CRÔNICAS

Cala a boca, Dorsemira!

Em: 11 de Novembro de 2012 Visualizações: 79601
Cala a boca, Dorsemira!

 

Os fariseus da língua querem calar definitivamente a cheirosa Dorsemira, uma bela caboca de Urucará, no Amazonas, cujo corpo rescendia a priprioca e capim-limão, na época em que namorou o poeta Thiago de Mello a quem não teve vergonha de mostrar a "perseguida". Dorsemira está proibida de dizer que ama ou que amou o poeta por um decreto publicado, nesta sexta-feira, no jornal O Globo, assinado pelos críticos do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).
Esses críticos, como se tivessem acabado de descobrir a pólvora, anunciaram, escandalizados, na primeira página do jornal da família Marinho, que houve "DOUTRINAÇÃO NA PROVA DO ENEM". O tom é de denúncia, de quem revela que existe algo podre  no reino da Dinamarca. Ah, mas O Globo não se intimida e, intrépido, se insurge contra a lavagem cerebral de nossos jovens, exibindo as "evidências do crime" já na manchete da matéria que ocupa página inteira: "ENEM FAZ A MESMA PERGUNTA OITO VEZES" (p.22).
O que é mesmo que o Enem tem a ver com a Dorsemira? Quando namorou o Thiago, ela costumava ir para as aulas de datilografia na Escola Underwood usando um vestido de jersey sobre uma anágua branca de algodão, blusa godê e sutiã Vivien de tricoline, que era "uma pausa no olhar", como cantava o jingle na Rádio Baré. Mas deixemos, por enquanto, a Dorsemira de sobreaviso, em stand by. Te proponho um pacto, leitor (a): vamos ver, antes, o que aconteceu com o Enem. Prometo o retorno dela, mais adiante, já como datilógrafa profissional da firma J.G. Araújo.

Os fariseus da língua
Depois da divulgação do gabarito do Enem, o jornalista Lauro Neto "descobriu" oito questões "condenáveis" na prova de Linguagens e Códigos. Denunciou para Deus e o mundo que tais questões promoviam, de forma subreptícia, os erros de português, pois "mostram uma preocupação excessiva em defender o uso oral e coloquial da língua em detrimento da norma culta". Quem confirma isso é a professora Regina Carvalho, a quem o jornalista recorre como autoridade, justificando que ela "dá aulas de Língua Portuguesa no Colégio Santo Inácio":  
- "Há uma indução subliminar" - ela diz. "Acho problemático, porque são muitas questões sobre o mesmo assunto. Do ponto de vista pedagógico, não se deve cobrar um mesmo assunto com tanta insistência. Do ponto de vista gramatical, nada é pedido praticamente. É uma contradição, porque na hora de fazer a redação os professores cobram a norma culta dos estudantes e se agarram a ela para justificar a correção".
Carvalho vê contradição naquilo que é complementação. A professora do Santo Inácio critica até mesmo o uso de textos de escritores consagrados como Manoel de Barros e Rubem Alves, quando eles empregam "palavras e expressões inadequadas na norma culta". Para ela, "a lógica de legitimar o uso coloquial por meio de autores consagrados é similar à defesa do polêmico livro 'Por uma vida melhor', distribuído pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático, que contém frases com construções como nós pega o peixe".
Os ataques ao Enem insistem que as perguntas da prova são contraditórias, pois de um lado, "mostram a fala coloquial na voz de poetas e escritores consagrados, quase como que um modelo" e, de outro, desprezam "livros maravilhosos didáticos que não são aceitos devido a uma política intencional do MEC". Acham que aí tem truta.
Trata-se de um recado para todas as dorsemiras do Brasil. Se escritores consagrados são censurados por usarem o português coloquial, imaginem a Dorsemira, coitada! Meu colega na UERJ, Claudio Cezar Henriques, com quem simpatizo, mas de quem discordo, também foi entrevistado, endossando o coro dos críticos. Ele lamenta "o destaque dado a textos que mostram usos populares ou regionais de nossa língua", o que considera "demagogia linguística" e pergunta:
- "As universidades querem alunos que tenham capacidade para ler e escrever textos acadêmicos e científicos ou querem alunos que saibam reconhecer variedades linguísticas?"
