CRÔNICAS

Jurupari, Exu e o dr. Edilson no carnaval

Jurupari, Exu e o dr. Edilson no carnaval

“Jesus Cristo umpuana Yurupari – Jesus expulsou os demônios”.

(Pequeno Catecismo Português e Nheengatú. Manaus. 1944)

Jurupari não é o diabo. Mas a Unidos da Tijuca espalhou que é. Com o enredo sobre o povo do guaraná, o carnavalesco Jack Vasconcelos, bem intencionado, debateu a demarcação das terras e a resistência indígena, o que foi muito bom. Mas ao seguir o catecismo, afrontou as crenças ameríndias, quando exibiu Jurupari como “a força do mal, que vive na escuridão possuído por energias malignas semeadoras do ódio” e fez desfilar na Avenida o carro “A maldade de Jurupari avança sobre a floresta”.  

Exu também não é o diabo, uma invenção do colonizador que foi rejeitada pela Grande Rio, campeã do carnaval carioca. O seu samba-enredo Sete Chaves de Exú desconstruiu a imagem racista e preconceituosa. Cantando e sambando, combateu a demonização do candomblé, da umbanda e das macumbas, que está internalizada em corações e mentes e que incitam agressões físicas, ameaças a terreiros, pichações em templos e propaganda do ódio nas redes sociais contra as religiões afro-brasileiras.

Essa aula no sambódromo sobre a intolerância religiosa foi possível porque os carnavalescos da Grande Rio tiveram o cuidado de escutar, entre outros, dois Luízes que entendem do riscado: o Simas e o Rufino, citados na bibliografia por eles consultada. Dessa forma, as sete chaves abriram o conhecimento sobre o astucioso e brincalhão Exu, a energia mais próxima do ser humano. Assim, o orixá da comunicação, abriu caminho para a escola campeã que desfila outra vez neste domingo, 1º de maio, ao nascer do sol.

- Lá na encruza, a esperança acendeu. Firmei o ponto, grande rio sou eu.

Já a Unidos da Tïjuca, com o “samba do catequista doido”, misturou tudo e classificou os atuais invasores de terras indígenas como “filhos-demônios de pele clara de Yurupari”. Só que o diabo é cristão, mas Jurupari não – como escreveu a propósito de Exu o teólogo e doutor em Ciência da Religião, Hermes C. Fernandes.  O enredo seria outro se ouvissem os indígenas do Rio Negro, especialmente Edilson Martins Melgueiro, que pertence justamente ao clã do Jurupari e é o mais recente doutor indígena na praça.

Dabacuri epistemológico

Edilson, falante de Nheengatu como primeira língua, se doutorou nessa sexta (29) em linguística na Universidade de Brasília (UnB) e nos ofereceu um dabacuri epistemológico com sua tese O Nheengatu de Stradelli aos dias atuais, à semelhança da oferenda do ebó em forma de tese de Luiz Rufino sobre Exu e a pedagogia das encruzilhadas defendida há cinco anos na UERJ. Religiões indígenas e de matriz africana tiveram satanizadas igualmente suas divindades.

O ritual do dabacuri celebra a fartura e a união entre os povos, com um troca-troca de saberes, cantos, danças, narrativas, alimentos e bebidas. Os saberes compartilhados por Edilson, situados no campo da documentação linguística e dos estudos lexicográficos, se centraram na atualização do dicionário de Nheengatu do conde italiano Ermano Stradelli publicado em 1929, que registrou aspectos culturais – culinária, rituais, usos medicinais de plantas, tabus, crenças, entre elas a narrativa mítica do Jurupari.

Orientado pela doutora Ana Suelly, Edilson, em plena pandemia que o prostrou com o coronavírus, criou um banco de dados para elaborar um dicionário com os verbetes atualizados, acrescentando em cada um deles, além da tradução, informações gramaticais para uso das escolas do Rio Negro (e também das escolas de samba, como gargalharia Exu, o gozador).

A função de dicionários, especialmente os bilingues, é fixar sentidos. Em quase todos, Jurupari é apresentado como o demônio, o espírito do mau. Stradelli, porém, ouviu o intelectual indígena Maximiano José Roberto, cuja narrativa mítica apresenta a versão original, na qual Jurupari é herói cultural, legislador, criador de normas e usos transmitidos oralmente e uma das figuras míticas mais representativas das grandes culturas ameríndias.

