CRÔNICAS

O Alienista e a Operação Lava Jato

Em: 13 de Março de 2016 Visualizações: 23775
O Alienista e a Operação Lava Jato

 

"Dos passos que foram dados / nem marcas restam no chão.

E de seus sonhos alados? / Nem as asas restarão.

Pois foram todos sonhados / No espaço de um porão".

Ernesto Penafort (1936-1992), poeta amazonense

Dizem as crônicas de Pindorama que em tempos remotos vivera ali um certo juiz, o doutor M. y Cristiano, que mergulhou fundo no estudo da transgressão às leis. Cursou doutorado em Propinologia na Harvard Law School, nos Estados Unidos, onde defendeu tese sobre um dos principais recantos do crime: a lavagem de dinheiro. Descobriu que em Pindorama se pagava propina para concessão de todo e qualquer contrato público. Entendeu que se caçasse e punisse os corruptos, poderia impedir a continuação de tão pernicioso costume.

Obteve autorização do Tribunal Supremo para trancafiar todos os pilantras desonestos do país num presídio a ser construído na capital. Para isso desapropriou a fazenda Papuda, assim chamada porque sua proprietária, depois de contrair caxumba, ficou com as glândulas muito mais inchadas dos que a papada do Ricardo Berzoini. Lá seria erguida a casa de detenção, mas antes era preciso resolver três problemas: a escolha da construtora, o dinheiro para a construção, alojamento e manutenção dos presos e o nome do presídio.

Um novo imposto não era tarefa fácil, pois tudo estava taxado em Pindorama, salvo o ar. A saída foi criar, para esse fim, o TSAR - Tributo Sobre o Ar Respirado. Mais difícil ainda era selecionar construtora idônea, cujos donos não fossem presos ao terminar a obra. Encontraram em Bossoroca (RS) o idôneo consórcio uruguaio-gaúcho Mujica, Dutra & Cia que edificou, sem mutretas, o Presídio batizado de Papuda.

Foi aí que, inspirado na Operação Mani Pulite (Mãos Limpas) da Itália, o juiz M. y Cristiano criou as operações Farol da Colina e Lava-Jato. Prendeu suspeitos de evasão de divisas, sonegação, suborno, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre eles grandes empresários, doleiros, tecnocratas, políticos, ministros. As prisões diárias cresciam de forma assustadora, sob os aplausos da turba. Os mil cubículos da Papuda logo foram ocupados por delinquentes de colarinho branco. Seis anexos foram construídos no Complexo Penitenciário para receber os novos hospedes.

A Matraca

Os presos pertenciam quase todos ao grupo Petralha, cuja recente ascensão ao poder só fora possível pela fama de honestidade adquirida quando denunciavam os Coxinhas que governaram Pindorama durante cinco séculos. Na gestão Coxinha, cada tijolo escondia propina - berravam os Petralhas - citando obras recentes do aeroporto em fazenda particular, o metrô, a máfia da merenda escolar e até o antigo Forte de Bertioga erguido em 1549 pelo Coxinha Tomé de Souza que superfaturou cal de sambaqui e óleo de baleia.

Foi com promessas de moralidade que os Petralhas ganharam as eleições. Mas uma vez no poder, passaram a governar usando o propinoduto herdado que tanto combateram, destroçando sonhos alados e uma trajetória de lutas. Os Coxinhas protestaram, não por serem contrários à prática secular da distribuição de "acarajés" que afinal fora por eles criada, mas porque quem agora comia os "acarajés" eram os neopraticantes que sequer lhes pagavam direitos autorais. Exigiram o impeachment dos Petralhas porque queriam reocupar o lugar no banquete que privatizava o que era público e não porque "Marx e Hegel ficaram envergonhados".

Os dois grupos vomitavam ódio e se digladiavam com "argumentos" passionais que derrotavam o pensamento e a razão, enquanto um terceiro grupo assistia a "guerra do acarajé" sem nada entender: eram os Perplexos. Acusados de Petralhas pelos Coxinhas e de Coxinhas pelos Petralhas, os Perplexos desconfiavam dos dois grupos e duvidavam de tudo, considerando a forma como os fatos eram seletivamente divulgados.

