CRÔNICAS

Diário de um Livreiro: o sebo dos sebos

Em: 04 de Fevereiro de 2024 Visualizações: 6217
Diário de um Livreiro: o sebo dos sebos

English version below.  Versión en español a seguir

Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. Jorge Luis Borges (1899-1986)

Viajei para Galloway - “o canto esquecido da Escócia” – e perambulei por Wigtown, uma cidadezinha da região com menos de 1.000 habitantes. Lá conheci a terceira livraria do mundo na avaliação do The Guardian, que usou para isso o critério de “peculiaridade e excelência”.  Essa viagem foi feita sem sair de casa, percorrendo “O Diário de um Livreiro” escrito por Shaun Bythell, dono da livraria e de refinada ironia, além de deliciosas histórias que conta com humor.

Muitas delas foram protagonizadas por clientes e funcionários da livraria, assim como por autores de diferentes países que participam dos festivais do livro e se alojam no “Retiro dos Escritores”. Lá, após jornada cansativa, um grupo bebericava na maior alegria, quando no final da noite chegou Louise Stern, escritora estadunidense residente em Londres. Surda, ela se fazia acompanhar por um intérprete na língua de sinais na qual se comunica. Com a palavra Shaun:

- O ambiente ficou ligeiramente sério. Louise percebeu a tensão e se colocou à disposição para responder perguntas.

- “Você fez uma boa viagem até aqui?” – indaguei com certa formalidade. Respondeu que sim, tudo traduzido na língua de sinais.  Depois ela disse:

- “Agora é a minha vez: com que idade você perdeu a virgindade?” Foi o suficiente para quebrar o gelo e voltarmos à devassidão indecente de antes de sua chegada.

O Diário está repleto de histórias sucedidas na “Cidade dos livros”, título com a qual Wigtown foi agraciada em 1998. No festival literário anual durante dez dias de setembro/outubro, milhares de pessoas vindas de outros países vivem momentos singulares ao transitarem por mais de 200 eventos realizados em cerca de 300 tendas, a maior delas armada na grande praça, onde se projetam filmes e se apresentam grupos de música e dança folclórica.

Caverna do Aladim

Essa não é a única feira anual do livro. O Festival da Primavera, organizado em maio pela Associação de Livreiros de Wigtown para os moradores da região, é mais modesto. No entanto, durante o ano inteiro, Wigtown atrai milhares de turistas, que se dirigem para lá em romaria para vender ou comprar livros, com visita obrigatória ao templo principal - a Book Shop conhecida pelos clientes como a “Caverna do Aladim” de propriedade do autor do Diário.

Sediada em prédio antigo, a Book Shop tem fachada de granito com duas colunas de livros empilhados em espiral antes revestidos de vidro e agora em cimento. Possui nove salas, corredores labirínticos, chaminés e um estoque de mais de 100.000 livros em dois quilômetros de estantes, além de um apartamento de quatro quartos na sobreloja e um jardim com casa de veraneio ao fundo - a “Toca da Raposa”, usada para eventos como curso de redação criativa e aulas de arte e pintura para senhoras.   

Wigtown respira livros por todas as letras. O seu pulmão oxigenador de palavras é a Book Shop que, no festival, cedeu o espaço para o show musical da Bookshop Band, banda sempre em turnê por livrarias da Escócia, cujas canções inspiradas pelos livros lidos por seus músicos funcionam como uma espécie de resenha cantada. Em Wigtown, tudo gira em torno do livro. Até o pub da moda é um “pé sujo” com o nome The Ploughman, título do livro do escritor escocês John McNeillie.

Nos últimos festivais, um show de marionetes encenado no “espaço criativo” foi seguido de um espetáculo de teatro com um casal de atores, que representou cenas de filmes famosos ambientadas em livrarias, entre outros À beira do abismo com Humphrey Bogart e Lauren Bacall e Um lugar chamado Notting Hill com Júlia Roberts e o dono da loja em Londres protagonizado por Hugh Grant.

Alegria dos leitores

É notável como uma cidadezinha, com metade da população de um único edifício de Copacabana, o de número 200 da rua Barata Ribeiro, sedia uma livraria dessa dimensão, atendendo pedidos on line de todos os continentes. Além disso, uma estratégia bem elaborada preserva a clientela com a fórmula que lembra a torcida do Flamengo: Once a Client, Always Client, que é, aliás, o título de um livro.

Fazem parte dessa estratégia um desdobramento da livraria - o Random Book Club, através do qual, por 59 libras ao ano, os assinantes recebem um livro-surpresa por mês. Outra seção é o programa A Alegria dos Leitores, que filma os clientes dentro da loja, lendo trecho de livro de sua escolha. Os vídeos são postados no Facebook com tal sucesso que um blog na China pediu para compartilhá-los no equivalente chinês do Youtube.  

Mas o essencial é mesmo a renovação permanente do estoque, que acontece diariamente quando pessoas procuram a loja para vender livros usados ou quando Shaun busca coleções nas casas de donos de bibliotecas particulares que morreram. Familiares quase sempre desconhecidos telefonam para negociar os livros herdados: 

- O número de funerais a que compareço aumenta cada ano. A experiencia de recolher bens de uma pessoa falecida é familiar para os comerciantes de livros usados e vai deixando você insensível aos poucos. Desmantelar aquela coleção de livros parece ser o ato final de destruição de suas memórias.