O nosso Jurupari

Portanto, essa representação indígena contradiz os missionários que desde o período colonial converteram Jurupari no demônio e difundiram tal imagem através da catequese. Os frades franciscanos do Vaupés, frei Coppi e Matheus, chegaram a fechar mulheres numa capela, em 1883, e cuspiram na máscara de Jurupari para condenar o que chamavam de “falsa religião”. Os índios expulsaram os dois frades que levaram a máscara para a Itália, hoje em exibição no Museu Etnográfico Pigorini, em Roma.

O bispo do Amazonas, D. Frederico Costa, em Carta Pastoral a seus amados diocesanos” (1909) reconheceu o erro da Igreja. Mesmo assim, o Catecismo das Missões Salesianas (1944) insistiu em traduzir para o Nheengatu “demônio” como Jurupari (pergunta 35, pg. 8). Muita gente, inclusive indígenas convertidos, encasquetaram na cabeça que Jurupari é  mesmo o capiroto. Em sua sinopse, a Unidos da Tijuca confirma: “Yurupari jamais triunfará. Ele não vai vencer. Ele nunca irá nos exterminar”.

Ao mesmo tempo em que proibiam o uso das línguas indígenas, os missionários se dirigiam nelas a falantes monolíngues para detonar suas culturas e religiões. Catecismos, dicionários e escolas, incluindo as de samba, são usados para doutrinação. Felizmente, oito das 12 escolas de samba do Rio, levaram para a avenida o protagonismo negro, com críticas ao racismo. Mas o protagonismo indígena ficou de fora.

Jurupari, aqui destacado em função do carnaval, não constitui o foco central da tese de Edilson, que explica:

- “Embora Jurupari, para os Baniwa, seja o nome de um dos 23 clãs, para nós se trata realmente de entidade ancestral, que legislou regras sobre tabus e costumes, para nos orientar espiritualmente e com respeito ao mundo material. Outros aspectos mencionados por Stradelli pertencem mais à cultura amazônica em geral e diferem de como nós, Baniwa, concebemos o nosso Jurupari”.

Velhos troncos

O mais novo doutor indígena em linguística pela UnB cita Stradelli, para quem os usos, leis e preceitos ensinados por Jurupari e conservados pela tradição ainda hoje são professados e escrupulosamente observados por numerosos indígenas do Amazonas das mais diversas proveniências, e em todo o caso largamente influíram e, pode-se afirmar, influem ainda em muitos lugares do nosso interior sobre os usos e costumes atuais.

- O desconhecimento – escreve Stradelli - tem decerto produzido mais mal-entendidos, enganos e atritos do que geralmente se pensa. Ao mesmo tempo, porém, tem permitido, como tenho tido mais de uma vez ocasião de observar pessoalmente que, ao lado das leis e costumes trazidos pelo cristianismo e pela civilização europeia, subsistam ainda uns tantos usos e costumes, que, embora mais ou menos conscientemente praticados, indicam quão forte é a tradição indígena.

A tese de Edilson é um “tesão” de 526 páginas. Ele consultou os “velhos troncos”, entre elas sua mãe, dona Maria do Carmo, que assistiu a defesa lá do Alto Rio Negro numa sala virtual. Desta forma, atualizou 8.900 verbetes, o que foi possível fazer porque como falante de Nheengatu tem o controle da língua e pôde assim construir um discurso metalinguístico sobre ela. Trata-se de uma contribuição original para a educação indígena, para a linguística e para o Brasil e – gargalharia outra vez Exu – para o samba.  

A boa intenção do carnavalesco da Unidos da Tijuca, que obteve o 9º lugar e ficou de fora do desfile das campeãs, não foi suficiente para romper com a blindagem cognitiva que nos aterroriza desde a infância, nos cega e nos impede de acessar os saberes ancestrais apagados pelo fundamentalismo e pelo teocentrismo do colonizador, como bem observou Luiz Rufino sobre as religiões de matriz africana.

Jurupari e Exu – o mesmo combate. 

P.S.1 – Edilson Martins Melgueiro: O Nheengatú de Stradelli aos dias atuais: uma contribuição aos estudos lexicais de línguas Tupi-Guarani em perspectiva diacrônica”. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística. Brasília. UnB. 2022. 526 pgs.

