CRÔNICAS

A história de Izabel Garcia e a vassoura de piaçaba

Em: 01 de Outubro de 2017 Visualizações: 33409
A história de Izabel Garcia e a vassoura de piaçaba

“Em Rashomon vivia o diabo que de lá fugiu porque

 tinha medo dos homens” (Akira Kurosawa – 1950).

Ninguém ali naquela sala do prédio da Urca, no Rio, conhecia Izabel Garcia, ex-moradora do igarapé Poné. Nem mesmo Geraldo Andrello que perambulou anos pelo rio Negro e seus afluentes, observando o cotidiano dos índios do Uaupés. Só agora, setembro de 2017, é que o antropólogo Márcio Meira nos apresentou essa mulher que, no desespero, planejou se suicidar junto com os filhos. Mas sequer isso lhe foi permitido. O patrão dela, Diogo Gonçalves, dono da vida e da morte, se adiantou: estuprou-a, acorrentou-a ao tronco e mandou surrá-la até a morte, “libertando-a” do sofrimento.

O crime já prescreveu. Foi muito antes da recomendação de Maluf: “Estupra, mas não mata”. Durante três dias, em dezembro de 1914, o capanga - um tal “Feijoada”, açoitou Isabel com chicote de couro de peixe-boi. Seus gritos lancinantes aturdiam a floresta. Na madrugada do terceiro dia, fez-se um silêncio revelador. Um caboré agourento piou sobre o cadáver acorrentado que jazia ali numa poça de sangue, sendo embrulhado numa rede. Já com o sol alto, coveiros do sítio vizinho, ao desembrulharem, encontraram o corpo horrivelmente mutilado e desfigurado, conforme testemunhou Joana Maria.

Ainda jovem e com filhos, Izabel Garcia teve a identidade apagada antes de ser assassinada. Na documentação aparece como “índia genérica”, falante de nheengatu, podia ser de origem Aruak, Tukano ou Maku, descida à força dos rios Içana ou Xié para o barracão “Bom Futuro”, como tantas outras, inclusive meninas menores, escravizadas pelo seringalista Diogo Gonçalves, que explorava seu trabalho na roça e na cozinha e abusava sexualmente delas, prática corrente no Noroeste Amazônico, registrada, entre outros, por Stradelli e pelo etnógrafo Koch-Grunberg, em 1903. 

Queixa ao bispo

Segundo consta no processo aberto pelo delegado do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) do rio Marauiá, Abílio Camilo Fernandes, o assassino Diogo Gonçalves, natural da Galícia, truculento explorador de seringais e piaçabais no rio Negro, mantinha ali, apesar da idade já avançada, “um lupanar cheio de amantes”, todas elas índias. O documento enviado ao Chefe de Polícia do Amazonas revela as atrocidades:

... “Que actualmente Diogo Gonçalves tem, sob sua guarda, tristes infelizes quatro menores, provavelmente orphans, destinadas ao fadário synistro da prostituição, referindo aquela testemunha a maneira ascorosa, e com palavras livres, como Diogo Gonçalves costuma desvirginar as menores em tenra idade”. (Arquivo SPI – Museu do Índio/FUNAI, Cxa 54, planilha 378).

O documento encontrado por Márcio Meira revela antecedentes criminais do velho libidinoso, cruel e covarde, que em 1905 “acorrentou três de suas amantes e deflorou uma menor, arrancando-lhes o cabelo”. Logo depois, ele foi agraciado com o título de Capitão da Guarda Nacional. O delegado do SPI  desabafa:

Ora veja V. Excia. este nosso paiz é mesmo maravilhoso! Agalardoa-se um estranho [estrangeiro] ascoroso e quase analfabeto que uza ultrajar nossas irmãs menores!

Que país é esse? Abílio narra outros “crimes bárbaros” contra índias, algumas se queixam ao bispo do Amazonas, D. Frederico Costa, que em viagem pastoral pelo rio Negro, em 1908, visitou barracões de seringueiros e piaçabeiros. Em 20 de outubro foi recebido por Diogo “com modos alegres e francos” e um altar improvisado para a missa, mas em pleno ofertório o regatão tocou no gramofone cançoneta profana em espanhol. Foi repreendido pelo prelado. Uma índia riu. Quando o bispo foi embora, Diogo a espancou até sangrar e arrancou-lhe os cabelos, irritado por achar que ela estaria mangando dele.

