CRÔNICAS

Dona Taci: a sabedoria Fulniô

Em: 24 de Fevereiro de 2013 Visualizações: 52311
Dona Taci: a sabedoria Fulniô

 

Em português, casa é casa e ponto final, cada um que se vire para colocar dentro dela o que bem entender. Na lingua Yaathé, ela já vem "mobiliada": casa é cetutxiá, que significa lugar de sorrir, lugar de paz, de harmonia. Foi numa cetutxiá, no município de Águas Belas, em Pernambuco,onde viveu 82 anos e onde criou seus treze filhos, que dona Taci, uma pajé Fulni-ô, adormeceu sábado passado, sorrindo. Não despertou mais. Deixou uma coleção de histórias deliciosas que seu filho me contou, algumas das quais compartilho, agora, depois de apresentar Thini-á ao distinto público.
Filho caçula de dona Taci, Thini-á Pereira da Cunha, 42 anos, é um velho amigo que há alguns anos saiu de sua aldeia, entre a Serra Comunaty e a Serra Preta, estudou cinema na USP e depois veio morar num sítio em Muriqui (RJ). Aqui de vez em quando nos encontramos, no projeto 'Vivências Indígenas', que ele criou e que lhe permite percorrer escolas e centros culturais, onde narra histórias, discorre sobre filosofia indígena, fala da resistência Fulni-ô e do ritual do ouricuri, dança, canta, mostra o artesanato, além de ensinar algumas noções básicas da língua Yaathé.
Mistura de ator, animador cultural e agitador, ele circula nos meios artísticos, mas nunca deixou de visitar sua aldeia em Pernambuco. Lá, conversava com a mãe e se reabastecia com novas histórias e novos saberes transmitidos em Yaathé, a única língua indígena no Nordeste que se mantém viva e funcional, estudada pela linguista Januacele da Costa, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), coordenadora de um projeto do qual fazem parte pesquisadores e doutorandos, entre os quais Fábia Pereira, que é Fulni-ô.
- Os Fulni-ô são bilingues, pelo menos 90% deles falam fluentemente as duas línguas - Português e Yaathé - ambas usadas na escola da aldeia. O ensino de Yaathé não se limita a palavras soltas; aqui a língua materna tem o mesmo status do português - esclarece Januacele.
Segundo os registros da Funasa divulgados pelo Instituto Sociambiental (ISA), a população Fulni-ô, em 2010, era de 4.336 pessoas, mas se calcula que hoje já ultrapassa seis mil. Uma delas era dona Itaci, mais conhecida por Taci, que aprendeu a ler na época do MOBRAL, porém jamais falava português dentro de casa. Justificava:
- A língua é sagrada, como o ouricuri, porque guarda o pensamento de um povo. Se eu falar em português, por exemplo, a palavra casa, você só vai lembrar do prédio, das paredes, mas se eu falo cetutxiá, aí você sabe que é, sobretudo, um lugar onde a gente encontra alegria e serenidade. 
De onde vim
Foi nesse lugar de paz que se deu a educação de Thini-á. Aos nove anos, perguntou à mãe:
- Como é que eu fui feito?
Taci não contou historinhas. Olhou fundo nos olhos do filho e lhe disse:
- Hoje à noite, vou te mostrar. Você, que já ajuda na roça, tem idade pra saber.
De noite, chamou o filho, sentou-o num banquinho de madeira ao lado da cama. Deitou com o marido Manuel e os dois começaram a trocar carícias. Fizeram amor diante dele. Thini-á, muito tempo depois, ainda vive com intensa emoção aquele momento:
- Eu nunca tinha visto aquilo, nem podia imaginar. Fiquei muito feliz de saber que eu era fruto de um ato amoroso como aquele, bonito, vivido com tanta delicadeza, com tanta poesia, com tanta naturalidade. Aliás, minha mãe nunca falava em "fazer amor", mas em "viver o amor".
O pai Manuel completou, então, o processo de formação. Com uma das mãos ainda molhada de esperma, ele segurou na outra uma semente de feijão-guandu, conhecido como "ervilha de pombo". Exibiu as duas mãos e perguntou ao filho:
- Qual é a diferença?
- São sementes.
- O que precisa pra plantar?
- Escolher a semente, revirar a terra, fazer uma cova e enterrar.
- E depois?
- Adubar.
