CRÔNICAS

O juiz e a farinha do Uarini: tudo do mesmo saco

Em: 16 de Novembro de 2014 Visualizações: 40063
O juiz e a farinha do Uarini: tudo do mesmo saco
"Por favor, pare agora, senhor Juiz, pare agora"
Wanderlea
 
Quando tomei conhecimento da lambança do juiz que foi flagrado numa blitz no Rio dirigindo sem habilitação um carro sem placa e sem registro de licenciamento, telefonei para minhas irmãs em Manaus. São elas as narradoras oniscientes que me abastecem com as histórias do Bairro de Aparecida, em cujos becos cabe todo o universo. Tudo o que acontece e ainda vai acontecer no planeta, já ocorreu no Beco da Bosta, onde se vive um tempo mítico. O Beco contém o mundo e o infinito. Essa é que é a verdade.

- Maninha, como é o nome do teu ex-vizinho, marido da dona Albertina, que mandou prender a Leonor por causa da farinha do Uarini? 
- "Cachorrão" era o apelido. Já morreu faz tempo. Esqueci o nome dele, mas da história eu lembro - me disse a Dile.    
Consultei as outras irmãs. Nada. Nenhuma delas - são 9 - sabia o nome do "Cachorrão". Nem a Helena que tem memória de elefante. O cara era tão bostífero, mas tão bostífero que elas apagaram seu nome da memória. Nos anos 1950, ele serviu o Exército aquartelado no 27° Batalhão de Caçadores, hoje prédio do Colégio Militar. Lá dentro era um reles soldado e se borrava todo diante do grito do sargento, mas lá fora se sentia "o general", berrava e mugia, humilhava e agredia mulher, filhos e vizinhos civis.
Quando deu baixa, "Cachorrão" manteve o poder, porque trocou a farda verde-oliva pelo uniforme cáqui da Guarda Municipal de Parques e Jardins Com ela, vestido e investido de autoridade, continuou semeando terror nas ruas, vielas e becos do bairro, amparado em postura municipal que conferia atribuições aos guardinhas para "manter a ordem pública, impedir a prática de delitos e defender o patrimônio municipal".
Teste da farinha 
Uma dessas posturas proibiu "o teste da farinha" que a gente aprende desde criancinha quando ainda está engatinhando. Consiste em saborear a farinha, antes da compra, para ver se está bem torrada e crocante. É assim: a gente mete a mão no paneiro, enche-a de farinha e, de longe, lança tudo na boca com tal destreza que os grãos voam pelos ares, mas nenhum se perde. São todos abocanhados. Se nas Olimpíadas houvesse a modalidade de lançamento de farinha à distância, os amazonenses ganhariam todas, como os quenianos na Corrida Internacional de São Silvestre.
Por que proibir costume tão enraizado em nossa cultura que deixa embasbacado os que vêm de fora? Por puro preconceito. Acontece que na época Manaus detinha o maior índice de tuberculose no país, registrando 98,6 casos por 100 mil habitantes. Além disso, os leprosários do Aleixo e de Paricatuba acolhiam número crescente de portadores de hanseníase. Aí, um médico vindo de São Paulo se invocou que a farinha era crocante porque leprosos deixavam casquinhas dentro do paneiro. Fez campanha para proibir a prática.
Esse médico incompetente, traumatologista e ortopedista, não entendia chongas de epidemiologia e de saúde pública, nem muito menos de mandioca, achava que os bacilos de Hansen e de Koch eram transmitidos através da farinha manuseada, especialmente aquela fabricada no município de Uarini, feita de mandioca puba amarela, com caroços duros, granulados e uniformes. Saborosos. Convenceu os vereadores.
O truculento prefeito Stênio Neves assinou portaria em 1955, estabelecendo multas para vendedores cujos fregueses usassem a mão para provar farinha. O parágrafo "d" da portaria obrigava o uso de caneco nos mercados, feiras e bancas avulsas para evitar qualquer contato do produto com a pele do comprador. Para isso se baseou na Lei n° 132 de 15 de Junho de 1949 que criou a Guarda Municipal. Mas ninguém queria usar caneco.
