CRÔNICAS

O pajé que fala com as árvores

Em: 17 de Abril de 2011 Visualizações: 64539
O pajé que fala com as árvores

Sonhei a noite toda que eu era filho de Nhanderu Tenondé, o criador do mundo, mas ele não me registrava, não me reconhecia. Acordei suado, suado, num quarto de hotel em Goiânia, decidido a pedir exame do DNA de Deus pra verificar se ELE é mesmo meu pai. A paternidade divina está fora das minhas preocupações, mas tenho pensado nela sempre quando encontro meu amigo, o xamã guarani Wherá Tupã, da aldeia Yynn Moroti Wherá, município de Biguaçu, Santa Catarina.

Foi isso que aconteceu nessa Semana dos Povos Indígenas, realizada de 11 a 15 de abril de 2011 na PUC de Goiás. Desde 2003 venho encontrando Wherá Tupã com certa regularidade no curso de formação de professores guarani, que acontece duas vezes por ano, quando damos aula juntos, ele e eu, na mesma sala e no mesmo horário. Agora, na última quarta-feira, ambos participamos da mesa redonda Diálogos interculturais: Universidade e Sustentabilidade Indígena.

Da mesa fizeram parte também o xerente Bonfim, o karajá Raul e o tapuio Dorvalino. Moderada pela doutora Marlene Ossami de Moura, do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, a mesa avaliou a possibilidade de diálogo entre o conhecimento científico, que circula na universidade, e o conhecimento tradicional dos índios transmitido oralmente.

A voz das plantas

Quem é esse pajé guarani que faz até o ateu mais bastardo se sentir filho de Nhanderu? Nascido em 1909, Wherá Tupá, conhecido como Alcindo Moreira, comemorou seu aniversário de cento e dois anos no dia 25 de janeiro. Casado com dona Rosa Poty-Dja, com ela teve oito filhos – cinco mulheres e três homens – e uma prole de 43 netos, 28 bisnetos e, por enquanto, três tataranetos. Com um século de existência, esbanjando saúde e vitalidade, ele viajou de Florianópolis a Goiânia, acompanhado do filho Geraldo, só para participar da Semana.

Todo mundo se pergunta de onde é que esse homem baixinho, pernas e braços musculosos, cabelos grisalhos, olhos sempre brilhando, tira tanta força e energia? “Eu cheguei aos 100 anos, porque tive outra criação, fui educado como um guarani” – ele conta. Aprendeu a cuidar do corpo e do espírito com igual atenção. Ainda hoje, acorda com os galos, faz suas orações, conversa e dá conselho aos mais jovens, vai à roça plantar milho, feijão, aipim, batata doce e hortaliças, base de sua alimentação, onde não entra nem sal, nem açúcar.

Ele tem a certeza que o segredo de sua longevidade reside também no fato de viver sempre cercado de toda a prole, cultivando o afeto familiar. “Ninguém é feliz sozinho” – diz. Dessa forma, vai tecendo os fios da felicidade cotidiana, no convívio com as pessoas queridas, no trabalho diário no qual realiza uma série de exercícios físicos, e na preparação de uma comida saudável.

Alcindo Moreira, tcheramoi,  é o líder religioso que preside os rituais na Casa de Reza – a Opy, batiza as crianças, orienta e aconselha os jovens e cuida da saúde de todos, com ajuda de Nhanderu, de quem recebe inspiração e com quem vive em contato permanente:

- Doença? Não sei o que é isto. Médico fica longe de mim. Me trato com as plantas que cultivo na aldeia, seguindo a sabedoria dos meus antepassados.

Ele é um sábio, um karai. Conhece tudo sobre as plantas. Aprendeu com seu pai, João Sabino Kauã, de quem recebeu algumas sementes. O plantio e a colheita das plantas são frutos da observação sistemática, mas constituem também expressões máximas da religiosidade, do trabalho coletivo e da partilha.

