CRÔNICAS

Pedagogia xavante: entre Amazonino e Aquilino

Em: 30 de Setembro de 2012 Visualizações: 41707
Pedagogia xavante: entre Amazonino e Aquilino

Quem é mais notícia: Aquilino ou Amazonino? Será que estamos fugindo da raia quando noticiamos as façanhas do primeiro - um desconhecido da mídia, e deixamos de opinar sobre as pilantragens do segundo - um notório finório que ocupa as manchetes dos jornais do Amazonas?

- Numa terra de fugitivos, aquele que anda na direção contrária é que parece estar fugindo.

Li em algum lugar essa frase do poeta Thomas Eliot e me lembrei dela diante da cobrança de um fiel leitor, de quem frequentemente discordo, mas a quem aprendi a respeitar. Ele acha que estou fugindo dos temas essenciais e me censura:

- Você está abordando outros assuntos em sua coluna como um pretexto, uma desculpa esfarrapada para não opinar sobre as eleições de Manaus.

Segundo outra leitora, estou mesmo fugindo. Ela reforça via facebook:

- Não fuja do pau! No lugar de escrever sobre índios ou sobre a eutanásia, faça um balanço da administração desastrosa do prefeito Amazonino Mendes. Por que você não discute a "guerra do ovo" ou a "guerra do cuspe", tomando posição quanto aos candidatos a prefeito? Isso é que é notícia, o resto é abobrinha que a ninguém interessa.

Será? De qualquer forma, leitores são tão raros, hoje, e mais raros ainda aqueles que te dão um retorno, que recomenda-se tratá-los com mingauzinho de aveia ou mamão com mel. Além disso, é legítima a cobrança feita aqui. Por isso, concordando com eles, comecei a escrever sobre as eleições municipais com destaque para a figura bufonesca e pícara do Amazonino Mendes, mas fui interrompido por um terceiro leitor - leitores são tão escassos - que me enviou um e-mail sugerindo:

- Escreve sobre o Aquilino.

O que é notícia

E agora, José? Entre Amazonino e Aquilino, o que fazer? Com qual conceito de notícia devemos operar? Existem dois mil quatrocentos e trinta e três articulistas que, ignorando os aquilinos, escrevem sobre os amazoninos, cujas malandragens pululam pelos municípios deste Brasil varonil. Por isso, quando alguém faz o caminho contrário, parece que está evitando a notícia, que está fugindo dela.

E isso porque a mídia está se lixando, olimpicamente, para eventos como aqueles que ocorrem, por exemplo, dentro da universidade. Uma aula, uma conferência, uma defesa de tese ou o lançamento de um livro, por mais excepcionais que sejam, jamais serão notícia, a não ser que um aluno dê um tiro nos cornos de um professor, ou uma aluna use mini-saia, bem mini, excepcionalmente mini, como aquela estudante que causou tumulto em uma faculdade de São Bernardo do Campo (SP). Mas aí, a notícia não é o fato acadêmico.

Decido, então, caminhar contra a corrente, com o risco de parecer fugitivo. Interrompo o texto sobre Amazonino, suspeitando de que essa nova direção é válida, se são outros os critérios definidores do que é notícia. Com a licença dos leitores, troco os atores, focando sobre Aquilino. Afinal, quem é ele? O que foi que fez para ser notícia? 

Aquilino Tsere'ubu'õ Tsi'rui'a é o primeiro índio xavante a receber o título de mestre. O fato aconteceu na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande (MS), na última quarta-feira, dia 26, quando ele defendeu sua dissertação de mestrado intitulada - A sociedade xavante e a educação: um olhar sobre a escola a partir da pedagogia xavante. Com ele, já são nove os índios de diferentes etnias que se titularam no Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB.

A pesquisa etnográfica feita por Aquilino, orientada pelo doutor Neimar Machado, usou vários procedimentos metodológicos, revisou a bibliografia sobre o tema, entrevistou os velhos xavante, organizou um diário de campo recuperou fotos antigas em arquivos. Dessa forma, o novo mestre pode contar sua história, que é também a da aldeia Marãwatsédé, onde nasceu, e que foi invadida pela fazenda Suiá-Missú. Ele foi expulso de lá, com seu clã, quando era criancinha, o que acabou interferindo até mesmo nas formas de ensinar e aprender.

Pedagogia xavante

O primeiro capítulo reconstrói a andança dos Xavante, na época da ditadura militar, quando os índios foram obrigados a sair da área, sendo levados por aviões da FAB para São Marcos, uma missão salesiana situada a 400 km de lá, no atual município de General Carneiro. Nesse trajeto, muitos morreram de sarampo e outras doenças. Depois de muita luta, a Terra Indígena Marãwatsédé foi homologada e os xavantes a ela retornaram. Mas a retomada integral das terras foi dificultada pela presença de pequenos proprietários.