É que o juiz M. y Cristiano usou com êxito o instituto da prisão preventiva e da delação premiada para facilitar a investigação criminal e desarticular quadrilhas, bandos e organizações. Os presos começaram a bater com a língua nos dentes para terem a pena diminuída. No entanto, a "Matraca", que mantinha relações promíscuas com os Coxinhas, só anunciava trechos que comprometiam os Petralhas.

A "Matraca" funcionava assim: um homem contratado desfilava pelas ruas de Pindorama, tocando uma matraca na mão para atrair a atenção das pessoas que se reuniam em torno dele. Aí, quando tinha bastante gente, ele anunciava trechos escolhidos dos depoimentos confidenciais dos delatores aos quais tivera acesso não se sabe como. Suspeitas, suposições, conjecturas, antes mesmo de serem confirmadas ou descartadas pelas investigações da polícia, já eram matraqueadas como verdades, mesmo se fossem falsas ou parciais.

- O povo não é babaca, abaixo a Matraca - gritava a turba para quem a única mensagem confiável ali era a previsão meteorológica anunciada por Juma, uma matraqueira bonita e inteligente, que quando previa chuvas e trovoadas era para todos e não apenas para um grupo. O resto era de procedência duvidosa.

Cegueira deliberada

"A ocupação mais digna de um juiz é a moralidade" - bradou M. y Cristiano que classificou os presos em furiosos, mansos, delirantes, cagões, exibidos e cegos. Entre os exibidos estava o casal de marqueteiros que fascinou Pindorama pela forma com que mascava chiclete, num movimento sincronizado da mandíbula, repassando a goma - importada, é claro -  com a língua para ambos os lados da boca como só se faz nos Estados Unidos. Já os cegos surgiram com a teoria da cegueira deliberada inventada pelos americanos - a Willful Blindness Doctrine - quando a pessoa não quer ver o crime para não se comprometer.

A luta contra a corrupção era sincera? Há controvérsias. Parece que tal cegueira deliberada atingia também quem estava prendendo e julgando, pois nenhum Coxinha citado pelos delatores era preso. O juiz, que continuou a fazer novas prisões, começou a investigar parlamentares, presidentes das casas legislativas e mandatários de diferentes níveis. Soou o alarme. Políticos e empresários que nunca distinguiram fronteiras, não sabiam onde a honestidade terminava e onde começava a corrupção.

As investigações ainda em curso podem ter três finais à escolha do leitor.

O primeiro: os Petralhas no poder vão todos em cana delatados por empresários que tem a pena reduzida e logo saem da cadeia. Os Coxinhas, poupados na delação, ressurgem como paladinos da honestidade, retomam o poder que sempre lhes pertenceu, mandam demolir alguns anexos da Papuda e voltam a usar o propinoduto em conluio com os mesmos empresários, sem ter quem os denuncie, uma vez que os petralhas fora do poder, embora não tenham sido presos, perderam credibilidade. Como "A Matraca" se cala - seu lema é "fora petralha" e não "fora corrupção" - ninguém fica sabendo de nada e tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes. "Vitória na Guerra, Irmão".

O segundo: o juiz descobre que não adianta só extirpar os corruptos, se o sistema que os cria continua a reproduzi-los. Corrupção se combate punindo os transgressores, é verdade, mas especialmente transformando o sistema. Acontece que quem vota as reformas são precisamente aqueles que no exercício da atividade política se beneficiam dele e por isso impedem as mudanças. Daí a necessidade de entender como funciona tal organismo para não se deixar manipular como um trouxa. Só assim é possível mobilizar a sociedade para exercer pressão efetiva e mudar "as regras do jogo" e não servir de massa de manobra para interesses inconfessáveis.

