CRÔNICAS

A corrente chinesa no cofre de don Tarcisio

Em: 17 de Outubro de 2004 Visualizações: 6676
A corrente chinesa no cofre de don Tarcisio
Uma amiga jornalista muito competente e, sobretudo, precavida, me enviou cópia de uma ‘corrente chinesa’ que há muito tempo está circulando pelo mundo afora. Quem a receber, se quiser ser feliz, deve fazer vinte cópias e passar adiante. Foi o que fiz. Sou meio agnóstico, mas, por via das dúvidas, obedeci, publicando-a hoje neste Diário do Amazonas, onde espero ser lido, pelo menos, por vinte pessoas. O resto, agora, é contigo, leitor (a). Tira tuas vinte cópias e passa adiante para evitar uma grande tragédia. Eis aqui a corrente.
“Esse é um ensinamento chinês sobre o dinheiro, que ergue e destrói coisas belas. Os sábios orientais dizem que a grana pode comprar uma mansão, mas não um lar, uma cama, mas não o sono. A grana compra um relógio, mas não o tempo, um livro, mas não o conhecimento. A grana compra um diploma, mas não o saber, um médico, mas não a saúde. Compra litros de sangue, mas não a vida, compra o sexo, mas não o amor. A grana compra o voto, mas não a consciência. A grana pode até comprar uma vaga no parlamento, no poder executivo ou no judiciário, mas não compra um lugar na história, nem no coração do povo”.
“Esse ensinamento chinês tem o objetivo de te trazer sorte. O manuscrito original, escrito no ano 947 a.C., está guardado num cofre na biblioteca de Don Tarcisio Lage, em Hilversum, na Holanda. Cópias dele já deram trinta voltas ao redor da terra. Agora, ele trará sorte para ti. Após o recebimento desta mensagem, a sorte nunca mais te abandonará. Isto não é brincadeira. Pode até parecer, mas não é. A sorte vai bater na tua porta, chegando por telefone, pelo correio ou pela internet. Mas para isso é preciso ser rápido no gatilho. Envia cópia desta mensagem às pessoas que precisam de sorte. Não manda dinheiro, porque a sorte não se compra”.
“Não guarda esta mensagem por mais de cinco dias, pois depois desse prazo podes ter muito azar. Diversos exemplos, antigos e recentes, foram registrados e veja o que aconteceu. Um humilde pescador da Galileia, chamado Pedro – filho de Jonas – recebeu a primeira mensagem no ano 48 d.C., acreditou, fez vinte cópias e, logo depois, se tornou papa, a maior autoridade da igreja católica apostólica romana. Um agiota de Jerusalém, da família Iscariotes, recebeu a mensagem e vendeu-a por trinta dinheiros, em vez de distribuí-la. Poucos dias depois, apareceu enforcado.
“Recentemente, um seguidor de Pedro no Brasil, José Ricardo Wendling, e sua amiga Lúcia Antony, receberam a mensagem e ambos se apressaram em fazer vinte cópias, enviando-as para amigos. Uma semana depois os dois foram eleitos vereadores de Manaus, com expressiva votação. Sorte? Coincidência? Só vendo para crer. Outros seis candidatos receberam a mesma mensagem, no mesmo dia: o Mímico da Cachoeirinha (PL), o Cachorrão (PTN), a Gorda e a Meg (PFL), o Jacaré (PMDB) e o Jorginho da Grande Família (PAN). Ocupados com a campanha eleitoral, todos eles jogaram a mensagem na lata do lixo. O Jorginho ainda sacaneou: “Eu não acredito em superstição”. Resultado: todos eles foram derrotados e estão curtindo o balatal. O Jorginho teve apenas três votos”.
“Big Black, ex-governador do Mississipi, nos Estados Unidos, se candidatou à prefeitura de Bareville. Estava com a eleição ganha, com mais de 64% dos votos, segundo as pesquisas. Recebeu a mensagem e, temeroso, deu dinheiro para seu assessor, Ovoberto Artista, tirar xérox e colocar no Correio. Ovoberto, trapaceiro, embolsou a grana e rasgou o papel em pedacinhos, jogando-os no encontro das águas do rio Mississipi e Missouri. Conseqüência: Big Black não ganhou a foi obrigado a enfrentar um difícil segundo turno contra o seu opositor Willbe-end Leash”.
“Mecias Pereira Batista (PT), índio saterê-mawé, candidato a prefeito de Barreirinha, recebeu a mensagem e só mandou uma cópia para a COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Por isso, ficou em segundo lugar, apesar de ter tido boa votação. No entanto, o assessor de Comunicação da COIAB, Paulino Montejo, fez vinte cópias, correndinho, e por causa disso o TRE descobriu que Gilvan Seixas, criminoso eleitoral, havia obtido o primeiro lugar por métodos fraudulentos. Foi cassado pela Justiça Eleitoral, permitindo dessa forma que Mecias se tornasse o novo prefeito de Barreirinha, o primeiro índio a ocupar essa função no Amazonas”.
“Muitas coisas semelhantes ocorreram no mundo, de repente, sem que ninguém pudesse compreender. Nos Estados Unidos, as atribulações do George Bush; na Venezuela, as dificuldades de Hugo Chavez,; no Amazonas, a Operação Albatroz, a Operação Farol da Colina, a investigação do iate-zona de propriedade de José da Silva Lopes Júnior. Todos os chefes de estado que enfrentam problemas e todos os corruptos que foram indiciados são pessoas que receberam a mensagem, deram risada e jogaram fora. Alguns dias sofreram as consequências”.
“Todas essas declarações podem até ser questionadas, mas você poderá ter muita sorte nos próximos dias, se seguir as orientações dessa corrente. Não esqueça, não mande dinheiro e não assine. Envie, simplesmente, vinte cópias e espere para ver o que vai acontece no nono dia. Eu estou mandando para você, pois a mensagem deve dar volta ao mundo. Envie vinte copias aos seus conhecidos, seus amigos e à sua família. Alguns dias mais tarde,você recebera boas notícias ou terá uma surpreendente surpresa. Não guarde esta mensagem, ela deve sair das suas mãos dentro de cinco dias.Siga as orientações e boa sorte”.
Essa foi a corrente que recebi e que repassei tal como me chegou. Quero acrescentar, leitor, meu depoimento pessoal. Minha irmã Preta quebrou a corrente e depois disso adquiriu uma tosse guariba, parecida com aquela do Luiz da novela ‘Cabocla’. Já o papaizinho-aqui, logo depois decidiu divulgar a mensagem, recebeu convite dos índios Tuyuka, para dar um curso de formação de professores indígenas lá do alto rio Tiquié, onde me encontro nesse momento em que me lês.

P.S. - Há 655 dias Lula preside o país e não esclarece porque deixou de  homologar a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, conforme prometeu na campanha eleitoral. Nesse ponto em nada difere de Fernando Henrique Cardoso. 

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