CRÔNICAS

O Caboco Tranca-Rua ataca o Taquiprati

Em: 14 de Setembro de 2008 Visualizações: 9639
O Caboco Tranca-Rua ataca o Taquiprati

A coluna onde comento o último debate entre os candidatos a prefeito será publicada amanhã, segunda-feira. Hoje, democraticamente, cedo o espaço ao Caboco Tranca-Rua, Djalma Castelo Branco, que enviou um texto ao Diário do Amazonas, solicitando o direito de resposta. Ele ficou conhecido por esse nome, sem qualquer relação com entidades religiosas. 

Minhas convicções democráticas me levaram a sugerir ao Cirilo Anunciação que o publique nesse espaço. Como estou com a maior moral aqui nesse Diário, minha sugestão foi acatada. Aproveito também, sem que me fosse feita qualquer solicitação nesse sentido, para publicar a carta do Tranca-Rua aqui no meu site. O texto é uma fotografia dele, tão fiel, tão escarrada e cuspida, que os leitores que não tem acesso ao jornal merecem lê-lo. No entanto, os leitores aguardem: no próximo domingo, darei uma resposta.

O Tranca-Rua ameaçou me processar. Vai ter que abrir duzentos processos contra esse escriba. Pode vir quente que eu estou fervendo – como diria a Jovem Guarda. Até amanhã e até domingo.

José R. Bessa Freire

CARTA DO CABOCO TRANCA-RUA

Na coluna "Taqui Pra Ti" da edição de 31 de agosto, domingo, deste jornal, o senhor que atende pelo nome de José Ribamar Bessa Freire, o "Babá", exercita o antijornalismo, atropela normas de conduta que qualquer profissional da área comprometido com a ética e com a informação correta adota para realizar um trabalho isento, ao acolher como verdadeiras denúncias contra a minha pessoa.

Não satisfeito, calunia-me, tenta me difamar, chamando-me de "forasteiro", desprezando toda a minha história de vida como cidadão cumpridor de seus deveres e empresário comprometido com o comércio e com a economia de nossa cidade. Esse senhor, que se diz professor de Jornalismo, ignora regras básicas da profissão, transmitidas a qualquer calouro em seus primeiros dias em sala de aula, segundo as quais não se deve ouvir somente uma versão.

O direito de defesa, o direito ao contraditório, é sagrado e, como tal, deve ser seguido. Aos que tiveram esse senhor como professor na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é bom seguir a velha máxima do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", porque o que ele ensina como intelectual encadernado, que reproduz o que decora, não exercita na profissão, mandando a ética, a verdade, a isenção, o compromisso com o leitor às favas. Como jornalista, "Babá" tem se caracterizado como um caluniador contumaz, daqueles que compram briga aqui e acolá pelo puro prazer de saciar seus instintos bestiais.

A respeito da polêmica envolvendo a disputa de um área na avenida Torquato Tapajós, que me pertence legalmente - assunto da coluna citada - quero  deixar claro que, se tem alguém que pode ser chamado de vítima nesse processo, sou eu. Brigo pelos meus direitos, como todo cidadão de bem que não aceita se sentir usurpado.

Chamar de forasteiro um caboclo nascido em Paiuni, no nosso Amazonas, que se destaca empresarialmente como um dos maiores importadores do Estado, é querer tripudiar sobre cidadãos de bem. Somente um canalha pode agir assim. Jamais um profissional que prima pelo bom exercício da profissão poderia fazer alegações desprovidas de qualquer lastro de verdade. A ausência de acuidade e zelo à procedência da informação não favorece ao subscritor da matéria que me assacou injustas ofensas. 

Não vou admitir na minha terra que criminosos sejam acobertados pelo poder público municipal, como se fossem santinhos. Eu quero que esse poder público saia da passividade e tome a atitude correta e enérgica, como o fizeram os Juízes Estaduais Dra. Simone e o Dr. Jomar Saunier. A primeira concedeu a liminar de atentado. O segundo confirmou a medida de retirada dos postes instalados sem autorização da Justiça, em terreno de minha propriedade.

É lamentável que a promiscuidade do poder público ainda ressuscite um ato de desapropriação caduco e fajuto, uma vez que jamais ajuizaram qualquer ação de desapropriação direta, no prazo legal, como aludido no Decreto-Lei 3.365, de 21 de junho de 1941. Dizem ser dono da área sem jamais me indenizarem. Esse festejado Decreto 1.680/93 nem sequer menciona meu nome, o que reforça o propósito dessa ilegal e incompetente desapropriação. A mentira tem pernas curtas.

Conheço meus direitos e, quem me conhece, sabe que não admito injustiça com ninguém, principalmente com aquilo que é meu, conseguido com o suor do meu trabalho e não da forma estelionatária e grileira. Meu nome está registrado como proprietário da rua até hoje. Os documentos ficam aqui na redação para quem quiser ver.