O terceiro: o juiz M. y Cristiano depois de prender todos os delinquentes - petralhas, coxinhas e alguns perplexos - verifica nas estatísticas do IPGE que 75% da população de Pindorama estava encarcerada. Descobre que o suborno não é um desvio da norma, mas a própria norma e que comportamento desviante tinham aqueles que não subornavam, nem se deixavam subornar. "Em Pindorama - concluiu o juiz - todo mundo é corrupto, exceto quem não é". Dito isto, o juiz deduziu que ele era a única pessoa "anormal", liberta os presos, incluindo Zé Maria, o novo chefe da facção, e para assombro de todos se tranca num cubículo da Papuda.

P.S, Agradecemos ao Bruxo do Cosme Velho, Joaquim Maria Machado de Assis, o conto inspirador "O Alienista".

 

 

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25 Comentário(s)

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Rogério Teles comentou:
14/03/2016
Crônica espetacular Mestre, sua capacidade de analisar e compreender a atual situação política do Pais é diferente, pautada pela ausência de paixão por ¨"petralhas" e "coxinhas(velhas prostituas falando em castidade).
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heliete vaitsman comentou:
14/03/2016
Bom demais! Parabéns pelo texto e pela capacidade de manter o humor numa hora dessas O que me entristece é a ilusão que tomou conta da multidão...nada que a gente não tenha visto antes, ao vivo e nos livros, aqui e alhures....
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VÂNIA TADROS comentou:
13/03/2016
HOJE, DOMINGO, NO BRASIL INTEIRO AS RUAS, PRAÇAS PRAIAS FICARAM LOTADAS DE PESSOAS PEDINDO O FIM DO GOVERNO DILMA, AS PRISÕES DO LULA, RENAN, EDUARDO CUNHA EM FAIXAS E CARTAZES. APOIAVAM O JUIZ SÉRGIO MORO, AGRADECIAM SEU TRABALHO EM FAVOR DO BRASIL E ELOGIAVAM A POLÍCIA FEDERAL. EM MANAUS NA PRAIA DA PONTA NEGRA E NAS DUAS AVENIDAS QUE CONDUZEM A ELA FAMÍLIAS NUMEROSAS FAZIAM QUESTÃO DE GRITAR A SUA REJEIÇÃO AO GOVERNO PETISTA. PENSAR QUE ISSO, COMO DIZ ESTA CRÔNICA, É RESULTADO DA MANIPULAÇÃO FEITA PELOS OPOSITORES É RECONHECER QUE SÃO MUITO COMPETENTES. EU NÃO ACREDITO NESSE TIPO DE FORÇA. AS PESSOAS ESTÃO INDO PARA A RUA PORQUE NÃO SUPORTAM MAIS SOFRER AS INCOMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E TÊM CONSCIÊNCIA QUE SEU SOFRIMENTO É FRUTO DO DESVIO DO DINHEIRO PÚBLICO
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carmen junqueira comentou:
13/03/2016
Faltou falar dos grandes veículos de comunicação aliados dos coxinhas e da metralhadora giratória que usam com grande habilidade.
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Elza Rabello comentou:
13/03/2016
O Janio de Freitas já escreveu na Folha e agora o Verissimo no GLOBO. Olhem o que ele diz? "Jânio de Freitas também se refere ao fato de um dos delegados na operação Congonhas (que levou coercitivamente o Lula para prestar depoimento) ser um dos citados numa reportagem de O ESTADO DE SAO PAULO publicada no inicio da Lava-Jata sobre a troca de emails entre delegados contendo insultos a Dilma e Lula e elogioso ao Aeci. Uma matéria da qual, como tantas outras nestes tempos misteriosos, nunca mais se falou".
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Isabel Valle (via FB) comentou:
12/03/2016
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Carmelo Ribeiro comentou:
12/03/2016
Excelente texto. Eu não quero saber no que o bandido acredita. Eu quero o bandido na cadeia.
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VÂNIA NOVOA TADROS comentou:
12/03/2016