Sobrou para a Leonor que tinha banca em frente à taberna do Armindo, na época modesta birosca de um só pavimento, mas hoje um arranha-céu de dois andares, quase uma multinacional da alimentação com o nome de Boteko da Fundação. É o nosso "Empire Shit Building", uma porta dando pra pracinha e duas para o beco que dominaria toda a 5ª Avenida, se Aparecida fosse Manhattan.
Mão no paneiro
Foi aí que o Cachorrão decidiu comer farofa de jabá. Já tinha em casa cebola, alho, salsinha, tomate e pimenta murupi, só faltava a farinha do Uarini. Vestido com a farda de guardinha, ele - que devia zelar pelo cumprimento da lei - transgrediu. Meteu a mão no paneiro, Leonor protestou:
- Assim me prejudica. Use o caneco, por favor!
Cachorrão invocou sua condição de agente da lei, Leonor objetou que ele não era Deus. Depois de intenso bate-boca, ela recebeu voz de prisão por desacato à autoridade. O Petel saiu em defesa da cunhada, por quem nutria amor platônico. Saíram na porrada. Foram levados para a Chefatura de Polícia, no antigo casarão da Marechal Deodoro. O Delegado confirmou a prisão e estipulou fiança de três salários mínimos, na época 2.400 cruzeiros, num total de 7.200. A Teca e a Céu, apaixonada pelo Petel, fizeram uma "vaquinha" e libertaram os dois das garras do arbítrio.
Mais de meio século depois, o juiz João Carlos de Souza Correa foi parado em blitz da Lei Seca, em 2011, na Zona Sul do Rio, completamente irregular. A agente de trânsito Luciana Tamburini, como manda a lei, determinou que o Land Rover sem placa fosse rebocado. O juiz deu voz de prisão a ela, que recorreu à Justiça. Na última quarta-feira, finalmente, a 14ª Câmara do Tribunal, composta por coleguinhas do juiz, por unanimidade e corporativamente, manteve a condenação que obriga a agente de trânsito a pagar R$ 5 mil ao magistrado sem carteira.
Os internautas fizeram uma "vaquinha", mas Luciana vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e "até ao tribunal de Deus". A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu o afastamento imediato do juiz ao Conselho Nacional de Justiça. Trata-se de um caso emblemático. Se as outras instâncias mantiverem a decisão, o Judiciário vai ficar isolado e vai ter que meter o Brasil inteiro na cadeia, porque estamos todos indignados.
Depois, os black-blocks que saem às ruas são considerados desordeiros, quando a ordem já foi subvertida justamente por aqueles que deviam por ela zelar. Temos orgulho de Luciana e vergonha do juiz. Se não tivermos coragem de gritar isso, é porque merecemos o poder judiciário que temos.
Eu não disse que qualquer evento em qualquer parte do mundo já aconteceu no Bairro de Aparecida? Meu sobrinho Sérgio, que não me deixa mentir, fotografou o cenário e o local do crime. Esse juiz e o Cachorrão são mesmo farinha do mesmo saco. 
 

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27 Comentário(s)

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Céu Bessa comentou:
02/07/2017
D. Elisa deve estar orgulhosa do filho preferido, pela defesa literária da Leonor e da policial Luciana. Como diria ela: \"José, meu filho, denuncia mesmo esses opressores, como Jesus faria\". Orgulho de ti, mano! Bj
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Fernanda Garcia Camargo comentou:
19/11/2014
Essa cena amazonense que narras com tão saborosas palavras, Bessa, dá um prazer danado de ler nossa língua. O progresso é que anda pra trás, avassalador, rápido demais, desastroso; envolvem-se homens esquisitos, na polícia e na política, caprichosos, corporativos, violentos, truculentos. Um mata o Amarildo, o dançarino GD, o outro oferece dinheiro para a família não se manifestar. É nojento. Viva a Luciana!!
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Ze Repolho comentou:
16/11/2014
Ótima crônica! Me faz lembrar o caso do desembargador, que nos primeiros dias de 2014, ameaçou quebrar um copo na cara do garçom, em uma padaria em Natal RN. Parece que esses homens, ditos da lei, acham-se acima da lei. http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-desembargador-o-garcom-e-o-brasil/ Contato de Ze Repolho
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Manu comentou:
16/11/2014
Nossa! Que texto farinha boa! Ainda bem que meti a mão!