- O que mais?
- Tratar a plantinha e acompanhar o crescimento.
- E depois?
- Já disse tudo.
- Não! É preciso ainda amar e cuidar dela. Me diga, então: terra é macho ou é fêmea?
- É fêmea.
- Tá certo, é fêmea. A terra tem tudo que a mulher tem. É fértil, é bonita, é generosa. Se receber a semente e for amada, agradece e dá frutos. A terra é tão sagrada como a mulher. Nunca faça seu sagrado sofrer, trate as duas com amor, dê prazer a elas.
Thini-á soube, então, porque em sua sabedoria a língua Yaathé chama 'mãe' de ytõketãne que significa o começo do meu olhar o mundo e 'pai' de ytofketá, ou seja, o começo dos meus passos.
Para onde vou
Um dia, no final de agosto, nos preparativos para o ritual do ouricuri, Thini-á, ainda criança, chorou com a pintura que a mãe fez no corpo dele.
- Mãe,o desenho não está bonito, não está perfeito, está torto!

Ela parou de pintar e apontou:
- Meu fio, olhe aquela planta ali. O que há de imperfeito nela?
Thini-á olhou, olhou, e disse que não havia visto nada de errado. Ela insistiu para que ele observasse com muita atenção para ver se havia feiura. Ele disse que só via beleza.
- E aquele galho torto, ali, na parte de baixo?
- É mesmo! É torto!
- A beleza, meu fio, está naquele galho torto se juntando ao galho reto e que assim formam uma harmonia...você já imaginou se as plantas fossem todas retinhas, certinhas, do mesmo tamanho?
De passagem por Brasília, dona Taci indicou a fonte de sua sabedoria. Convidada para um evento na UnB, participou de uma mesa com filósofos, historiadores, antropólogos. Na apresentação de um deles, foi dito que havia feito seu doutorado em Paris e se formado na Sorbonne. Ela ouviu tudo caladinha. Quando chegou a sua vez de falar disse:
- A minha Sorbonne é a mata. É ali que aprendo tudo, até "fosolofia".
Sua passagem por Brasília, em abril de 1990, durante o governo Collor, foi para reivindicar do presidente da Funai, coronel Airton Alcântara, recursos para um projeto comunitário.
- Coronel, nunca ocupei a Funai. Agora, vim aqui porque precisamos de recursos para criar ovelhas. Vou logo avisando: meu nome é "quero-porque-quero". Não aceito um "não".
O coronel, que gostou do jeitão dela, disse brincando:
- E o meu nome é "Não dou-porque-não-quero".
- Mas você é meu funcionário. A Funai só existe porque existe índio, se a gente não existisse, não tinha Funai.
- Tá bom! O que é mesmo que a senhora quer?
- Quero uma coisa pequena, uma maquininha de fazer dinheiro pra poder criar ovelhas.
-  Ninguém aqui fabrica dinheiro não, todo mundo vive de salário.
- Então eu quero salário.
- Mas dona Taci, pra ter salário precisa trabalhar.
- Mas eu não tou vendo ninguém trabalhar aqui, só gente sentada, conversando, lendo, olhando papel, andando pelo corredor, não tem ninguém plantando na roça, criando animal, tirando palha, fazendo artesanato...
Saiu de lá meio desencantada, com vontade de xingar as pessoas. Perguntou a Thini-á:
- Como é que os brancos se ofendem?
- Eles chamam os outros com nome de animal.
- Mas isso não é xingar...
- É sim, mãe. Eles falam assim: sua vaca, sua galinha, sua piranha, seu burro...
-  Mas por que isso ofende? A vaca tem uns peitões tão bonitos, dá leite, dá carne, dá o couro... A galinha bota ovo, alimenta a gente, faz gracinha pro galo... O burrinho é bonzinho, ajuda a carregar as coisas. Eita povo mais doido, que quando quer ofender, elogia.
A enciclopédia
Ela percorreu as repartições de Brasília - Funai, UnB, Ministério da Agricultura - trajando apenas um vestido de alcinha, sem calcinha, que ela nunca usava. Sentou. O filho advertiu:
- Mãe, fecha a perna, tá tudo aparecendo, tão olhando.
- O que é que tem? As pessoas nunca viram? Que bom, meu fio. Nessa idade, eu pensava que não tinha mais nada pra chamar a atenção. Que bom que ainda tenho alguma coisa que interessa ver.