PARABÉNS AO NETO REIS PELO QUE ELE ESCREVEU. CERTAMENTE, ESTAREMOS NO MESMO ESPAÇO DA PONTA NEGRA SOB CHUVA OU SOB SOL COMO ACONTECEU NAS MANIFESTAÇÕES ANTERIORES. QUANTO A CRÔNICA DO DONO DESTE PEDAÇO ESTÁ UMA VERGONHA SEGUE A MESMA LÓGICA DOS OUTROS POUCOS PETISTAS QUE SOBRARAM, OS TROUXINHAS ( TAMBÉM SALGADINHOS ): " TODOS ROUBAM ENTÃO NÃO EXISTE NINGUÉM COM AUTORIDADE PARA PRENDER O LULA, A DILMA, O DIRCEU, O DELÚBIO, A MARISA LETÍCIA, O JOÃO PAULO CUNHA, O MARCOS VALÉRIOS E TODOS OS POLÍTICOS E EMPRESÁRIOS DESONESTOS COM QUEM SE ALIARAM, BEM DE ACORDO COM AS ORIENTAÇÕES DA DOUTRINA DE KARL MARX E VLADIMIR ILITCH ULIANOV LENIN OU SEJA : " DESESPERADOS POR DINHEIRO DOS OUTROS UNI-VOS". NO ENTANTO ESTE AUTOR SABE QUE NÃO É ASSIM. EU SOU HONESTA E CONVIVO COM MUITAS PESSOAS PROBAS. PORTANTO, O JUIZ SÉRGIO MORO NÃO TERÁ NECESSIDADE DE CHEGAR A CONCLUSÃO DE QUE FICARÁ ISOLADO CADEIA. AINDA VAI MANDAR MUITOS SAFADOS PARA A PAPUDA E OUTRAS PRISÕES SOB ACLAMAÇÃO POPULAR. TENTEM AVALIAR AS MANISTAÇÕES DE AMANHÃ COM ÓCULOS SEM LENTES COLORIDAS DE IDÉIAS PRÉ CONCEBIDAS. NÃO VALE A PENA TENTAR SER INJUSTO COM PESSOAS DE BEM SÓ PARA DEFENDER ESSA ESCÓRIA HUMANA QUE ROUBA ATÉ CRUXIFIXO DO PALÁCIO DO PANALTO.
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Rubão comentou:
13/03/2016
Meu amigo Babá, desculpa, mas voce é muito ingenuo, não devia publicar esse tipo de comentário, de gente que nem saber ler, que entende tudo ao contrário, isso é lixo, Babá. Lixo. Querer que essa gente analfabeta pense é pedir demais.
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Jether Carvalho comentou:
12/03/2016
É isso ai, Bolsonaro neles, vamos pra cima deles.
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Soraya Maldonado comentou:
12/03/2016
Temos que silenciar essa corja, não dar mais espaço para que escrevam, agora me permita discordar de uma coisa, se o Lula levou o crucifixo isso revela pelo menos a crença dele no Altissimo.
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Mauro Almeida comentou:
12/03/2016
Lucio, você é neto da dona Geny Almeida? Se for o Lucio que estou pensando, nós somos parentes. Brilhante teu comentário, ilustra muito bem o que o autor chamou de "derrota do pensamento e da razão".
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Lucio Almeida comentou:
12/03/2016
É isso ai, companheira, amanhã estaremos todos na Ponta Negra para apoiar que enviem essa corja pra cadeia. Procurei nesse texto vergonhoso, é verdade que não vi o autor dizer claramente isso: "TODOS ROUBAM ENTÃO NÃO EXISTE NINGUÉM COM AUTORIDADE PARA PRENDER O LULA, A DILMA, O DIRCEU, O DELÚBIO, A MARISA LETÍCIA". Não escreveu, mas é claro que pensou. E voce com muita argucia desnudou o pensamento dele. , temos de ler um texto procurando saber o que o autor está pensando. Amanhã, na Ponta Negra, contra o pensamento solerte.
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Rui comentou:
12/03/2016
Excelente! Merece um Oscar! Grande abraço cumpadre!
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Tarcisio Lage (via FB) comentou:
12/03/2016
Nas alternativas finais, acrescento, se me permite, mais uma: a criação da República dos Dedos-Duros de Pindorama, onde todo mundo teme o vizinho e os mais desconfiados até a mãe.
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josefa comentou:
12/03/2016
Certeiro!!!!!!!! Isso sim é entender política!!!!!!
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Ayalla Oliveira (via FB) comentou:
12/03/2016