A pesquisa discute, então, o que aconteceu com as práticas culturais xavante, com a língua, com agricultura e o sistema de troca, com os rituais, com a vida religiosa e com as práticas pedagógicas. O autor comenta os três princípios que orientam as formas de ensinar e aprender: as narrativas antigas, a religião e a tradição. Critica o ensino "copiado" do sistema escolar brasileiro, por não considerá-lo o mais adequado para a escola indígena e propõe o diálogo intercultural como alternativa.

O historiador Neimar Machado avalia assim o trabalho do seu orientando:

- Aquilino reverteu o conceito de história ao propor que a história dos xavante foi andança. Nesse sentido, a história Xavante não é somente dos Xavante, mas também de muitas outras etnias acometidas, expulsas de seus lugares, pelo colonialismo e seus agentes. Agora, segundo as palavras do Aquilino, os Xavante querem e estão voltando aos seus lugares, impelindo o fechamento de um círculo, daí a narrativa circular, pois ela é também história e política, nos termos propostos por Néstor Canclini.

A banca, composta por professores da UNEMAT, UFMS e UCDB, aprovou a dissertação, avaliando que o mestre Xavante cumpriu o objetivo proposto pela pesquisa, que era analisar a organização educacional e os processos próprios de aprendizagem, além de discutir a proposta pedagógica das escolas e o ensino da cultura Xavante.

Prometo que no próximo domingo, o foco será sobre as eleições. Isso se durante a semana nenhum índio defender dissertação ou tese, porque nesse espaço, primeiro vem o Aquilino e, depois, os amazoninos. Hepãrĩ - obrigado!

 

 

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27 Comentário(s)