O aviamento

Márcio Meira registra as barbaridades cometidas, mas considera que não foi apenas o caráter truculento de Diogo Gonçalves que o levou a praticar violências contra indígenas, sobretudo suas freguesas mulheres. O sentimento de impunidade contribuiu para tal prática generalizada. Dificilmente as denúncias chegavam em Manaus e, mesmo assim, eram logo abafadas. Policiais e juízes, quase sempre a serviço dos comerciantes, esqueciam, ocultavam ou arquivavam as queixas. Afinal, eram apenas índias.

- “Esses comerciantes sem probidade conseguem iludir a boa fé de muitos índios” – escreveu o bispo.

A improbidadade e truculência do regatão não foram irrelevantes, mas Meira destaca que “além do seu perfil individual”, havia “uma cultura de violência e terror intrínseca ao sistema de aviamento” dominante na Amazônia. Aliás, esse é o tema da tese, que é dedicada a Izabel Garcia: “A persistência do aviamento. Colonialismo e História Indígena no Noroeste Amazônico”, defendida na semana passada no Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO). 

A história de Isabel Garcia faz parte da análise da “longa duração” do aviamento - sistema de escambo a crédito com eterno endividamento, ainda hoje um fator estruturante da região. Para dar conta da rede hierárquica de dominação entre “patrões”e “fregueses”, Márcio Meira, pesquisador do Museu Goeldi, condensou trabalho de campo no Rio Negro desde 1985, com observações e entrevistas que realizou, entre outros com José Fonseca (Arapaço), Gracialino Fernandes (Tukano) e Milton Baltazar (Baré), cujas vozes foram integralmente incorporadas por sugestão do doutor Tonico Benites Avá Verá Arandu na banca de qualificação em 2015. 

Mingau teórico

O antropólogo Geraldo Andrello, membro da banca, destacou o refinamento e competência do etnógrafo e historiador na elaboração da tese, onde o trabalho de campo dialoga com farta documentação vasculhada no Arquivo do SPI, no Arquivo Público do Pará, no Arquivo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, no Arquivo Histórico Ultramarino (Cedeam) e no acervo do Museu Goeldi.  Os dados foram analisados com apoio dos teóricos do campo da memória social, entre os quais Ricoeur, quando discute o esquecimento reversível e o esquecimento definitivo por apagamento de rastro.

Para outro membro da banca, o historiador Flávio dos Santos Gomes, a tese foi feita com construção teórica cuidadosa, que permitiu ao autor fazer com liberdade e rigor acadêmico um excelente “mingau teórico”.  Trata-se de uma referência à entrevista feita por Márcio Meira para o censo demográfico do Rio Negro, nos anos 1990, quando indagou a identificação étnica de um dos entrevistados e recebeu como resposta: 

- Aqui somos todos “mingau”.

O uso da palavra “mingau” – escreve Meira – é indicativo dessa ambiguidade e hibridrez que vem de longo tempo e que traduz experiências de indianidade rearranjadas pela mistura de “ingredientes” ao longo do processo colonial.

- Este “mingau teórico”, por sua originalidade, deve ser apresentado ao Prêmio Capes para concorrer à melhor tese do ano – recomendou Vera Dodebei, doutora em Comunicação e Cultura.

Na arguição, o antropólogo Amir Geiger ponderou que Márcio Meira “escovou a história a contrapelo”, como propõe Walter Benjamin, mas por se tratar do Rio Negro, o fez com vassoura de piaçaba. Foi essa escovada que permitiu ouvir Izabel Garcia, aqui destacada, porque eu estava querendão, em nome de todos nós, especialmente de minhas nove irmãs amazonenses, cuspir e mijar, ainda que simbolicamente, nas sepulturas dos diogos gonçalves, como fizeram os cabanos, em 1835,  na cova do carrasco Lobo Souza. Peço desculpas a quem achar que não se chuta cachorro morto. É que esse tipo de cachorro não morre, sempre se recicla.

O rio Negro era a porta de Rashomon, de onde até o capiroto fugia por medo dos homens – homens? – que lá viviam. Graças a Márcio Meira, não esqueceremos Izabel Garcia e seus filhos. Teremos livro em breve.

P.S.1 – Márcio Augusto de Freitas Meira. “A Persistência do aviamento. Colonialismo e História Indígena no Noroeste Amazônico”. Tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em Memória Social. UNIRIO. Setembro de 2017. Banca: José R. Bessa (desorientador), Amir Geiger e Vera Dodebei (UNIRIO), Geraldo Andrello (UFSCar) e Flávio dos Santos Gomes (UFRJ). Gersen Baniwa (UFAM -suplente).