Banca: Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (orientadora), Jorge Domingues Lopes (coorientador), Helena da Silva Guerra Vicente (UnB), Eliete de Jesus Bararuá Solano (UEPA), José Ribamar Bessa Freire (UNIRIO-UERJ), Gersem José dos Santos Luciano (UFAM convidado de honra), Thiago Pires (UnB suplente)   

P.S. 2 – Informantes e colaboradores da tese: Francisco Cirineu Martins (Baniwa), Melvino Fontes Olimpio (Baniwa) e Zilma Henrique (Baré), além dos “velhos troncos” cujas entrevistas foram gravadas: Maria do Carmo Martins, Francisco Fontes, Germano Malaquias e já falecidos, mas que permanecem vivos nesta tese: dona Josefa Baré e seu Pedro.  

Referências bibliográficas:

Andrea Palladino: Ermanno Stradelli, il figlio del serpente incantato. Documentário (52 min). Produção Executiva Astrid Lima. Società Geografica italiana. 2006

Héctor H. Orjuela: Yurupary Mito, Leyenda y Epopeia del Vaupés . Bogotá. Instituto Caro y Cuervo. 1983.

 

Geo-etnocentrismo à brasileira:

O racialismo na literatura da ‘dama de Roraima nas Letras’

Éder Santos, Evandro Pereira e Carlos Fournier ‘Tatá Bòkùlé’

O Em Roraima, enfrenta-se um problema crônico caracterizado pelo preconceito, racismo, xenofobia, machismo e o ódio ao diferente, notadamente, refletido no processo simbólico de negação da cultura e do povo amazônico. O etnocentrismo é a visão preconceituosa formada sobre outros povos, culturas, religiões e etnias, quando alguém julga a sua cultura superior a outra. Essas práticas comunicam o racismo à brasileira, que é crime. O racialismo, por sua vez, é a politização do racismo, que tem a intenção institucional de classificar e submeter uma raça, cor e religião, a outra. Tal fenômeno incorre quase sempre em atitudes de injúria racial, agressões e violências diversas.

A par dos discursos de parte da mídia local que exaltam a imagem do homem branco, cis hétero, do colono desbravador, do herói garimpeiro ou dos cowboys do agrobusiness, tem-se, por outro lado, a construção negativa e generalizada da imagem de grupos sociais como: migrantes venezuelanos, o nordestino de baixa renda, as mulheres, a comunidade LGBTQIA +, negros, povos de terreiro e indígenas. No campo econômico, o fenômeno é vinculado à questão de classe social, já que os primeiros detêm algum meio de produção e podem até patrocinar setores da imprensa, portanto, fazem opinião pública. Mas é, ao mesmo tempo, uma questão de formação histórica de nossa sociedade e, evidentemente, de educação.

O anacronismo histórico reflete-se no campo da política, por exemplo, quando se observa a reduzida participação dos grupos que fazem parte das ‘maiorias minorizadas’ no campo da disputa partidária-democrática. Essa representatividade vem melhorando, pois os grupos indígenas e afrodescendentes têm se organizado para disputar as eleições nos últimos anos, na defender de seus interesses, sobretudo, em tempo de ameaças aos territórios ancestrais.

No campo da cultura local observa-se um movimento de enfrentamento crescente. A partir da ideia de democracia que tem por objetivo a soberania dos interesses públicos, ou seja, ocorre quanto o poder político é entregue para o exercício popular, inúmeros coletivos, associações, federações e entidades culturais entendem que podem fazer resistência frente ao desmonte da cultura em todas as esferas da administração pública.

Em Roraima, o geo-etnocentrismo aponta suas armas para a população afro-ameríndia, fenômeno verificado na dimensão simbólica. A estratégia dos donos do poder, desde sempre, é manter vivos e em destaque os monumentos à barbárie. A Praça do Centro Cívico em Boa Vista é o espaço escolhido para o desprezo social pelas questões que deveriam ser centrais no debate cultural. O monumento ao Garimpeiro e o Palácio da Cultura são expressões do simbolismo, visibilidade e acessibilidade, categorias geográficas que fazem estes objetos extrapolarem a estética arquitetônica e, espacialmente, conduzirem os visitantes a acreditarem que Roraima é a terra prometida do garimpo, não importando se é legal ou ilegal, como o praticado pelos invasores nas terras indígenas.

Entretanto, é no Palácio da Cultura de Roraima que se expressa uma das maiores contradições históricas culturais do estado. O Decreto Estadual nº 5.975-E, de 27/09/2004 concede o nome da jornalista e romancista, Nenê Macaggi, ao prédio que abriga atualmente a Secretaria Estadual de Cultura e a Biblioteca Pública. Macaggi é autora de várias obras, sendo o romance ‘A Mulher do Garimpo’, escrito na década de 70, considerado o marco inicial da produção literária em Roraima.

