario

Estas historias increíbles inspiradas en hechos reales son pequeñas en comparación con las conversaciones de Milei con sus cinco perros con los que duerme todas las noches. Pagó 50,000 dólares para clonar a su "hijo" de cuatro patas, muerto en 2017, que le dio cuatro "nietos". No lo hizo por amor a los perros, ya que desprecia a los callejeros, sino porque son mastines de raza inglesa con los que habla y de quienes recibe consejos y orientaciones en la lengua perruna.

Con tales delirios, lo sobrenatural se vuelve tan corpóreo, palpable y familiar, que el cronista brasileño Nelson Rodrigues, en otra situación, incluso lo bautizó con el apellido Almeida. Sobrenatural de Almeida, personaje de sus crónicas futbolísticas, nos sugiere la existencia de un hermano argentino. Sobrenatural López de Jujuy podría formar parte de la exposición “Bestiario Nacional – Criaturas del Imaginario Argentino” organizada por la Coordinación Cultural de la Biblioteca Nacional.

Desfilan en esta exposición duendes, monstruos, pájaros desafortunados, aves agoreras, figuras míticas defensoras de la flora y fauna, y otros personajes de la cultura popular, algunos compartidos con Brasil como el Curupira, el Lobisón, la Mula Sin Cabeza y tantos otros seres fantásticos que tejieron el vínculo entre la naturaleza, lo sagrado y el mundo humano, alimentando temores colectivos a lo largo de muchas generaciones.

- Los seres sobrenaturales argentinos somos nosotros, nuestra argentinidad está hecha de estas creaciones fabulosas de los pueblos originarios, de los esclavizados negros que vinieron de África e incluso de los conquistadores españoles y de los inmigrantes de varios países - escribió Ana María Shua para el Bestiario Nacional.

Aunque la industrialización y el llamado "progreso" estén ahuyentando estos personajes míticos, que han perdido así el carácter aterrador de otras épocas, algunos de ellos fueron resucitados por Javier Milei para aterrorizar a Argentina y América. La realidad supera la ficción.

La Casa Tomada

Hijo de Norberto Horacio, un humilde conductor de autobús, y de Alicia Liján, ama de casa, Javier Milei demostró el valor que le da a la familia al confesar que nunca visita a sus padres, "que para mí es como si estuvieran muertos". Seguidor del Bolsonaro y de Trump, considera el aborto un crimen incluso en casos de violación, niega el calentamiento global "inventado por el marxismo cultural" y promete acabar con el Ministerio de la Mujer, si es elegido.

El Peluca, como se le conoce por su peinado estrafalario, discrimina el movimiento LGBT, considera la justicia social "un robo aberrante" y afirma que "las desigualdades sociales son naturales" y que va a valorar "el espíritu empresarial y el éxito individual". Utiliza lenguaje grosero, como cuando llamó al alcalde de Buenos Aires "izquierdista de mierda, pelado asqueroso", que debe ser "aplastado políticamente". Esta película, los brasileños ya la vimos en otro idioma.

En fin, con Milei como presidente, Argentina vivirá el cuento "La Casa Tomada" de Julio Cortázar, ocupada gradualmente por intrusos invisibles y fantasmagóricos, que obligan a sus moradores a abandonarla y arrojar la llave al alcantarillado para que nadie más entre. O como "Bestiario", otro cuento del mismo autor protagonizado por la joven Isabel y su primo, atrapados en la residencia de verano con miedo de un tigre que merodeaba por allí y que, al final, devora al dueño de la casa.

Milei compite con varias criaturas del imaginario argentino: el Oturunco o Tigre Capiango, un hombre que tiene pacto con el diablo y por la noche se transforma en jaguar, despedaza a sus víctimas con sus garras y les roba sus pertenencias. El Basilisco, un animal descrito como un gusano, con rabo de serpiente, así como alas y patas de gallina, que envenena a los incautos, o el Huecuvú, genio del mal, que contamina los pastos, intoxica a los animales y se regocija destruyendo todo lo que el hombre construye.

Biblioteca de Calle

Una posible victoria de Milei sería sorprendente en un país con una tradición de lucha, cuya capital cuenta con 365 librerías que narran muchas historias, una de ellas vivida por mi amigo Guille. Una noche, al regresar a su residencia en el barrio de Caballito, encontró frente a su edificio a una joven pareja sin hogar acostada en un colchón. Llamemos al joven Julio y a la chica Aurora en homenaje a dos admirables "cronópios".