Shaun calcula que carrega, ao todo, 15 toneladas anuais de caixas de livros para dentro e para fora de seu carro, em andanças que o obrigaram a tratar de sua coluna vertebral.

Um pum letrado

Uma dessas andanças decorreu do chamado da viúva de um pastor aposentado da Igreja da Escócia, que queria vender a biblioteca do marido recém-falecido. Shaun foi até sua casa, ela o levou à sala de jantar, onde os livros estavam colocados com a lombada para cima. Enquanto examinava a coleção, explodiu uma sequência de som de metralhadora em carretilha seguido de um longo assobio: 

- Ela soltou um pum que durou uma eternidade, parecido com o apito extremamente sibilante de um trem. Aí se escafedeu para o jardim. Seu filho que segundos depois entrou na sala logo detectou a fedentina e me lançou um duro olhar acusador. Fui embora com quatro caixas de livros de teologia e a reputação de peidão.

A organização do Diário, já traduzido em 30 línguas, é original. Na abertura de cada mês traz uma frase de George Orwell, autor de Bookshop Memories, que comenta sua experiência com venda de livros. E no final de cada dia informa quantos clientes foram ao sebo, quantos pedidos on line, o número de livros encontrados e o faturamento diário, revelando ainda o tipo de livros adquiridos para o estoque.

- Muitos livreiros se especializaram em um tema. Eu não – escreve Shaun Bythell.

Efetivamente, as coleções compradas por ele versam sobre os mais diversos assuntos: ficção medieval e moderna, poesia, literatura universal, crítica literária, teologia, religião, ornitologia, ictiologia, piscicultura, botânica, montanhismo, exploração polar, história marítima, história universal e da Escócia, ciências jurídicas, ambientalismo, livros sobre golfe, aviação, antiquários, ferrovias, etc.  

Livros eróticos

Os livros sobre trens e ferrovias são os mais vendidos, “comprados invariavelmente por homens com barba”. É diferente daquele que os moralistas chamariam de pornografia, que merecem uma reflexão do Diário, quando narra que uma mulher de 80 anos, toda serelepe, foi à loja para vender uma coleção erótica com fotos de jovens da década de 1960. Ao vê-lo folhear um dos livros para avaliar o preço, a senhora idosa disse:

- Duvido você adivinhar quem sou eu nessa foto.

Ele não informa se a identificou, mas comentou:

- É difícil adquirir o gênero erótico, porque muito pouco pode ser vendido na Amazon ou no eBay, já que esses livros ferem as sensibilidade pudibunda dos puritanos encarregados de ambas plataformas.

Uma das broncas do autor é justamente com a Amazon, a “ceifadeira das ceifadeiras” e com seu leitor de livros digitais, o kindle, contra o qual disparou um tiro, em nome de uma geração habituada com o suporte material do livro, que evoca todos os nossos sentidos. Fez um vídeo com o kindle estilhaçado, colocou a foto em uma moldura, que se tornou o objeto mais fotografado de sua loja, cujos visitantes reafirmam o prazer de ler um livro físico.

- Embora a Amazon pareça beneficiar os consumidores, as condições punitivas que ela impõe aos vendedores prejudicam não apenas as livrarias independentes, mas também as editoras, os autores e, em última análise, a criatividade – ele escreve, sem saber que no Brasil o governador Wilson Lima fez parte do Festival da Besteira que Assola o País com sua proposta de cobrar royalties da empresa que usa o nome do Estado que ele governa.

A braguilha aberta

Um capítulo à parte são os clientes. Tem de tudo: atrevimento, grosseria, ignorância, manias, bizarrice. Um deles entrou na loja vestido de guerreiro das Terras Altas: colete verde, meias tricotadas, gorro escocês de fuzileiro naval com penas esvoaçantes da exótica ave tetraz. 

Shaun registra esses comportamentos dos clientes em postagens no Facebook “para transmitir todo o horror ou a deliciosa alegria de trabalhar em uma livraria, incluindo as perguntas estúpidas e os comentários rudes”. Na frente do balcão da loja, um cartaz traz uma frase atribuída a Einstein:

- “Duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana, mas com relação ao universo, não tenho certeza absoluta”.

Outro cliente, já idoso, removeu a dentadura e a colocou sobre um livro.

- Sua braguilha está aberta – falou Shaun discretamente sem mencionar a dentadura.

- Pássaro morto não sai da gaiola – disse o cliente desdentado que se retirou mantendo o zíper aberto.  

Clientes assíduos desfilam pelas páginas do Diário, entre outros: Jock, conhecido por contar história compridas e improváveis; Sandy, “o pagão tatuado”; uma megalomaníaca que se acha escritora genial; um velho advogado “com a habitual circunferência abdominal de homens de meia-idade inativos” e Kelly Cheiroso, apaixonado pela funcionária Nicky, braço direito do autor, que vai trabalhar sempre vestida com roupa de esqui.

Shaun gosta de fazer gozação com sua equipe, especialmente com a eficiente Nicky, que professa a religião milenarista “Testemunhas de Jeová”, o que às vezes interfere no seu ofício, como quando ela classificou o livro “A origem das espécies” de Darwin como ficção, dificultando achá-lo na devida prateleira.   

Captain, o gato

Não sei como Nicky classificaria o Diário, se como livro de memórias ou de ficção. Lá estão os afetos de Shaun: a escritora americana Jessica Fox, então sua namorada, aparece com o nome de Anna, em 2014, quando o Diário foi escrito e seu autor completava 44 anos, mas o gato preto, que morava com o casal, é identificado com o nome real de Captain, assim batizado em homenagem ao capitão cego do livro Under Milk of Wood de Dylan Thomas.

