CRÔNICAS

A prostituta respeitosa: essa Manaus que se esvai

Em: 16 de Outubro de 2022 Visualizações: 9259
A prostituta respeitosa: essa Manaus que se esvai

A memória do sofrimento é surpreendentemente curta em pessoas, que justificam assim seu esquecimento: “a chuva de ontem já não pode mais nos molhar”. (Bertold Brecht, 1952) 

Hoje quero falar contigo, Manaus, para te dizer que uma cidade, que vota majoritariamente contra seus próprios interesses e que não sabe escolher entre o fascismo e a democracia, é uma cidade desmemoriada. Confesso minha vergonha e minha perplexidade pelos 622.846 votos dados ao Coiso no primeiro turno da eleição presidencial contra 430.562 a seu adversário, embora ignore o peso do orçamento secreto nesta escolha. Manaus votou em quem quer acabar com o voto.

Eleitores “esqueceram” o sofrimento recente de pessoas asfixiadas, sem oxigênio, mortas por quem alardeou que a vacina causava aids e debochou dos que agonizavam com covid. Sem falar na memória da ditadura, que em passado não tão distante, torturou e assassinou, entre outros, o Thomazinho Meirelles e prendeu, entre outras, a Bia, ambos amazonenses, além de realizar uma lavagem cerebral no campo da cultura e da educação.

Uma cidade que ignora seu passado se condena a “cem anos de solidão”. Por isso, para que Manaus tenha “uma segunda oportunidade sobre a terra”, é preciso lembrar que a ditadura militar derrubou, em 1964, o presidente eleito pelo voto popular, suprimiu a eleição direta para presidente e governadores, fechou o congresso, cassou governadores, ministros do STF e parlamentares, censurou teatro, cinema e música, amordaçou a imprensa: tudo aquilo que hoje é o pesadelo de todos nós e o sonho do Coiso, ele que instituiu o sigilo de cem anos sobre a corrupção e criou o orçamento secreto.  

Contra isso lutou Thomazinho, que adorava a paçoquinha da sua mãe, dona Maria. Sua história de resistência já é bem conhecida. A da Bia, não. Deixa que eu te conte quem foi ela. A atriz de teatro Maria de Nazaré Palheta, a Bia, morava na antiga Carolina Neves, hoje rua Elisa Bessa, vizinha do Escabego Lêgo-Lêgo e do Lauro Chibé. No carnaval, ela saía sempre no bloco “eu sozinha”, mascarada e fantasiada, desfilando pelas ruas e becos, cada ano na pele de um personagem diferente.

Depósito de borracha

Foi em 1953 ou 1954 que a Bia, mascarada e vestida de enfermeira, carnavalizou seu entusiasmo dionisíaco e ofereceu carinho e colo às crianças do bairro de Aparecida, entre elas eu e minha irmã Tequinha, que jogamos confete sobre seus cabelos compridos e sua pele de macaxeira. Dez anos depois, quando ela encenou a peça de Sartre A Prostituta Respeitosa, “imprópria para menores”, fingi ter um ano a mais e fui assisti-la, no dia do meu aniversário, no Teatro Amazonas.

O imponente teatro foi inaugurado em 1896, no apogeu da borracha, mas não abrigou um movimento com atores locais para dialogar com a arte importada a peso de ouro pela burguesia de igarapé. Por isso, óperas, comédias e até o “cancan” dos cabarés de Paris sumiram do palco, quando em 1912 a economia entrou em crise. O Teatro Amazonas virou depósito de borracha na 2ª Guerra Mundial. As pelas de látex coagulado ocuparam palco, salão nobre, plateia, camarotes e até o fosso da orquestra, para atender os Acordos de Washington sobre essa matéria prima estratégica. Era a Batalha da Borracha.

- “Belo Teatro. Sua decadência e abandono refletem o drama ou a tragédia da Amazônia” – lamentou o antropólogo Eduardo Galvão. “Uma geração toda naufragou intelectualmente” – concordou Djalma Batista. Só no pós-guerra quando surgiu, enfim, o Teatro Escola Amazonense de Amadores (TEAA), o palco voltou a se iluminar com duas peças encenadas pela Bia.