Voltou para Pernambuco, em companhia do filho, que dias depois anunciou seu retorno ao Rio de Janeiro, onde morava. Ela o aconselhou a buscar uma mulher ali, na aldeia, para plantar nela uma semente, queria mais um neto. Thini-á explicou que não podia ficar, precisava ir, ansiava por novos conhecimentos.
- Ah, então o que você quer não é uma mulher, é uma "ciclopédia", disse ela, encantada com a palavra nova que havia aprendido em Brasília.
Dona Taci foi chamada às pressas por um pequeno comerciante local, de Águas Belas, que queria umas rezas, umas garrafadas para umas dores que estava sentindo. Satisfeito com o resultado final, perguntou:
- Quanto lhe devo?
- Não é nada não.
- Faço questão. Escolha aqui na loja um cobertor.
Dona Taci viu que os cobertores eram todos de qualidade duvidosa, ralos, quase transparentes, daqueles usados por moradores de rua ou pelos caminhões de mudança para proteger os móveis. Sagaz, disse que não se dava bem com cobertor novo, que gostaria de um usado por ele, dono da loja, para ficar com a lembrança do cheiro dele. Ganhou um bom cobertor.
- Meu fio, fiz isso, porque sabia que dono de loja não usa cobertor ralinho.
Óculos Fulni-ô    
De três em três meses, vinha à aldeia um ônibus todo equipado trazendo assistência médica. Os fulni-ô aproveitavam para se consultar. Dona Taci fez um check-up. Implicou com o nome do médico, o doutor Rovésio Pardellas, a quem chamou de doutor Ferroso.
- Por que o senhor tá apertando meu peito? O senhor não tem mulher não?
- É pra saber onde tá doendo.
- Mas quem tem de saber onde está doendo sou eu. Foi pra isso, que estudou tanto?
Procurou outro médico para se queixar de uma dor forte no joelho esquerdo.
- É a idade - explicou o doutor.
- Não é não. Se fosse a idade, o outro também doía. O joelho esquerdo tem a mesma idade que o direito, e o direito está bonzinho. 
Dona Taci queria porque queria usar óculos, embora não precisasse, mas achava bonito. Na caravana médica, havia um oftalmologista que dilatou suas pupilas, botou colírio, e voltou no dia seguinte, trazendo uma armação sem lentes. Colocou nela para provar o tamanho.
- Já estou enxergando melhor, estou vendo tudo - disse dona Taci.
Ela, na realidade, para ver o mundo, só precisava mesmo da lente fulni-ô. Uma semana após sua morte, em conversa telefônica com o filho, que foi a Águas Belas para o enterro, lembramos dessas e de outras histórias, algumas impróprias para menores. Essa sábia, que agora nos deixou, desceu o Rio Ipanema, entrou no Velho Chico e desaguou no mar, onde foi se juntar, na grande cetutxiá, ao seu Manuel, falecido em 1985. Que descanse em paz!
P.S. - Relembramos alguma dessas histórias com Mariana Kutassy, vizinha de Thini-á em Muriqui, que me deu a notícia da viagem de dona Taci.
 

 

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45 Comentário(s)

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tony gomes comentou:
19/08/2017
Gostei muito dá historia realistar de dona taci muito sabia ela que quedescanse em paz!
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Maria zilvania Ferraz de Sigueira comentou:
13/04/2016
Qualquer pessoas ao se aproxima desta senhora se encantava com a sensibilidade diante de seu povo, hoje nós deixa imensa saudade.
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Lisbela comentou:
19/02/2015
Mestre, seus artigos são sempre enriquecedores. Parabéns! Compartilhe.