Em 2007, Wherá Tupã, seu filho Geraldo e eu fomos juntos à ilha do Marajó. Tive o privilégio de entrar na floresta, em Soure, com ele e com a pajé Zeneida Lima, quando assisti a uma aula de botânica dada pelos dois. Naquela ocasião, cada planta foi nomeada, identificada, cheirada, tocada com carinho, reverenciada, catalogada, classificada, analisada, com suas propriedades medicinais e alimentícias reconhecidas e enaltecidas.

- As árvores falam – disse ele – a gente é que desaprendeu e não sabe mais escutar o que elas dizem.

Caminho florido

As árvores falam e os guaranis escutam, porque para eles toda a natureza faz parte da sociedade, não está separada da cultura. As plantas, os animais, os acidentes geográficos, os rios, as montanhas, os fenômenos meteorológicos são dotados de humanidade e de consciência.

- Essa terra que pisamos é o nosso irmão, ela tem vida, é uma pessoa, tem alma.

Esse é o arandu porã, o bom conhecimento que os guarani trazem para dentro da academia e que começa a fazer parte das bibliotecas universitárias, pois aparece registrado e analisado nas monografias, dissertações, teses e livros elaborados por mestres e doutores. Alguns deles foram ouvir o xamã Wherá Tupã lá na sua aldeia.

É o caso do trabalho sobre “música e xamanismo guarani” feito na USP pela doutora Deise Lucy Montardo, hoje professora da Universidade Federal do Amazonas; do livro “O caminhar sob a luz, território Mbya à beira do oceano” da doutora Maria Inês Ladeira; das pesquisas de Ana Lucia Notzold e Flávia Melo e das dissertações defendidas na UFSC por Aguirre Neira, Ismênia Vieira, Helena Alpini e tantos outros.

Esses trabalhos criaram uma ponte entre os guarani e a Universidade, confirmando aquilo que escreveu o antropólogo Darell Posey: “Se o conhecimento indígena for levado a sério pela ciência moderna e incorporado aos programas de pesquisa e desenvolvimento, os índios serão valorizados pelo que são: povos engenhosos, inteligentes e práticos, que sobreviveram com sucesso por milhares de anos...”

A botânica é um campo que os guarani dominam bem. No que diz respeito ao uso de plantas medicinais, muitas pessoas, mesmo de diferentes aldeias, até mesmo não-indígenas, se deslocam às vezes de longe em busca dos tratamentos do xamã Alcindo Moreira, tanto para doenças físicas como espirituais. O tratamento que ele dá é muito respeitado e sua sabedoria é requisitada em vários lugares, conforme testemunhou Diogo Oliveira, numa monografia feita para o Laboratório de Etnobotânica do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina:

Na aldeia de Biguaçu existe uma vereda – a trilha da escola, chamada Tape Poty, que significa caminho florido – onde foram colocadas placas com os nomes de algumas plantas utilizadas na medicina doméstica e identificadas por Wherá Tupã. “Vocês pisam nos remédios e não sabem” ele costuma dizer.

A universidade e os índios

Esses saberes tradicionais foram, durante muito tempo, pisoteados e discriminados, por serem produzidos por culturas taxadas de “primitivas” e de “obstáculo ao progresso”. O índio Jorge Terena critica essa visão:

“Eles vêem a tradição viva como primitiva, porque não segue o paradigma ocidental. Assim, os costumes e as tradições, mesmo sendo adequados para a sobrevivência, deixam de ser considerados como estratégia de futuro, porque são ou estão no passado. Tudo aquilo que não é do âmbito do Ocidente é considerado do passado, desenvolvendo uma noção equivocada em relação aos povos tradicionais, sobre o seu espaço na história”.

Hoje, diversas instituições, como a PUC de Goiás, percebem a necessidade da troca de conhecimentos e sobretudo o fato de que a permanência dos índios na Universidade deve ser vista não apenas como uma política de inclusão social, mas principalmente como possibilidade de construção de uma outra universidade, capaz de repensar sua metodologia de produção e circulação de saberes e de conviver com taxonomias cujos critérios lógicos são outros.