- A fama do Captain se alastrou mais do que eu imaginava – conta o livreiro, mencionando “duas mocinhas ruivas muito bonitinhas e amáveis que vieram de manhã e perguntaram pelo gato. Elas seguem a loja no Facebook, onde Captain é uma das estrelas”.

Além de dono da livraria e renomado escritor, Shaun é um leitor qualificado. Suas reflexões sobre os livros que lê ao longo do ano evidenciam a complexidade da prática social da leitura e despertam em nós a fome de ler. Dei-me ao trabalho de fazer uma lista com 174 livros citados e, embora muitos não tenham sido comentados, ali reside um roteiro para futuras leituras. 

No Brasil, a literatura escocesa é desconhecida. Li o Diário em dois dias, não digo “vorazmente” por considerar o advérbio inadequado, mas prazerosamente. Seu autor deu continuidade ao tema com mais três livros, que espero ler quando cheguem na Casa 11, o sebo e livraria na Rua das Laranjeiras, 371 – espaço de resistência política e cultural do Rio.  Comprar na Amazon? Nem morta, filha. Ou como diriam os portugueses: “Nem f`l´cida, cachoupa”.

Se ganhar na megasena e a saúde permitir, quando setembro vier irei ao Festival de Wigtown para comprovar in loco se a livraria é mesmo um paraíso como imagina Borges. Ou o contrário: ele está no paraíso de escritores e leitores, fazendo aquilo que mais gosta:  lendo.

Referências:

Shaun Bythell: O Diário de um Livreiro. Jandira (SP): Principis, 2023.  Tradução: Patrícia N. Rasmussen.  The Diary of a Bookseller. London. Profiles Books. 2017.
__________: Confessions of a Bookseller. London. Profiles Books. 2019
__________: Seven Kinds of people you find in Bookshops. London. Profiles Books. 2020
__________: Remainders of the Day. London. Profiles Books. 2022

P.S. O ex-reitor da UERJ Ivo Barbieri, que completou 90 anos neste sábado, 3 de fevereiro, ganhou de presente O Diário de um Livreiro, já lido por seu colega, o advogado Nuno Pereira. E la nave va.

 

The Diary of a Bookseller:

The Mecca of secondhand bookstores

Tradução: Sérgio Freire de Souza

I always imagined that paradise would be a kind of bookstore. Jorge Luis Borges (1899-1986)

I ventured into Galloway, commonly known as "the forgotten corner of Scotland," and wandered through Wigtown, a charming town boasting fewer than 1,000 residents. During my exploration, I stumbled upon the world's third-ranked bookstore, acknowledged by The Guardian for its "peculiarity and excellence." Remarkably, this virtual expedition took place from the confines of my home, as I immersed myself in "The Diary of a Bookseller," penned by Shaun Bythell, the witty and ironic owner of the bookstore. Through his engaging narratives, he shares delightful tales with a touch of humor.

Numerous stories in the book revolve around customers, employees, and authors from various countries attending book festivals or residing at the "Writers' Retreat." A particularly memorable episode unfolded during a lively gathering after a full day's activities when Louise Stern, an American writer based in London, joined the group. Despite being deaf, she had a sign language interpreter by her side. Shaun recounts, "The atmosphere took on a slightly serious tone. Louise sensed the tension and willingly offered to answer questions."

—  "Did you have a good trip here?", I asked.

She confirmed that she indeed had a good trip, expressing it all in sign language. Shortly after, she playfully shifted the atmosphere with a straightforward question:

"My turn to ask a question now. At what age did you lose your virginity?"

This lighthearted query diffused the tension, allowing the group to resume their playful banter.

"The Diary" is filled with stories from the "Book Town," a designation granted to Wigtown in 1998. Every year during the ten-day literary festival in September/October, thousands of visitors from diverse countries engage in over 200 events scattered across approximately 300 tents. The largest tent, situated in the main square, hosts film screenings, folk music performances, and dance groups, creating a distinctive and lively atmosphere.

The Aladdin's Cave

Although not the only yearly book fair, Wigtown organizes the less elaborate Spring Festival in May, primarily for local residents and orchestrated by the Wigtown Booksellers Association. However, Wigtown consistently attracts thousands of tourists year-round, on a literary pilgrimage either to sell or purchase books. A visit to the town's central literary temple is deemed mandatory — the Book Shop, fondly referred to by patrons as the "Aladdin's Cave," owned by the author of the Diary.

Nestled within an antiquated building, the Book Shop features a granite facade embellished with two columns of books arranged in a spiral — previously encased in glass, now preserved in cement. With nine rooms, labyrinthine corridors, chimneys, and shelves stretching two kilometers, it accommodates an extensive inventory of more than 100,000 books. Furthermore, it includes a four-bedroom apartment on the mezzanine and a garden with a summer house named the "Fox's Den," utilized for events like creative writing courses and art classes.

Wigtown permeates literature through every fiber of its being. The Book Shop, acting as its vital source of words, generously opens its space during the festival for musical performances by the Bookshop Band. This distinctive band, traveling to Scottish bookstores, creates songs inspired by the books read by its members, serving as a harmonious form of review. In Wigtown, the book assumes a central role, extending its influence to the trendy and worn-down dive bar known as The Ploughman — paying homage to the book by Scottish writer John McNeillie.

