Autor: JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE
Local da Publicação: PERUGIA, QUADERNI DI THULE, 2009
O artigo sobre Stradelli foi publicado na íntegra no Quaderni di Thule, Rivista Italiana di Studi Americanistici, depois de apresentado na sessão "Lingue e problemi linguistici dell´America Indigena" .
No final do século XIX, a função social e a importância do Nheengatu na Amazônia levaram vários tupinólogos a estudá-la, fascinados pela literatura oral que veiculava. Um deles foi o Conde Ermanno Stradelli (1852-1926), que viveu 43 anos na região. Elaborou um dicionário Nheengatu-Português e Português-Nheengatu, coletou e publicou narrativas míticas e inúmeros textos em jornais e revistas especializadas da Itália e do Brasil. O Nheengatu, conhecido também como Língua Geral Amazônica (LGA), foi declarado, em 2002, língua co-oficial do município de São Gabriel da Cachoeira (Am). Pretendemos discutir aqui as políticas que contribuíram para o destino dessa e de centenas de línguas amazônicas, bem como refletir sobre a literatura oral coletada por Stradelli, destacando o seu valor como portadora de etnoconhecimentos, como lugar de memória e como patrimônio imaterial.