Judas no Tribunal” estreou em abril de 1963, com a Bia protagonizando a relatora do processo. A peça, com toques brechtianos, incorporou no corpo de jurados todos os espectadores, 339 dos quais votaram com a relatora, indultando o Iscariotes, contra 286 votos contrários. Ninguém ali apoiava o traidor, é claro, mas a maioria decidiu que quem devia condená-lo “era sua própria consciência, que decretou a pena de morte por enforcamento”.

O credo vermelho

Os ensaios da outra peça - A Prostituta Respeitosa - começaram pouco antes do golpe militar de 1964, que prendeu artistas, líderes sindicais e estudantis no Quartel do GEF (Grupamento de Elementos de Fronteira) na ilha de São Vicente, o que criou constrangimento ao TEAA. Mas o espetáculo estreou sem problemas no dia 14 de julho, com Bia interpretando Lizzie, a meretriz e, no papel do negro, o ator branco Hélio Ázaro, o corpo enegrecido pintado com pasta de rolha queimada misturada com cerveja.

O cenário dessa peça antirracista é uma cidade no sul dos Estados Unidos. Dois homens negros são acusados de um crime que não cometeram. Um deles é assassinado por um homem branco. O outro foge e se refugia no quarto de Lizzie-Bia, pedindo que ela deponha em seu favor. Um senador e o primo do assassino a pressionam para prestar falso testemunho e incriminar o negro. Ela tenta não tomar partido.

Embora os artistas fossem “amadores”, fiquei deslumbrado como se estivesse na Broadway banhada por um igarapé. É que Manaus não oferecia diversidade teatral para educar o público, que também era “amador”, o que nos deixava sem parâmetros críticos. O sucesso local das duas peças resultou em convites para encená-las no Pará e no Amapá, cujos governadores haviam sido nomeados pela ditadura e não pelo voto popular: coronel Jarbas Passarinho (PA) e general Luís Mendes da Silva (AP).

O governador eleito do Amazonas, Plínio Coelho, foi cassado e em seu lugar nomeado Arthur Reis, que era de direita, mas não era brucutu e incentivou o teatro desde que não fosse por ele contestado. Em Belém, as cinco apresentações foram sucesso de público e de mídia. Mas em Macapá, com o Cineteatro superlotado no dia 7 de setembro, os aplausos dos espectadores foram interrompidos pelo general Mendes da Silva que, imbrochável, subiu ao palco e vociferou um discurso delirante e racista transcrito por Gebes Medeiros (O Jornal, 19/09/1964):

- Povo do Amapá. Este espetáculo é uma afronta aos nossos brios revolucionários. Esta peça é autenticamente comunista e esses moços certamente estão contaminados pelo credo vermelho. Qual dos senhores espectadores possui uma filha para casar com um negro? Tudo que está na peça é falso. Não existe prostituição nos Estados Unidos. Eu estive lá.

A prisão

Ele esteve lá, não viu prostituição, nem a bandeira do país. A polícia prendeu os atores e levou-os em um camburão para a Delegacia. “Ficamos incomunicáveis, com dois policiais vigiando os nossos mínimos gestos” – conta Gebes. Os meganhas entraram nos quartos do hotel e revistaram todas as maletas, embrulhos, material cenográfico, guarda-roupas. Entre os documentos apreendidos, havia um diário íntimo da Bia e uma bandeira com estrelas, desconhecida das autoridades:  

Chefe de Polícia – Que faz essa bandeira tão escondida em sua pasta? O que ela representa? É a bandeira de alguma República Comunista?

Gebes – (responde entredentes, como se estivesse representando no palco) É a bandeira do meu Estado. Do Amazonas. Era um presente ao governador.

Narrado de forma exemplar no livro escrito por Selda Vale e Ediney Azancoth, o episódio “não era fruto apenas do autoritarismo de um governador neurótico, ignorante e débil mental, mas parte de um esquema de repressão que se generalizava no Brasil contra os grupos de teatro, artistas, intelectuais, jornalistas, estudantes, sindicalistas”.