Não se trata, portanto, de indagar o que a Universidade pode fazer pelos índios, mas de se perguntar o que os índios podem fazer pela Universidade, que acaba ganhando com a presença de representantes de outras culturas, de outras línguas, que trazem novos saberes e formas diferentes de produzi-los.

Dessa forma, existem propostas de criação de novos cursos, como o de agroecologia em terras indígenas, bem como de mudança curricular, com a introdução de novas disciplinas em cursos já em funcionamento. As bibliotecas universitárias também se enriquecem ao incorporarem saberes e conhecimentos, que normamente não eram registrados por escrito.

A ciência aspira a universalidade, mas só é possível obter um conhecimento universal se houver diálogo entre saberes particulares. Esse diálogo começa a ser estimulado com a presença de índios nas salas de aula, nos laboratórios e nos corredores das universidades, como ocorreu nessa semana na PUC, quando alunos de escolas públicas participaram de várias oficinas que contaram com a presença de índios.

Alcindo Whera Tupã conversou com as crianças e os jovens. Quem sabe essa nova geração aprende a falar com as árvores, cuidando delas, não deixando que sejam assassinadas pelo  fogo e pela ganância, eliminando o pesadelo de ter de pedir exame de DNA do Papá Tenondé!

 

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54 Comentário(s)