Esse decreto é uma palhaçada. Vivemos numa "terra de muro baixo", como diz o, digamos assim, jornalista Ribamar Bessa, porque aqui há quem admita acobertar criminosos que tramitam livremente como se fossem benfeitores da sociedade manauara. Essa empresa Energia Participação, que está registrada num condomínio de luxo, não gera riquezas; é obra de fachada. Basta sair da inércia e cumprir a lei. Como pode haver utilidade pública quando se trata de uma rua sem saída e sem nenhuma família morando nas proximidades?

Essa rua serve unicamente como via de acesso a minha propriedade. A palavra serventia está na lei e, com certeza, me ampara. Quem quiser criar seu bode, que paste no meu pasto somente com minha autorização, e não saia por aí grilando coisa que não lhe pertence. Eu sou amazonense e não admito que chamem minha terra de muro baixo, principalmente o canalha dessa coluna que mora fora de Manaus, em Icaraí, Niterói, no Rio, e está tomando o espaço de bons profissionais que cumprem a sua obrigação de informar a verdade, e aqui estão batalhando.

É, pessoal, o "boca suja", o digamos assim, José Ribamar Bessa, não mora em Manaus. É mais um forasteiro que vive da mentira e pratica a imprensa marrom, uma figura perniciosa que quer se aproveitar do sensacionalismo e esquece de verificar suas fontes. O direito de informação não é absoluto. É vedada a divulgação de notícias falaciosas, que exponham indevidamente a intimidade ou acarretem danos à honra e à imagem dos indivíduos. Você vai ter que provar o que falou.

Eu sou enérgico como qualquer pessoa que se sinta agredida no seu direito. A saber, o que está acontecendo nessa "terra de muro baixo" é que o senhor dá guarida a mais uma pessoa que se aproveita do espaço de jornal para assacar mentiras. Eu acredito na Justiça, por isso que recorro sempre a ela na defesa de meus direitos. Vou te processar. Quero que proves, seu canalha covarde, tudo que dissestes a meu respeito.  Seu escroque, tu vais ter que vir aqui em Manaus para dar explicações à Justiça.

Forasteira é essa Elisa que invadiu minha propriedade, causando-me grande prejuízo econômico, sob a falsa alegação de que eu estava produzindo dano ecológico e degradação ambiental ao ambiente. Foi processada e condenada em todas as instâncias. Tudo foi provado. Eu tenho certeza, e a sociedade manaura também, que dom Luiz não saiu degradando o terreno da Arquidiocese antes de me vender.

Conheço a Constituição do meu País de cabo a rabo. Estou brigando para fazer valer direitos líquidos e certos. Só para se ter uma idéia, nessa declaração de intenção de desapropriação consta que está submetido a pagamento de indenização, porém nunca me foi pago um tostão. Quanto ao senhor Roberto de Almeida Barreto, que se diz proprietário do meu terreno, a Justiça saberá agir para fazer valer os direitos de quem realmente os tem.

Eu, amazonense da gema, não vou admitir que venham tomar no "tapetão" o que me pertence há mais de 20 anos. A rua foi criada com o meu suor. Eu a asfaltei e sempre a protegi. Exerci o meu direito de proprietário. Demoli o que havia sido feito porque estava acobertado por ordem judicial. Essas famílias que eles dizem existir naquele local jamais existiram. Ali, o município nunca colocou sequer uma lambida de asfalto, muito menos um poste de acariquara para passar a luz, porque nada ali lhe pertence. Se aceitarmos que crimes como esse sejam cometidos contra o cidadão, daqui a pouco nós vamos admitir que a garagem da sua casa seja desapropriada para serventia dos vizinhos que não construíram as suas garagens, em prol da comunidade.

Lugar de quadrilha é na cadeia. Estou indignado, e tenho o direito de estar indignado. A lei me faculta defender a posse, e não há crime em agir de forma enérgica por cumprimento de decisão judicial. A Prefeitura de Manaus não tem nada a ver com isso. Mas seus agentes públicos respondem pelo crime que causarem. Sou dono da rua que ninguém nunca veio ladrilhar, só ladrar.

  1. CABOCO TRANCA-RUA NU E CRU (21/09/2008) - http://www.taquiprati.com.br/cronica/65-caboco-trancarua-nu-e-cru
  2. CARTAS DE VÂNIA E MARILZA (17/09/2008) - http://www.taquiprati.com.br/cronica/66-cartas-de-v
  3. O CABOCO TRANCA-RUA ATACA (14/09/2008) - http://www.taquiprati.com.br/cronica/68-o-caboco-trancarua-ataca
  4. O CABOCO TRANCA-RUA (31/08/2008) -  http://www.taquiprati.com.br/cronica/70-o-caboco-trancarua

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