Manaus, a chuva de ontem continua molhando hoje teus filhos, como comprova o discurso racista da atual diretora do Teatro Amazonas, Sigrid Cetraro, que viralizou. Ela entroniza a bestialidade e nos faz retroceder ao tempo em que os fantasmas saltitavam sobre as pelas de borracha. Para que amanhã a chuva não afogue teus netos, sua demissão do cargo foi pedida em nota de repúdio assinada por artistas e representantes do Conselho de Cultura do Estado.

- “Mais efêmera ainda do que a curta memória do sofrimento passado é a imaginação projetada do sofrimento que ainda virá. Devemos combater a apatia daqueles que nada fazem contra o que os espera” – escreve Brecht, que nos leva a formular algumas perguntas: 

Seremos asfixiados outra vez, no plano local, por um réu acusado de fraude ao comprar respiradores de uma importadora de vinhos e que se tornou cúmplice, no plano nacional, de um comprador de dezenas de imóveis com dinheiro vivo? Depois de nos asfixiar fisicamente, retirarão o oxigênio intelectual das manifestações culturais? Tem razão o poeta Aldísio Filgueiras ao dizer que “essa Manaus que se vai, já se esvaiu há muito tempo, quando da seringueira se extraiu a última gota de látex”?

Brecht insiste e nós com ele:

- Ninguém vai me convencer de que é inútil apelar para que as pessoas raciocinem contra seus inimigos. Vamos repetir sem cessar aquilo que já foi dito mil vezes, para não corrermos o risco de deixar de dizer uma vez menos do que é necessário: quem esquece o passado, dele não poderá escapar”.

A alternativa é matarmos ontem a ave agourenta com uma pedra que ainda vamos atirar nas urnas no dia 30 de outubro, à semelhança do oriki citado por Pierre Verger. Que a memória do Thomazinho, da Bia e das pessoas asfixiadas nos salve. Que o nascimento de Simón Luiz na quinta-feira (6/10), filho da candidata a vice-governadora Anne Moura, simbolize a virada. Que o  recém-nascido "corrompa com sangue novo a anemia, infeccione a miséria com vida nova e sadia", como canta João Cabral:

"Que o entusiasmo conserve vivas / suas molas

e possa enfim o ferro / comer a ferrugem,

o sim comer o não". 

P.S. Agradecimentos ao titiriteiro Euclides Coelho de Souza, o Dadá, pelo papo dominical, pelo envio de um exemplar do Brecht e pela indicação do livro imprescindível de Selda e Ediney, cuja leitura nos enche de esperança. Ao Tuta, pela criação da foto do interior do Teatro Amazonas repleto de borracha. 

Referências:

  1. Selda Vale e Ediney Azancoth: Cenário de Memórias - Movimento Teatral em Manaus (1944-1968) Manaus. Editora Valer.2001
  2. Bertolt Brecht: ABC de la Guerre. Paris. L´Arche. 1984
  3. Aldísio Filgueiras: Essa Manaus que se esvai. Prefácio in “Essa Manaus que se vai” de José R. Bessa. Manaus. Instituto Census. 2012
  4. João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina e Cartão de Natal  https://www.triplov.com/poesia/joao_cabral_melo_neto/severina/vizinhos.htm
  5. A paçoquinha da dona Maria: http://www.taquiprati.com.br/cronica/840-a-pacoquinha-da-dona-maria

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42 Comentário(s)