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30 Comentário(s)

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Daiane Ferreira (via FB) comentou:
03/10/2017
Quantos crimes como esse foram cometidos e apagados? Lembrá-lo é uma forma de combatê-lo. Fazei isso em memória de mim, como na missa. Parabéns ao novo doutor.
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Airton Chaves Rocha comentou:
03/10/2017
Registro impactante, memória que deve ser socializada para conhecimento do que ocorreu com indígenas nos seringais amazônicos e na pan-amazônia.
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Dilza Leal comentou:
02/10/2017
Excelente cronica. Quero ler o livro.
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Maria Joana Rodrigues comentou:
02/10/2017
E, meu caro Mestre, a cada dia que passa, percebo que não conheço nada sobre o Amazonas. É preciso que cada um de nós traga à tona as tristes e também as boas histórias da nossa Terra. Linda mulher! Essa sim é uma guerreira. Abraço
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Roni Filgueiras comentou:
02/10/2017
" É que esse tipo de cachorro não morre, sempre se recicla." Acachapante conclusão... vemos isso em BSB todo dia
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HANS ALFRED TREIN comentou:
02/10/2017
Caro Bessa, parabéns por essa crônica e por ter "(des)orientado" Marcio Meira. Também a ele o meu reconhecimento, pois conseguiu sobreviver à FUNAI e às pressões a que esteve submetido, justamente num período, em que os ruralistas anti-indígenas estavam intensificando seu anti-indigenismo. Talvez não seja demais lembrar que defender o marco temporal, como os anti-indígenas querem, significa exatamente passar uma borracha em todo esse passado de crueldades, expulsões e violências. Fico me perguntando, onde toda essa violência cometida está escondida, quando vai aflorar com grande estrondo e espanto de todos que desconhecem essas histórias ou acham que elas não poluíram a terra. O sangue de todos esses "Abéis" está clamando aos céus. Como poderá haver redenção e reconciliação nesta terra? Com muito respeito ao Bessa e ao Márcio, fico com abraços, Hans
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Elayne Castro comentou:
01/10/2017
Que horror! A crueldade da história nunca contada. Há alguns anos foi lançado uma série de livros conhecida como A Vida Cotidiana, a história sendo retratada nos detalhes antes escondidos. O Brasil ganhou um dos títulos desta série, mas só com referência ao tempo de Dom Pedro II, com certeza a época dos seringais merecia um bom livro revelador, imagine o que viria à tona. Obrigada Altino Machado, por compartilhar.! Não sabia desta triste história. Deus, quanto sofrimento!
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Renato Amram Athias comentou:
01/10/2017
Muito legal José Bessa e meus Parabéns ao Marcio Meira.... Uma vez um velho Tukano, muito amigo, me disse: As mulheres são as que mais andam em nossa região por onde você andar sempre vai mulheres de outros lugares. 'E uma verdade. Manduca,o Manuel de Albuquerque outro comerciante aviador e muito conhecido e Germano Garrido também lidou.... dizem tinham varias mulheres. Mas, talvez historia mais relatada entre os textos de antropólogos que trabalham sobre os índios do rio Negro, seja a da Elena Valero, acredito que ainda esteja viva.
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Gizelda Silveira comentou:
01/10/2017
envia essa história para a Glória Perez fazer um seriado.
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Marivan Lima Nobre Nobre comentou:
01/10/2017
Que coisa triste e macabra. Infelizmente não foi um fato isolado.
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Aurelio Junior comentou:
01/10/2017
Não há nada mais cruel que o próprio ser humano nesse planeta.
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Lelande Holanda comentou:
01/10/2017
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Francisco Barroso comentou:
01/10/2017
Essa é apenas uma das muitas atrocidades, a maioria oculta ou perdida na história, com os nossos irmãos indígenas. Esses fatos tem que ser divulgados para que a sociedade reflita sobre a maldade do ser humano e não cometa mais.
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comentou:
01/10/2017
Raymisson Mendes São fatos que ocorreram e que jamais teríamos conhecimento se não existissem pessoas tão dedicadas como vocês! Importantes para o Amazonas e para o país!
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Nelson Peixoto comentou:
01/10/2017