A pergunta está mal formulada. Não é uma relação de exclusão: ou isso ou aquilo. Mas de inclusão: isso e aquilo. A universidade quer que os alunos, além de escreverem textos acadêmicos, sejam capazes de reconhecer e de respeitar a diversidade linguística. Por isso, os comandos e enunciados da prova estão escritos na norma padrão. É por isso que se exige redação e respostas dentro desta norma. Quanto ao registro coloquial, o exame está apenas apresentando amostras da diversidade linguística e não exigindo que se transformem em "quase como que um modelo". É simples assim.
A "perseguida"
Para aparentar isenção, o jornalista decidiu fazer um contraponto. Entrevistou por email o linguista Marcos Bagno, autor de "Preconceito linguístico", citado na prova do Enem, a quem perguntou "se a sociolinguística não estaria se sobrepondo à gramática". O linguista, já escaldado com as constantes edições que deturpam sua fala, respondeu:
- "Sua pergunta não faz o menor sentido. Não existe essa oposição que você insinua entre "sociolinguística" e "gramática". Também não existe antonímia entre "uso oral e informal" e "norma culta": uma manifestação culta, falada ou escrita, pode ser perfeitamente informal. Como sempre, vocês, jornalistas, sobretudo da mídia conservadora como O GLOBO, procuram apenas justificativas para perpetuar seus pontos de vista reacionários sobre tudo, incluindo o ensino. Quando vão tratar de linguagem, a falta de preparo se revela de maneira patente".
O Globo reproduziu ainda uma postagem de Marcos Bagno no facebook, onde ele, já sem paciência, comenta que "uma pergunta tão imbecil só merece uma resposta irônica". Nessa luta pelo reconhecimento da diversidade linguística afloram paixões, mas também questões ideológicas e econômicas, com componentes teóricos que envolvem o próprio conceito de língua e de norma com o qual se opera.
A língua, entre outras coisas, é um bem de consumo, um negócio editorial com investimento de muita grana em dicionários, gramáticas, livros didáticos, quase todos escritos com a perspectiva do policiamento da fala. Os livros didáticos existentes no mercado sempre cagaram regras e policiaram a linguagem, tentando engessar a língua.
Agora, felizmente, o MEC, dialogando com as ciências da linguagem, aponta para desfazer esse erro secular, afirmando que as pessoas frequentam diferentes registros, todos eles respeitáveis, e não apenas a norma denominada "culta". Questiona-se o uso do próprio termo "norma culta" para designar a "norma padrão", como uma impropriedade, na medida em que o falar popular também expressa cultura. Essa postura do MEC, que foi chamada de "doutrinação" pelos fariseus da língua, fere interesses comerciais.
E é aqui que a Dorsemira volta ao cenário para mostrar que não tem vergonha de exibir a "perseguida". A sua forma de falar, marcada pelo regionalismo, pelo popular, pelo coloquial, é a verdadeira "perseguida", caçada a pau, como se fosse um rato de esgoto. O poeta Carlos Drummond de Andrade já havia chamado a atenção:
- "O purista procura cercear a língua toda vez que ela tem um acesso de vitalidade. A língua portuguesa devia dispensar seus defensores pedantes e defender-se por si mesma".  
Há muitos anos, quando retornava da aula noturna do Ginásio, em Manaus, o poeta Thiago de Mello costumava trocar uns amassos - na época se falava "acochos" - com a caboca Dorsemira, num desvão da rua Japurá. Foi depois de uma dessas sessões, que Dorsemira exibiu sua fala "perseguida", dizendo:
- Eu acho que nós gosta é já demais.
Thiago nunca mais esqueceu da frase, tão presente como o cheiro da caboca Dorsemira, que se abastecia anualmente de ervas aromáticas para seus banhos-de-cheiro no "Buraco Cheiroso", lá na travessa Frutuoso Guimarães, em Belém, quando ia para o Ciro de Nazaré, em outubro.
Da mesma forma que alternava o uso do sutiã Vivien com o do corpete, que além do peito cobria até a cintura, a cheirosa Dorsemira durante o dia datilografava a correspondência comercial da firma J.G. usando a norma padrão do português, mas, de noite, ali, no escurinho, o que valia mesmo era seu português coloquial de Urucará. Diante da ordem dos perseguidores da língua: "Cala a boca, caboca", ela deu a resposta que surge nas brincadeiras de criança em toda a Amazônia:
- Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou!