O Decreto nº 6.991-E, de 27/03/2006, criou o Dia do Escritor Roraimense, instituído no dia 24 de abril, data de nascimento da escritora. O texto da Lei diz: “Considerando que a vida e o talento fizeram de Nenê Macaggi, a ‘Grande Dama de Roraima nas Letras’[...]”. É preciso considerar que os monumentos ou obras públicas são possuidores de sentido político, potencializando significados em torno de valores e práticas. Então, questiona-se: qual a virtude encontrada no livro seminal de Macaggi para ser tão venerado pelas elites econômicas do estado de Roraima?

Para os defensores da obra, o mérito de Macaggi diz respeito ao ‘conjunto de sua obra’, fato que comunica uma estratégia de fuga do debate, uma vez que tal argumento obscurece os absurdos escritos em ‘A Mulher do Garimpo’. É possível que o problema esteja na falta de compreensão do contexto histórico da obra e na falta de leitura do dito ‘livro inaugural da literatura de Roraima’. Silvia Marques de Almada, em seu livro intitulado “A questão do regionalismo em A Mulher do Garimpo” (EdUFRR, 2017) nos oferece uma luz: “O discurso realizado em A Mulher do Garimpo faz propaganda da região para aqueles que não a conhecem – usando dos mesmos argumentos que desde a era Vargas até a da ditadura militar proliferaram” (p.125). Macaggi era agente do Estado, portanto, sintetiza o discurso oficial.

A tese de Mirella Miranda de Brito Silva, defendida na UERJ, sob título: “Da margem à periferia: a centralidade de aspectos da identidade amazônica na literatura de/em Roraima” (2016), confirma a argumentação anterior, demostrando também a tentativa de desconstrução do que foi escrito: “Com lentidão não raro exasperante, o percurso da escritora em seus romances desconstrói, no nível do discurso e da ação narrativa, algumas ideias ratificadas como verdades absolutas no primeiro romance [...], sobretudo a que define o lugar do índio no mundo contemporâneo (p. 07). Na prática do racismo diário, parte da sociedade brasileira venera as ideias de Macaggi, pois seus arquétipos imaginários permanecem como verdades absolutas.

Para além do aspecto descritivo do ambiente, em ‘A Mulher do Garimpo’, os afro-indígenas são chamados de sujos, feios, baixos, grossos, preguiçosos, fedorentos, que trocam facilmente suas famílias por espingardas ou por um saco de sal, que vendem crianças, que não tem responsabilidade, não tem noção de dignidade, de honra, de amor fraternal, filial ou paternal [ver págs. 147-160, edição de 2012]. Um recado dado para as novas gerações indígenas e não indígenas que imaginam que o racismo acabou no país. O argumento da ‘obra inaugural da literatura roraimense’ é proveniente do pensamento colonial e escravocrata que reinou absoluto no Brasil, um país de práticas necropolíticas.

Quando a autora procura descrever as experiências da personagem principal pelo Rio de Janeiro, explodem estereótipos em relação aos povos afrodescendentes. O périplo da infeliz descrição de um culto afro, é um show de adjetivos que usa a régua judaica-cristã para chamar os praticantes de feiticeiros e macumbeiros. A par disso, a ignorância da autora consegue chegar ao nível de associar Exu ao diabo e a prática de um dos personagens a pactos com Satã. Para ela, a invocação a ogum é ‘um segredo terrível’, a dança dos praticantes é ‘macabra’’, o batuque sagrado é uma ‘toada lúgubre, lamentosa e bárbara’ [págs. 40-42]. Dessa forma, diante desse festival de racialismo, para muitos fica assim, infelizmente, ‘inaugurada a literatura de Roraima’.

Possivelmente, sem dominar a leitura do livro, em 1980 a Câmara Municipal de Boa Vista, concedeu o Título de Cidadã Boa-Vistense à escritora, por meio do Decreto Legislativo nº 090/80, de 26/08/1980. Com espaços políticos ocupados pelo pensamento colonial, as homenagens à escritora (e ex-delegada do Serviço de Proteção ao Índio) não param. Como dito, o Dia do Escritor Roraimense é sua renovação anual – a celebração da Mulher do Garimpo em grande estilo. Para os povos afro-ameríndios resta a mobilização, contando também com a capacidade de indignação da sociedade envolvente. Por isso, o historiador Bessa Freire, coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da UERJ foi cirúrgico ao dizer em um de seus artigos que Macaggi é nosso Borba Gato de saias. “O bandeirante Borba Gato usou a espingarda para matar índios. Nenê Macaggi, a palavra” (https://racismoambiental.net.br/2021/08/29/a-borba-gata-de-roraima-e-o-marco-temporal-por-jose-ribamar-bessa-freire/)

OBS: Éder Santos é jornalista, sociólogo e geógrafo; Evandro Pereira é sociólogo e liderança indígena Wapichana; Carlos Fournier ‘Tatá Bòkùlé’ é técnico em Segurança do Trabalho e liderança das Comunidades Tradicionais de Religiões de Matriz Africana em Roraima.  Pedi licença aos autores para publicar o artigo, que está muito bem escrito e tem tudo a ver com o tema. 