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Ana comentou:
07/07/2014
Que bom esse registro das falas do Thini-á. Que bela homenagem a dona Taci, como eu a queria conhecer, mas não deu. Disse-me ele que quando falou de mim para a mãe, ela disse que eu era um anjo entre os brancos que o ajudaria muito. E realmente no período em que o conheci, pude ter esse enorme prazer em ajudá-lo. Inclusive sua filha Nahyra estuda onde eu dou aula, Escola Municipal Minas Gerais, foi difícil convencê-lo de tirá-la de uma escola particular para a pública, queria o melhor para a filha, mas convenci a mãe dela de que essa é das melhores. E lá está cursando o 8º ano e gostando muito pelo que me parece. Conheci o Thini-á na escola do meu filho. E lembro que chamei o meu filho, muito emocionada para que conhecesse um índio de perto. E só posso dizer que aprendi muitas coisas puras e bela com ele, e meu filho vivia planejando conhecer sua tribo. Agora nos vemos muito pouco, ele não mora mais em Niterói. Eu tinha muita vontade de conhecer a mãe dele, mas depois que soube da partida dela, esfriei um pouco até para conhecer a tribo deles. Não sei explicar por que sinto essa enorme vontade de ajudar os índios, no fundo, me sinto um pouco culpada pelo que os portugueses fizeram com eles. Como se eu pudesse pedir desculpas e...
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Ana comentou:
07/07/2014
Que bom esse registro das falas do Thini-á. Que bela homenagem a dona Taci, como eu a queria conhecer, mas não deu. Disse-me ele que quando falou de mim para a mãe, ela disse que eu era um anjo entre os brancos que o ajudaria muito. E realmente no período em que o conheci, pude ter esse enorme prazer em ajudá-lo. Inclusive sua filha Nahyra estuda onde eu dou aula, Escola Municipal Minas Gerais, foi difícil convencê-lo de tirá-la de uma escola particular para a pública, queria o melhor para a filha, mas convenci a mãe dela de que essa é das melhores. E lá está cursando o 8º ano e gostando muito pelo que me parece. Conheci o Thini-á na escola do meu filho. E lembro que chamei o meu filho, muito emocionada para que conhecesse um índio de perto. E só posso dizer que aprendi muitas coisas puras e bela com ele, e meu filho vivia planejando conhecer sua tribo. Agora nos vemos muito pouco, ele não mora mais em Niterói. Eu tinha muita vontade de conhecer a mãe dele, mas depois que soube da partida dela, esfriei um pouco até para conhecer a tribo deles. Não sei explicar por que sinto essa enorme vontade de ajudar os índios, no fundo, me sinto um pouco culpada pelo que os portugueses fizeram com eles. Como se eu pudesse pedir desculpas e...
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iedalva comentou:
16/05/2013
gosto muitas das crônicas ....lembrei do meu sogro que era do Piauí , que contava muitas histórias interessantes ....dei de presente para ele um caderno para que escrevesse , mas não gostou muito ...disse que a letra era feia , e deu outras desculpa s. José ....se puder quando escrever uma nova me envie .... [email protected] .......pois estou guardando no word para contar para meus netos , bjsssssssssssssssss obrigada Iedalva
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05/05/2013
A leitura acima, chegou, a minha mente e meu coração, em seu silêncio gritante, como a mais pura e verdadeira expressão do que seja ENSINO VERDADEIRO. Coisa que o HOMEM dito civilizado de há muito tempo esqueceu. Nos ensinamentos- respostas, passados por Dona Taci e Seu Manuel a seu filho Thini-á, percebe-se como é fácil a transmissão do conhecimento. Para nossa 'sociedade' seria considerada uma violência para a criança, ensiná-la as coisas da vida tal como ensinada por VOCÊS, meus IRMÃOS. Hoje me torneu mais rico, pois conhecimento - o verdadeiro -, principalmente quando ensinado por quem tem competência é tão ou mais valioso que a rara 'gema'. Saudações ao NOBRE POVO FULNI-Ô ( TRONCO MACRO-JÊ). Espero não ter cometido nenhum erro quanto a classificação de SUA TRIBO THINI-Á. Que o CRIADOR os preserve em toda a sua INTEIREZA. Eu já passei por sua ALDEIA, mas foi tudo muito rápido. As pessoas que faziam parte do grupo, não estavam muito interessadas em conhecer o POVO, só comprar alguns itens do artesanato... Espero, em outra oportunidade, poder visitar e conhecer um pouco da sua cultura. E quem sabe, trocar algumas palavras em sua língua nativa. Até um dia... P.S. Adquirir, há pouco tempo, um livro que há muito buscava: Estrutura da Língua Iatê. (Do Professor Geraldo C. Lapenda). E duas dissertações de mestrado, que, sem dúvida me ajudarão a entender um pouco da língua YAATHE (P'ra nós, Iatê). Contato de Ricardo Pitanga de Macêdo
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Carla comentou:
08/04/2013
Bessa adoraria que esse dado estivesse correto. Mas infelizmente a realidade da língua está longe de ser essa. Hoje menos de 3% dos indígenas falam o Yaathê fluentemente. Acabo de voltar de uma temporada de três meses na aldeia para desenvolvimento de trabalhos e tenho acompanhado a luta de uma minoria para não deixar a língua se acabar.
