CRÔNICAS

A mandioca da Dilma: rir de quem?

Em: 28 de Junho de 2015 Visualizações: 35907
A mandioca da Dilma: rir de quem?

"Dona Maria chegou, chegou com a mandioca

Para fazer a farinha, farinha de tapioca"

(Dona Maria, carimbó do Pinduca)

- "Então, aqui, hoje, eu estou saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil".

A frase da presidente Dilma Rousseff, que discursou de improviso no lançamento dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Brasília, na terça-feira (23/06), provocou enxurradas de gozação na mídia e nas redes sociais. O colunista José Simão da Folha de SP, que tem liberdade para rir de Deus e do mundo, especialmente do poder - o que é saudável - reclamou que "Dilma saúda a mandioca, mas só fabrica pepino". Para ele, a Mãe do PAC virou a Mãe Dioca.
Mas a frase virou também motivo de piadinhas obtusas e boçais de quem não tem liberdade para rir. É o caso do deputado da bancada ruralista, Nilson Aparecido Leitão (PSDB-MT), que criou tumulto no plenário da Câmara, na quinta-feira, quando entre outras coisas impublicáveis declarou na tribuna:
- "Dilma está enfiando uma mandioca na população do Brasil com o fim da desoneração da folha de pagamentos".
- "Olha o baixo nível" - aparteou a deputada Jandira Feghali (PCdoB). No microfone, foi pedida a retirada das palavras de baixo calão dos registros oficiais. Chico Alencar (PSOL) concordou: "Nós criticamos esse governo desastroso, mas é preciso manter um patamar civilizatório para fazer críticas". Nilson, que é muito mais leitão do que aparecido, descambou para ofensas e insultos com tom raivoso que contaminou a mídia e as redes sociais.
Farinha pouca
Pobre patriazinha tão pobrinha, como cantou o poetinha. Pobre país (des) governado por lambanceiros, cujos líderes despreparados são do naipe de Sibá Machado (PT-AC) e José Guimarães (PT-CE), que enfrentam uma oposição formada por leitões, aparecidos, aécios, caiados, agripinos, cunhas et caterva. Um lado não governa, o outro não sabe criticar nem cobrar, não consegue se articular como alternativa de poder. Afinal, o que foi que Dilma disse para fazerem tanta farofa com tão pouca farinha? Vejamos o contexto, que é o que dá significado ao que falamos.
Na cerimônia de abertura do evento, ocorreram danças rituais indígenas.  Dilma, depois de benzida por um pajé, discursou: "Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação e aqui nós temos uma, como também os índios têm a deles". Foi aí que citou a mandioca, destacando os saberes dos índios na sua produção e "a capacidade de ter na natureza não aquela a quem se subjuga e explora, mas uma relação fraterna de quem sabe que é dessa relação que nasce nossa sobrevivência".
- Dilma é a nefelibata da mandioca - berrou Reinaldo Azevedo em sua coluna do GLOBO. Com uma ignorância supina sobre o tema, arrotou seus preconceitos, querendo ser engraçado: "Um índio que estivesse com a cara cheia de cauim, a bebida de mandioca fermentada que deixava os índios doidões, não teria produzido nada melhor".
Afinal, de quê e de quem estão rindo a oposição e seus escribas quando Dilma reconhece a mandioca como "uma das maiores conquistas do Brasil"? Embora eu preferisse que ela reconhecesse as terras indígenas, sem a qual os índios nada podem plantar, admito que no que ao aipim se refere, a presidente tem razão.
Aipim domesticado
Encharcado de leituras, dei em 1983 uma aula de História Indígena na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O tema: a mandioca domesticada pelos índios por volta de 7.000 a.C. segundo o arqueólogo Donald Lathrap (1927-1990) que fala em uma "civilização da mandioca". Sem citá-lo, certamente nem conhece seu livro, Dilma se limitou a dizer o que este arqueólogo da Universidade de Berkeley afirma em seu livro "The Upper Amazon" (pg.57). Durante milênios, através de experimentos genéticos, os índios diversificaram a espécie. Só na região do Uapés (AM), entre os Tukano, a antropóloga Janete Chernella (1986) identificou 137 cultivares diferentes, algumas ignoradas pelas universidades, diz o agrônomo Pieter Van der Veld.