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Joao Bosco Seabra comentou:
20/10/2012
Parabéns ao Bessa por divulgar e ao Mestre Aquilino...pelo seu feito memorável!
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Neusa Lima comentou:
20/10/2012
AMO SABER ESSAS COISAS. AÍNDA MAIS EM SE TRATANDO DA FORÇA INDÍGENA. TÃO MARGINALIZADA NESSE PLANETA.
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Erlon Benjo comentou:
20/10/2012
inimputável, nesta história, só mestre político Amazonino.
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Maria Irma Burgui comentou:
20/10/2012
me responda uma curiosidade...esse índio, como um mestre que é agora, apesar de mestre pela estrutura e pelo conhecimento do branco, continua ininputável? Muito esquisito isso, é pelo DNA ou pela cultura que se é ininputável?
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Hiram Lopes Filho comentou:
20/10/2012
Me lembrei do grande chefe Eh-aki-kikita. O grande chefe agora corre o mundo.
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Frederico Silva comentou:
20/10/2012
Gostei muito dessa cronica, convidei o Professor Bessa para me aceitar no facebook , muitos artigos bons!!! :))))
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Neuza Maria Lima Vieira comentou:
20/10/2012
Parabéns José Ribamar Bessa Freire, por ousar ir contra a maré e nos dar a oportunidade de saber dessas movimentações indígenas e, principalmente valorizar essa conquista desse brilhante XAVANTE "AQUILINO".Valeu seguir rumo ante-maré Abraços. Neuza Lima Arcos/ MG/Brasil.
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aninha comentou:
13/10/2012
Orgulho para o povo brasileiro , quando um representante de uma minoria consegue ,sabe-se lá, as custas de tamanhas dificuldades, obter um titulo de Mestre. Orgulho Xavante! Orgulho para a nacao brasileira! Parabens ao Aquilino, que seus irmaos Xavante se inspirem em sua historia e comprem sua luta para a preservacao da cultura, e no avanco da educacao Xavante . Contato de aninha
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Ruan Carlos Ramalho comentou:
04/10/2012
Curti muito, e defendo sim, que o professor possa continuar a escrever sobre as problemáticas e também as conquistas dos povos indígenas. Precisamos disso, das nossas raízes, lembrar de onde viemos, sobretudo em um lugar com um povo tão absurdamente niilista e racista como o Amazonas !
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Maria Helena comentou:
03/10/2012
Querido Bessa, como sempre, uma belíssimoa crônica, simples e contundente, como é o seu tom, refletindo afinal o cotidiano de todos os Aquilinos.Só lhe peço que não deixe de abrir espaços no mundo também para os Aquilinos que não têm graduação, mestrado e doutorado, domínios tão valorizados contra quaisquer outras realidades, possibilidades e interesses. Um beijo carinhoso, da admiradora Maria Helena
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Ana Claudia comentou:
02/10/2012
Ah, Bessa! Se a gente tivesse 10 Aquilinos pra cada Amazonino, o Brasil tava salvo!
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André Ricardo Costa comentou:
02/10/2012
Vc quaaasse calou minha boca.... sou seu fiel leitor porque venho sempre buscar suas ricas informações, ainda que quase sempre discorde delas... vc deve sim comentar as eleições porque, repito, vc tem uma responsabilidade a mais por causa de sua bagagem teórica! Índio mestre é coisa boa? MA-RA-VI--LHO-SA! (Sem ironia viu, até pq vc demonstra muito bem como a dissertação é boa). Mas é um acinte a esses seus fiéis falar de eutanásia (e puxar o saco do presidente socialista, coisa que vc não via a hora de fazer) em época de eleição, já que dá pra falar muito bem a respeito durante os dois próximos anos. Bom, na minha opinião, vc se abstém de comentar sobre as eleições porque o maquiavelismo do lula está a lhe confundir totalmente... E mais... lhe admiro também porque até na incoerência vc tem alto estilo. Certamente em eleições anteriores teve notícias tão boas como a do Msc. Aquilino e nem por isso vc deixou de apoiar a Dilma do Sarney.
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Caetana Campos (Blog Lima Coelho) comentou:
01/10/2012
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José Alcestes (Blog Lima Coelho) comentou:
01/10/2012
Mestre, acho que vc está mesmo fugindo da raia
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RA (Blog da Amazonia) comentou:
01/10/2012
Parabéns pelo tema e parabéns ao Aquilino. Que orgulho ele deve ser a essa nação indígena. Eu saí de Manaus ainda garoto no final dos anos 70. Naquela época não queria saber de política, bem porque era muito novo e a ditadura simplesmente não dava espaço. Vim morar nos EUA e sempre ouvi falar do gigante que era o Brasil e da super potência que logo seria, do seu povo amigo e sorridente que não sofria dos males das guerras e outras calamidades afectando o mundo. Eu acho que eles não sabiam dos amazoninos que estavam por vir. Com o passar do tempo e as minhas visitas anuais a Manaus, esse nome virou sinónimo do que a política brasileira tem de melhor: corrupção, coronelismo e uma total apatia do povo pra sair dessa situação. Como diz a musica do Nicolas: 'Um tal de Amazonino governa há 20 anos e vai governar por mais 30...'. CHANGE é uma campanha que só acontece no país dos outros, assim como na campanha do Obama em 2008. É uma grande pena. Eu esperava ver um Brasil bem melhor depois de mais de 30 anos fora, mas os amazoninos continuam no comando.
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Bugre Sepé comentou:
01/10/2012
Muito bom, acho que notícias positivas como estas fazem muito bem, e nadar contra neste caso vale o 'fugir'. Parbéns. Sabes se a tese é acessível por internet?javascript:void(0)
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Marilza De Melo Foucher comentou:
01/10/2012
