CRÔNICAS

A parábola da goiabeira: Damares (18:5-6)

Em: 16 de Dezembro de 2018 Visualizações: 21336
A parábola da goiabeira: Damares (18:5-6)

Que país é esse? / Terceiro mundo, se for / piada no exterior”...

(Renato Russo - Legião Urbana)

O riso volta a ser censurado no Brasil, desta vez pelo presidente eleito Jair Bolsonaro incomodado com a gargalhada coletiva que explodiu nas redes sociais, provocada pelo vídeo em que a pastora Damares Alves descreve, em estado de transe, seu encontro presencial com Jesus debaixo de uma goiabeira no quintal de sua casa.

- “É surreal e extremamente vergonhoso ver setores da grande mídia debocharem do relato da futura ministra Damares Alves sobre a fé em Jesus Cristo, que a livrou de um suicídio desejado por conta de abusos sofridos na infância” – criticou Bolsonaro, falando já como chefe de estado.

A revista Globo Rural entendeu o recado, vestiu a carapuça e, obediente, deletou correndinho o post em sua página no twitter no qual, para promover o plantio da goiabeira sugeria, brincalhona, que “subir na árvore para ver Jesus pode ser perigoso” e recomendava, com seriedade, que “é melhor plantar a fruta”.

Marque com um x as três respostas certas:

“Surreal e vergonhoso” é:

 a) O espetáculo delirante e estapafúrdio da pastora-ministra no vídeo exibido;

b) A gargalhada dos espectadores diante de discurso descosturado e irracional;

c) A censura à mídia feita por quem fala com a autoridade de chefe de estado;

d) A submissão à censura informal por parte de revista de circulação nacional.  

A resposta exige um resumo prévio do ocorrido, buscando luzes nos evangelistas e na história.

Café pequeno

Corria o ano de 1974, com mudanças que abalaram o mundo. Em Portugal, a Revolução dos Cravos põe fim a uma ditadura de meio século. Nos Estados Unidos, o escândalo do Watergate derruba Nixon, o trapaceiro. Morrem dois presidentes: Perón, na Argentina e Pompidou, na França. No Brasil, troca de generais ditadores: sai Garrastazu, entra Geisel. Em Sergipe, uma menina de dez anos, Damares Regina Alves, que quatro anos antes havia sido molestada, sobe numa goiabeira no quintal da casa pastoral onde morava com seu pai, detrás da igreja, decidida a se suicidar, não enforcada, mas com veneno.  

Por que precisa subir numa árvore para tomar veneno? Mistério. Mas no vídeo registrado em um culto evangélico, a futura ministra conta que sempre que se sentia mal, subia no pé de goiaba, nesse dia levou uma dose de veneno com ela:

 - “Quando eu ia comer (sic) o veneno, vi Jesus se aproximando do pé de goiaba. Ele era tão lindo, tinha uma roupa comprida, uma barba comprida. Jesus Cristo começou a subir no pé de goiaba. Eu pensava na minha cabeça: NÃO SOBE JESUS, VOCÊ NÃO SABE SUBIR, VAI CAIR E SE MACHUCAR (...). Mas Jesus É TÃO PODEROSO, TÃO PODEROSO, que conseguiu subir no pé de goiaba sem cair. E ele foi para o galho onde eu estava. E lá, naquele galho, Jesus Cristo me deu o abraço que a igreja não deu. Tive uma revelação extraordinária. Quando vi Jesus, irmãos, esqueci o veneno. Não tomei o veneno” (Damares, 18: 5-6).

Aleluia!  Ela foi salva. Mas afinal, Jesus tinha tanto poder assim que era capaz de trepar em árvores sem cair? Vejamos: os exegetas do novo testamento asseguram que essa questão transcendental é abordada indiretamente por Lucas (13:6-9) e Mateus (24:32-33) em duas parábolas, não da goiabeira, que é nativa da América, mas da figueira, cultivada na Cisjordânia há mais de 10 mil anos. Curar leproso, cego, surdo, paralítico, hidrópico, transformar água em vinho, multiplicar pães, andar sobre as águas, restaurar orelha cortada, ressuscitar mortos – tudo isso é café pequeno. Até subir aos céus e se sentar à direita de Deus Pai. Quero ver é subir em goiabeira.  

Araçá-das-almas

Jesus tirava de letra se fosse para subir na figueira estéril, sem frutos, da parábola narrada por Lucas ou na figueira, cujas folhas novas anunciavam a agonia da primavera, no relato de Mateus. Se os dois evangelistas duvidassem de tal capacidade, teriam explicitado isso. No entanto, quem trepa numa figueira não sobe necessariamente em pé de goiaba escorregadio conhecido como “araçá-das-almas”, cujo tronco tortuoso de casca lisa vive descamando. Daí ser procedente o assombro da pastora que não sabe que folha de goiaba cura diarreia de criança e diarreia mental de adultos.