Na aula, falei sobre os saberes relacionados à preservação, controle e técnicas de cultivo e extração do veneno da mandioca brava que vêm sendo transmitidos eficazmente pelos horticultores indígenas através da tradição oral. Informei que a mandioca, junto com o milho e o arroz, é uma grande fonte de carboidratos nos trópicos. Até ai, tudo bem. Mas quando comecei a descrever como se produzia a farinha, um aluno me interrompeu:
- Desculpa, professor, mas não é bem assim!
Respondi que minha aula se apoiava em livros - citei alguns - lidos durante o curso de doutorado na França e perguntei em qual bibliografia ele se baseava.
- Não é em livro não. Durante muitos anos, eu fabriquei farinha no Distrito de Pedras, município de Barreirinha, antes de vir pra Manaus  - ele disse.
Entreguei-lhe imediatamente o giz, trocamos de lugar e assisti uma senhora aula. No final, aplaudido pelos colegas, ele disse que em sua escolaridade tardia essa tinha sido a única vez em que sua experiência e os conhecimentos daí decorrentes foram valorizados. É que a escola ignora tais saberes e acaba formatando leitões, aparecidos e nefelibatas como Reinaldo Azevedo, que muito ganhariam se tivessem sido alfabetizados por dona Filoca, hoje nome do Posto de Saúde em Pedras.
Essa ignorância pode levar à morte como ocorreu em abril de 1985 com uma criança na bairro Vila Nova, na periferia de Porto Alegre, intoxicada com mais quinze pessoas por haverem comido mandioca furtada de uma horta. O então secretário de Saúde, Germano Bonow, informou que “todas as semanas há casos de intoxicação provocada pela ingestão de mandioca, por pessoas incapazes de distingui-la do aipim”.
Pensamento selvagem
Esse episódio evidencia a quebra de elos na cadeia de transmissão oral e revela como, em consequência, a sociedade brasileira deixou de se apropriar de um saber milenar, útil para a sua sobrevivência, sem que a escrita substituísse essas funções para amplos setores da sociedade nacional. Mas a pedagogia da oralidade continua funcionando no interior das sociedades indígenas.
Já a apropriação do saber indígena  pela atual sociedade brasileira tem sido obstaculizada pela ignorância, o despreparo e até mesmo o desprezo mantido em relação às línguas e cultura indígenas. O preconceito etnocêntrico não nos tem permitido usufruir desse legado cultural acumulado durante milênios e acabou intoxicando leitões e aparecidos. Os formadores de opinião estão encharcados da colonialidade e não tem tempo nem interesse de ler sobre os temas relacionados ao objeto de suas opiniões.
Lévi-Strauss em O Pensamento Selvagem chama a atenção para o fato de que muitos erros teriam sido evitados se o colonizador tivesse confiado nas taxonomias indígenas em lugar de improvisar outras não tão adequadas. O riso boçal e raivoso é, portanto, fruto da ignorância que não ajuda a conhecer o país e a melhorar as condições de vida de quem nele vive. L.F. Veríssimo faz uma distinção entre, de um lado "um antipetismo justificável dado os desmandos do próprio PT" e de outro, "um ódio que ultrapassa a razão" e que "está no DNA  da classe dominante brasileira".
Na tentativa de entender os leitões aparecidos que reproduzem no cenário político a metodologia discursiva do embate Adriana Esteves x Glória Pires na telenovela Babilônia, deixo duas questões para o leitor meditar:
1. A mídia e frequentadores das redes sociais que debocharam de Dilma, fariam o mesmo se Aécio Neves fosse o autor da apologia da mandioca? Tais críticos são livres para gozar as presepadas de Aécio Neves, construtor de aeroportos e fiscal do governo venezuelano?