Comente esta crônica



Serviço integrado ao Gravatar.com para exibir sua foto (avatar).

40 Comentário(s)

Avatar
Monica Maia comentou:
11/05/2022
Querido amigo, maravilhoso o texto. Incrível o que a Grande Rio fez: como a Física Quântica mostra, mudou a frequência eletromagnética do Carnaval e do inconsciente coletivo num momento tão pesado. Tirou capas dessa sociedade ainda primitiva e tão preconceituosa. Os estudos merecem aprofundamento: Exu não é orixá, Exu é um arcano. E quanto mais soubermos sobre arcanos, mais científico será Exu e outros conhecimentos. Abraço forte
Comentar em resposta a Monica Maia
Avatar
Marta Pires comentou:
05/05/2022
: Ótima reportagem , fica mais essa crítica e observações com os povos indígenas , muito ainda teremos que caminhar , mais com certeza estamos cada vez mais perto . Parabéns professor Bessa. Adorei Mais um material para debatermos
Comentar em resposta a Marta Pires
Avatar
Nathan Lima comentou:
04/05/2022
Nossa muito legal, trabalhei com o Edilson Baniwa no IFAM, em São Gabriel da Cachoeira, profissional muito preocupado com a luta dos povos indígenas.
Comentar em resposta a Nathan Lima
Avatar
Antônio Carlos Maciel comentou:
04/05/2022
DE AULAS E DERRAPADAS NA PASSARELA DO SAMBA Parabéns, Bessa, pelo esclarecimento fundamental para quem quiser conhecer a Amazônia. Viva o Bairro dos Tocos!
Comentar em resposta a Antônio Carlos Maciel
Avatar
Pablo Freitas comentou:
03/05/2022
Não tinha visto esse Jurupari colonizado no enredo do guaraná. Muito legal, professor!
Comentar em resposta a Pablo Freitas
Avatar
Marize Tamikuã comentou:
02/05/2022
Muito bom seu texto Bessa. A ignorância e exclusão sobre povos indígenas é revoltante, estamos avançando, mas osecaniod produzidos pelo Estado brasileiro continuam a nós criar barreiras. Mas não nos deterão. Os mecanismos produzidos pelo Estado. Uma pergunta: no enredo os olhos de Cauê foram colocados um na terra vermelha e outro na terra negra, só o olho plantado na terra negra se transformou na planta do guaraná. Não assisti ao desfile, mas minha filha me contou. É esta a verdadeira história?
Comentar em resposta a Marize Tamikuã
Avatar
Graciela comentou:
02/05/2022
Professor Bessa sempre arrasando mentes e corações!!!!
Comentar em resposta a Graciela
Avatar
Luis Pellon comentou:
02/05/2022
Avatar
Sem nome comentou:
02/05/2022
Puxa, e eu adorei o desfile da Unidos da Tijuca e achei injusta a colocação... visualmente estava deslumbrante. Valeu o esclarecimento! Se foi pelo erro no tratamento do tema que eles perderam, está certo! Você sabe dizer se foi considerado o problema de tratamento do tema pelos jurados e demais autoridades?
Comentar em resposta a Sem nome
Avatar
Ira Maciel: comentou:
02/05/2022
Excelente. O adjetivo mais frequente com o grupo que compartilhei foi: esclarecedor. Compartilho com você o comentário de Alcio Brás: "Muito esclarecedor. O pior dos roubos é nos roubar nossos mitos ancestrais, demonizando nossos heróis e nos tornando plantas de vaso, desenraizadas. Exu e Jurupari, não obstante a opressão e o genocídio, não morrem."
Comentar em resposta a Ira Maciel:
Avatar
Isabel Missagia comentou:
02/05/2022
Reflexões mais que necessárias e vc esclarecedoras!
Comentar em resposta a Isabel Missagia
Avatar
Heliete Vaitsman comentou:
02/05/2022
Que aula! Quem sabe disso tudo no sul maravilha?
Comentar em resposta a Heliete Vaitsman
Avatar
Evandro Pereira comentou:
02/05/2022
muito show.......é necessário que seja quebrado esses paradigmas dentro da sociedade.
Comentar em resposta a Evandro Pereira
Avatar
Leo Ribeiro comentou:
02/05/2022
Sempre bom ler essa coluna. Parabéns! Viva Exú, viva Jurupari!
Comentar em resposta a Leo Ribeiro
Avatar
Susana Grillo comentou:
02/05/2022