P.S. - Dorsemira não é personagem de ficção. Sua história já foi contada por Thiago de Mello (http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=918) O que fiz foi apenas colocar um cheirinho de pripioca nela.

 

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62 Comentário(s)

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Daniele Lopes comentou:
15/11/2012
Nosso país tem diversidade e inúmeras culturas,as quais devemos respeitá-las e a crônica mostrou isso.
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Ismael Farias comentou:
15/11/2012
Eu não conhecia a linguística nem os interessantes do Marco Bagno. Vi isso ano passado, pela grata orientação da professora Adriane de Felipo - gauchinha linda - da UEA. INCLUSÃO, é a sábia palavra Contato de Ismael Farias
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Célia Lacerda (FB) comentou:
14/11/2012
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Cristina Henriques comentou:
14/11/2012
Uma pérola de texto sobre regionalismo do idioma Quem pensam que são? [email protected]
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leandro costa comentou:
14/11/2012
para os linguista não existe falar errada. nós estamos presos a uma visão conservadora em critica de burro por exemplo aquele que fala nós vai . dentro do brasil temos uma enorme variação da lingua que para nós cariocas temos a impressão de que as pessoas que moram no norte e nordeste do brasil falam errado devido o sotaque
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Chico Lima (Blog QTMD) comentou:
13/11/2012
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carlos gilberto nobrega comentou:
13/11/2012
Dorsemira,conhecia a norma padrão da escrita,mas na hora da comunicação face a face o que era bem entendido era seu linguajar de cabocla misturado com seu cheiro.
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Rosane Barcelos comentou:
13/11/2012
Acho engraçado defensores da diversidade criticarem, com veemência, atitudes reacionárias. Afinal, a idéia não é respeitar o diferente? O artigo poderia ter um tom mais ameno, sem ataques. Penso que a motivação por tras dos dois discursos críticos está uma grande necessidade de estar certo, de dominar a verdade. A crítica, não do texto, mas, da opinião pessoal revela um confronto entre revolucionários e reacionários. É... a velha posição dicotômica: ou certo ou errado, que domina o mundo faz tempo e da qual ainda, por mais inteligentes, estudiosos que sejamos não conseguimos nos livrar. Recebam, revolucionários e reacionários, o meu carinho!
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Rosane Barcelos comentou:
13/11/2012
Acho engraçado defensores da diversidade criticarem, com veemência, atitudes reacionárias. Afinal, a idéia não é respeitar o diferente? O artigo poderia ter um tom mais ameno, sem ataques. Penso que a motivação por tras dos dois discursos críticos está uma grande necessidade de estar certo, de dominar a verdade. A crítica, não do texto, mas, da opinião pessoal revela um confronto entre revolucionários e reacionários. É... a velha posição dicotômica: ou certo ou errado, que domina o mundo faz tempo e da qual ainda, por mais inteligentes, estudiosos que sejamos não conseguimos nos livrar. Recebam, revolucionários e reacionários, o meu carinho!
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Múcio Medeiros comentou:
12/11/2012
"Fôssemos merecidos de água, de chão, de rãs, de árvores, de brisas e de graças! Nossas palavras não tinham lugar marcado. A gente andava atoamente em nossas origens. Só as pedras sabiam o formato do silêncio. A gente não queria significar, mas só cantar. A gente só queria demais era mudar as feições da natureza. Tipo assim: Hoje eu vi um lagarto lamber as pernas da manhã. Ou tipo assim: Nós vimos uma formiga frondosa ajoelhada na pedra. Aliás, depois de grandes a gente viu que o cu de uma formiga é mais importante para a humanidade do que a Bomba Atômica". Contra esses FARISEUS, Manuel de BARROS!!! Quem não é capaz de abstrair com a frase "o cu de uma formiga é mais importante para a humanidade do que a Bomba Atômica" não é capaz de olhar nas fendas, nas fronteiras, onde se esconde os "outsiders", nos arredores, nas entrelinhas... Poderiam até escrever textos acadêmicos, mas nada entenderiam do mundo que o circunda!
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Andréa Pessôa comentou:
12/11/2012
A prova do ENEM foi elaborada inteiramente com a língua "padrão, culta, formal, de prestígio, oficial, ideal e escolarizada". Que conversa "fiada" do jornal O GLOBO! O signo, de fato, é uma arena ideológica! E viva a perseguida de Dorsemira!
