O Centro Studi Americanistici ´Circolo Amerindiano´ reúne todos os anos, em um congresso internacional, estudiosos de diferentes continentes para discutir e acompanhar as pesquisas sobre as culturas americanas em diversos campos do saber: antropologia, história, arqueologia, etnobotânica, lingüística, literatura, museologia. Nessa ocasião, os participantes do congresso têm a oportunidade de estabelecer um diálogo interdisciplinar, além de conhecer a biblioteca especializada, o acervo de documentação audiovisual, as coleções etnográficas e a revista semestral do ‘Circolo Amerindiano´.
Neste ano, o XXX Convegno Internazionale di Americanistica realizado de 6 a 12 de maio, em Perugia, contou com o apoio acadêmico de vários centros de pesquisa de diferentes universidades, entre os quais a Universidad Nacional Autónoma de México e várias universidades italianas: de Siena, de Roma, de Salerno e de Perugia, além do patrocínio de diferentes embaixadas de países americanos na Itália. Reuniu aproximadamente 200 estudiosos em 23 sessões ou painéis organizados por tópicos sem ter, contudo, um eixo temático central que os articulasse.
Uma questão relevante que atravessou várias sessões foi objeto central de reflexão de um dos painéis dedicado ao debate sobre a construção de identidades na América Latina, a etnicidade, o hibridismo, o processo de mestiçagem e as identidades nacionais (Etnici, ibridi, meticci. Dinamiche di potere e construzione delle identitá in América Latina). Ela esteve presente em algumas comunicações de sessões em diferentes campos temáticos: Antropologia Médica no continente americano, Etnobotânica nas Américas, Migrações e percursos de identidade, alimentação e cultura na América Indígena, Antropologia da globalização.
Duas sessões foram dedicadas exclusivamente à Amazônia indígena. Elas foram organizadas por Gerardo Bamonte, da Universidade de Roma e por Paride Bolletin, da Universidade de Perugia. Na busca para entender a região, pesquisadores de vários países amazônicos – brasileiros, equatorianos, peruanos, venezuelanos, colombianos – ao lado de estudiosos europeus, deram suas contribuições, partindo de diferentes campos do saber. Cabe destacar aqui o debate em torno da oralidade e do impacto da escrita sobre os povos indígenas da pan-amazônia, com a explicitação de alguns conceitos e categorias necessários para pensar essa problemática.
A comunicação sobre Stradelli foi apresentada na sessão "Lingue e problemi linguistici dell´America Indigena" cujo resumo foi assim apresentado no Abstract degli interventi (p.32):
Lingue e problemi linguistici dell’America indigena, coordinatori Luciano Giannelli – Marina Magnanini (Centro Interdipartimentale di Studi sull’America Indigena (Cisai), Università degli Studi di Siena, Italia)
José Ribamar Bessa Freire (Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) − Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio- Brasil): Stradelli, Nheengatu e literatura oral do Rio Negro (Am, Brasil): língua, memória e patrimônio.