Bessa, muito importante sua crônica de hoje. Não tinha percebido as diferentes abordagens das escolas de samba. Mito bom divulgar o grande trabalho do |Edilson. Parabéns aos mais novo Doutor em linguística. Abraços,
Comentar em resposta a Susana Grillo
Avatar
Vilacy Galucio comentou:
01/05/2022
Obrigada, José Bessa . Por mais ações contra a demonização da cultura e do conhecimento dos povos indígenas. Parabéns ao Edilson Melgueiro
Comentar em resposta a Vilacy Galucio
Avatar
Leticia de Luna Freire comentou:
01/05/2022
Excelente texto, Bessa. Aprendi um monte de coisas! Vamos publicá-lo no site do Observatório dos Povos Indigenas do Estado do Rio de Janeiro - OPIERJ,
Comentar em resposta a Leticia de Luna Freire
Avatar
Manu Rebollo comentou:
01/05/2022
Em viagem recente visitei a associação quilombo dos palmares onde aprendi coisas muito lindas sobre o que dá origem do que o homem branco chama hoje de macumba Foi uma visita bem esclarecedora graças a nosso guia Que contou uma história bem diferente daquela contada nos livros : Tua matéria me fez lembrar
Comentar em resposta a Manu Rebollo
Avatar
Rosangela Fernandes da Silva comentou:
01/05/2022
Considero fundamental as explicações para conhcer nossas raízes e, assim fundar nossas identidade amazônica sem o teocentrismo do colonizador.
Comentar em resposta a Rosangela Fernandes da Silva
Avatar
Dominique Tilkin Gallois comentou:
01/05/2022
Bravo, José. Essa torção dos conceitos indigenas é antiga mas tem se consolidado ultimamente. Como jurupari, também o conceito ajã / anhãga / etc, vem sendo traduzido de forma equivocada, introduzindo um maniqueismo inexistente nas cosmologias indígenas, onde, não há essa separação radical entre B e M. Ajã é um principio que tem capacidade de agressão e por isso cura e protege ou cura e protege porque tem capacidade de agressão. Mas nos dicionários organizados por missionários fundamentalistas, é traduzido como "espírito mau"... cortanto a mais relevante de suas atribuições, capacidades e ações.
Comentar em resposta a Dominique Tilkin Gallois
Avatar
Iran Ikolo comentou:
01/05/2022
Quero aqui parabenizar o parente Edilson por um conquista de estudo mais avançado, parabenizar também a professora Ana e a universidade de Brasília. Que a mais a mais venha a ser formados pela essa universidade para concretizar o seu papel social.
Comentar em resposta a Iran Ikolo
Avatar
Valter Xeu comentou:
01/05/2022
Publicado em PATRIA LATINA - https://patrialatina.com.br/jurupari-exu-e-o-dr-edilson-no-carnaval/
Comentar em resposta a Valter Xeu
Avatar
Tania Pacheco comentou:
01/05/2022
Publicado em COMBATE - RACISMO AMBIENTAL - https://racismoambiental.net.br/2022/05/01/jurupari-exu-e-o-dr-edilson-no-carnaval-por-jose-ribamar-bessa-freire/
Comentar em resposta a Tania Pacheco
Avatar
Nilda Alves comentou:
01/05/2022
Querido muito bom texto, como sempre. Gostaria de informar que a tese de Luiz Rufino foi enviada a CAPES pelo ProPEd como a melhor tese do Programa no ano de sua produção. A Comissão da CAPES deu pouca atenção a ela. Grande abraço Nilda Alves PS Como sempre passando a outros.
Comentar em resposta a Nilda Alves
Avatar
Márcio Pucu comentou:
01/05/2022
Bom dia professor Bessa, seu artigo abordou o tema focado nas escolas de samba com muita profundidade, deixando a lição do conhecimento, como também não basta nessa vida a boa intenção, é preciso conhecimento para onde se quer chegar.
Comentar em resposta a Márcio Pucu
Avatar
Magela Ranciaro comentou:
01/05/2022
Excelente, excelente, EXCELENTE… me ocorreu, agora, querer entender o que diria a Berna sobre essa imagem carnavalesca, opaca e destorcida a respeito da autoridade espiritual do Jurupari, se ela, Berna, em todos os momentos que o evocou - emanando prodigiosos efeitos em situações complicadas ou adversas -, costumava dizer: “Tudo dará certo, em nome de Jurupari!”. Pois é, Berna, aqui na Terra, tentaram, mais do que publicamente, distorcer tudo aquilo pra ti já era tão claro. Poxa vida, mana!