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Rodrigo Martins comentou:
01/11/2022
Também não compreendi como Manaus deu tantos votos para o agora ex-presidente (felizmente, tá hora do Jair, Jair embora). Professor, pq o senhor acha que isso pode ter acontecido? Alô Manaus, vamos ler mais o Taquiprati para não votarem mais nesse bozo. Pergunto para vocês : Preferem dar crédito para quem que se diz honesto, mas fez um governo desastroso e irresponsável ou para alguém que é professor, normalista, mestre, doutor, criador do Proindio Uerj, tem entre tantas obras livros como o Rio Babel e Cascudinho entre tantas conquistas? Não e difícil escolher,um tem sigilo de cem anos e o outro tem cem bancas. Vamos prestar atenção na crônica do querido professor Bessa. Um abraço querido professor
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Magela Ranciaro (via FB) comentou:
19/10/2022
Sem palavras… quando a indignação se aprofunda, a voz rouca desaparece
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Mauro comentou:
18/10/2022
Você fez LUZ onde as trevas buscam emburrecer nossos conterrâneos Muito obrigado. Confesso que me emocionei ao ler e que você tenha cada vez mais inspiração ainda para nós alentar. Ver o empresariado amazonense encamisado de bolsomonions indo votar, dando de ombros para quem decretou o fim da ZFM, é pacabá!!!!
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Evelyn Orrico comentou:
18/10/2022
Como sempre, brilhante: erudito, sagaz é bem humorado
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Jevaldo Silva comentou:
18/10/2022
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Nilda Alves comentou:
17/10/2022
Querido Bessa, como sempre MUITO BOA. Não compreendemos, nunca vamos compreender, mas vamos continuar acreditando que é possível. Grande abraço Nilda
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Franco comentou:
17/10/2022
Complicada mesmo essa minha Manaus!
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Welton Lavareda comentou:
17/10/2022
Texto muito cirúrgico,meu amigo. Você é uma grande inspiração para todos nós.
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Lúcia Voss comentou:
17/10/2022
perfeito ! Triste demais saber que minha cidade natal após passar por tanto sofrimento na pandemia ainda votou no broxo
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Delphine Fabbri comentou:
16/10/2022
Que Nhanderu ilumine o caminho da luz para os brasileiros hoje
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Viviana Gelado comentou:
16/10/2022
Contundente e primorosa crônica! Obrigada!
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Jane Paiva comentou:
16/10/2022
Parabéns, Bessa, por nos contar esta emocionante história pra nunca ser esquecida! Que Manaus e todo o Amazonas te ouça!
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Mariluce Moura comentou:
16/10/2022
Belíssima, emocionante e poderosa sua crônica/artigo. Foi publicada, na sexta-feira, certo? Espero que muitos ainda indecisos, ao ler, virem os votos a nosso favor. Grande abraço!!!
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Janine Malanski comentou:
16/10/2022
Amei, seu texto como sempre é leve , flui mesmo se tratando deste pesadelo que vivemos. Obrigada : Vou compartilha-lo nos meus grupos.
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Miguel (EGC) comentou:
16/10/2022
De fato, Bessa, é algo incompreensível. Que espécie de gente somos nós, não é? Essa é a pergunta que me faço...
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Aurelio Michiles comentou:
16/10/2022
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urda alice klueger comentou:
16/10/2022
Publicado no meu facebook (perfil e página)
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Susana Grillo comentou:
16/10/2022
Bessa. me surpreendeu muito também o resultado da votação no primeiro turno, depois de tanto sofrimento que Manaus e o estado do AM passaram, há muito pouco tempo. Acho que as máscaras do homem cordial, da democracia racial, estão caindo. Parte da nossa sociedade é violenta, de base escravista, sem solidariedade. Esperemos que a outra parte que tenta construir outras referências tenha sucesso.
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Diário do Amazonas d24am. comentou:
16/10/2022
