CRÔNICAS

Massacre de Guapoy: os Kaiowá e o tamanduá cego

Em: 03 de Julho de 2022 Visualizações: 7658
Massacre de Guapoy: os Kaiowá e o tamanduá cego

Esse país, que completa 200 anos de Independência, se mantém vergonhosamente dependente de práticas colonialistas seculares. Deixou de ser colônia, mas permanece comandado pela colonialidade. Continua matando indígenas para defender a usurpação das terras ancestrais, como ocorreu na sexta (24), em Amambai (MS), quando policiais militares assassinaram Vitor Fernandes, de 42 anos, e feriram dez kaiowá desarmados, entre eles um menino e dois jovens de 14 e 15 anos em estado grave.

Os Kaiowá tentavam retomar seu território tradicional, hoje ocupado pela fazenda Borda da Mata da empresa VT Brasil, de Waldir Cândido Torelli, um dos 500 maiores devedores da União, com dívida ativa acumulada em R$ 493,2 milhões. Torelli, réu na Operação Jurupari, foi investigado, em 2013, por formação de quadrilha, desmatamento e extração ilegal de madeira.

O Massacre de Guapo´y – denominação dada pela Assembleia Geral do Povo Guarani Kaiowá (Aty Guasu) - foi celebrado pelo secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, ex-delegado de Polícia em Dourados. O sem-vergonha culpou os Kaiowá por terem “criado um clima de terror”. Tudo fake. Justificou que a ação policial era para combater o tráfico de drogas, quando o boletim de ocorrência já havia registrado a reintegração de posse, que exige ordem judicial.

Se os recursos para filmar existissem na época dos bandeirantes, teríamos imagens semelhantes àquelas dos vídeos divulgados nas redes sociais. que documentaram o massacre. Está tudo lá: a invasão da tropa de choque da PM, os tiros disparados de um helicóptero em jovens desarmados, mulheres e crianças correndo desesperadas, uma menina ferida no abdômen, a prisão de alguns indígenas e o menino de 12 anos intubado no hospital. 

Os ataques

O (des) governo do Coiso incentivou o agrobanditismo que, nos últimos meses, intensificou suas operações diante do risco provável de perder a eleição de outubro, quando tais ações criminosas poderão ser coibidas e punidas por um novo governo. Por isso, as milícias rurais têm pressa em efetivar a sugestão do Pai dos quatro zeros, feita em 16 de abril de 1998, na Câmara dos Deputados: “exterminar os índios, como fez a cavalaria americana”.

A barbárie, da qual o Zero Pai é a caricatura mais abjeta, retrocede ao esquadrão da morte formado por bandeirantes no período colonial. Não rompemos ainda, enquanto nação, com a colonialidade. Quando o Brasil completou, em 1900, quatro séculos de existência, o engenheiro Paulo de Frontin, nomeado presidente da “Comissão do Quarto Centenário do Descobrimento do Brasil”, organizou um programa de festividades, com desfiles militares e manifestações religiosas, populares e artísticas.

Na sessão magna de abertura, uma missa campal foi celebrada na Praia do Russell para rememorar a Primeira Missa, com exposição do famoso quadro de Victor Meirelles. Paulo de Frontin fez o seguinte discurso:  

“O Brasil não é o índio; este, onde a civilização ainda não se extendeu, perdura com os seus costumes primitivos, sem adeantamento nem progresso. Descoberto em 1500 pela frota portugueza ao mando de Pedro Alvares Cabral, o Brasil é a resultante directa da civilização occidental, trazida pela immigração, que lenta, mas continuadamente, foi povoando o sólo”.

Não era conversa de botequim entre dois bolsonarentos. Frontin falava oficialmente em nome do Brasil, quando reforçou a proposta indecente:

“Os selvícolas, esparsos, ainda abundam nas nossas magestosas florestas e em nada differem dos seus ascendentes de 400 anos atrás; não são nem podem ser considerados parte integrante da nossa nacionalidade; a esta cabe assimilá-los e, não o conseguindo, eliminá-los.