Comentar em resposta a Magela Ranciaro
Avatar
Romulo Andrade - Nação Cerratense (via FB) comentou:
01/05/2022
Na mitologia grega Hermes é o deus associado a esse personagem, o mensageiro entre a terra e o espaço, capaz de aprontar das suas. Pra aprofundar essa conversa : https://youtu.be/ZPon2i7Ya18 A Alma Ancestral do Brasil
Comentar em resposta a Romulo Andrade - Nação Cerratense (via FB)
Avatar
Academia da Língua Nheengatu comentou:
01/05/2022
Bom dia grande sapiente jose. Lindo texto de desmitificacao, so explicando um equivoco: yurupary tem varias versoes. Cd povo (de origem tupi ou nao) tem uma ideia sobre ele. A unidos optou pela ideia que o povo satere tem na sua prooria religiao tradicional. A que o mundo é dualista, assim ha o bem x o mal. No caso yurupary é a força do mal. Verdade. Nao tem nada a ver com diabo, que na religiao crista nem é deus, mas um ser, ja para a religiao satere, o diabo é um deus, criador do mundo e do universo junto com o seu opositor Tupana.....mas sua visao esta certa. O deus Inapikuri dos Tukanos é bom e é o legislador (esse é quem foi endemonizado pelos cristaos)
Comentar em resposta a Academia da Língua Nheengatu
Avatar
Célia Maria comentou:
01/05/2022
Muito bom. A versão mais popular de Jurupari, a abraçada pelos Sateré Mawé, evoca uma malignidade extensa, "demonizando"-o, à semelhança do que os católicos colonizadores fizeram com Exu, por interesse catequético. Curiosamente, a versão do Jurupari do Alto Rio Negro também se aproxima da narrativa mítica judaico-cristã, remetendo os encantados - o que nos faz lembrar também do Krishna oriental, dentro de uma perspectiva comparativa de suas estruturas - aos fatos cosmogônicos narrados no Gênesis (Ceuci, mãe de Jurupari, comeu do fruto proibido da árvore do Bem e do Mal) e no Novo Testamento . A concepção de Jurupari, gerado pelo Sol, foi milagrosa, e a gravidez de mãe solteira de Ceuci chocou os anciãos de sua aldeia, que a condenaram ao exílio (lembrar da visita de Maria à prima Isabel para evitar o apedrejamento), onde teve seu filho. Jurupari tornou-se um legislador ( um sábio como Cristo), tendo, em sua missão de introduzir regras aos povos indígenas, reforçado o patriarcado,"ameaçado" pela iniciativa de Ceuci. Não é sem razão que a identidade indígena do Alto Rio Negro é obtida através de tronco patrilinear e que danças e instrumentos sejam proibidos cerimonialmente às mulheres.
Comentar em resposta a Célia Maria
Avatar
Leyla Martins Leong comentou:
01/05/2022
Vivendo e aprendendo ( com você).
Comentar em resposta a Leyla Martins Leong
Avatar
Bel Fares comentou:
01/05/2022
Querido Bessa, bom demais te ouvir, trazes tantos esclarecimentos importantes. Estes nossos colonizadores transformaram nossos deuses em demônios, nossos espíritos "do bem" em demônios ou bruxas más, como fizeram com a matinta, personagem das nossas matas e rios. Estou compartilhando para os grupos que participo. Beijo pra ti.
Comentar em resposta a Bel Fares
Avatar
Regina Abreu comentou:
01/05/2022
Maravilha, Bessa! Vou usar em Antropologia Cultural no Brasil esse semestre! ????
Comentar em resposta a Regina Abreu
Avatar
Daiara Figueroa comentou:
01/05/2022