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Ana comentou:
29/03/2014
Eu sempre comento que se a America fosse descoberta seculos depois. Num ponto onde ja se comentasse sobre a relatividade das coisas, nao teria havido tantas atrocidades contra os indios, no entanto, percebo que ate hoje nao os respeitam e os tratam como ETS, salvo alguns dignos antropologos, que permitem que eles se entrelacem conosco, como semelhantes que sao.
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Pousada Recanto do Quati comentou:
13/09/2012
o Quati Que inspiração !!! Maravilhoso o artigo ( "O PAJÉ QUE FALA COM AS ÁRVORES" ) do Professor José Bessa!! *:) "As árvores falam e os guaranis escutam, porque para eles toda a natureza faz parte da sociedade, não está separada da cultura. As plantas, os animais, os acidentes geográficos, os rios, as montanhas, os fenômenos meteorológicos são dotados de humanidade e de consciência. “Essa terra que pisamos é o nosso irmão, ela tem vida, é uma pessoa, tem alma”. "
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Suely Castilho Gomes comentou:
12/06/2011
Sinto saudade de mim,do colo de Deus, da inocencia divina que me habita, de brincar na água, do cheiro da chuva, da terra, de me abraçar com a árvore e sussurar baixinho... "Eu te amo" Abençoados sejam voces!!!
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Peter Gillespie comentou:
11/06/2017
Que lindo comentário, Suely Castilho Gomes. Estes são os sentimentos daquela criatura filho/filha de Deus que mora em todos nos e que muitas pessoas não reconhecem simplesmente por habitarem um mundo artificializado com pressões urbanísticas.
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Alberto Guarani (1) comentou:
09/05/2011
Ha'e rire xeiru reiko porã pa? Aqui vai o meu comentário sobre o taqui pra ti. Eu Alberto Guarani, para mim é um prazer imenso comentar sobre um líder religioso, o senhor Alcindo Wera Moreira da aldeia de Biguaçu. Senhor Alcindo Tupã me ensinou muita coisa boa no curso de formação de magistério da Região Sul e Sudeste do Brasil kuaa Mbo'e.
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Alberto Guarani (2) comentou:
09/05/2011
Senhor Alcindo é um caminho de luz para todos os meus colegas que estudaram comigo no curso. Como eu sempre digo o povo e sabedoria dos guarani está sempre em toda parte da terra ( Aywu porã ma, Mbya kuery aeja wi rupi oiporu ko Ywy Rupa re).( Belas palavras faz parte da vida dos guarani em quatro canto do Mundo) Aaju ma xeiru.
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Elizabeth Cristina Monteiro comentou:
25/04/2011
Querido Bessa, confesso que morro de saudades das aulas. A vida é tão simples e maravilhosa, basta ouvir a natureza. abçs
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Cristina Krig Mindua comentou:
24/04/2011
Como diriam os Guarani: "belas palavras", professor Bessa. Grande verdade, dentre todas as que seu Alcino se refere, "ninguém é feliz sozinho"...obrigada por socializar conosco tão profundos conhecimentos
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Silvana (Blog da Amazonia) comentou:
24/04/2011
Parabéns pela reportagem.Obrigada por trazer essa beleza até nós.Gostaria de manter contato, receber noticias e também conhecer Wherá Tupã. Seria possível? Grata pela atenção
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Gustavo Loureiro (1) comentou:
22/04/2011
Primeiro, parabéns pelos excelentes artigos. Gostei muito do artigo sobre o pajé e a cultura Guarani, e do outro sobre o recente massacre de Realengo. Você consegue digerir o conhecimento acadêmico que tem e devolvê-lo, com elegância e simplicidade, à sociedade.
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Gustavo Loureiro (2) comentou:
22/04/2011
Agora, uma pequena crítica: o seu site poderia incluir um link para RSS feeds, de forma a que nós que fazemos uso de leitores de feeds - no meu caso, os leitores de feeds substituem os velhos e desgastados veículos de comunicação - pudéssemos receber as novidades do seu site. (sim, eu sei que existe a possibilidade de recebê-las por email, mas não é tão prático quanto os leitores de feeds, que têm a grande vantagem de reunir tantas fontes de informação quanto queiramos). Saudações,
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Mario Santana comentou:
20/04/2011
Atualmente existem povos isolados na área de influência da catastrófica BR – 319. São os isolados Catauxi, os Kurekete Caxararí, os do rio Mucuim/Ipixuna, e os do Alto-Marmelo que tal e qual carneiros enfileirados, estão esperando a dizimação de sua espécie em função de um pseudo desenvolvimento decretado pela pavimentação da BR – 319. Procuram-se formadores de opinião para tentar impedir esse GENOCÍDIO !!!
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Melina Lis comentou:
19/04/2011
Adorei ! fiquei impressionada com o estilo de vida de Nhanderu deve ser por isso que vive tantos anos.além da natureza como cultura essa que aqui é cortada mais lá é ouvida