Ambos hicieron amistad con Guille, quien les servía una comida caliente todas las noches. Un hermoso día, el escritor, que ya había vivido con el pueblo Baré del río Negro sobre el cual escribió, llega cargado de libros comprados en la librería de segunda mano del Parque Centenario, cerca de allí. Julio pregunta:

- Maestro, ¿hay libros de poesía ahí? ¿Puedes prestarme alguno?

Quería una comida caliente para el alma. Recibió de regalo "Veinte poemas de amor y una canción desesperada" y, con la voz entrecortada de emoción, comenzó a recitar los versos de Neruda para Aurora: "Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido". Luego, cantó en voz baja "Tonada del viejo amor" de Jaime Dávalos y Eduardo Falú:

- No tengo miedo al invierno / con tu recuerdo lleno de sol.

Con la ayuda de Guille, la pareja organizó una pequeña biblioteca en la calle, donde permanece hasta hoy.

Un país con un pueblo tan letrado, donde una persona sin hogar disfruta de la poesía y lee para su amada, no puede elegir a Milei. No puede.

Un país que condenó a 1.200 torturadores, uno de ellos el general Jorge Videla, muerto no en el campo de batalla, sino sentado en el inodoro de la cárcel con un rollo de papel higiénico en la mano, no puede atentar contra la democracia. No puede.

No puede elegir a una bestia salvaje un país que expropió el centro clandestino de detención, tortura y exterminio de la Escuela Mecánica de la Armada (ESMA) y lo devolvió a la población en forma de museo. Que el Sobrenatural López de Jujuy no permita que este Espacio de la Memoria y Derechos Humanos, ahora Ex-ESMA, sea transformado, como prometió Milei, en un Parque de Diversiones o incluso en algo peor: volver a ser lo que era.

P.D. - En Buenos Aires para participar en un seminario sobre Darcy Ribeiro, visité la Ex-ESMA y salí de allí con el corazón apretado. Ambos - el evento y la visita - merecen una crónica aparte.

Referências:

Guillermo David: El puchero misterioso: plagios, simulacros, embustes y otros ademanes peronistas. B. Aires. Meridión. 2021.

Sergio Kiernan: Delírios Argentinos. Las ideas más extrañas de nuestra política. B. Aires. Marea Editorial. 2006.

Nelson Rodrigues. A Pátria em chuteiras. Novas crônicas de futebol. São Paulo. Companhia das Letras. 1994.

Biblioteca Nacional Mariano Moreno. Bestiario Nacional. Criaturas del Imaginario Argentino. B.Aires. BN. 2023

Júlio Cortazar (1951) Bestiário. Rio. Nova Fronteira. 1986 (Tradução de Remy Gorga)

 

Comente esta crônica



Serviço integrado ao Gravatar.com para exibir sua foto (avatar).