Bolsonaro, porém, confunde alhos com bugalhos. Ninguém debocha da fé ou da violência que Dalmares sofreu na infância, mas do relato presepeiro dela que agride a nossa inteligência, de sua falta de jeito de contar uma história plausível. De qualquer forma, a presidência parece que tornou mais sensível aquele que, em setembro de 2015, em entrevista ao jornal Opção, declarava sobre a presidente Dilma:

- “Espero que o mandato dela acabe hoje, infartada ou com câncer de qualquer maneira”.

Menos de um ano depois, em abril de 2016, o mesmo Bolsonaro falava na rádio Jovem Pan que “o erro da ditadura foi torturar em vez de matar”. Ou ainda a violência contra a deputada Maria do Rosário, quando repetiu, em 2014, o que havia dito em 2003 na Câmara:

 - “Eu falei que não ia estuprar você, porque você não merece”, o que foi considerado pelo ministro Luiz Fux, relator do caso no STF, como um “desprezo pelas vítimas de estupro, no sentido de que teriam sido violentadas porque mereceriam”.  

Isso não era "surreal e vergonhoso" para o então deputado Bolsonaro e seus eleitores.

Parábola furada

Da mesma forma, os abusos padecidos na infância pela futura ministra da pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos, não contribuíram para que ela se solidarizasse com Patrícia Lélis, de 23 anos, que a procurou em agosto de 2016 para denunciar o pastor Marcos Feliciano como estuprador. Em entrevista exclusiva à Viviane Ávila do Jornalistas Livres, Patrícia conta que a nova ministra dos Direitos Humanos tentou ocultar o estupro:

- “Desde o início ela (Damares) me pediu para não contar nada porque não poderíamos escandalizar a igreja. A cada ligação ela me perguntava se eu tinha contado ou mostrado as provas para alguém”.

As conversas entre as duas estão registradas no whatsapp, com acusações pesadas também ao pastor e senador Magno Malta, de quem Damares era assessora jurídica e que foi por ele indicada para ser ministra no governo Bolsonaro. Numa das mensagens, Damares deixa a vítima de estupro indignada quando escreveu: “Saiba que meu silêncio em relação a você é necessário (...) Não pude fazer nada na época por você senão orar”.   

É essa a ministra escolhida para cuidar de temas como direitos humanos, família, índios, mulher e que declarou que “a igreja deve governar” o país. Ela vai orar por nós, lá de cima da goiabeira, porque é incapaz de escalar a “árvore da Ciência do Bem e do Mal” plantada no Jardim do Éden, segundo os capítulos iniciais do Gênesis.

Já Patrícia, que também subiu na goiabeira e foi vítima de estupro, não recebeu nenhum abraço solidário sequer de Damares, que no dia 30, em Brasília, lança seu livro “Jesus sobe no pé de goiaba”. Um amigo argentino me escreve perguntando se essa história é fake. Lá fora ninguém acredita que o Coiso escolheu essa Coisa para ministra. Respondo que é mais grave ainda: a escolha foi de 57 milhões de Coisos e Coisas, muitos vítimas de propaganda enganosa, alguns já arrependidos, que conferiram ao Coiso o poder para nomear a Coisa. Quanta vergonha! Acho que vou subir no pé de goiaba.

P.S. - Outra coisa me intriga: em que língua Damares falou com Cristo, se ela não domina o aramaico e se ele não falava o português, que em sua época nem existia. Isso sim, parece mais dificil do que subir em goiabeira.  Aguarde no próximo domingo: A língua falada em Belém. 

 

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29 Comentário(s)