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VANIA TADROS comentou:
19/04/2011
A UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS JÁ DESENVOLVE, HÁ VÁRIAS DÉCADAS, ESTE TRABALHO DE ESTIMULAR O DIÁLOGO COM OS INDÍGENAS E SUAS CRENÇAS CIENTÍFICAS. COM ELES APRENDEMOS A NOS VER DENTRO DO MEIO AMBIENTE. COMO FAZENDO PARTE DELE E NÃO OBSERVÁ-LO DE FORA. ENTRE OS OS PRIMEIROS PROFESSORES QUE DESENVOLVERAM ESSE TIPO DE TRABALHO ESTÃO O PROF FREDERICO ARRUDA, GENY BRELAZ DE CASTRO,RIBAMAR BESSA E PAULO MONTE,
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Cris Amaral comentou:
19/04/2011
Querido Prof. Bessa. "...a permanência dos índios na Universidade deve ser vista não apenas como uma política de inclusão social, mas principalmente como possibilidade de construção de uma outra universidade..." Porque não dizer: a construção de uma nova sociedade que será capaz de perceber assim como os guaranis que "...as árvores falam e os guaranis escutam, porque para eles toda a natureza faz parte da sociedade, não está separada da cultura..." Seria utopia? Pois é, as semente existem para
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Andrea Sales comentou:
18/04/2011
Que arandu porã possa encontrar e desbravar o caminho de todos os lugares do saber.Parabéns pelo centenário de Wherá Tupã e às vidas dos sábios indígenas que nos ensinam a cada dia. E parabéns pelas belas palavras Bessa. Iporã ete!
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Sonia Augusta de Moraes comentou:
18/04/2011
Essa terra que pisamos é o nosso irmão, ela tem vida, é uma pessoa, tem alma”. Temos muito que aprender! Emocionante. Pena que não podemos viver e sentir igual ao PAJÉ QUE FALA COM AS ÁRVORES!Quem sabe seriamos mais felizes. Abraços grande prof. Bessa.
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Marcos Lotufo comentou:
18/04/2011
Belíssimo e verdadeiro texto. Passa da hora de conseguirmos esse diálogo tão importante. Me inquieta o fato da Universidade não abrir para dentro também tal diálogo.
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Paulo Bezerra comentou:
18/04/2011
Diálogos interculturais. etc e tal. " A ciência aspira a universalidade, mas só é possível obter um conhecimento universal se houver diálogo entre saberes particulares". Muito bem. Só que este diálogo não existe quando se trata de "Infantíicidio", em respeito a uma tradição nefasta. Sandra Terena. Aleluia. continue "QUEBRANDO O SILÊNCIO"
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Nietta comentou:
18/04/2011
Bessa Qdo edita o livro das cronicas semanais selecionadas? Seria excelente material de literatura para os professores indigenas do Brasil! Vamos nesta? Ou ja ha projeto para? Bj. Nietta
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Deise Lucy comentou:
18/04/2011
Bela crônica, temos que levar este tema muito a sério, quando pensamos a universidade e a relação com os povos indígenas. Me fez também visitar Seu Alcindo e Dona Rosa. Além de todos os aprendizados proporcionados por ele, nos aspectos que o Bessa apontou, um dos que me impressionava era a relação de casal dos dois. A expressão do amor.
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Múcio comentou:
18/04/2011
Caro Prof. Bessa, acredito que esse seu olhar antropológico redimensiona a racionalidade científica de uma dada "cadeia de pertencimento" e assim não existe prova científica, mas sim materialidade poética que o legítima como filho. Um grande e fraterno abraço!
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Lidia Melcides Gomes comentou:
18/04/2011
Adorei a crônica da semana do @taquiprati. Lição do Xamã: "Ninguém é feliz sozinho"!
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Freitas Wender comentou:
18/04/2011
bom saber que ha outros projetos que buscam uma solução mais criativa pra questão. Pelo que fiquei sabendo as universidades "de todos", com reservas de vagas para indigenas e tal, tem tido problemas com a integração dos novos alunos e, com isso, surgem as ideias de "especializaçao". enfim...a briga é boa!
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Paulo Maya comentou:
18/04/2011
bem wender, se os projetos aos quais vc se refere forem mesmo de especializações, i.e, se mimetizam o ensino superior convencional, tbm acho q não vale muito a pena, mas nem todos projetos são assim, alguns constituem propostas mais ousadas, construidas com e a partir da experiencia, do desejo e do contexto indígena no campo da educação. Assim acredito que a educação indigena deve assumir várias frentes e modos ao invés de investir exclusivamente na universidade “dos brancos” ou “de todos”.
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Iram Oliveira comentou:
18/04/2011