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Ana Aparecida comentou:
16/11/2014
Muito interessante, mestre! Contato de Ana Aparecida
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Evelyn Orrico comentou:
16/11/2014
Querido Bessa Mais uma vez você acerta na mosca! Precisamos mesmo nos indignar por essa situação, que é de extrema gravidade: um sistema judiciário que pune quem está cumprindo a lei. É o fim dos tempos! Contato de Evelyn Orrico
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Otoniel Nunes comentou:
16/11/2014
Muitos paulistas não sabem comer farinha, não aprenderam a votar e ainda justificam a atitude arbitrária do juiz, como ocorreu com um leitor da Folha de SP. Está no Painel do Leitor. Ele alega que o juiz e pelo visto também o Cachorrão sofreram intimidação, um da dona Luciana e outro da dona Leonor e que, pelo menos no caso do juiz a Lei Orgânica da Magistratura se manifesta contra a intimidação. Ou seja, exigir deles o cumprimento da lei é intimidá-los. Durma-se com um barulho desse.
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Tábata comentou:
15/11/2014
Farinha do mesmo saco!! Adorei essa!! Mas com certeza não fico indignada com a postura do Intitulado juiz, porque afinal vivo no RJ, onde aprendi que nunca sabemos quem é quem... Somos surpreendidos todos os dias com noticias parecidas com essa; artistas, policiais, os que se "acham" (mas estão perdidos há tempos) sempre dando carteirada; Tentando corromper, agredindo... e por aí vai... As pessoas estão cada vez mais prepotentes e egoístas, pensando sempre em conseguir tudo a qualquer custo... difícil encontrar pessoas que se preocupam com outras, ou que se colocam no lugar de outras... Difícil ver a caridade, a compaixão, tolerância, amizades verdadeiras sem nenhum interesse... Devo estar perdida no tempo, ou talvez minha ingenuidade é muita, porque acredito em dias melhores, em pessoas melhores, uma utopia de um futuro melhor, sem esses acontecimentos... Enfim... preciso também treinar pra conseguir jogar a farinha na boca... acho que não vai dar muito certo rsrsrsrs
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15/11/2014
Maravilhosa comparação Bessa, eles são farinha do mesmo saco, mas, não são do Uarini, que considero a melhor farinha do Brasil. Contato de sandra de almeida figueira
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sandra de almeida figueira comentou:
15/11/2014
Maravilhosa comparação Bessa, eles são farinha do mesmo saco, mas, não são do Uarini, que considero a melhor farinha do Brasil.
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Ana Stanislaw comentou:
15/11/2014
Excelente Bessa! Adorei. Juiz sem vergonha e coleguinhas mais sem caráter!
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Jorge Luiz Cabral comentou:
15/11/2014
Caro Sr. Bessa boa noite. Venho por neio desta externar meu contentamento ao ler sua coluna nesta noite chuvosa de sábado. Muito interessante a forma como coloca os causos Manauaras comparando com os acontecimentos no Brasil em geral. Sua coluna me surpreendeu, até porque não costumo comprar o jornal em que escreve. Porém como hoje estava chuvendo muito no bairro onde moro(Nova Conquista), o entregador de A Crítica atrasou a entrega dos jornais e tive que comprar o Diário. Vou passar a comprar com frequência, tendo em vista poder acompanhar sua bela coluna de palavras simples e objetivas. Grato pelo momento de descontração que me proporcionou. Cordialmente. Jorge Luiz Cabral
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Eder Martins Franco comentou:
15/11/2014
Excelente crônica, Bessa! Abraço!
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VÂNIA NOVOA TADROS comentou:
15/11/2014
A atitude do juiz João Carlos combina com as da Presidente Dilma Roussef. Começa com a chefa, vai descendo como cachoeira até os " Cachorrões " de hoje. Este é um país que só tem autoridades.