A resistência

Sem tirar uma vírgula, este discurso cabe na boca de Daniel Silveira, se ele for nomeado presidente da Comissão do Bicentenário da Independência, como maestro do quebra-quebra programado para 7 de setembro. Basta atualizar a ortografia. Não carece chamar a cavalaria americana para acelerar a eliminação sistemática de indígenas no país. O Massacre de Guapo´y, sem o respaldo do Judiciário, não foi ato isolado, como observou Eliel Benites Kaiowá, professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

“O mais grave é que tentaram qualificar os indígenas como criminosos. Inventaram essa narrativa de que os indígenas estavam fazendo tráfico de drogas. Distorceram para legitimar uma ação ilegal e a morte de uma liderança” – disse Eliel em entrevista à “Amazônia Real” durante o enterro de Vítor.

A nota da Aty Guasu, organização do povo Guarani Kaiowá, lembrou que é uma tradição do nosso povo plantar nossos mortos ali onde tombaram. Por isso, os Kaiowá, que foram expulsos pela PM, voltaram na tarde de segunda-feira (27) para sepultar o corpo do seu líder no território ancestral Guapo´y - nome de uma árvore de 20 metros de altura, abrigo de sementinhas que alimentam os pássaros. Ali construíram barracos ao lado da sepultura.

No momento em que Vítor era plantado em Guapo´y, o Grupo Tortura Nunca Mais, coordenado por Cecilia Coimbra e Joana D´Arc Ferraz, realizava live com vários participantes: Itahu, líder do Conselho de Gestão Ka´apor (Tuxa Ta Pa Me); José Mendes, antropólogo e assessor dos Ka´apor, ameaçado por madeireiros, este locutor que vos fala e Gilberto Marques, docente da Universidade Federal do Pará, que ressaltou a esperança na resistência, recuperando a imagem do tamanduá fotografado por Araquém Alcântara com seu relato dramático:  

- Eu o vi de longe, na beira da estrada Cuiabá-Santarém (BR-163), mas não conseguia identificá-lo. Então, pulei a cerca, fui até ele, senti o cheiro de carne queimada e o vi saindo do incêndio criminoso da floresta, cego e com o peito em brasa, ferido na região frontal. Quando ele sentiu que eu me aproximava, tentou se defender: abriu os braços e se ergueu sobre as duas patas numa atitude de defesa. Eu fiquei comovido com a luta dele pela sobrevivência.    

Os criminosos que cegaram o tamanduá pertencem à mesma corja dos que mataram nos últimos dois anos Vitor Kaiowá, Sarapó Ka`apor, Zezico Guajajara, Paulo Paulino Guajajara, Ari Uru-Eu-Wau-Wau, Bruno Pereira, Dom Phillips e tantos outros milhares ao longo de cinco séculos, que nos deixaram esse legado do tamanduá: a luta continua. Guapo´y abrigo de sementinhas que alimentam os pássaros.

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33 Comentário(s)