2. A própria Dilma seria insultada se em discurso no congresso da Confederação Nacional da Agricultura, tendo ao lado sua ministra Kátia Abreu, substituísse a palavra mandioca por soja ou por trigo plantados pelo agronegócio, considerando-os como uma das maiores conquistas do Brasil?
Nas respostas dadas está a chave para entender porque os leitões não são capazes de cantar o carimbó do Pinduca, nem de preparar, sem se envenenar, uma maniçoba completa com folha de maniva, charque, toucinho, mocotó, costela, paio, chouriço, orelha e rabo de leitão.
P.S. - Referências bibliográficas
1. Agência O Estado de São Paulo: “Famílias famintas comem raiz mortal”. A CRÍTICA, Manaus, 26 de abril de 1985.
2. LATHRAP, Donald W.: “The Upper Amazon"" . Southampton: The Camelot Press Ltd. 1970. (Cap. III – “Tropical Forest Culture”).
3. CHERNELLA, Janet M.: “Os cultivares de mandioca na área do Uaupés (Tukano)” in Suma Etnológica Brasileira. Edição atualizada do Handbook of South América Indians. Coordenação Berta G. Ribeiro. Vol. 1 – Etnobiologia, Petrópolis. Vozes. 1986. p. 151 a 158.
4. VAN DER VELD, Pieter. Bate-papo na Escola Tuyuka Utapinopona, depois da  oficina de formação de agentes agroflorestais indígenas ministrada por Renato Gavazzi que continuou na 1ª Oficina de História Tuyuka. Instituto Socioambiental. Aldeia Poani , Rio Tiquié 2004.
5. PEREIRA, Maria de Meneses.  " Plantas tóxicas: determinação de cianeto em amostras de farinha de mandioca (Manihot esculenta Cranstz) produzidas e/ou comercializadas em Manaus, AM. Dissertação de Mestrado em Química. Universidade Federal do Amazonas. 1997, orientada pelo dr. João Ferreira Galvão.

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33 Comentário(s)

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Ernesto Kramer comentou:
06/03/2020
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Ana Gabriela Terena comentou:
06/03/2020
Conversei com meu filho hoje, durante o jantar, sobre a domesticação da mandioca. Ele agradeceu o purê de mandioca com agrião, e eu disse que devíamos agradecimentos aos povos indígenas. E que belo texto pra ser usado em sala de aula no ensino médio, pra falar de colonização e colonialidade do saber, e seus efeitos sobre a sociedade e a política brasileira. Salve José Bessa!
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Eliana Souza comentou:
06/03/2020
Texto primoroso do Prof. José Bessa
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Eunice Dias De Paula comentou:
05/03/2020
E as pessoas se apropriam dos conhecimentos milenares dos povos indígenas sem reconhecer a enorme contribuição deles para a nossa culinária. A tapioca e o pão de queijo não seriam possíveis sem as técnicas de produção do polvilho extraído da mandioca desenvolvidas pelos povos indígenas!
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Rosa Helena Mendonça (via FB) comentou:
18/12/2016
Rosa Helena Mendonça Ao vencedor as mandiocas... Ótima crônica, como sempre! Compartilho!
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Carlos Augusto Valdetaro da Cunha (via FB) comentou:
18/12/2016
Adoro! A familia da Dona Lídia, já está colhendo em Maricá
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Elisa Machado (via FB) comentou:
18/12/2016
Grande professor Bessa. Quem nos dera se mais brasileiros lessem esse texto. E viva a mandioca.
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Anne comentou:
30/06/2015
Que aulão, Bessa! Devo dizer que como brasileira adotiva nunca deixei de me admirar da inteligência superior que foi capaz de fazer de um veneno mortal um alimento sadio e accessível a todos. Quem sabe, esta inteligência foi a de uma mulher sapiens, outra expressão da Dilma que suscitou um diluvio de gozações na nossa imprensa movida a ignorância e ódio social. Aproveito para repassar a referência de uma palestra notável sobre a simbologia do condomínio nesta sociedade onde pontificam (ainda) muitos abestalhados que se acham o supra sumo da intelligentsia nacional.: https://www.youtube.com/watch?v=9mUmZQ6o8mk. Não percam!