During recent festivals, a puppet show presented in the "creative space" was succeeded by a theatrical performance featuring a pair of actors. They portrayed scenes from renowned movies set in bookstores, such as The Big Sleep with Humphrey Bogart and Lauren Bacall and Notting Hill with Julia Roberts and the London store owner played by Hugh Grant.

Readers' Delight

It's remarkable how a small town, with a population half the size of a single building in Copacabana in Rio de Janeiro can house a bookstore of such magnitude, catering to online orders from every continent. Additionally, a well-crafted strategy preserves its clientele through a straightforward formula: "Once a client, always a client," which incidentally serves as the title of a book.

As part of this strategy, an offshoot of the bookstore is the Random Book Club. Subscribers pay 59 pounds annually to receive a surprise book each month. Another facet is the Readers' Delight program, capturing customers inside the store as they read a passage from a book of their choice. These videos gain considerable traction on Facebook, to the extent that a Chinese blog requested to share them on the Chinese equivalent of Youtube.

But the most crucial aspect is the constant renewal of the stock, a daily occurrence either through individuals selling used books at the store or Shaun actively seeking collections in the homes of deceased private library owners. It's not uncommon for unfamiliar family members to contact the store to negotiate the inherited books:

The number of funerals I attend increases each year. The experience of collecting the belongings of a deceased person is familiar to used book dealers and gradually desensitizes you. Dismantling that book collection seems to be the final act of destroying their memories.

Shaun estimates that he transports around 15 tons of book boxes annually, loading and unloading them from his car. These tasks have compelled him to prioritize the health of his spine.

A Scholarly Fart

One of these trips was prompted by the call of the widow of a retired pastor of the Church of Scotland, who wished to sell her late husband's library. Shaun visited her residence, and she guided him to the dining room, where the books were neatly arranged with their spines facing up. As he examined the collection, a sudden burst of machine gun-like sounds, followed by a prolonged whistle, startled them:

— She let out a fart that seemed to last an eternity, reminiscent of the shrill whistle of a train. Then, she hastily retreated to the garden. Her son, entering the room moments later, immediately noticed the odor and shot me a stern, accusatory glance. I left with four boxes of theology books and a newfound reputation as the farter.

The structure of "The Diary," which has been translated into 30 languages, is distinctive. At the beginning of each month, a quote from George Orwell, the author of "Bookshop Memories," sets the tone with his reflections on the bookselling experience. To conclude each daily entry, Shaun includes statistics like the count of customers, online orders, books found, daily turnover, and information about the genres of books acquired for the inventory.

Shaun Bythell expresses, "Many booksellers specialize in one subject. I don't."

The collections Shaun acquires cover a wide range of subjects, including medieval and modern fiction, poetry, world literature, literary criticism, theology, religion, ornithology, ichthyology, fish farming, botany, mountaineering, polar exploration, maritime history, world and Scottish history, legal sciences, environmentalism, books on golf, aviation, antiques, railways, and more.

Erotic books

Among these, books about trains and railways are the best sellers, typically purchased by bearded men. This is a departure from what moralists might label as pornography, a topic that "The Diary" explores when recounting the story of an 80-year-old woman who enthusiastically visited the shop to sell an erotic collection featuring photos of young individuals from the 1960s. Upon witnessing him peruse one of the books to assess its value, the elderly lady remarked:

 — “I doubt you can guess who I am in this photo.”

He doesn't clarify whether he identified the person, but he expressed:

"Acquiring erotic literature is challenging because very little can be sold on Amazon or eBay, as these books offend the prudish sensibilities of the puritans in charge of both platforms."

One of the author's grievances is directed at Amazon, the "reaper of reapers," and its digital book reader, the Kindle, against which he fired a shot on behalf of a generation accustomed to the tangible support of a book, invoking all our senses. To emphasize this, he created a video featuring the shattered Kindle, framed the photo, and it became the most photographed object in his store. Visitors consistently reaffirm the pleasure of reading a physical book.

“Although Amazon appears to benefit consumers, the punitive conditions it imposes on sellers harm not only independent bookstores but also publishers, authors, and ultimately creativity”, he writes. Unbeknownst to him that in Brazil, the Governor of the state of Amazonas, Wilson Lima, preposterously proposed to charge royalties from the company that uses the name of the state he governs.

Your fly is down

Customers are a whole other chapter. They come in all shapes and sizes: boldness, rudeness, ignorance, idiosyncrasies, and eccentricities. For instance, one customer walked into the store dressed as a Highlander warrior: wearing a green vest, knitted socks, and a Scottish Marine Corps cap adorned with the fluttering feathers of the exotic capercaillie bird.

Shaun documents these customer antics in Facebook posts, aiming to "convey both the horror and the delightful joy of working in a bookstore, which includes encounters with absurd questions and impolite comments." A poster behind the store's counter proudly displays a quote attributed to Einstein:

"Two things are infinite, the universe and human stupidity, but I'm not sure about the universe."

Another customer, an elderly man, took out his dentures and left them on a book.

"Your fly is open," Shaun discreetly pointed out, avoiding any reference to the dentures.

"A dead bird doesn't leave the cage," replied the toothless customer, departing with his zipper still down.

Regular customers parade through the pages of the diary, including characters like Jock, known for sharing long and improbable stories; Sandy, the tattooed pagan; a megalomaniac who believes she is a brilliant writer; an elderly lawyer with the typical abdominal girth of sedentary middle-aged men; and Kelly Cheiroso, smitten with employee Nicky, the author's right-hand woman, who consistently works dressed in ski attire.