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lori altmann comentou:
15/11/2014
Com certeza a agente de trânsito Luciana Tamburini sofreu também uma atitude machista. A reação "dele", o inominável, aponta para uma questão de gênero. Seu texto fez despertar minhas melhores lembranças! Comi pela primeira vez a farinha "feita de mandioca puba amarela, com caroços duros, granulados e uniformes. Saborosos" em 1977, quando estive nos Tapirapé com as Irmãzinhas de Jesus e depois pude saborear esta delícia durante os 7 anos entre os kulina do Alto Purus/AC. Recentemente conheci a Maria Apurina, que mora em Pelotas, mas visita a família em Rio Branco/AC, que tem feito a gentileza de me abastecer com esta iguraria.
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Vera Dodebei comentou:
15/11/2014
Parabéns, Bessa! Crônicas-denúncia como as que vc escreve deveriam valer para o currículo Lattes 1000% de um artigo pago pelo autor a uma revista 'qualis'. Contato de Vera Dodebei
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Clelia Bessa(FB) comentou:
15/11/2014
Farinha pouca, meu pirão primeiro. Deliciosa crônica de José Bessa, todo mundo tem uma história para contar, quem nunca...
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Cyrino comentou:
15/11/2014
A velha anedota-verdade que a gente aprende na Faculdade de Direito: tem dois tipos de juízes, os que pensam que são Deus e os que tem certeza. Frase surrada, mas atual. A propósito, os magistrados passarão a receber uma complementação ao salário de mais de 30 mil, uns três mil se não me engano, para dar uma ajudinha no caro aluguel que devem pagar, porque a nomenclatura dada é "ajuda moradia"... desconfio que se fizer uma operação tipo Lava a Jato, vai aparecer o verdadeiro nome: Bolsa Moradia! Tenha a santa paciência...
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15/11/2014
É um absurdo o que os magistrados travestidos de autoridades impõem à lei! muito me envergonho desse nosso país, em que leis não são cumpridas, principalmente por quem deve dar o exemplo! corrupção e mais corrupção! socorrooooooooo ! Contato de dayse amorim santos
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Celina comentou:
15/11/2014
Gostei tanto que vou socializar em minha página! Só lamento ficar sem saber o nome do Cachorrão.
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Elvira Eliza França comentou:
15/11/2014
Eu estava querendo postar algo para apoiar a agente de trânsito, contra esse juiz arrogante que quer se prevalecer do cargo para fazer o que bem quer, sem levar em conta que ele deve ser o primeiro a respeitar a lei. Amei o teste da farinha e dei muita risada. É incrível a forma como você consegue articular fatos históricos com fatos reais para mostrar o aspecto cômico de certos procedimentos sociais. Meus parabéns! Vou compartilhar.
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Lilia Ribeiro comentou:
15/11/2014
Excelente crônica. Lamentavelmente essa não é a primeira vez que um magistrado se coloca numa condição de Ser Superior em relação ao resto da humanidade. Espero sinceramente que essa '' divindade'' seja destituída de seus ''poderes'' e tenha uma descida sem escala do seu Olimpo direto a terra dos homens de boa fé e que ainda acreditam, ou pelo menos ainda querem acreditar, que existe JUSTIÇA.
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15/11/2014
Fiquei estarrecida com este tipo de falso moralismo vindo de um suposto homem da lei. Depois se reclama de um país sem lei, claro que o nosso e totalmente sem lei...para os que se consideram " O Deus da justiça " assim como o cachorrão da estoria acima. Mas no Brasil acontece todos os dias este tipo de atitude de superioridade, ate os famosos filhinhos de papai quando parados por um policial a primeira coisa que dizem" você sabe com quem esta falando?", parece que se acham " O Deus". Apoio Luciana pois ela demonstra integridade na profissão o tal juiz não. Contato de lidia Aroucha dos Santos
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Preta comentou:
14/11/2014
E o pior que poderá acontecer com o Semi-deus é uma aposentadoria com todos os vencimentos. Como diria o Boris Casoy: " Isto é uma vergonha"!
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Preta comentou:
14/11/2014
E o pior que poderá acontecer com o Semi-deus é uma aposentadoria com todos os vencimentos. Como diria o Boris Casoy: " Isto é uma vergonha"!
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Preta comentou:
14/11/2014
E o pior que poderá acontecer com o Semi-deus é uma aposentadoria com todos os vencimentos. Como diria o Boris Casoy: " Isto é uma vergonha"!
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Giane comentou:
14/11/2014
Legal, legal, merecida crônica!!! Mais apoio para Luciana!!!
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