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Gláucia Mendonça comentou:
30/06/2015
Manda teu artigo pro infeliz do Merval Pereira que ainda hoje (30/6), em sua coluna no jornal THE GLOBE está achando que a menção à mandioca é produto da ignorância da presidente. Há três dias que o Chico Caruso vem no mesmo jornal mostrando sua alma de vira-lata com charges da Estátua da Liberdade segurando uma mandioca.
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Lorena comentou:
30/06/2015
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Ieda Oliveira Montardo (via FB) comentou:
29/06/2015
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Ana Carla Bruno comentou:
29/06/2015
Parabens José Bessa!!!!!Muito criativo e sarcastico o texto!!! Abraços
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Eliene Amorim de Almeida comentou:
29/06/2015
Bessa, como sempre suas crônicas, são fantásticas.
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Elaize Farias (via FB) comentou:
29/06/2015
Mais um texto impagável do José Bessa. A melhor abordagem sobre o tema da "mandioca" que ocupou a mídia semana passada. Como bônus, abrir com música do Pinduca foi ideia genial.
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ciro jose sahairo xavante comentou:
29/06/2015
Qual e a graça, a Presidente Dilma discurso sobre mandioca, sim e a dieta dos povos indígenas do Brasil, mas falta citar os nomes dos povos indígenas que se alimentarmos diariamente.
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Ranulfo Lopes comentou:
29/06/2015
Aécio Neves Cunha e os Processos Criminais no TJMG O Estadão - Domingo - 28.06.2015 Aécio é réu em 14 processos criminais no TJMG por peculato, corrupção e desvio de dinheiro público para obra de dois aeroportos ilegais nas fazenda de familiares e desvio de oito bilhões de reais da saúde em propagandas nos jornais da família O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública na Justiça cobrando do governo do Estado o repasse de R$ 14,2 bilhões para a área de saúde. Segundo a Procuradoria da República em Minas, este é o montante que deixou de ser investido entre 2003 e 2012 nos governos dos tucanos Aécio Neves e Antonio Augusto Anastasia - atualmente senadores - em descumprimento à Emenda Constitucional 29, que obriga aplicação mínima de 12% do orçamento na área.
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Tarcisio Lage comentou:
29/06/2015
Gostei dom Bessa! Mas a companheira Dilma precisa aprender a falar na ordem direta - sujeito, verbo e complemento. Os abutres da imprensa não brincam em serviço e são capazes ate de devorar mandioca, pensando que é carniça. Contato de Tarcisio Lage
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Marianna Kutassy comentou:
29/06/2015
bravo, Bessa! Contrabalançar humor e sensibilidade, crítica e conhecimento é para poucos!
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Felipe Lindoso (Blog Zagaia) comentou:
28/06/2015
Lembro que em 2009 fui à Conferência Nacional de Cultura, em Brasília. No encerramento, o Lula discursou e depois falou a Dilma, ainda não candidata oficial mas já “ungida” pelo Lula. No discurso ela danou de chamar o público (todos presentes na Conferência) de “Congressistas”. Até que o Lula não guentou mais e interrompeu: “Dilminha, eles são delegados. Os congressistas estão lá no Congresso”. Quando contei a história em casa, comentei: “Vai ser dureza”. De fato, a oratória não é uma das virtudes da Presidenta, e já fizeram muitas piadas com isso. Mas, na semana passada, ela acertou, ao louvar a mandioca. Nem é preciso ser antropólogo. Alguém que seja relativamente informado sabe que as Américas foram berço de duas grandes culturas alimentares: a do milho e a da mandioca. Isso sem falar da batata, que já salvou a fome da Europa no século XIX. Assim que foi de uma estupidez e ignorância atrozes as críticas que fizeram à Dilma pelo discurso na abertura dos jogos indígenas. O Bessa, que sabe contar histórias melhor que eu, tem a palavra. (Mas também ela podia ter passado sem a “mulher sapiens”. Essa foi mesmo bola fora.http://www.zagaia.blog.br/?p=461
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Dario Coelho Neto comentou:
02/02/2020
Não sei se é maranhense, como eu. José Ribamar, é difícil que não seja...Mas também pode ser paraense, porque conhece maniçoba, Pinduca... O certo é que achei muito bom o que escreveu.Não foi dez, a meu ver, porque escreveu há quase quatro anos!! Fosse hoje, depois de tantos acontecidos, não teria sido nem um pouco azedo com a minha presidentA!!