Shaun enjoys poking fun at his team, especially the efficient Nicky, who follows the millenarian religion of "Jehovah's Witnesses." This belief occasionally affects her work, such as when she categorized Darwin's book, "The Origin of Species," as fiction, making it challenging to locate it on the correct shelf.

Captain, the cat

I am unsure how Nicky would categorize the Diary, whether as a memoir or fiction. Shaun's affections are evident: American writer Jessica Fox, his girlfriend at the time, appears under the name Anna in 2014, when the Diary was written, and its author turned 44. However, the black cat that lived with the couple is identified by the real name Captain, named after the blind captain in Dylan Thomas's Under Milk Wood.

"The fame of Captain has spread more than I imagined," says the bookseller, mentioning "two very cute and friendly redheaded girls who came in the morning and asked about the cat. They follow the store on Facebook, where Captain is one of the stars."

Shaun, recognized as both a prominent writer and the bookstore owner, is also an avid reader. His reflections on the books he reads throughout the year showcase the intricate social practice of reading and spark our enthusiasm for literature. I have compiled a list of 174 mentioned books, providing a roadmap for future readings, although not all were elaborated on.

In Brazil, Scottish literature remains unfamiliar. I devoured Shaun's Diary in two days, not "voraciously", as I find the adverb inappropriate, but rather with genuine pleasure. The author further explores this theme in three additional books, which I look forward to reading once they arrive at Casa 11, an esteemed bookstore on Laranjeiras Street — a hub of political and cultural resistance in Rio de Janeiro. Purchase on Amazon? Not in a million years, my dear. Or as the Scots would say: "I widnae dae that for a' the tea in China!".

If luck is on my side and my health allows, I plan to attend the Wigtown Festival in September. I aim to personally explore whether the bookstore lives up to its reputation as a paradise and verify the accuracy of Borges' guess.

 

Diario de un librero:

la librería de segunda mano

Traducción: Maria José Alfaro Freire e Consuelo Alfaro

"Siempre imaginé que el paraíso era una especie de librería". Jorge Luis Borges (1899-1986)

Viajé a Galloway –“el rincón olvidado de Escocia”– y deambulé por Wigtown, un pequeño pueblo de la región con menos de 1.000 habitantes. Allí descubrí la tercera librería del mundo en la evaluación de The Guardian, que utilizaba los criterios de “peculiaridad y excelencia”. Este viaje se realizó sin salir de casa, visitando “El Diario de un Librero” escrito por el dueño de la librería, Shaun Bythell, que cuenta deliciosas historias con humor y refinada ironía.

Muchos historias fueron protagonizadas por clientes y empleados de la librería, así como por autores de diferentes países que participan en festivales del libro y se alojan en el “Retiro de Escritores”. Allí, después de un agotador viaje, un grupo bebía alegremente, cuando al final de la noche llegó Louise Stern, una escritora estadounidense que vivía en Londres. Sorda, la acompañaba un intérprete en la lengua de señas en la que se comunica. En palabras de Shaun:

El ambiente se puso un poco serio. Louise notó la tensión y se puso a disposición para responder preguntas.

- “¿Tuviste un buen viaje hasta aquí?” -  pregunté con formalidad. Respondió que sí, todo traducido a lengua de señas. Entonces ella dijo:

- “Ahora me toca a mí: ¿a qué edad perdiste la virginidad?” Fue suficiente para romper el hielo y devolvernos al libertinaje indecente de antes de su llegada.

La cueva de Aladino

El Diario está lleno de historias sobre lo que ocurre en la “Ciudad de los Libros”, título concedido a Wigtown en 1998. En el festival literario anual que dura diez días en septiembre/octubre, miles de personas de otros países viven momentos únicos, escogen participar entre los 200 eventos que se celebran en unas 300 carpas, la mayor de las cuales se instaló en la gran plaza, donde se proyectan películas y actúan grupos de música y danza folclóricas.

Esta no es la única feria anual del libro. El Festival de Primavera, organizado en mayo por la Asociación de Libreros de Wigtown para los residentes de la zona, es más modesto. Sin embargo, a lo largo del año, Wigtown atrae miles de turistas, que van allí en peregrinación para vender o comprar libros, con una visita obligatoria al templo principal, la librería conocida por los clientes como "La cueva de Aladino", propiedad del autor del Diario.

Ubicada en un antiguo edificio, la Librería tiene una fachada de granito con dos columnas de libros apilados en espiral, antes recubiertas de vidrio y ahora de cemento. Tiene nueve habitaciones, pasillos laberínticos, chimeneas y un fondo de más de 100.000 libros repartidos en dos kilómetros de estanterías, además de un apartamento de cuatro habitaciones en el último piso y un jardín con una casa de verano al fondo - el “Agujero de Zorro”, utilizado para eventos como un curso de escritura creativa y clases de arte y pintura.

Wigtown respira libros en cada letra. Su pulmón oxigenante de palabras es el Book Shop que, durante el festival, dio cabida al espectáculo musical de la Bookshop Band - banda que siempre recorre las librerías de Escocia, cuyas canciones inspiradas en los libros leídos por sus músicos actúan como una especie de reseña cantada. En Wigtown todo gira en torno al libro. Incluso el pub popular de moda que lleva el nombre de The Ploughman, título del libro del escritor escocés John McNeillie.