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Carla comentou:
08/04/2013
Como assim uma pajé Fulni-ô? Essa etnia só permite um indígena com esse título escolhido em ritual fechado e sagrado para o grupo. Sem desmerecer a nossa querida anciã mas é sempre bom respeitar a hierarquia do grupo. Assim não corremos o risco de cometer erros clichês. Temos vários termos para qualifica-la sem a utilização deste.
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Olivio Djekupé comentou:
03/03/2013
grande guerreira, si que não te conheci, mas através dos seu amigos, hoje eu te conheci, e hoje sou seu fã, mesmo sabendo que tu já nos deixaste, mas uma coisa quero te dizer, os líderes nunca morrem, pois Deus dá uma missão pra alguem, e os lideres cumpre e mesmo indo, eles ficam na memória dos que conheceram, e tamb[ém daqueles que não conheceram, por isso senhora, tu serás sempre lembrada, por todos nós indígenas do Brasil, e zaté por aqueles que não são indios, mas que respeitavam sua luta. Mesmo assim, sei que irá lutar como guerreira a onde estivr. olivio jekupe- escritor de literatua nativa e poeta, aldeia krukutu, são paulo, comunidade guarani.
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Ligia Maria Oliveira comentou:
02/03/2013
Adorei conhecer Dona Taci, digo, ler sobre sobre ela!!! Foi como me senti ao terminar de ler a crônica, como se estivesse sendo apresentada a ela ou ouvindo dela mesma esta história. O povo surpreendente é o povo indígena!!!!!
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Avani Fulni-ô comentou:
01/03/2013
Fiquei muito triste nois se gostava bastante ,ainda em 2o12 quando fui pra o Ouricuri nois estava junto ,conversamos bastante lembrando o dia em vim embora ela falou você ta indo com o pé direito falando que eu ia conseguir tudo o que eu queria .
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carlos gilberto nóbrega comentou:
01/03/2013
Que língua cheia de sabedoria,além de rir muito,aprendi que os nossos olhos são as enciclopédias da vida.
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Hans Alfred Trein comentou:
01/03/2013
Caro Bessa, justa homenagem, causos emocionantes, vida repleta da singeleza e retidão na qual pessoa e persona são muito próximas, quase idênticas. Espero que nos brindes com mais histórias de dona Taci e outras sábias com o teu dom de escrever. Abraços, Hans
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Giane comentou:
28/02/2013
Beleza, inteligência e honestidade: Dona Taci que certamente revive nos filhos/frutos que plantou.. linda homenagem..
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gina couto comentou:
26/02/2013
que bom conhecer seres humanos, no sentido real da definição, como dona Taci e seu fiho Tinhi-á. Obrigada por compartir-la.
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Cyrino comentou:
26/02/2013
Só me veio uma frase do Descartes: "A simplicidade é a cortesia do filosofo". E pelo que vejo D. Taci sabe bem disso por isso se anuncia filósofa.
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João Crispim Victorio comentou:
26/02/2013
“Com uma das mãos ainda molhada de esperma, ele segurou na outra uma semente de feijão-guandu, conhecido como "ervilha de pombo". Exibiu as duas mãos e perguntou ao filho: - Qual é a diferença? - São sementes. - O que precisa pra plantar? - Escolher a semente, revirar a terra, fazer uma cova e enterrar. - E depois? - Adubar. - O que mais? - Tratar a plantinha e acompanhar o crescimento. - E depois? - Já disse tudo. - Não! É preciso ainda amar e cuidar dela. Me diga, então: terra é macho ou é fêmea? - É fêmea. - Tá certo, é fêmea. A terra tem tudo que a mulher tem. É fértil, é bonita, é generosa. Se receber a semente e for amada, agradece e dá frutos. A terra é tão sagrada como a mulher. Nunca faça seu sagrado sofrer, trate as duas com amor, dê prazer a elas. Que diálogo lindo! Quiçá pudéssemos aprender com os índios Fulniô, como amar e respeitar a mulher e a terra... E pensar na necessidade de um Código Florestal... Da Lei Maria da Penha...