PUBLICADO EM D24AM - https://d24am.com/colunas/taquiprati/a-prostituta-respeitosa-essa-manaus-que-se-esvai/
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Valter Xeu comentou:
16/10/2022
PUBLICADO EM PATRIA LATINA https://patrialatina.com.br/a-prostituta-respeitosa-essa-manaus-que-se-esvai/
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Elaine Meneghini: comentou:
16/10/2022
Essa eu não podia perder. Não esqueces nunca a tia Maria Garcia recusando a tal indenização. Sabe? nem eu. Obrigada, já vou repassar Nem sei o que dizer Gostei de tudo, texto ilustrações , lembranças Associações com o desastre atual. Bom demais, Babá
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Euclides Coelho de Souza Dadá comentou:
16/10/2022
Zé Bessa, aqui no Paraná, a peça A...Respeitosa (esse foi o título exigido pela Censura) foi encenada pelo menos duas vezes no Teatro Guaíra, uma dirigida por Manuel Pêra, pai da Marilia Pêra, a outra pela Cia. Maria Della Costa. Também foi proibida. O general Ney Braga, ex-chefe de polícia, foi duas vezes governador: a primeira eleito antes do golpe (1961-1965), a segunda nomeado pela ditadura (1979-1982). Pressionado por Brasilia, ele proibiu a apresentação da peça “A P.... Respeitosa” Ele foi também ministro da Educação do governo militar.”
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SILVIA INES CARCAMO DE ARCURI comentou:
16/10/2022
Aprendi muito com a leitura do texto. Parabéns!
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Miguel comentou:
15/10/2022
De fato, Bessa, é algo incompreensível. Que espécie de gente somos nós, não é? Essa é a pergunta que me faço...
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Livia Jacob comentou:
15/10/2022
Perfeito, Bessa! Como te falei ontem, eu fiquei tão decepcionada, mesmo sabendo desse histórico manaura de amnésia braba... bjs
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Isabella Thiago de Mello comentou:
15/10/2022
Brecht está orgulhoso de ti, Bessa. É uma das crônicas mais bem escritas, e necessárias destes tempos sombrios, sem memória, onde temos medo do vizinho da "Selva das Cidades" da "Òpera dos 3 Vinténs".
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Márcio Pucu comentou:
15/10/2022
Realmente professor, o mundo todo acompanhou a agonia trágica do povo da nossa terra, mas, infelizmente, os amazonenses banalizaram, e ainda votaram nessa monstruosidade.
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Ana Silva comentou:
15/10/2022
Muito linda! Será que vão esquecer todos os crimes do coiso?
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Renata comentou:
15/10/2022
Que tristeza para essa gente! Não saber escolher ou pior, escolher quem os matou!. Lamentável
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Leticia de Luna Freire comentou:
15/10/2022
Gosto de conhecer Manaus através de suas palavras e de seu olhar, Bessa. É muito assustador a maioria dos habitantes da cidade terem votado no Coiso depois de tudo que eles já viveram, no passado mais antigo e recente.
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Luiz Pucú comentou:
15/10/2022
Lavou a alma Pajé... esvaindo...
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Astrid Lima (via FB) comentou:
15/10/2022
: Balaios de borracha no teatro durante a segunda guerra? : Que época tremenda o país atravessa...
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José Seráfico de Assis Carvalho comentou:
15/10/2022
Caro amigo Babá, Belo texto a respeito da vergonha da vitória do energúmeno sobre Lula, no Amazonas. Aproveitei e li o texto sobre o Tomazinho Meirelles. Belo e pungente, como sempre. Grande abraço, anexo ao anexo, que leva texto meu sobre o Teatro Amazonas. Fraternalmente, e com a amizade do Seráfico
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Marilza De Melo Foucher comentou:
15/10/2022