Sim, ainda nos anos 80, vi de perto a escravidão por débito no Lago de Coari e seus altos rios. Ouvi dizer de patrao que depois da festa da Santa, chamou a Polícia para embarcar os colocados à base de espingarda para forçá-los a entrar no batelão e levar de volta para novas investidas de exploração por aviamento.
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Maria José Silveira comentou:
01/10/2017
Mijar e cuspir na cova do cachorro parece pouco porque eles reciclam mesmo. O dia que você for lá, me chama, que vou contigo. .
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Jaína Fernandes comentou:
01/10/2017
Bom dia amigo. Só tenho que agradecer por todas as suas matérias, ou melhor, por este Blog que nos oportuniza aprender mais... Feliz domingo!
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Paulo Figueiredo comentou:
01/10/2017
Comovente, uma crônica que toca fundo em nossa alma cabocla, em nossas sofridas raízes amazônicas. Grande abraço, querido amigo.
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Geraldo Sá Peixoto Pinheiro comentou:
01/10/2017
Infelizmente a história das mulheres indígenas do Rio Negro, não fogem desse enredo! Até quando?
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Regina Abreu comentou:
01/10/2017
Bela tese! São trabalhos como este que nos fazem acreditar no nosso ofício de docentes e pesquisadores de um Programa em Memória Social. A memória é trabalho! A memória é pesquisa! A memória é redentora! Somos todas e todos Izabel Garcia e seus filhos! Não os esqueceremos, trabalharemos para honrar e fazer frutificar suas vidas, estas não foram em vão. Salve Marcio! Muita admiração por vc e por este trabalho super relevante para todos nós que acreditamos que o Brasil tem caminhos luminosos e que ainda vai ser de todas as Izabeis e de todos os seus filhos! Salve Bessa, camarada, amigo, colega da Memória Social!
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Felipe Lindoso comentou:
30/09/2017
Ótima crônica sobre a tese do Márcio. Na crônica, só estranhei uma coisa: seringais no uaupés? Não seriam castanheiros?
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Taquiprati comentou:
01/10/2017
Felipe, obrigado pela observação. Minha resposta se baseia na leitura da tese do Márcio e os dados foram retirados de lá. O Rio Negro nunca foi região importante na produção da borracha, mas sempre houve uma produção pequena. O pilantra do Diogo tinha uma “estrada” de borracha, de retirarava “três galões de gomma”. Lá ficava o barracão “Bom Futuro”, de sua propriedade, que ficava nas primeiras cachoeiras, na altura de Santa Isabel. Ele mantinha atividades nos seringais e piaçabais do rio Padauari, afluente da mg. Esquerda do Negro. O Oswaldo Cruz, diz Marcio Meira, em seu relatório sobre a situação médico-sanitária do vale do Amazonas em 1913, ou seja, já na fase final dos altos preços da goma, destacou o perfil indígena da mão de obra nos seringais do baixo Negro, ressaltando o regime de escravidão ali existente.
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Ana Stanislaw comentou:
30/09/2017
Linda e necessária tese! Parabéns ao Márcio Meira e ao Bessa por esse texto bem tecido. Que horror! Infelizmente, as violências contras as mulheres Indígenas continuam e muitos diogos Go estão prontos aí, cometendo crimes e barbaridades contras as mulheres e meninas Indígenas sem nenhuma punição. Que o livro seja publicado, divulgado, lido.
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José Marajó Varella comentou:
30/09/2017
A consciência coletiva de um povo não se extingue ainda que se queira apagar a memória. valeu Marcio Meira José Bessa obrigado.
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Fabiane Vinente comentou:
30/09/2017
Chocante. E os decendentes deste senhor continuam por lá, alguns na política local.
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Silvestre Silveira comentou:
30/09/2017
Tá com meia hora que o jornaleiro veio deixar o Diário do Amazonas ....A minha leitura matinal bem cedo vai ser o taquiprati , não perco um ....
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Aurelio Michiles comentou:
30/09/2017
É a historia plural de tantas "izabeis" escravizadas & mutiladas pelo sistema do aviamento amazônico - "escravidão do débito" (Rosa Luxemburgo).
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Marga Cerqueira comentou:
01/10/2017
Escravizada não só pelo sistema de aviamento amazônico, mas também pela animalidade do homem. Como o "senhor" dela existem milhares e milhares que fazem do corpo da mulher a retificação do poder. O estupro, a humilhação, o genocídio servem para saciar a instinto selvagem inato do homem.
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Nelson Sanjad comentou:
30/09/2017
E ainda tem gente que se refere à essa época como "Belle Époque".
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