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Ana Silva comentou:
25/02/2013
Belíssimas histórias de dona Taci! Foi bom lê-las. Obrigada!
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Marta comentou:
25/02/2013
me deliciando, de novo, com seus artigos e histórias... essa cultura indígena é invejável, como eles simplificam e embelezam algo tão grandioso! fico triste de viver uma cultura em que tudo é pecado, é errado... e carreguei as mais belas frases, disponibilizando no que acho e sinto: "Na lingua Yaathé, ela já vem "mobiliada": casa é cetutxiá, que significa lugar de sorrir, lugar de paz, de harmonia" é o que acho da minha casa, meu lugar sagrado! abs e fique bem!
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Portal Cultura em Movimento comentou:
25/02/2013
MAMÃE, COMO É QUE EU FUI FEITO? Pergunta tão simples que incomoda muitíssimo os descendentes de colonizadores europeus foi facilmente resolvida por Dona Taci, indígena Fulni-ô.
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Camilla Mendes Oliveira comentou:
25/02/2013
Muito bom texto!!!!!! Dona Taci com certeza está em paz, professor! Ela sim soube o segredo da vida!
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jacildo ribeiro de naraujo comentou:
25/02/2013
muinto bonita historia de dona itaci i tiyane malidjonkya
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moema comentou:
25/02/2013
maravilhoso Bessa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! que histoiras para serem sempre recontadas, apreendidas e saboreadas!!!!!!
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24/02/2013
Bessa, voce nos brinda com essa belíssima crônica e lição de sabedoria indígena! Parabéns! Contato de maria Teresa Toribio
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Ademario Ribeiro comentou:
24/02/2013
Nunca será pouco ao meu desejo anunciar o quão bom é ter Bessa e suas crônicas. Ainda vou ser seu aluno -, embora, de longe, creio que já o seja, afinal, a EaD seja uma modalidade potencial e irreversível. Contudo, quero manifestar minha alegria de ter conhecido alguns membros do povo Fulniô, em Garanhuns, sob a hospitalidade da querida parente, Graça Graúna. Conheci entre esses, o Cacique e Pajé Sebastião. Apaixonei-me pela beleza sonora e força cultural e cosmológica da sua língua - Yaathé. Entretanto, me solidarizo com o parente, arista e educador que Thiní-á sabe ser e equilibrar! Com certeza, agora, lá do Ouricuri, ele poderá continuar a ver sua mãe Taci e demais sábios do seu povo - na encantação para Todo o Sem-Fim! Contato de Ademario Ribeiro
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Renata Takaschima (via FB) comentou:
24/02/2013
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Marcelle Leal (FB) comentou:
24/02/2013
Educação, a gente realmente vê nas histórias sobre Dona Taci. Que mulher sábia! Nunca tinha ouvido falar sobre ela, mas ler tudo isso me arrepiou. Dona Taci é que era mulher de verdade!
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João Batista Teixeira Melo comentou:
24/02/2013
maâ ato niim miirem. taqui pra ti prof bessa.
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Jeroniza Albuquerque comentou:
24/02/2013
Apesar de não ter conhecido dona Taci, me senti em cetutxiá, pois meu pai era da tribo Kariri-Xocó,(Porto Real de Colégio-Al) e meu tio Carlos José dos Santos é fulniô de Águas Belas, com 90 anos de idade, hoje mora em Plácido de Castro no Acre. As história de dona Taci me transportaram para às margem do Rio São Francisco, o peixe fresco os camarões, e aquela meninada da aldeia a brincar no rio ou nas carroças... vou enviar essa para tio Carlos, ele vai gostar. que descanse em paz, pois, como de minha avó Pureza(Kariri-Xocó, guardaremos as rcordações
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Vilma Gómez comentou:
24/02/2013
Muchísimas gracias por compartir esta crónica hermosa, llena de vida, de emoción y entusiasmo. Sigo siempre con alegría las crónicas suyas y las comparto con quienes por aquí tienen oídos para estas historias. Un placer. Con admiración sincera, Vilma Gómez Desde Bogotá, Colombia
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Daniele Lopes comentou:
24/02/2013
O povo da mata tem muita sabedoria!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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gerusa pontes de moura comentou:
24/02/2013
É de uma sabedoria tão grande que as vezes eu não encontro palvras que possam exprimir o que sinto quando leio essas crônicas, sei que cada vez mais me aproximo da beleza índígena e vou com eles aprendendo e tentando ainda meio torta passar suas histórias através da oralidade.