En los últimos festivales, a un espectáculo de marionetas representado en el “espacio creativo” le siguió un espectáculo de teatro con una pareja de actores, que representaban escenas de películas famosas ambientadas en librerías, entre ellas Al borde del abismo con Humphrey Bogart y Lauren Bacall y Un lugar llamado Notting Hill con Julia Roberts y Hugh Grant, que protagoniza el dueño de una librería en Londres.

La alegría de los lectores

Es sorprendente cómo una pequeña ciudad, con la mitad de la población de un solo edificio del barrio de Copacabana en Rio de Janeiro, alberga una librería de este tamaño, que atiende pedidos online de todos los continentes. Además, una estrategia bien desarrollada preserva la clientela con la fórmula que recuerda a los hinchas del Flamengo: Una vez cliente, siempre cliente, que es, de hecho, el título de un libro.

Parte de esta estrategia es una rama de la librería: el Random Book Club, a través del cual, por £59 al año, los suscriptores reciben un libro sorpresa al mes. Otra sección es el programa La Alegria de los Lectores, que filma a los clientes dentro de la tienda, leyendo un fragmento de un libro de su preferencia. Los vídeos se publican en Facebook con tal éxito que un blog en China pidió compartirlos en el equivalente chino de YouTube.
Pero lo esencial es la renovación permanente del stock, que ocurre a diario cuando la gente viene a la tienda a vender libros usados ​​o cuando Shaun busca colecciones en las casas de los propietarios de bibliotecas privadas que han fallecido. Los familiares, casi siempre desconocidos, lo llaman por teléfono para negociar libros heredados:

- El número de funerales a los que asisto aumenta cada año. La experiencia de recolectar las posesiones de una persona fallecida es familiar para los comerciantes de libros usados ​​y poco a poco te deja insensible. Desmantelar esa colección de libros parece ser el acto final de destrucción de sus recuerdos.

Shaun estima que carga, en total, 15 toneladas de cajas de libros dentro y fuera de su coche al año, en viajes que lo han obligado a tratar su columna.

Un cuesco alfabetizado

Uno de estos viajes se debió a la llamada de la viuda de un ministro retirado de la Iglesia de Escocia, que quería vender la biblioteca de su marido recientemente fallecido. Shaun fue a su casa, ella lo llevó al comedor, donde estaban colocados los libros con el lomo hacia arriba. Mientras examinaba la colección, estalló una secuencia de sonidos de ametralladora seguidos de un largo silbido:

- Se tiró un pedo que duró una eternidad, similar al pito de un tren. Luego huyó al jardín. Su hijo, que segundos después entró en la habitación, inmediatamente detectó el olor y me lanzó una dura mirada acusadora. Me fui con cuatro cajas de libros de teología y fama de pedorro.

La organización del Diário, ya traducido a 30 idiomas, es original. Al comienzo de cada mes, hay una cita de George Orwell, autor de Bookshop Memories, quien comenta su experiencia con la venta de libros. Y al final de cada día informa: cuántos clientes acudieron a la librería de segunda mano, cuántos pedidos online, el número de libros encontrados y la facturación diaria, revelando también el tipo de libros adquiridos para stock.
- Muchos libreros se especializan en un tema. Yo no – escribe Shaun Bythell.

De hecho, las colecciones que adquirió abarcan los temas más diversos: ficción medieval y moderna, poesía, literatura universal, crítica literaria, teología, religión, ornitología, ictiología, piscicultura, botánica, montañismo, exploración polar, historia marítima, historia universal y de Escocia, ciencias jurídicas, ambientalismo, libros sobre golf, aviación, anticuarios, ferrocarriles, etc.

Libros eróticos

Los libros sobre trenes y vías férreas son los más vendidos, “invariablemente comprados por hombres con barba”. Se diferencia de lo que los moralistas llamarían pornografía, lo que merece una reflexión en el Diario, cuando narra que una mujer de 80 años, muy desenvuelta, acudió a la tienda para vender una colección erótica con fotografías de chicas jóvenes de los años 60. Mientras Shaun hojeaba uno de los libros para evaluar el precio, la anciana le dijo:

- Dudo que puedas adivinar quién soy en esta foto.

Él no dice si la identificó, pero comentó:

- Es difícil adquirir el género erótico, porque muy poco se puede vender en Amazon o eBay, ya que estos libros ofenden la sensibilidad mojigata de los puritanos a cargo de ambas plataformas.

Uno de los reproches del autor es precisamente para Amazon, la “segadora de segadores” y a su lector de libros digitales, el Kindle, al que disparó, en nombre de una generación acostumbrada al soporte material del libro, que evoca todos nuestros sentidos. Hizo un vídeo con el Kindle destrozado, enmarcó la foto, que se convirtió en el objeto más fotografiado de su tienda, cuyos visitantes reafirman el placer de leer un libro físico.

- Aunque Amazon parece beneficiar a los consumidores, las condiciones punitivas que impone a los vendedores perjudican no sólo a las librerías independientes, sino también a los editores, a los autores y, en última instancia, a la creatividad – escribe, sin saber que en Brasil el gobernador de Amazonas, Wilson Lima, participó en el Festival de la Tontería que Asola el País con su propuesta de cobrar una tasa de derechos a la empresa que usa el nombre del Estado que gobierna.