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Marcus #ProtejamOsKaiowá # comentou:
13/07/2022
Para mais ilustrar a crônica de Bessa , segue o vídeo da visita do Coiso a Campo Grande (MS) em 2016. 5 dias após o discurso dele com promessas eleitorais, ocorreu o massacre dos Guarani-Kaiowa em Caarapo.
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Eunice Dias de Paula comentou:
05/07/2022
O martírio dos Guarani Kaiowa clama aos céus. Não sem razão, a região onde vivem no MS já foi chamada de faixa de Gaza brasileira. Todos os dias são vítimas de violências absurdas. E o mais triste é que são um povo extraordinariamente sábio, pacífico, movidos por uma espiritualidade fantástica. Teríamos tanto a aprender com eles, mas, ao invés disso, nossa sociedade os impede de viverem com dignidade em seus territórios ancestrais. #ChegaDeMassares #JustiçaParaOsGuaraniKaiowa
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Juliana Gonzalez comentou:
04/07/2022
Que triste, muito triste... Mas seu texto é necesario. Muito obrigada por converter indignação em texto. Abraço grande!!
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Márcia Mura comentou:
04/07/2022
Importante ler essas palavras
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maria jose comentou:
04/07/2022
que lindo artigo, viajei no tempo ao ler esse lindo e maravilhoso artigo, ele nos transmiti um verdadeiro combate entre aqueles que lutam pela sobrevivencia.
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Tenorio Telles comentou:
03/07/2022
Professor, Li sua crônica e refleti sobre o trabalho que temos pela frente. É muita incompreensão e ignorância pra vencer. Obrigado pelo texto.
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Maria L. Pontes comentou:
03/07/2022
Bom dia ! É uma vergonha. Precisamos resistir!
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Bel Fares comentou:
03/07/2022
Sempre de leitura profunda e clara tuas crônicas refletem a miséria do nosso país. Bom demais te ouvir ao acordar neste domingo. Obrigada sempre, Bessa, pela tua sempre lucidez. Beijos
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Débora Reina comentou:
03/07/2022
Eu não tô nem conseguindo ler mais nada, Bessa Tô tão triste com tudo Com a situação dos índios Dos bichos, da floresta Eu quase morro quando vejo a situação das nossas florestas
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Eliane Potiguara comentou:
03/07/2022
Maravilha parabéns. Publiquei na Rede de Comunicação Indigena GRUMIN. UM ABRAÇO
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Rodrigo Martins comentou:
03/07/2022
Verdade, professor! Vivemos tempos muito tristes. Temos que lutar e resistir sempre. Um abraço querido professor
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Vaneide Olmo Corrêa comentou:
03/07/2022
Resistir e lutar contra esses criminosos.
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Carlos Osvaldo Ferreira comentou:
03/07/2022
Boa noite eu acredito no estado onde os índios nossos ancestrais precisam ter treinamentos militares e poder de fogo , me desculpa professor, sobre o seu texto nos inspira justamente um sentimento de lutar , mais de outra forma, estratégias de guerrilha dentro da Amazônia , assim como faz as Afarcs .
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Roberta comentou:
03/07/2022
sse tamanduá cego me é um grande Mestre!! Linda sua escrita, como sempre, só q essa, tocou mais fundo.
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Marcelo Chalreo comentou:
03/07/2022
Bela crônica, amigo. Eliel e outras e outros milhares de Guarany, Kaiowá e Ñadewa, são exemplos de que essa enorme, muitas e muitas vezes silenciosa para os ouvidos dos brancos, resistência dessa brava gente lhes renderá frutos no futuro, lhes renderá seus territórios tomados pelas várias expressões do capitalismo e do colonialismo nos Mato Grosso. Eu compartilho dessa esperança, apesar de todas as atrocidades que atravessam esses séculos de país contra os povos originários.
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Valter Xeu comentou:
03/07/2022
PUBLICADO EM PATIA LATINA - https://patrialatina.com.br/massacre-de-guapoy-os-kaiowa-e-o-tamandua-cego/
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Tania Pacheco comentou:
03/07/2022
PUBLICADO EM COMBATE RACISMO ANBIENTAL https://racismoambiental.net.br/2022/07/03/massacre-de-guapoy-os-kaiowa-e-o-tamandua-cego-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Verônica Moura comentou:
03/07/2022
Além do ‘Massacre de Guapoy’, Polícia Militar ataca famílias Kaiowá e Guarani, de Kurupi, em Naviraí (MS) Ataques acabaram ofuscados pela proporção do ‘Massacre de Guapoy’, mas são importantes para elucidar a atuação de forças de segurança na defesa de interesses privados no Estado
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Flavia Lisboa comentou:
03/07/2022
É com profunda tristeza que vivemos esses tempos. Um gosto de sangue na boca a cada notícia horrorosa dessa que chega.
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Kanheti comentou:
03/07/2022
Nós, povo brasileiro, precisamos reagir a tantas injustiças. Vamos mudar esse quadro tão dolorido, com o nosso voto. Agora, nos temos o poder e vamos exerce-lo e so assim, poderemos relaxar.
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Bruno Goytaká comentou:
03/07/2022
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Marta Maria Azevedo comentou:
03/07/2022
Muito boa crônica Bessa! É tanta indignação nesses últimos meses que temos que seguir divulgando e nos aliando cada vez mais. Somos mais e melhores do que isso! Os aliados dos povos originários estamos juntos e presentes!
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Rodrigo Wallace comentou:
03/07/2022
Texto bastante comovente, professor! O atual governo, do ódio e da morte, potencializa a perversidade da colonialidade. Mas vemos serem geradas sementes cada vez mais fortes de resistência: Vtor, Paulino, Bruno e outros deixaram legados que serão levados adiante contra a colonialidade. Grande abraço!
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Celeste Correa comentou:
03/07/2022
Mano, estamos vivendo tempos de muita aridez. Esse desgoverno não nos permite nem respirar. A sua necropolítica faz estrago generalizado, principalmente em relação aos povos indígenas que sofrem massacres sucessivos. Como continuar resistindo sem perder a esperança? Uns resistem e denunciam através da música, da escrita e da arte em geral. A arte nos ajuda a não esmorecer. Nós precisamos resistir. Não podemos dar a esses canalhas o sabor de acharem que tiraram a esperança e capacidade de luta de quem pensa num mundo mais justo e mais igualitário. Tem muita gente resistindo! A live do Grupo Tortura Nunca Mais, coordenado por Cecilia Coimbra e Joana D´Arc Ferraz foi um oxigênio pra mim. A fala do docente da Universidade do Pará, Gilberto Marques, sobre o tamanduá cego e com o peito em brasa, foi emocionante e simbolizou isso: a resistência. Precisamos ser como o tamanduá, continuar lutando mesmo feridos. Precisamos não perder a esperança. E neste tempo de tanta escuridão, eu me aproprio da fala do Deputado do PT ,Valdir Barranco em um ato público por justiça, pelo assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips: "'Se suas mortes são razão de luto, suas vidas são razão de luta! Vamos continuar a luta mesmo estando em luto!" É isso.
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Ana Silva comentou:
03/07/2022
"Guapo'y abrigo de sementinhas que alimentam os pássaros", é isso mesmo Bessa. Vamos tirar esse horror em outubro e vamos reconstruir o Brasil. Preciso como sempre.
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Marta Maria Azevedo comentou:
03/07/2022
Muito boa crônica Bessa! É tanta indignação nesses últimos meses que temos que seguir divulgando e nos aliando cada vez mais. Somos mais e melhores do que isso! Os aliados dos povos originários estamos juntos e presentes!
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Fernando Soares Campos comentou:
03/07/2022
Caríssimo professor Bessa, sempre fui muito emotivo, seja lá o que possam interpretar como emotividade. Sei apenas que meus olhos marejam diante de imagens como a do tamanduá. No caso do macaquinho desesperadamente dando solavancos na mãe morta, tentando fazê-la ressuscitar, gerou em mim uma angústia recorrente: sempre que vejo uma dessas famílias de mico andando por aqui, nas proximidades de minha chácara, onde hoje resido, penso naquele animalzinho. Imagens como as da floresta em chamas também mexe profundamente com o meus sentimentos, imagino o que seria daquele casal de casaca-de-couro que mora na pitombeira aqui no meu quintal se, ao chegar em casa, visse tudo aquilo em chamas. Quanto aos massacres aos povos indígenas, que você, professor, me ensinou o quanto a humanidade deve a eles, isso pode me levar a uma momentânea depressão. Um abraço, professor Bessa. Tenhamos todos um domingo de paz e uma nova semana de Luz!
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salete Lima comentou:
03/07/2022
Professor Bessa, é com tristeza que vejo nosso país andando igual caranguejo. As suas crônicas são denúncias e lições de resistência. Vamos seguindo dizendo não ao Coiso.
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Miryám Hess comentou:
02/07/2022
Esta foto do tamanduá cego me dá uma tristeza tão grande ..
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Célia Maria comentou:
02/07/2022
Artigo que diz tudo o que nos vai na alma. Sim, a luta continua. A luta pela terra. A luta pela vida, pela sobrevivência. Emocionada, Prof. José Bessa.
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Conceição Campos comentou:
02/07/2022
Bessa querido, que texto bonito e rico de informações - daquelas que importam, claro. Tenho pensado muito em você nos ultimos tempos, sempre que a Amazônia dói em mim, por tanta maldade e destruição da sua gente e natureza, coisa que acompanho desde a infância mas que agora adquire feições ainda mais assustadoras e revoltantes. Por outro lado, sei o quanto de esperança e luta existe e resiste aqui e lá. Vamos em frente, nos levantando como o tamanduá. Um beijo carinhoso da sua aluna e amiga.
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Joana D`Arc Fernandes Ferraz comentou:
02/07/2022
Que lindeza de texto. Fiquei aqui sem palavras. Esses assassinos nunca saberão o que é virar semente, o que é ser plantado.
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Elaine Viana Meneghini comentou:
02/07/2022
Babá, você sempre se superando.
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