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Paulo (Blog da amazonia) comentou:
11/11/2012
você esqueceu de considerar a perenidade da língua culta, ou padrão, em relação as demais variantes regionais. Daqui a cem anos todos entenderão o que você acaba de escrever, mas compreenderão os textos ricos em linguagens regionais, ou de gírias urbanas? Creio que não.Assim sendo, acredito para até mesmo manter a unidade deste país, devemos nos concentrar no estudo e utilização da linguagem culta, ou padrão.
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Bento Carneiro (Blog da amazonia) comentou:
11/11/2012
O texto é bom.. empolga.. mas.. a linguagem errada ou certos tipos de regionalismos tem a ver com o analfabetismo, com a má distribuição de renda, falta de saneamento básico, além de pobreza de espirito...
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Alessandra comentou:
11/11/2012
Crônica excelente, apropriada e bem humorada. Ótima leitura para um final de domingo. Esses jornalistas patrulham o que pouco entendem, até parece que possuem um vernáculo digno de Camões!
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Ester Nolasco comentou:
11/11/2012
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Ester Nolasco comentou:
11/11/2012
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Ana Stanislaw comentou:
11/11/2012
É impressionante o autoritarismo desses 'xerifes da língua'!! Adorei a crônica, sois sempre muito divertido, combativo. Obrigada por teus deliciosos textos e tua genialidade enquanto escritor. Sensacional!!
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Artur Andrade comentou:
11/11/2012
O problema, caro amigo, é que a juventude de não está aprendendo a linguagem culta e a linguagem popular, como você cita no seu artigo. Está mais para OU, e principalmente, apenas a linguagem popular. O que é lamentável...
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Felipe de Paula Wanderley (Imprensa Livre) comentou:
11/11/2012
Não digo que é genial, porque, como disse Quintana: se te disserem que estás escrevendo muito bem, desconfia: um crime perfeito não deixa vestígios!
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Vilmar Oliveira Carpter (Blog QTMD) comentou:
11/11/2012
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Rodrigo Navarro Lins de Aguiar (Blog QTMD) comentou:
11/11/2012
Um jornalista aqui de Porto Alegre, David Coimbra, funcionário da globinho gaúcha, rbs, publicou na sua coluna no jornal zero hora a seguinte afirmação: ""Por isso Lula é um herói. Porque Lula venceu, e continua vencendo, a discriminação. Lula foi torneiro mecânico, perdeu um dedo na prensa, fala errado, bebe cachaça. Lula é um pobre, sempre será um pobre, mesmo que esteja rico. " Comentei o assunto em http://nacidadedecabecaprabaixo.blogspot.com.br/. Se alguém quiser me dar a honra de visitar o blog, exultarei de felicidade, ou, para usar uma expressão típica de uma das variantes da região da campanha aqui do RS: vai ser uma hemorragia de satisfação! Abraços!
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Paulo Kelson (Diario do Amazonas) comentou:
11/11/2012
O propósito de vcs esquerdistas é emburrecer a população para se perpetuarem no poder e alienar os estudantes á aceitarem a ideologia socialista. Promoverem a farra das cotas para que os estudantes sejam usados pelos professores marxistas em manifestações violentas contra quem não aceita suas políticas, como no cado recente da reitoria da Universidade Federal do Ceará, também que sejam formados profissionais desqualificados em que no futuro não tenham mais nem capacidade de criticarem seu governo. Parabéns Lauro Neto.
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Ricardo Cruz (Diario do Amazonas) comentou:
11/11/2012
Num sei pruquê tanta frescura contra o vox populi; esse lerolero de estudante escrevê texto acadêmico em purtuguêssss, si tem qui sê tudo em ingrês…
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Dorinha do Anil (Blog Lima Coelho) comentou:
11/11/2012
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José Luiz Azeredo (Blog Amazonia) comentou:
11/11/2012
Perfeito, direto e contundente. Deixem a lingua luso-brasileira andar por onde quiser, seja a da Dorsemira ou a do Thiago. Ninguem fica mais ou menos culto por esse motivo. Mas ficará mais burro se a cercear.Meu nome é Azeredo e esta é só a minha opinião.
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Moura Tukano comentou:
11/11/2012
Eu gostei muito do seu texto. Sobre Prova do ENEM. Parabens Exatamente, professor. Nem eles, que criticam o portugues dos indios, sabem falar Portugues corretamente. Portugues do Brasil é misturado com varias linguas indigenas.