Vamos então falar de política, por exemplo, do inquilino do poder municipal, alguns eleitores confundem Inquilino com Aquilino...Gostei de tomar conhecimento da tese de Aquilino este, ao contrario do Prefeito Inquilino do PODER, cumpriu um papel importante junto ao seu povo ao reinterpretar sua historia, está dando grande contribuição à historia indígena e uma nova visão da educação. Daí Aquilino se transforma em noticia que nos honra, e, só virou noticia graças ao jornalismo exercido por Bessa enquanto cronista social, por favor, não confundir com colunista, o cronista como diz Luiz Fernando Veríssimo é como uma galinha bota um ovo regularmente, o Bessa bota um ovo cada domingo... e, seus leitores inúmeros leitores começam a se espalhar pela Amazônia afora, eles estão também em Paris, Holanda, Roma, Berlim. Na próxima crônica queremos saber como o Inquilino do poder municipal em Manaus tratou a casa do povo e como o território de Manaus foi cuidado. Os inquilinos do poder no amazonas são sempre os mesmos, eles fazem parte da mesma arvore genealógica dos politiqueiros que marcam a triste histórica política de Manaus com raríssima exceção... O povo Manauara ainda não entendeu que são eles que decidem se deve continuar com os mesmos inquilinos que deixaram enormes prejuízos para o povo de Manaus. Uma cidade sem calçadas, desumanizada, que tudo fez pra destruir os rastros do passado. Manaus que fica no coração da selva amazônica é a segunda capital menos arborizada do Brasil segundo os últimos estudos do IBGE, uma cidade com grande insuficiência de rede de esgotos sanitários e pluviais Um horror de maltrato para uma cidade de mais de 1 milhão e oitocentos mil habitantes. Segundo informações menos de 15% dos domicílios são conectados a uma rede de esgotos! As merdas e lixeira se diluem na ramificação dos ecossistemas fluviais da cidade que poderia ser uma bela Veneza tropical é a capital de esgotos a céu aberto! O mau cheiro invade as narinas se percorremos os bairros de Manaus! O que fizeram os inquilinos que já foram prefeitos e que querem voltar ao poder? O poder para eles virou droga pra eles, são todos viciados.
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Ana Silva comentou:
01/10/2012
Maravilhosa!! A historia do Aquilino é muito mais sedutora e interessante. Você tem razão, Bessa! Parabéns a todos da UCDB!!!
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Ligia Maria Oliveira comentou:
01/10/2012
Com certeza, Aquilino é uma notícia muito mais interessante. Em muinha opinião, há outros espaços mais adequados para se abordar temas como o de Amazonino. E certamente, a escolha dos temas sobre os quais escrever é acertadíssima e não tem nada de fugir da raia. Adorei a crônica!!!!
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Wladimir Gomide (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
30/09/2012
Meu caro Bessa Freire Teu texto merece apreço e consideração. E mais: aplausos e reverências. Na contramão do execrável "Coro dos Contentes", ignoras o canto das sereias e buscas definir tuas prioridades. Aprendi com o "guru" de minha adolescência - notável escritor colombiano que caiu no mais completo ostracismo após sua morte, em 1933 - "... no cortejó nunca el criterio público, por eso no se extravió jamás; la Opinión Pública, principiaba y acababa en él". {Vargas Vila} Longa Vida a Aquilino e seu povo; Longa Vida às demais nações indígenas que têm muito a nos ensinar, "sifilizados" que somos.
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claudia dias tavares comentou:
30/09/2012
Bessa, não desista de sua luta pelos índios, abobrinha é ficar falando de político de Manaus ou de que parte for do Brasil. Atualmente eles só fazem roubar e isto é chover no molhado. Denunciar as atrocidades que se fazem nesta terra é colocar a cara para bater. O único político que votei do qual não me arrependo foi o MARIO JURUNA.
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VANIA TADROS comentou:
30/09/2012
QUE ALEGRIA, AMIGO BESSA, QUE OS ÍNDIOS, SUPERANDO TODAS AS DIFICULDADES, JÁ ESTÃO DEFENDENDO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E ENTRANDO NA VIDA ACADÊMICA. AMIGO, ESSE É UM ASSUNTO MUITO RELEVANTE, SIM.
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Guilherme Carrano comentou:
30/09/2012
Eu estava lá na dissertação de mestrado do Aquilino. Fui seu orientador professor quando ele cursava o segundo grau em Barra do Garças-MT. Com sua apresentação Aquilino Tsirui'a demonstrou para veteranos professores que a pedagogia originada dos jesuitas europeus é opressora de corações e de personalidades - altamente inibidora. E muito mais ainda repressora para os que diferentes culturalmente. Indicou e apresentou o que todos já sabem e se calam, o que nunca foi admitido por Oduvaldo Batista, ou seja, jamais silenciar-se diante tantas injustiças sociais. Belo Monte e várias outras propostas de PAC carimbam essa continuidade amarga aos povos brasileiros. Os grandes fazendeiros, não somente os pequenos, e políticos - amazoninos do médio-araguaia - dilapidadores de direitos outorgados pela fraqueza do Estado de Direito e pela conivência de Governos e Estado elitista e discriminador contra a etnicidade existente no Brasil : que até queimaram um onibus escolar. Aquilino mostrou que precisamos rever todo processo de ensino aprendizagem e, nos encontros para a liberdade, revermos todo nosso sistema de Poder e distribuição de riquezas na busca constante para justiças e harmonias sociais e étnicas.
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Márcia Rodrigues Freixo comentou:
29/09/2012
Absurdo..é parecido com que eu escuto: Marcia, pra que falar de indio, ninguem quer saber disso! , vai pesquisar outra coisa! Mais interessante que índio..
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Eva Ferreira (via FB) comentou:
29/09/2012
Foi uma banca maravilhosa. A apresentação (1 hora e pouco) foi de um apredizado incrível. Abraço José Bessa, apareça!
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Lucas (via FB) comentou:
29/09/2012
Porque no meio de tanta burburinho de eleicao, eh bom lembrar quem sao as pessoas que realmente constroem o nosso Brasil.
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Ana Helena Tavares (via fqacebook) comentou:
29/09/2012
"O amigo Bessa escreveu hoje um texto falando sobre o índio Aquilino, o 1º Xavante a receber título de mestre. Aquilino nasceu na terra indígena Marawatsede, hoje invadida pela agropecuária Suiá Missú. Quem me acompanha, sabe que eu estive lá . Meu ônibus foi barrado pelos produtores rurais da Suiá Missú. E fiz uma reportagem sobre isso. No link, o artigo do Bessa.
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