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Felipe Lindoso comentou:
28/06/2015
Lembro que em 2009 fui à Conferência Nacional de Cultura, em Brasília. No encerramento, o Lula discursou e depois falou a Dilma, ainda não candidata oficial mas já “ungida” pelo Lula. No discurso ela danou de chamar o público (todos presentes na Conferência) de “Congressistas”. Até que o Lula não guentou mais e interrompeu: “Dilminha, eles são delegados. Os congressistas estão lá no Congresso”. Quando contei a história em casa, comentei: “Vai ser dureza”. De fato, a oratória não é uma das virtudes da Presidenta, e já fizeram muitas piadas com isso. Mas, na semana passada, ela acertou, ao louvar a mandioca. Nem é preciso ser antropólogo. Alguém que seja relativamente informado sabe que as Américas foram berço de duas grandes culturas alimentares: a do milho e a da mandioca. Isso sem falar da batata, que já salvou a fome da Europa no século XIX. Assim que foi de uma estupidez e ignorância atrozes as críticas que fizeram à Dilma pelo discurso na abertura dos jogos indígenas. O Bessa, que sabe contar histórias melhor que eu, tem a palavra. (Mas também ela podia ter passado sem a “mulher sapiens”. Essa foi mesmo bola fora.
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Andre comentou:
28/06/2015
A mandioca e dos amerindios das florestas, nao e do Braisle; a mandioca e uma conquista de miles de anos antes da chegada dos portugeses que se apoderaron das tierras que hoje fazem o Brasil da presidenta aqui esta o erro da Dilma!
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eliana comentou:
28/06/2015
Adorei só o drbessa pra fazer uma crítica dessa
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M.de M.Foucher comentou:
28/06/2015
Eu não quero entrar nos cordoes dos puxa-sacos, mas meu mano-camarada é porreta demais! Relato aqui pra vocês que eu e o mestre José Bessa quando discutíamos sobre qualquer tema, nossas filhas sempre pensavam que íamos pra porrada! Sempre um criticava o outro! Temos o mesmo defeito do ser provocador, todavia, nosso único objeto era o prazer de prolongar a conversa e sempre tomando no final, uma boa cachaça envelhecida, um bom pisco ou uma l'eau de vie "poire" . Nossa sede de saber é grande demais, gostamos até hoje de aprender um com o outro e com os outros. O mestre Bessa foi um estudioso da filosofia, da historia da amazônia, da sociologia, antropologia. Aqui em Paris a gente ia para as livrarias para ler as novidades e para as bibliotecas consultar tudo que havia sobre a Amazônia. Nao faziamos os mesmos estudos eu era da area de geografia e economia. mas terminei influenciada por ele indo assistir as aulas de Levi Strauss no Colegio de France, assistir os cursos de historia de Romano e assistir antropologia com M.Godelier entre outros. Esse caboco "suburucu" tem o dom de contador de historia e tem o dom formidável da hermenêutica. O que eu lia eu nunca conseguia resumir com a mesma riqueza. Esse cara fazia qualquer pessoa de seu círculo de relações a ter a curiosidade de de ler sobre o tema que ele relatava tao bem....Quando leio suas crônicas aqui em Paris eu mergulho na saudade e digo OBRIGADA meu mano por ter atrasado minha tese de doutorado lendo tudo que nao era de minha area. Obrigada por ter pego milhões de esculhambação de Romano por tua causa e ter mudado minha tese, quando na época eu estudava a renda da terra...E Romano disse que eu queria impor um conceito para Amazônia que era impossível etc. Voltando a mandioca nunca vi tanta imbecilidade e bobagens escritas nos jornais chamado da grande imprensa brasileira. Quem puder mandar essa crônica para esses jornalistas eu agradeceria!!!!!