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Marcos Bagno (via facebook) comentou:
11/11/2012
Pois, José Bessa: além de brigar com a mídia escrota temos que enfrentar nossos próprios colegas que ainda estão no século XVIII...
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Valesca Zampili comentou:
11/11/2012
Mais um "causo" fantástico... Uma crônica maravilhosa do Prof. José Bessa, desta vez sobre as críticas à prova de Linguagens do ENEM
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Roberto Dufrayer comentou:
11/11/2012
Tudo bem, vamos no "oral e coloquial": esse Marcos Bagno é grosso pra caralho!
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Adriana Sussekind comentou:
11/11/2012
Muito legal!! Inclusão com criatividade.
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Zeca (no coloquial) Cyrino (no culto) comentou:
11/11/2012
Ilustríssimo Sr. Professor Doutor José Ribamar Bessa Freire Ao cumprimenta-lo peço vênia para manifestar minha modesta opinião sobre sua crônica. Digo-lhe que, indubitavelmente, a referida tá porreta, boa pacas. Valeu, bicho. Outrossim, subscrevíeis, atenciosamente É nós, plim-plim.
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Vania Novoa Tadros comentou:
11/11/2012
Hoje eu não vou entrar na questão do uso da língua porque não leva a nada. A oralidade é algo tão expontâneo que sempre vamos falar como apendemos. A escrita já é mais complicado e aí defendo o uso de certas normas sem exageros. O que me interessou mesmo foi a paixão do Thiago pela "perseguida" da Dorsemira. Geeeeente que nome é este. O poeta é um leão; Já pensou ter grande atração física por alguem com esse nome. Imaginem ele dizendo "Dorsemira minha gostosa". ´Seria para acabar com qualquer tesão. No entanto, o Thiago comparecia e ficava meio tonto porque trocava as informações sobre a roupa da amada. Com certeza a anágua é que deveria ser de jersey e não o vestido como disse.. Também não existe blusa godê e sim saia. Voltando ao nome da cabocla cheirosa esse R de Dorsenira é coisa do linguajar regional que coloca rrrrrrrrrr em tudo. Ex futeborrrr. Valeu Bessa.
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Vania Novoa Tadros comentou:
11/11/2012
Hoje eu não vou entrar na questão do uso da língua porque não leva a nada. A oralidade é algo tão expontâneo que sempre vamos falar como apendemos. A escrita já é mais complicado e aí defendo o uso de certas normas sem exageros. O que me interessou mesmo foi a paixão do Thiago pela "perseguida" da Dorsemira. Geeeeente que nome é este. O poeta é um leão; Já pensou ter grande atração física por alguem com esse nome. Imaginem ele dizendo "Dorsemira minha gostosa". ´Seria para acabar com qualquer tesão. No entanto, o Thiago comparecia e ficava meio tonto porque trocava as informações sobre a roupa da amada. Com certeza a anágua é que deveria ser de jersey e não o vestido como disse.. Também não existe blusa godê e sim saia. Voltando ao nome da cabocla cheirosa esse R de Dorsenira é coisa do linguajar regional que coloca rrrrrrrrrr em tudo. Ex futeborrrr. Valeu Bessa.
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Vania Novoa Tadros comentou:
11/11/2012
Hoje eu não vou entrar na questão do uso da língua porque não leva a nada. A oralidade é algo tão expontâneo que sempre vamos falar como apendemos. A escrita já é mais complicado e aí defendo o uso de certas normas sem exageros. O que me interessou mesmo foi a paixão do Thiago pela "perseguida" da Dorsemira. Geeeeente que nome é este. O poeta é um leão; Já pensou ter grande atração física por alguem com esse nome. Imaginem ele dizendo "Dorsemira minha gostosa". ´Seria para acabar com qualquer tesão. No entanto, o Thiago comparecia e ficava meio tonto porque trocava as informações sobre a roupa da amada. Com certeza a anágua é que deveria ser de jersey e não o vestido como disse.. Também não existe blusa godê e sim saia. Voltando ao nome da cabocla cheirosa esse R de Dorsenira é coisa do linguajar regional que coloca rrrrrrrrrr em tudo. Ex futeborrrr. Valeu Bessa.