Eu vi essa parada.... do Carnaval... entre tantas outras pataquadas... Mas uma coisa sabe... o nhengatu criado pelos padres foi justamente o canal de introdução do capeta né... Eu adoro o livro do stradelli mas só achei em espanhol .. tem até uma leitura em espanhol no YouTube que gosto de ouvir de vez em quando Gosto de como os parentes da Colômbia falam de nossos povos como pueblos de los jaguares del yurupari : O que pra mim faz mais sentido que as divisões criadas pelos linguístas Somos povos da cobra canoa ou jaguares do jurupari. O jurupari é esse demiurgo que é cobra grande, duende, velho, Pajé, jovem... traz o medo e a lei e também a loucura e a desordem, é mais que dono das flautas, as flautas são de seus ossos... nasceu junto com o kahpi, para debater jurupari teríamos que começar entre nós (ou pelo menos entre os homens enquanto temerem as mulheres... pq jurupari foi parido, tem mãe) indígenas.... e reunidos se silencia para ouvir suas flautas e mergulhar nas mirações, ouvir e acreditar nos avôs antes de se referenciar em padres, italianos ou Antropologos... Mas se alguém reclamar que mulher não pode saber ou falar de jurupari pode dizer que é justamente culpa dos padres, italianos, Antropologos e do Tukano Tb.
Comentar em resposta a Daiara Figueroa
Avatar
Leonardo Peixoto comentou:
01/05/2022
Sempre uma delícia te ler e aprender com vc Bessa!!! E vc sempre generoso, dando os créditos a quem de direito!!! Obrigado pela partilha!!! Divulgando!!!
Comentar em resposta a Leonardo Peixoto
Avatar
José Carlos Levinho comentou:
01/05/2022
Muito bom! Interessante essa tese, um esforço intelectual enorme. Grande abraço
Comentar em resposta a José Carlos Levinho
Avatar
Michael Baré comentou:
01/05/2022
Faaala meu mestre, desejo que estejas bem, junto a família. Ótimo txt. Tbm fui convidado pra participar de um dos samba enrredo, fizemos até um clip, e lá percebi o erro deles sobre Yurupari e consertamos, conhecendo nossa cultura falei que ele era nosso legislador e não um demônio, mas, infelizmente nosso samba enrredo não ganhou, uma pena, pois este que levaram pra avenida foi horrível e não levantou ninguém! Forte abraço
Comentar em resposta a Michael Baré
Avatar
Mário Dandãoi comentou:
01/05/2022
Perto de 2000 numa roda de amigos um pastor falou que nós éramos preconceituosos, o que chocou (eu de jeito nenhum), aí ele disse, “os missionários americanos e europeus do início do século XX definiram que todas as entidades do folclore brasileiro - saci, curupira, mula sem cabeça e etc - eram entidades demoníacas, mas o folclore americano e europeu era cultura”. Completou “hj atualizamos isso, entidades indígenas ou africanas são demônios, principalmente seus ‘deuses’, mas Thor, um deus nórdico, branco e de olhos claros é cultura, até bonecos damos aos nossos filhos e os levamos aos cinemas, quem aqui levaria o filho ou neto para um filme sobre Exu - caveira?”. Fazer um check list e ver que vc preenche todos os dados para racista e preconceituoso não foi fácil. Quebrar o que aprendemos desde sempre é difícil, mas necessário qdo estamos aberto a aprender. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Comentar em resposta a Mário Dandãoi
Avatar
rodrigo martins comentou:
30/04/2022
Um dos grandes prazeres que tenho na vida é ver pessoas de bem e do bem vencendo na vida. Parabéns, Edson pelo brilhante trabalho, criar um banco de dados para fazer um dicionário com os verbetes atualizados não é para qualquer pesquisador (assim como também fazer uma tese de 526 páginas). PARABÉNS, agora é saborear essa gigantesca conquista. E logicamente mais uma banca com a participação do querido professor Bessa. Números atualizados: Mestrado: 100 (com pelo mais duas em andamento chegará no extraordinário número de 102 bancas) Doutorado: 71 bancas. (Já contando a do Edson) Sucesso absoluto, esse é meu orientador, desculpa sociedade
Comentar em resposta a rodrigo martins
Avatar
Romulo Andrade comentou:
30/04/2022
Bacana ! admirável o esforço da nossa amiga AnaSuelly e o LALI - Laboratório de Linguas Indigenas da UnB
Comentar em resposta a Romulo Andrade
Avatar
Ana Silva comentou:
30/04/2022
Que belezura de crônica. Viva Jurupari, viva Exú. Quero ler essa tese.
Comentar em resposta a Ana Silva