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TEREZINHA JURACI comentou:
28/06/2015
òtima crônica, Bessa, como sempre.. Sou sua fã!!
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Otávio Coutinho (via FB) comentou:
28/06/2015
De fato, quando se retira do seu contexto, as coisas começam a perder o seu sentido. Contudo, enxergo algo mais que todo esse jogo de retóricas, de dentro e de fora do governo, inclusive da oposição (oposição? Isso? Oponho-me!). Procuro decifrar o papel que cada um se presta a representar neste cenário. Porque assim não são as coisas como me parecem ser (ou me fazem parecer). Debochar das forças oficiais é uma qualidade* do brasileiro. Foi assim com os portugueses, com os militares. Agora, o PT que se aguente. Debochamos da dor sofrida pelos 7x1. Há povos que praguejam. Nós debochamos. --------- * - não importando se isso é bom ou ruim
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Ana Stanislaw comentou:
27/06/2015
Parabéns, Bessa!! É isso mesmo. Lamentável o comportamento desses representantes da nossa sociedade. O Aécio e seus asseclas perderam as eleições e deveriam aceitar isso. Com tantos motivos para ser investigado, Aécio conseguiu escapar e "milagrosamente", com a ficha mais suja do que pau de galinheiro, ele ainda conseguiu se candidatar para presidente. Êê, Brazil!!! Só você para colocar o pingo no i da mandioca e defender os saberes indígenas. Viva a mandioca, viva o Bessa, que aliás, o cara é bom, bom à BESSA!!
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27/06/2015
Lembrou-me uma brincadeira de criança. Na década de 70 chegou a nossa casa um tipiti trazido por minha irmã que foi ao Amapá participar do Projeto Rondon. Brincamos muito com ele colocando um braço dentro da palha enlaçada enquanto outros puxavam, como num cabo de guerra, era resistente e durou muito. Na década de 90 fui ao Amazonas e pude observar com que maestria os índios colocavam em seu interior a mandioca e puxavam com o pés, espremendo até formar o liquido do tucupi numa vasilha e colocavam a mandioca na chapa para assar a farinha. Maravilhosa aprendizagem! Mas, a maioria dos políticos brasileiros são péssimos. As pessoas que pretendessem ocupar um cargo eletivo a nível nacional deveriam conhecer efetivamente nosso país e suas diversidades, talvez assim houvesse mais respeito entre eles e para com a população. Porque só vemos a maioria defendendo seus interesses particulares. Contato de sandra de almeida figueira
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Patricia Paula comentou:
27/06/2015
DISSE TUDO. Depois disso, nao tenho mais nada a acrescentar
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Weber comentou:
27/06/2015
O colonizado é uma merda, mesmo que tenha grau de doutor.
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Jandir Ipiranga Jr comentou:
27/06/2015
A mandioca é nossa ... a ha u hú \o/\o/\o/
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Togo Meirelles (via FB) comentou:
27/06/2015
Muito bom o seu texto Bessa, excelente argumentacao, eu concordo plenamente com tudo que voce expos! So tenho a aplaudir!!!
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Aurelio Michilles comentou:
27/06/2015
Aurelio Michiles É isso mesmo Bessa # Foi difundido como uma piada...mas a mandioca é uma das contribuições mais extraordinárias dos povos indigenas...Possui sais minerais (cálcio, ferro e fósforo) e vitaminas do Complexo B. Hoje, o cultivo da mandioca é de enorme importância econômica como principal fonte de carboidratos para milhões de pessoas. O Brasil possui aproximadamente dois milhões de hectares é um dos maiores produtores mundiais, com produção 23 milhões de toneladas. A variedade de produtos feitos da mandioca...doces, salgados, alcoólico...é enorme...Basta citar uma delas, muito na moda nos dias de hoje: TAPIOCA.
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