dneosrotpSh3m020g614f5u10g2g 1 mg 3u h gg34gg5la8m88mmcmf33t1l0i · Meu mano José Bessa ainda estou chorando com tua belíssima crônica. Agora vem na memória tua despedida de Paris. Era 14 de julho e estavamos festejando a queda da Bastilha na rue Moufetard a nossa la Mouffe. Depois de cantar, beber e fumar voltamos a pé para minha casinha na rue Boulard no bairro 14. Não havia nem metro e nem ônibus circulando... A gente de porre abraçados cantando...você cantava aos berros a música de Waldick Soriano "Adeus Manaus", adeus minha cidade, minha vida... tu estavas voltando para Manaus...Um parisiense, certamente puto da vida, jogou um balde com gelo destinado à tua cabeça, so que caiu na minha! Fiquei toda molhada e tonta com os gelos na cabeça, foi eficaz! Curou minha ressaca! Você de porre dava gargalhadas e disse: Agora em homenagem ao dia da Bastille vamos cantar o Hino do Naciobal Club de Manaus, pois é revolucionário ! Nacional Nacional Nacional! etc "Vamos à luta lutar para vencer Se for preciso lutar até morrer Lutar com disciplina e destemor Mostra a todo o mundo o teu valor" Eu apressava os passos morrendo de frio e com medo de receber outro balde na cabeça...Saudades
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Celeste Correa comentou:
15/10/2022
Mano, infelizmente parece que Manaus, para além de sofrer lapsos de memória, continua não oferecendo diversidade teatral para educar o público. Como falar de educação teatral quando lemos o discurso racista da atual diretora do Teatro Amazonas, Sigrid Cetraro, que, de forma grotesca deseduca e envergonha a arte? Eu te confesso que dá muita tristeza ver a minha Manaus continuar sendo tão maltratada por boa parte dos seus gestores e políticos que votam quase em massa contra os interesses da população. E esses mesmos políticos inexplicavelmente são eleitos novamente. O que acontece com a memória dos nossos conterrâneos?...E aqui eu me refiro não apenas a memórias antigas de luta e resistência de pessoas incríveis como o Tomazinho, mas também a memórias bem recentes como aquelas cenas chocantes onde pessoas asfixiadas, sem oxigênio, choravam nas portas dos hospitais, enquanto cadáveres, amores de tantos, eram enterrados em valas coletivas,,, Onde estão essas memórias? Ou a gente tenta refrescá-las e tira lições de tudo isso, ou amanhã a chuva afogará os netos dos nossos conterrâneos queridos.
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Ana C Palheta comentou:
16/10/2022
Não entendo porque Usar o nome da minha tia Bia para ajudar esse ladrão do Lula. Se ela tivesse viva iria protestar. Deixem de dar votos a esse pessoa que robou o país e foi preso por ladrão. Voces querem que o Brazil fique como Venezuela e todos os outro que ficaram igual socialista? Por favor gente, usem a cabeça. Brazil é um lindo país mais desse geito vai ficar o pior do mundo, cheio de corrupitos. Tentem encontrar um presidente que der valor a nossa historia e ao nossa gente.
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Zeze Weiss Revista Xapuri comentou:
15/10/2022
Que texto! Quando eu crescer quero escrever assim desse jeitim (na próxima encarnação...)
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Eloá Katia Coelho comentou:
15/10/2022
Eita texto bom tchê... Bah que fôlego!
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Fátima Oliveira comentou:
15/10/2022
O coiso chorou na propaganda eleitoral, mas riu de quem pegou Covid-19 e estava morrendo com falta de ar na pandemia. A memória desse povo é limitada...
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Hans Alfred Trein comentou:
15/10/2022
Grato por sua crônica, mais uma vez irretocável. O desconhecimento da história e a ideia de que "a chuva de ontem não pode mais nos molhar" é muito difundida, inclusive entre pessoas com alta escolaridade. Dizem que a escravidão é passado, nada tem a ver com a desigualdade de hoje. Isso é tão absurdo e estúpido quanto dizer que não se pode fazer uma análise crítica da escravidão, sem considerá-la justificada pelo "Zeitgeist" da época. A psicopatia flagrante do líder se espalha e faz aflorar as psicopatias em maior ou menor grau existentes na sociedade. Qual é o sofrimento que ainda virá? Teremos anos difíceis à frente. Grato e abraços, Hans
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Maria do Céu comentou:
15/10/2022
O Brasil é um país "sem memória", o que nos leva à ignorância. Essa crônica nos faz pensar que precisamos resgatar quem fomos, para saber quem somos. E mais, ajudarmos a combater a amnésia conveniente dos poderosos que libotomizam o "gado".
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Roberto Bessa Tuta comentou:
15/10/2022
Belíssima e elucidativa crônica que nos leva a uma análise crítica sobre o contexto político que ora vivemos.Parabéns meu mano !
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