31 Comentário(s)

Avatar
Enrique Mayer comentou:
22/11/2023
esencial busqueda de como lo sobrenatural anda por todos los lados,
Comentar em resposta a Enrique Mayer
Avatar
Maria Luisa Nabinger (via FB) comentou:
21/11/2023
Avatar
Italo Moriconi (via FB) comentou:
21/11/2023
Que belo escrito, Bessa. Como sempre, aliás.
Comentar em resposta a Italo Moriconi (via FB)
Avatar
Lidia V. Santos comentou:
21/11/2023
Cronica supimpa, José Bessa! Gostaria de compartilhar aqui no FB..Posso?
Comentar em resposta a Lidia V. Santos
Avatar
Silvia Cárcamo comentou:
21/11/2023
Fantástica la crónica. Argentina tendrá un presidente que la avergüenzan ante el mundo
Comentar em resposta a Silvia Cárcamo
Avatar
Antônio Orlando Respeita comentou:
20/11/2023
Não acredito que esse maluco chegue ao fim do mandato se continuar com essa cabecinha.
Comentar em resposta a Antônio Orlando Respeita
Avatar
Falcão Vasconcellos comentou:
20/11/2023
Babá Bessa. Com essa sofisticada pena, sempre um deleite.. Argentina de pé e altaneira resistirá e superará o clone piorado ao extremo,do inominável. Quem viver verá!
Comentar em resposta a Falcão Vasconcellos
Avatar
Lucia Cano comentou:
20/11/2023
Compartir estos momentos abominables, con un resultado nefasto, confirma nuestra esperanza en una ciudadanía que sabe compartir el saber, la literatura, y que crea y resiste, endeble por fuera, pero que creo indoblegable por dentro. En la última feria del libro en Lima, en agosto, visité el stand de Prometeo Livros, de mi amigo Raúl Carioli. inmenso en todo sentido. Una imagen de persistencia, cuando en Perú las librerías se reducen o se deforman, pero, menos mal, quedan algunos buenos libreros. Fue un encuentro muy importante, por el cariño de siempre, pero sobre todo porque, en estos días de sufrir el proceso electoral en Argentina, me permite confiar en que las personas de bien no solo tienen cabida, sino que pueden seguir haciendo las cosas bien. No sabemos si Milei dure o renuncie como Alfonsin o de la Rua, pero sí sabemos que Argentina seguirá gobernada a bandazos. Y hablando de bandazos, en el Perú, el APRA está agazapada, moviendo los hilos de siempre y como siempre, tras bambalinas, para reaparecer después como el único partido y, por tanto, salvador de la democracia; ya hay pintas y algunas breves entrevistas. Creo que todo el mundo debiera leer la biografía de Fouché, de Stefan Zweig. Lo leí muy chica, pero me abrió definitivamente los ojos. Un dato para el bestiario, el chullachaqui.
Comentar em resposta a Lucia Cano
Respostas:
Avatar
Consuelo Cano comentou:
20/11/2023
Chullachaqui. Bien pensado. En la selva peruana, chullachaqui, (del quechua chullachaki = un pie, chulla o ch'ulla = desigual, asimétrico, chaki = pie) o shapishico se refiere a un personaje mítico que adopta la forma o figura de una persona conocida del pueblo para engañar a sus víctimas, lo que parece estar ocurriendo en Argentina.
Comentar em resposta a Consuelo Cano
Avatar
Conceição Campos comentou:
20/11/2023
Bessa, querido, se dependesse das nossas orações (e o seu seu texto é uma) o monstro não entraria na casa dos hermanos. Uma lástima que dói no peito da gente.
Comentar em resposta a Conceição Campos
Avatar
Fatimah Valente comentou:
19/11/2023
Catástrofe maior para Argentina, mas tbm para o Brasil e para a América do Sul!
Comentar em resposta a Fatimah Valente
Avatar
Roberto E. Zwetsch comentou:
19/11/2023
Bessa, e o imossível se tornou poss´sivel.Aa besta fera no poder. prenúncio de muito sofrimento, destruição social, humana e ambiental. Que os pobres se preparem ... RZ
Comentar em resposta a Roberto E. Zwetsch
Avatar
Rodrigo comentou:
19/11/2023
Acabei de ver o resultado das eleições na Argentina, que tristeza. Uma pena, lamento muito pelos nossos irmãos sul-americanos. Triste demais esse resultado. Um abraço querido professor
Comentar em resposta a Rodrigo
Avatar
José Carlos L. comentou:
19/11/2023
Que Deus nos ajude e afaste a praga fascista para o quintos do inferno!
Comentar em resposta a José Carlos L.
Avatar
Nila Ibañez comentou:
19/11/2023
Gracias José, estoy difundiendo tu comentario, lo encuentro muy oportuno. Hay muchas cosas que no se deben olvidar. Debieran estar en un 'lugar' de la memoria. Un abrazo a la distancia y saludos a la familia.
Comentar em resposta a Nila Ibañez
Avatar
Jorge Sprovieri comentou:
19/11/2023
Que envidia que me das,esas saltenhas são uma delicia
Comentar em resposta a Jorge Sprovieri
Avatar
Miguel Maués comentou:
19/11/2023
Deus, salve a Argentina!!!!
Comentar em resposta a Miguel Maués
Avatar
José Alcimar comentou:
19/11/2023
Na democracia, inclusive na democracia burguesa, os coveiros da democracia têm liberdade de se manifestar e até, por meio da burla da legalidade democrática, planejar o golpismo e tentar instalar o autoritarismo, a exceção e o arbítrio. Mas uma vez instalado o regime de terror e destruída a legalidade, inclusive a legalidade burguesa, terão os coveiros, tenham sido artífices ou apoiadores do golpismo, a liberdade de se manifestar e de se rebelar caso venham a reconhecer o seu erro e tardiamente resistir ao regime instalado? É preciso recorrer, sempre, à boa e crítica medida do conhecimento e da memória para evitar que o passado retorne sob a forma de farsa. De 1964 a 1985, o Brasil viveu 21 anos sob as botas de uma ditadura empresarial-militar, com ostensivo apoio do fundamentalismo religioso integrista. Que neste 19 de novembro de 2023 o grande povo argentino faça do voto instrumento de afirmação da vida, de democratização de direitos, de alegria e de reconstrução da esperança.
Comentar em resposta a José Alcimar
Avatar
Gaucho Guille (FB) comentou:
19/11/2023
Hermosa crónica sobre el dilema argentino del gran José Bessa (se puede leer en español también)
Comentar em resposta a Gaucho Guille (FB)
Respostas:
Avatar
Maricarmen Rodríguez comentou:
19/11/2023
Avatar
Tiago Da Silva Ferreira comentou:
19/11/2023
Estou quase tão ansioso com essa eleição quanto estive com a nossa ano passado.
Comentar em resposta a Tiago Da Silva Ferreira
Avatar
Idelber Avelar (postagem no Facebook) comentou:
19/11/2023
O José Bessa escreveu uma bela crônica sobre a eleição argentina. O link contém o texto em português e em castelhano. Que corra tudo bem hoje!
Comentar em resposta a Idelber Avelar (postagem no Facebook)
Avatar
Isabela Frade comentou:
19/11/2023
Que texto fantástico!! Conheci o museu da ex casa de tortura. Assim, ele e as 365 livrarias não o deixarão passar. Cairá com seus demônios.
Comentar em resposta a Isabela Frade
Avatar
Ana Muller comentou:
19/11/2023
Não podia ter melhor arquibancada. Não aplaudo Massa. Mas Milei será nosso coveiro. Não tenho dúvida.
Comentar em resposta a Ana Muller
Avatar
Pinducão comentou:
19/11/2023
Bem-vindo de volta à Manô, cá te espera o calor. E Argentina pega fogo. Tá faltando muito muito pouco para o Milei simular uma facada.
Comentar em resposta a Pinducão
Avatar
Farney Tourinho De Souza Omágua Kambeba comentou:
19/11/2023
Tomara que os eleitores argentinos tomem a Decisão com Maior Acerto!
Comentar em resposta a Farney Tourinho De Souza Omágua Kambeba
Avatar
Carmen Geração 68 comentou:
19/11/2023
Acho que até às pessoas estão sobrenaturais. Cada coisa.
Comentar em resposta a Carmen Geração 68
Avatar
Ricardo Pimenta Geração 68 comentou:
19/11/2023
Oi Riba, parabéns por mais este texto e espero, como você disse, a Argentina e seu povo não podem eleger o inominável de lá. Fico aqui na torcida e que venham boas notícias.
Comentar em resposta a Ricardo Pimenta Geração 68
Avatar
Mari Weigert comentou:
19/11/2023
Amei seu texto e mais uma vez aprendi sorrindo com sua forma espirituosa de escrever.. Um país com tradição de luta como Argentina, a Argentina de Ricardo Darin , não pode eleger Milei.
Comentar em resposta a Mari Weigert
Avatar
Celeste Correa comentou:
19/11/2023
E não sei se ainda estou de ressaca pelos quatro anos de desgoverno do Milei brasileiro, o fato é que nuca havia acompanhado com tanta ansiedade a campanha presidencial da Argentina como esta de agora . E eu, que quase enlouqueci tentando entender a vitória do inominável brasileiro, estou assustada com essa campanha e com os milhares de argentinos que, mesmo respirando tanta cultura, e mesmo sabendo do enorme desastre brasileiro, seguem obstinados e fascinados por esse candidato insano, cujas propostas ferem a dignidade humana. Não, o povo argentino tão resistente, com uma linda estória de luta contra a ditadura e que têm como referência de resistência as avós da Praça de Maio, esse povo não pode eleger Milei. eu achei do caralho essa estória do casal de moradores de rua e da biblioteca criada por eles a partir desse encontro com a poesia. Viver na rua já é uma forma de resistência, agora, ler poesia para a companheira amada...isso merecia um curta,olha..e como dizes na crônica, um país com pessoas com essa sensibilidade não podem eleger um cara como o Milei..
Comentar em resposta a Celeste Correa
Avatar
Edith Limongi Batista comentou:
19/11/2023
Imagino as pérolas que saíram. Kkkk Kkk. Bessa eu assisti tbm o debate. Fiquei chocada
Comentar em resposta a Edith Limongi Batista