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Susana Grillo comentou:
17/12/2018
Colapso de inteligência e de racionalidade. Abraços,
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Celeste Corrêa comentou:
16/12/2018
Gente! É muita irresponsabilidade escolher essa senhora para ministra. E o pior é o silêncio de tanta gente sobre isso, que expõe o país à chacota e ao ridículo. O que podemos esperar de 2019...
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Nel comentou:
16/12/2018
Triste ver alguém que escreve tão bem , Usar as palavras para agredir, debochar , ironizar . Texto horrível!! Percebe se que o Senhor não conhece Deus. O seu texto não ofende o Presidente Eleito nem a ministra ...o seu texto é uma afronta à Deus . E ainda diz que Deus não entendi português , fala sério !! O Senhor acha mesmo que Deus é igual agente!
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Valter Xeu comentou:
16/12/2018
Publicado em PATRIA LATINA - uma voz a serviço da integração dos povos http://www.patrialatina.com.br/a-parabola-da-goiabeira-damares-185-6/
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Madá Oliveira (via FB) comentou:
16/12/2018
Enio Souza , li dezenas de matérias sobre esse fato. Primeiro, houve piadas sobre Jesus na goiabeira. Normal já que ela é figura pública. Depois, e só depois, veio a história de que foi abusada. Nada de gozação. Zero de piadas. Essa triste experiência merece compreensão e respeito. Duas considerações para não me alongar: 1- se ela tivesse à época aula de educação sexual, teria aprendido a se defender ; 2 - ela necessitou e ainda necessita de acompanhamento psicológico e psiquiátrico. O que ela não pode e nem deve é usar essas experiências para manipular pessoas simples e vulneráveis, para difundir suas idéias retrógradas, para transformar a pasta em ministério das mulheres submissas e direitos desumanos.
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Adriana Sampaio(via FB) comentou:
16/12/2018
Isso, Madá Oliveira. Lembrando que não há ninguém ridicularizando uma criança que supostamente foi abusada. Supostamente, pq já circula um vídeo de anos atrás onde a versão que ela mesma conta para essa história, é outra. As críticas são para uma mulher acusada de traficar bebês indígenas através de sua ONG, que propõe penalizar mulheres estupradas, condenar as que abortam, num país onde, se toda mulher que abortasse fosse presa, teríamos que construir o dobro de presídios e a maior população carcerária do planeta. Em 2018 uma pessoa pública que fará parte do governo dizer que o lugar da mulher é em casa, cuidando da família e o que salvará o Brasil não é a política mas a religião (dela), é uma afronta!!
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André Vallias (via FB) comentou:
16/12/2018
Vejo Jesus nos pobres, nos moradores de rua. Na goiabeira, vejo goiabas (Padre Julio Lancellotti)
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Raphael Tsavkko Garcia (via FB) comentou:
16/12/2018
Conhecer a história da futura ministra Damares e o abuso que sofreu não muda em nada minha posição sobre ela ter problemas mentais, na realidade aumenta minha certeza de que ela deveria buscar tratamento — e não ser ministra. O que ela passou é horrível, não justifica depois de velha manter fantasias. Defender uma goiaba e sua alucinação pós-trauma enquanto a própria goiaba propõe para outras vítimas de estupro “olha aqui um dinheiro, mas só recebe se deixar o estuprinho nascer”. Não, não trabalhamos. Ela precisa de tratamento. Todo mundo tem traumas. Alguns piores q os outros (e o dela é terrível), no entanto transformar isso em guia de políticas públicas p prejudicar outras vítimas (bolsa-estupro) e manter-se descolada da realidade… Aí não. Ser vítima não torna razoáveis as besteiras que se fala (ou que ela fala).
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Múcio Medeiros comentou:
16/12/2018
Oremos para a Psidium guajava ou a GOIABA! Mas talvez devêssemos enrolar antes a folha dessa fruta nativa da América tropical.
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José Delfim(via FB) comentou:
16/12/2018
Me solidarizo com a experiência traumática de Damares mas não arredo um pé da minha posição sobre o caso. Se trata de uma mulher visivelmente desequilibrada, com traumas mau superados, que confunde uma experiência de ordem subjetiva e o próprio exercício de sua Fé com atuação secular e pior no âmbito da vida pública.
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Guilherme Lemos comentou:
16/12/2018
Não, não vou aliviar a Damares e mais, aquilo não é "sagrado", é negócio.
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Sabino Dutra comentou:
16/12/2018
Enio, deixa de posar de vítima que não cola. Ao contrário do Bolsonaro, que defende a tortura, ninguém está rindo do abuso sexual que ela sofreu, nem muito menos da fé, como está claro no artigo. Ela não está sendo ridicularizada. Ela se ridicularizou com essa história sem pé (de goiaba) nem cabeça (sensata). Cara, deixa de ser maluco, te distancia criticamente, usa tua cabeça pra pensar.
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Enio Souza comentou:
16/12/2018
A menina de 10 anos de idade que tentou o suicídio encima de uma árvore após dois anos de abuso sexual está sendo ridicularizada .é triste e cruel !
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Rafael Santos (via FB) comentou:
17/12/2018
Enio Souza ninguém está ridicularizando a menina abusada. Quem está sendo ridicularizada é a picareta que alimenta fanatismo religioso pra manipular a população