Caro Professor Bessa Quando leio seus artigos, principalmente os que tratam da cultura indigena, sinto uma outra natureza brotar em mim, essa mais universal, ilimitada e transcedente. Somos todos índios? Quem dera! Siga assim, caminhando pra frente e pra cima.
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Maria Helena Versiani (1) comentou:
18/04/2011
O seu texto lembra que só a diversidade das histórias de vida pode apontar os limites e evidenciar as contradições dessa tirania e despotismo. Texto muito bonito e importante. É tão importante evitar que a repetição de ideias e de valores parciais se imponha sobre todas as sociedades.
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Maria Helena Versiani (2) comentou:
18/04/2011
O que é “socialmente relevante” está na diversidade, no dia a dia de todos e não de uma parte, e compreender isso proporciona um novo tipo de verdade para a organização das relações sociais. A supremacia dos valores que reinam no “âmbito do Ocidente”, não raro forjados como valores “oficiais”, acaba por reforçar as premissas e o modo de pertencer ao mundo das sociedades ocidentais.
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Giane comentou:
18/04/2011
Você me fez lembrar Ganduglia, que numa longa viagem pela Bolívia, batendo papo com amigos, para passar o tempo, teve uma idéia: pensar como as crianças latinoamericanas poderiam "salvar" as crianças do primeiro mundo, por meio de suas brincadeiras com a terra, no meio da natureza... agora são os índios a ajudar as sociedades ocidentais com seus saberes.. o ganho será impagável!!
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Vera do Val comentou:
18/04/2011
Bessa, se vc n existisse a gente tinha que te inventar
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olivio jekupe comentou:
18/04/2011
è verdade pois tudo o que fala nosso xamoi, é verdade, sei que eles tem poderes pra falarem com as plantase assim a vidca de quem recebe uma missão. muito bom o texto... aldeia krukutu-
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Adélia comentou:
18/04/2011
Caríssimo professor, suas palavras têm um encanto de quem ouviu de pertinho e com cuidado o som das matas. Que se façam ouvir aos quatro cantos deste planeta! Obrigada
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moema comentou:
18/04/2011
Bessa, esse é o caminho ouvirmos de que sabe!!!! de quem não esqueceu e cultiva e continua parendendo o canto da alma, da terra, de Deus. è isso, precisamos escutar o que Whera Tupã e outros como vopce tem encontrardo tem para nos dizer enquanto é tempo,......... abraços na árvore
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Jandir Ipiranga Jr. comentou:
18/04/2011
Caro Professor. Resido em São José, bem ao lado de Biguaçu / SC. Passo sempre, ao largo, pela aldeia M´Biguaçu onde Wherá Tupã oferece sua inteligência, seu carisma e seus ensinamentos há mais de um século. Um dia passarei pela Tape Poty. Mas somente, quando for um ser evoluído, como meus irmãos, e possa também ouvir a voz da floresta.
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Maria Helena Versiani comentou:
18/04/2011
É tão importante evitar que a repetição de ideias e de valores parciais se imponha sobre todas as sociedades. O que é “socialmente relevante” está na diversidade, no dia a dia de todos e não de uma parte, e compreender isso proporciona um novo tipo de verdade para a organização das relações sociais. A supremacia dos valores que reinam no “âmbito do Ocidente”, não raro forjados como valores “oficiais”, acaba por reforçar as premissas e o modo de pertencer ao mundo das sociedades ocidentais. O seu
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Rogério Ferreira comentou:
18/04/2011
A sociedade brasileira terá inevitavelmente que aprender com os povos indígenas. Se todos lessem a sua bela crônica, seria um bom início de formação cidadã para a população desse país. Bessa, não sei se você se lembra, mas trabalhamos juntos em Rondônia em um projeto voltado aos povos indígenas desenvolvido pela PACA. Acho que isso ocorreu em 2003. Por favor, continue nos brindando com os seus textos. Grande abraço. Rogério.
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Rogério comentou:
17/04/2011
Realmente, lindo o texto.Vamos ver se a UFPEL se moverá no sentido da inclusão de ameríndios e afros daqui para a frente.
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Raphael comentou:
17/04/2011
Demais, acho que este é o espírito que deveríamos incentivar aqui na Universidade Federal de Pelotas - UFPEL.
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Ana comentou:
17/04/2011
Os Guarani e os mais de 180 grupos indígenas deste país têm muito a nos ensinar. Obrigada Bessa por esta linda crônica, que nos encanta e revela parte da sabedoria e da criatividade dos saberes tradicionais desta sociedade fascinante que são os Guarani.
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Robson Max ,mestrando em Antropologia -UFG comentou:
17/04/2011