La bragueta abierta

Un capítulo aparte son los clientes. Lo tiene todo: descaro, grosería, ignorancia, rarezas, extrañeza. Uno de ellos entró en la tienda vestido como un guerrero de las Highlands: chaleco verde, calcetines de punto y una gorra escocesa de marine con plumas sueltas del exótico urogallo.
Shaun registra estos comportamientos de los clientes en publicaciones de Facebook "para transmitir todo el horror o la deliciosa alegría de trabajar en una librería, incluidas las preguntas estúpidas y los comentarios groseros". Frente al mostrador de la tienda, un cartel muestra una frase atribuida a Einstein:

- “Dos cosas son infinitas, el universo y la estupidez humana, pero respecto al universo, no estoy del todo seguro”.

Otro cliente, ya anciano, se quitó la dentadura postiza y la colocó sobre un libro.

- Tienes la bragueta abierta – dijo Shaun discretamente sin mencionar su dentadura postiza.

- Los pájaros muertos no salen de la jaula – dijo el cliente desdentado que salió manteniendo la cremallera abierta.

Por las páginas del diario desfilan clientes habituales, entre otros: Jock, conocido por contar historias largas e improbables; Sandy, “el  pagano tatuado”; una megalómana que se cree una escritora genial; un viejo abogado “con la circunferencia abdominal habitual de los hombres inactivos de mediana edad” y Kelly Cheiroso, enamorado de la empleada Nicky, la mano derecha del autor, que siempre va a trabajar vestida con ropa de esquí.

A Shaun le gusta burlarse de su equipo, especialmente de la eficiente Nicky, que profesa la religión milenaria “Testigos de Jehová”, lo que en ocasiones interfiere en su trabajo, como cuando clasificó el libro de Darwin “El origen de las especies” como ficción, dificultando encontrarlo en el estante correspondiente.

Captain, el gato

No sé cómo clasificaría Nicky el Diario, si como memoria o ficción. Allí están los afectos de Shaun: la escritora estadounidense Jessica Fox, entonces su novia, aparece bajo el nombre de Anna, en 2014, cuando Shaun con 44 años escribió el Diario, pero el gato negro, que vivía con la pareja, se identifica con su nombre real, prestado del capitán ciego del libro Under Milk of Wood de Dylan Thomas.

- La fama del Captáin se extendió más de lo que imaginaba – dice el librero, mencionando “dos chicas pelirrojas muy lindas y amables que vinieron por la mañana y preguntaron por el gato. Siguen la tienda en Facebook, donde Captain es una de las estrellas”.

Además de ser propietario de una librería y escritor de renombre, Shaun es un lector cualificado. Sus reflexiones sobre los libros que leyó a lo largo del año resaltan la complejidad de la práctica social de la lectura y despiertan en nosotros ganas de leer. Me tomé el trabajo de hacer una lista de 174 libros mencionados y, aunque muchos no fueron comentados, pueden ser considerados como una guía para lecturas futuras.

En Brasil la literatura escocesa es desconocida. Leí el Diario en dos días, no digo “vorazmente” porque considero inapropiado el adverbio, sino placenteramente. Su autor hace referencia a tres libros, que espero leer cuando lleguen a la Casa 11, la librería de segunda mano de Rua das Laranjeiras, 371, un espacio de resistencia política y cultural en Río. ¿Comprar en Amazon? ¡Jamás de los jamases! Ni en un millón de años.

Si tengo suerte y mi salud lo permite, cuando llegue setiembre iré al Festival de Wigtown para comprobar in situ si realmente la librería es un paraíso como imagina Borges. ¿O será todo lo contrario? Borges está en el paraíso de los escritores y lectores, como a él le gusta: leyendo.

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19 Comentário(s)