Mais uma crônica do professor Bessa que vale muito a pena a leitura! Como sempre, genial maestria com as palavras. Mas seria cômico se não fosse trágico, esse enredo
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Vera Ddebei comentou:
12/03/2016
Bessa, Parabéns! Belo roteiro para um seriado, tão na moda, atualizando "O Bem amado"
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Waldery Júnior via FB) comentou:
12/03/2016
Obrigado professor José Ribamar Bessa Freire. Vislumbro diariamente suas crônicas no site: www.taquiprati.com.br A crônica museu do judiciário ( que fora escrita no dia 20.06.1995 em Freiburg) é a minha favorita. Parabéns pelo trabalho.
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Neto Reis comentou:
12/03/2016
Eu sou realista, nem tanto otimista e nem tanto pessimista, mais gosto de exercer a cidadania sem ufanismo, quando a realidade se mostra tétrica, ninguém sabe quem inventou a corrupção é bem verdade, mais quando a corrupção se torna objetivo de Estado, mediante a promoção de um pacto com as empreiteiras, que fornecem propina (bilhões de reais) para garantir poder eterno a um partido político, digo organização criminosa, como disse o jurista Carvalhosa, eu como brasileiro não posso ficar alienado e deixar a vida me levar... como disse o pagodeiro. Vestir a camisa de verde amarelo e não de vermelho, de foice e martelo, como se estivesse em outro país, não é apenas para torcer por futebol, é para ter dignidade, ter vergonha na cara e demonstrar que estamos vivendo no país que tem leis, democracia e Instituições que funcionam com pessoas sérias e probas. A corrupção virou aparelhamento de Estado, onde gente que se diz a ¨alma mais honesta do país¨ debocha, faz pouco caso e clama que está sendo perseguido não se sabe por quem a não ser por seus próprios demônios. Enquanto isso, 15 milhões de brasileiros estão desempregados, a inflação está a 15% ao mês, o país está decrescendo 4% ao ano, sem investimento, e a preocupação da presidente é arranjar um cargo para este tipo de alma. Por tudo isto, eu estarei amanhã dia 13 de março, domingo, não nas ruas da França e sim nas ruas da nossa querida Manaus, a do mormaço, com quase 4.000.000 de pessoas (mosqueteiros) em todo o país, manifestando a minha indignação e com cabeça erguida e de verde amarelo.
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Geraldinho Caleffi comentou:
12/03/2016
É isso aí, Neto, não podemos sob hipótese alguma permitir que essa dupla insidiosa de Marx e Hegel tomem conta do país, é de gente valorosa como você, Neto, que o Brasil precisa.
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Ana Stanislaw comentou:
12/03/2016
Bessa que maravilha!!! Essa foi a mais sensacional análise que eu li sobre o cenário político atual. Muitos colunistas da matraca anunciando grandes bobagens e, você, com estilo e precisão, escreveu uma preciosa análise. Muito grata!!
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Ramesoj Guarani Kaiowa Leicam (via FB) comentou:
12/03/2016
José Bessa disse tudo. Nas palavras do meu amigo Serge Camps, Chora por mim, velha guitarra.
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Maria Celeste (via FB) comentou:
12/03/2016
Parabéns, José Bessa! Vc é uma grande referência pra mim pq além de ter uma visão de mundo da qual eu compactuo,sabe por experiência própria do que está falando. Obrigada,mano! Nesses tempos de internet e de tanta(des)informação é mt bom ler teu texto! Ele me ajuda nas minhas reflexões.
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