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NrlfvLcYf comentou:
09/04/2013
Wait, I cannot ftoahm it being so straightforward. Contato de NrlfvLcYf
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João Bosco Buscacio comentou:
11/11/2012
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Diego Moreno comentou:
11/11/2012
Uma crônica sobre as críticas à prova de Língua Portuguesa / Literatura Brasileira do ENEM. Acordem!!! O Português são muitos, alguém já disse isso. Parem de achar que existe só uma forma correta da língua.
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Mário Bentes comentou:
11/11/2012
Para todos os meus amigos letrados que compartilham regras da ~norma culta~ da língua (para mostrar que são letrados) dedico essa crônica do professor José Bessa.
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Juliana da Mata comentou:
11/11/2012
Uma aula sobre o "policiamento da fala" e sociolinguística! José Ribamar Bessa Freire dando um banho de priprioca nos conservadores defensores da moral linguística e dos bons costumes, rsrsrs Contato de Juliana  da Mata
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Xoan Carlos Lagares comentou:
11/11/2012
O José Bessa is my hero! Quando eu crescer, quero escrever tão bem como ele e com esse humor tão fino!
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Susana Grillo comentou:
11/11/2012
Bessa, perfeita sua analise... os monolinguistas não percebem que a prova do ENEM foi toda escrita na norma culta e exigindo respostas nesse padrão mas evidenciando o pluralismo linguistico presente em todos os momentos da nossa vida e viva Dorsemira com sua linguagem tão criativa !!!
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Sergio Silva comentou:
11/11/2012
Bessa, como sempre um texto rico em humor e critica consistente e necessária. Seu tb admirador, Contato de Sergio Silva
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Tarcísio de Carvalho comentou:
11/11/2012
Katia, olha isso! José Bessa e um dos melhores contadores de causos que conheço. Você vai adorar essa história...
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Katia Motta comentou:
11/11/2012
Amei. Muito bom. Valeu a dica.
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Soraya Zanzine comentou:
11/11/2012
Imoral...Tem um discurso de direita, legtimado pelo discurso da academia, no mínimo, temerário. Adoro e recomendo a releitura do texto de Rubem Alves, o eterno, Urubús e sabiás. Neste texto está desvelada, notoriamente, a crítica explícita sobre a histórica
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Joao Bosco Seabra comentou:
11/11/2012
Priprioca | Biodiversidade | Natura Ekos www.naturaekos.com.br › BiodiversidadeCompartilharNativa da Amazônia, a priprioca é uma espécie de capim, com florzinhas bem miúdas nas pontas. Estes talos de capim alto escondem sob a terra raízes de ... - Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou!
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Ana Suelly comentou:
11/11/2012
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Sérgio Mello (Blog QTMD) comentou:
10/11/2012
O "câncer" da nossa sociedade está latente, pulsante, há muito tempo, justamente por conta da postura de uma classe dominante que não consegue (pois não interessa) multiplicar ações que promovam uma sociedade mais igualitária, mais justa, logo, moralmente mais evoluída. A própria argumentação agressiva, desprovida de lógica e conhecimento, denota um temor diante de um 'novo' veículo, que não se pode dominar: a Internet. É aqui o novo cenário de luta; que se apresentem aqueles que tenham algo a dizer. Parabéns, professor Ribamar
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Gustavo Castañon comentou:
10/11/2012
E segue a lastimável ideologização do ensino da língua culta, como se alguém precisasse ir pra escola para aprender linguagem coloquial. O resultado dessa pedagogia pós-moderna é a massa de ignorantes sem capacidade de leitura (e que dirá crítica) com quem temos que lidar nas universidades. Ler que o objetivo de se ensinar a língua culta é na verdade comercial e opressivo, só é melhor que ser analfabeto, que é o resultado de toda essa demência. A pedagogia brasileira está entre os maiores cânceres de nosso país, rivalizando com o sistema financeiro e os meios de comunicação na destruição do futuro dessa nação. E não há solução para isso.
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Vera Kauss comentou:
10/11/2012
Muito bom o texto... Como sempre, crítica maravilhosa e bem na hora certa... Nossos alunos precisam de textos assim. Parabéns, Bessa...
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Jandir Ipiranga Jr comentou:
10/11/2012
Agora eu fiquei encafifado: será que "paidégua" é culto, padrão, ambos ou nenhum? Bom, de qualquer forma: Paidégua Professor, essa sua crônica ! Um forte abraço !