Caro Prof Bessa ,acho que essa crônica só é bonita assim ,porque retrata o que pensa e sente aquele que a escreveu...o exercício antropológico encontrou ressonancia profunda no senhor ,e acho que isso o torna filho legítimo de Papá Tenondé ! Sem necessidade do outro exame ,o de DNA. Fui á conversa na PUC Goiás e te agradeço também por isso .
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Maria Inês de Almeida comentou:
17/04/2011
É sempre uma alegria ler suas crônicas, prof. Bessa. A gente se sente mais forte. Aqui na UFMG temos também aprendido muito com os sábios indígenas, e nos conforta que finalmente os chamados diálogos interculturais estejam sendo praticados em muitos ambientes universitários.
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Conceição Campos comentou:
17/04/2011
Bessa, a leitura semanal do Taquiprati virou um vício pra mim. Seja sobre temas leves ou árduos, é sempre um prazer - mais ou menos como era entrar na sua aula de jornalismo na Uerj. Boa semana e até a próxima!
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Freitas Wender comentou:
17/04/2011
Outro dia me falaram de um projeto de universidade ou faculdade indígena em algum lugar do nordeste e fiquei com essa questão: não seria melhor incentivar e aprimorar a participação de todos em universidades de todos antes de criar essas especializações?
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Marlene Moura comentou:
17/04/2011
Prof. Bessa, pessoas como você e sua grande paixão pela causa indígena e, de modo especial, como do seu Alcindo Guarani, com seus 100 anos de sabedoria, têm muito a nos ensinar e a lutar para que as Universidades, espaço dialógico e plural, assumam, de fato, este diálogo intercultural, sobretudo, com as minorias étnicas.
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Ana Artaxo (outra vez) comentou:
17/04/2011
Sério, a Marina Silva foi a palestrante do jantar no MTI-Brazil Forum, e ela falou justamente de a comunidade científica respeitar e assimilar os conhecimentos tradicionais
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Ana Artaxo comentou:
17/04/2011
Quanto ao artigo, desta vez dou nota 10. E concordo com a Vania Tadros, voltou ao normal.
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Isabel Taukane comentou:
17/04/2011
Olá prof Bessa,grande sábio e pajé,porque não?Dizem que os aborígenes da Austrália têm a iniciação no mundo espiritual por meio dos Sonhos;existiriam vários níveis de sonhos, o nível mais alto é o da aprendizagem da pajelança.Sonhos requerem sensibilidade para compreendê-los.Simplesmente ameeiii o artigo,sou aluna de Mestrado em Indigenismo e Desenvolvimento Sustentável na Unb, o professor da disciplina Território e Diversidade indicou seu artigo para leitura.Abraços do Cerrado mato-grossense.
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Alberto Santoro comentou:
17/04/2011
Caro Bessa, É sempre uma delicia ler tuas crônicas. É um encontro perfeito com o que é "saudável"nesse mundo. Estou aqui no CERN volto na próxima semana. Obrigado por trazer essa felicidade a todos nós, de tuas crônicas.
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VANIA TADROS comentou:
17/04/2011
GLÓRIAS! RIBAMAR VOLTOU AO NORMAL. LINDO E INTELIGENTE ARTIGO.
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Paulo Maia comentou:
17/04/2011
Parabéns pela divulgação inteligente da sua experiência com os índios - sua presença e seus saberes - na universidade que, aos poucos, vai deixando de ser apenas dos brancos! vamo que vamo!
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Veronica Aldé comentou:
17/04/2011
Querido Bessa, é essa conexão entre os seres, tão simples e cotidiana para os povos indígenas, que perdemos, o fio sutil do dna divino, cintilante. Um grande retorno e aprendizagem temos pela frente, re-conectarmo-nos ao nosso insconsciente ecológico. Já é hora das Universidades abrirem esse espaço de diálogo com os grandes mestres da terra. Vamos em frente.
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Veronica Aldé comentou:
17/04/2011
Querido Bessa, é essa conexão entre os seres, tão simples e cotidiana para os povos indígenas, que perdemos, o fio sutil do dna divino, cintilante. Um grande retorno e aprendizagem temos pela frente, re-conectarmo-nos ao nosso insconsciente ecológico. Já é hora das Universidades abrirem esse espaço de diálogo com os grandes mestres da terra. Vamos em frente.
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Sinvaline Pinheiro comentou:
17/04/2011
Professor Ribamar que emoção ao ler essa crônica. Ontem ouvia Possuelo falando dos indigenas e fiquei pensando como eles são grandes! Parabens, aguardo sua visita a Serra da Mesa e poderemos conhecer os ultimos ava canoeiros... abraços
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Antonio Eduardo Maia de Souza comentou:
17/04/2011
Caro Bessa, Digo apenas, genial... Um grande abraço.
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