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Geroncio Rocha comentou:
22/03/2024
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Paulo Afonso de Toledo Ribeiro comentou:
18/02/2024
Amigo José Bessa, me desculpe pelo tratamento; lindo, maravilhoso. Adorei, acabo de comprar o livro do Shaun.É um prazer enorme em conhecê-lo, espero um dia fazer parte de seus comentário de excelência!!! Estarei sempre à sua disposição. Forte abraço.
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comentou:
06/02/2024
Adorei Estou reenviando para os meus alunos. Compartilho a seguir imagem da livraria "Sostiene Pereira", localizada na porta de Elvira, em Granada (Espanha).
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Serafim Correa comentou:
06/02/2024
PUBLICADO NO BLOG DO SARAFA - https://www.serafimcorrea.com.br/post/di%C3%A1rio-de-um-livreiro-o-sebo-dos-sebos
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José Seráfico comentou:
06/02/2024
Caríssimo amigo, seu texto está desde a manhã de hoje no ESPAÇO ABERTO do meu blog (www.nagavea.com.br). Grande e agradecido abraço. Há, também, em NA ONDA, convite para a leitura.
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Valter Xeu comentou:
06/02/2024
PUBLICADO EM PATRIA LATINA - https://patrialatina.com.br/diario-de-um-livreiro-o-sebo-dos-sebos/
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Tania Pacheco comentou:
06/02/2024
PUBLICADO EM COMBATE - RACISMO AMBIENTAL. - https://racismoambiental.net.br/2024/02/04/diario-de-um-livreiro-o-sebo-dos-sebos-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Francisco carlos comentou:
04/02/2024
Vida longa aos livreiros, aos amantes do livro em papel. Invejo pessoas que podem comprar e ler um livro por semana, que seja um mês. Mas não é meu caso, nem da maioria dos brasileiros. Então sempre que converso com alguém que tenha interesse em leitura, eu tento ensinar meus truques. Não é necessário nem ter um kindle ou um kobo, basta ter um smartphone pé de burro, baixar um aplicativo de leitura de livros, uso um tal ReadEra, que trabalha com arquivos Epub,Mobi e Pdf. Com este aplicativo temos no celular a mesma funcionalidade do kindle e do kobo. Depois é só procurar na internet sites legais, como o Projeto Gutemberg, e os ilegais, que não vou declinar. Aí pronto, temos livros para ler no consultório médico, na praça, na fila do supermercado e por aí vai. Desculpem-me os puristas.
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Celio Cruz comentou:
04/02/2024
Agora q li essa delícia de texto do Mestre Babá. Pqp! Dá vontade de ir na Escócia e retomar meu amor sincero pelo whisky local. Já vou procurar o Diário do sujeito. Só não vou destruir o meu Kindle q ganhei de presente, mas ainda não engrenei com ele.
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Cristina Vergnano comentou:
04/02/2024
Muito interessante a matéria desta sua crônica, Bessa. Deu logo vontade de conhecer ao vivo a cidadezinha, que me pareceu fascinante, e, claro, a livraria. Pessoalmente, preferiria estar por lá fora dos festivais, ou, no máximo, no menor. Não aprecio multidões. Creio mesmo que tanta gente dificultaria o prazer de curtir o espaço e suas possibilidades. Espero que você realize seu sonho de ir até lá. Depois, nos conte se o paraíso de Borges poderia ocupar tal endereço, ok?
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Roberto Chagas (Tuca) comentou:
04/02/2024
Querido Bessa, Como sempre, um prazer enorme em ler sua crônica. Gostei demais desta, por ter até hoje um reflexo de "rato de sebo", por onde passo. Não faz muito tempo que ouvi falar da Casa 11, mas até hoje não pude ir lá. Mas espero que num futuro setembro que chegue vou conhecer Wigtown. Só um detalhe sobre a presente, Copacabana ficou livre do 200. Não que ele tenha sido demolido. Foi simplesmente implodido por sua reputação. Acredito que uma assembléia do condomínio votou uma cota extra para conseguir da Prefeitura a mudança de endereço para todos os residentes que desde então habitam na Rua Barata Ribeiro 190. Grande abraço.
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Nilda Alves comentou:
04/02/2024
Invejinha boa, desse livreiro. Obrigada por me fazer conhecê-lo. Bjs Nilda PS Divulgando, em especial para meu genro que estudou música na Escócia e adora aquela terra.
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Jorge Eduardo Teixeira comentou:
04/02/2024
Bela crônica! A Casa 11 Sebo e Livraria está à disposição. Será um grande prazer recebê-lo. Forte amplexo.
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Ana Ramalho comentou:
04/02/2024
Com essa deliciosa crônica também viajei para Wigtown guiada pelo olhar generoso de Bessa. Guardando as imensas diferenças de dimensão entre os empreendimentos, fiquei feliz em estabelecer paralelos entre nossa pequenina Casa 11 - sebo e livraria - e a Bookshop de Shaun Bythell. Certamente vou ler o Diário e, quem sabe, alguns dos 174 livros que Bessa listou ao lê-lo. Obrigada, Bessa, por essa leitura!
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Ermelinda Polizel Guedes comentou:
04/02/2024
Deve ser um Diário de muito valor, deve se ganhar muita cultura lendo esse diário.
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Nuno Pereira comentou:
04/02/2024
Somente o talento, a perspicácia e a vocação literária do Bessa conseguiram , nesta resenha , descortinar o vasto cenário humano e cultural que ambientavam essa livraria Li o Diário de um Livreiro e não consegui enxergar esse mundo de tonalidades que o Bessa detectou Achei até monótono esse movimento diário das caixas de livros para cá e para lá Parabéns Bessa Acho que vou reler esse diário
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Marcos Montysuma comentou:
04/02/2024
Que previlégio é esse de a cada final de semana te receber numa crônica, que parece sempre ser escrita em primeira e segunda pessoas do singular, como se de forma inédita fosse escrita ou dita diretamente para a minha pessoa, como eu fosse o único a escutar falando, repito, dirigindo-se para minha pessoa? E depois eu fico com saudade do amigo a semana inteira aguardando novamente o sábado ou o domingo chegar para escutar suas crônicas, como o Sheik aguadava Sherazade nas mil e uma noites, ou Kublai Khan esperava por Marco Polo, nas cidades invisíveis. Pois creia, tenho sempre a presunção de achar que o amigo está contando uma história só para mim, igual quando nos encontramos e conversamos e comemos bebendo um vinho e falamos e damos gargalhadas. Na escrita não leio somente a história ou as histórias da vez, trágicas, humoradas, amenas, violentas, denúncias pesadas(!), pouco importa, pois ali vejo também e claramente o brilho intenso dos seus olhos pelo prazer em narrar, seus gestos a inflexão na voz dando o devido tom à indignação, o sorriso entre os dentes ou gargalhadas, de acordo com a necessidade da narrativa. Obrigado. Não vejo a hora de encontrar e escutar o amigo novamente. Um abraço e até a próxima.
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Soraia Magalhães comentou:
11/02/2024
Adorável a leitura do seu texto e grata pela indicação dessa obra! Viva os sebos e os que lutam por mais acesso a livros e bibliotecas!!!
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Ana Silva comentou:
04/02/2024
Adorei. Viva a livraria e os livros físicos.
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