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Milena Eich comentou:
10/11/2012
Não cheguei a ver a prova de espanhol, Luciana Freitas. E sou profundamente favorável - MESMO - a que a diversidade linguística seja explorada no ensino, tanto na teoria quanto na prática, principalmente como forma de se combaterem os preconceitos. Mas acho que, em Língua Portuguesa, o ENEM exagerou, tendendo demais para a abordagem das variantes e pouco exigindo dos candidatos no quesito norma padrão. Concordo com o Prof. Claudio Cezar Henriques quando ele se remete ao fato de que, na universidade, esse é o padrão exigido em TODOS os trabalhos acadêmicos. Penso que, com uma prova tão grande, há espaço para questionamentos em vários níveis. E na produção acadêmica, a norma padrão, é sim, a variante exigida, tanto que os enunciados foram escritos com base nela. No entanto, questionamentos QUANTO a ela não apareceram. Como ela pode praticamente passar ao largo de uma prova dessas? Sinceramente, não entendo.
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Diego Vargas comentou:
10/11/2012
E só lembrando que todas as questões e respostas sobre a variação linguística estão redigidas - TODAS - em norma padrão. E há que se lembrar sempre que ensino de gramática nada tem a ver com ensino de norma padrão. Ensino de gramática não ensina ninguém a usar a norma padrão - nem norma nenhuma!
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Luciana Freitas comentou:
10/11/2012
Milena, vamos fazer uma conta? Se são 45 questões e, segundo O Globo, oito são sobre variação (e isso não quer dizer que são todas sobre normas estigmatizadas), sobram quantas questões? Muitas, certo? E sobre o hiato entre o ENEM e os programas, os concursos etc, ele é muito relativo. Depois volto.
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Milena Eich comentou:
10/11/2012
Sem dúvida, nada justificaria a exclusão. Mas veja bem, com exceção da redação, não é justamente o que o ENEM está fazendo com a norma padrão, quando exclui questões sobre ela? Porque ela é UMA das variantes, não a melhor, não a mais importante na vida... Mas a mais importante na universidade. E as pessoas têm, sim, dificuldade em utilizá-la. Na redação, ela é levada em conta apenas como UM dos critérios de correção, valendo 1/5 do valor total da produção, em que se consideram também o tema, o tipo, a coesão e a coerência... E aí, no final das contas, nos deparamos com pessoas com severas dificuldades de se expressar, mesmo nas fases mais avançadas da vida acadêmica. Como todos sabemos, muito do que é ensinado nos colégios se baseia no que o vestibular cobra. E a julgar por estes referenciais, me preocupa o que isso provocará no ensino. A não ser, talvez, que possamos, como professores, passar a nos focar basicamente na leitura e na produção textual. Isso seria, sem dúvida, uma revolução, muito bem-vinda aliás. Mas ainda penso que a gramática tem lá o seu valor e que esse processo precisaria ser mais gradual. O que está sendo cobrado atualmente não condiz com o que ainda prevalece em termos de programa de ensino, de conteúdo nos livros didáticos, enfim... nem com o que será cobrado do estudante no ensino superior, no mercado de trabalho, nos concursos públicos... Mas a discussão é boa, necessária e pertinente. Abraço forte!
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Diego Vargas comentou:
10/11/2012
Por que o conceito de adequação é um conceito tão difícil de ser compreendido? (Seria, só que a gente sabe que a questão não é essa...).
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Luciana Freitas comentou:
10/11/2012
Milena, a produção textual em língua padrão está fortemente presente no ENEM. É uma meia verdade dizer o contrário, quando o ÚNICO texto escrito pelo candidato é uma redação em língua padrão. As questões de múltipla escolha trabalham leitura e reflexão sobre a linguagem e não há justificativa teórica plausível para a exclusão de determinadas manifestações linguísticas da prova.
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Cris Amaral comentou:
10/11/2012
Se não respeitamos o falar, que dirá às tantas etnias existentes em nosso solo?! Parabéns querido Prof. Bessa! Carinhos
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Luciana Freitas comentou:
10/11/2012
Adorei. Mais uma crônica maravilhosa do Bessa, desta vez sobre as críticas à prova de Linguagens do ENEM
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Luciana Freitas comentou:
10/11/2012