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Ana Helena Tavares . comentou:
16/12/2018
E que hoje faz de tudo para que muitas mulheres se suicidem.
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Bianca De F Arantes comentou:
16/12/2018
Excelente! O triste pra mim é ver os seguidores de Messias distorcendo a direção das críticas e porque não, as risadas, sarcasmos, ironias feitas sobre o ocorrido. E mais triste ainda é ver a Mídia silenciada.
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Olga Gomes de Paiva comentou:
16/12/2018
José Bessa , muito bom e mais que oportuno. Que tempos sinistros! Brasil acima de tudo, goiaba acima de todos...
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Felipe Lindoso comentou:
15/12/2018
Babá, genial. Tem gente reclamando que é falta de caridade cristã debochar da garota que foi estuprada quando criança. O problema não é esse - pobre menina - e sim a adulta que é o mais completo nonsense em um ministério que é parada dura de comparar, com o defensor do agrobusiness no Ministério do Meio-Ambiente e sobretudo com o inquisidor no Ministério que agira será chamado da (In)Justiça.
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Maria Celina Muniz Barreto comentou:
15/12/2018
Muito difícil conviver com tudo isso. É engraçado sim, se fosse de brincadeira.
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Edna comentou:
15/12/2018
Todas as mulheres são minhas irmãs. Ainda que eu tenha uma tendência a me solidarizar mais por aquelas que lutam por liberdade política e econômica. Há outras, aquelas que como a Pastora Damares Alves simplesmente não sabem que são tão aprisionadas como as mulheres de outras castas/classes. Nossa prisão é confeccionada pela sociedade que por milénios e milénios coloca a mulher em uma posição subalterna. À umas com ferro, à outras com flores. Talvez ela jamais ande de mãos dadas com as nossas, apenas ignorem. Há 3 mecanismos muito fortes para nos manter subalternas e atreladas: 1 nos convencer que somos inferiores e incapazes: política, intelectualmente e economicamente; 2 nos subjugar com a força física; 3 nos tornar as únicas responsáveis pela reprodução e manutenção da espécie humana. Algumas classes conseguem mais facilmente se livras, ou amenizar o item 2, umas mulheres estão mas vulnerável do que outras, mas isso porque existem classes mas vulnerável do que outras, não porque elas conseguem se impor na sociedade como um todo. Para muitas o item 3 se resolve escravizando outras, mas ao item 1 é quase impossível escapar e quando escapamos somos tratadas como a exceção que confirma a regra. O modelo que a sociedade usa para nos manter subalterna é o mesmo de sempre: 1 com violência física e social. Impedir-nos o acesso aos meios de controle de natalidade, incluindo o aborto, são a principal. Tentar nos convencer que nossa função é a procriação. Obrigando-nos a arcarmos sozinhas com a geração e manutenção dos filhos. Negando-nos a liberdade de nossos corpos. Matando nossas vontades e corpos; 2 nos convencendo que é melhor sermos vassalas, abrir mão de nossa liberdade e independência para cuidar do outro. Poucas têm a possibilidade de encontrar um estado ou um homem que possa arcar financeiramente com as necessidades econômicas das mulheres. Porém a exceção vai servir como miragem para que a maioria esqueça-se de lutar pela liberdade das mulheres como um todo. A verdade é que a essas poucas não falta apenas solidariedade que se deve a uma irmã. Falta a consciência da extensão de seu aprisionamento. São tão escravas como qualquer outra. Seus passos só a levam até onde o outro quer, e pelo tempo em que o outro queira lhe conceder suas benesses, seja um assento na sala de jantar, seja um lugar num governo.
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Adelino Barreto comentou:
15/12/2018
Os Coisos e Coisas que votaram no Coiso pensam como o Coiso e a Coisa. Essa é a verdade.
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Olga da Silva comentou:
15/12/2018
Excelente texto. Gratíssima pela necessária partilha.
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Marcia Paraquett comentou:
15/12/2018
Salve a inteligência e a ironia, querido Bessa, porque de burrice e patetice já estamos fartos.
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Marcio Roberto Aires Almeida comentou:
15/12/2018
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Simão Pessoa comentou:
15/12/2018
Rindo até 2022... Matou a pau, mano velho! Diabolicamente genial! Os goiabões do Globo Rural vão te botar quebranto!... Kkkkkkkk
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Magela Ranciaro comentou:
15/12/2018
Que vergonha, Brasil: "Lá fora ninguém acredita que o Coiso escolheu essa Coisa para Ministra". E que "pasta" forte, heim?!?
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Cláudio comentou:
05/01/2019
O povo brasileiro elegeu o mito Incitatus para nós governar, porém o que eles não sabiam é depois de eleito ele ia chamar uma mais Incitatus que ele para lhe acessorá.
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Ana Silva comentou:
15/12/2018
Kkkkkkkkk Extraordinários, texto e autor! Rir é sempre uma excelente maneira de estravazar todas as angustias e medos. Excelente, Bessa.
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Marilza de Mello Foucher comentou:
15/12/2018
Cuidado o seu riso ou gargalhada pode ser censurado. Suba logo em uma goiabeira...
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