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Ronaldo João comentou:
24/02/2013
Não tenho nada a comentar! É só ficar em silêncio, sentindo, refletindo, admirando, contemplando, se permitindo, se transportando, se emocionado. Viva Dona Taci, Vida longa para os Fulni-ô! Contato de Ronaldo João
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Reydner T. de Souza comentou:
24/02/2013
passaria varias luas aprendendo com a nossa sabedoria indigena...porque ela é fruto da terra ...da observaçao da natureza onde tem de tudo para o ensino da harmonia que os brancos só procuram, encontrar em algumas musicas um tanto "eruditas" eu, prefiro encontrar harmonia em tudo ...valeu grande mestre Bessa ..obrigado
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Eurilinda Figueiredo comentou:
24/02/2013
Não poderia deixar de registrar o enlevo, a emoção, a sensação de alegria e melancolia que me tomaram a alma ao longo da leitura. Obrigada. :)
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23/02/2013
Bessa mais uma vez grata pela boa leitura! Uma crônica que é um carinho para todos os sentidos: olhos que leem visões filosóficas, entendimentos em nossa verdadeira e única língua! Abraço fraterno. Contato de neusa ramalho silvério
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Amanay Parangaba Gomes (FB) comentou:
23/02/2013
Muito bom, Bessa. Creio que esteja falando da avó de nossos colegas de lista MUSEUS INDIGENAS DE PERNAMBUCO, o Wilke Torres Melo e o Maike Wítxô Torres .
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Maike Wítxô Torres (FB) comentou:
23/02/2013
Essa era a minha querida vó...Como ela mesmo dizia: "vó é mãe por duas vezes." Está sendo difícil tocar os meus projetos com a falta que ela está me fazendo. A falta que o seu abraço me faz, o abraço que afagava a alma e me deixava bem mais forte para seguir a cada novo dia. Aquele abraço de conforto, que trazia uma energia pura de luz e sabedoria. Minha eterna vó, sempre vou lembrar de vc sorrindo e me ensinando como é crescer um fulni-ô.
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iedalva comentou:
23/02/2013
gosto muito de histórias populares.... que são desconhecidas.... por falta de divulgação..... precisamos conhecer as nossa raizes .obrigada José Bessa
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Marcelo Lemos comentou:
23/02/2013
A cada história um encantamento! Que sábia mulher a Dona Taci Fulni-ô, fiquei encantado com ela e com a sabedoria Fulni-ô! Bessa e Thini-á obrigado por compartilharem através deste texto tantas lições de vida de Dona Taci, que descansa em paz no seu cetutxiá.
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Gilberto de Paula (via FB) comentou:
23/02/2013
Tem uma tribo aqui na Amazônia que se orienta pelos espaços entre as estrelas.Da mesma forma que a cultura de um polvo pode nos surpreender a erudição de um único individuo pode ser desconcertante.
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Marianna Kutassy comentou:
23/02/2013
Com uma sagaz sensibilidade, como só o pincel de José Bessa a saberia delinear e reavivar em cores da vida, essa - vívida e profundamente vivida em sua beleza e harmonia, dentre galhos tortos e caricias na cama, eis a homenagem a Itaci, mais conhecida como Taci na aldeia Fulni-ô, no interior pernambucano. A partir do encontro com Thini-á vim a conhecer essa extra-ordinária - sim, porque ela sempre fugiu da ordem lógica e racional dos que vivem fora da aldeia. Itaci... em cada estória que Thini-á a nomeava - "quando a minha mãe me disse....!, o tempo em Muriqui parava e a minha escuta fluía junto aos rios daquela sabedoria. Antes pudéssemos ser tão transparentes, claros e verdadeiramente genuínos em nosso "viver trágico" (a vida assim como ela é), pois a vida teria uma outra beleza! Grata, Bessa! Gratíssima, Thini-á
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Nora Cormons Schmid comentou:
23/02/2013
Qué bella historia,es para compartirla
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Vânia Novoa Tadros comentou:
23/02/2013
Muito prática a metodologia para educação sexual de Dona Taci. Se uma mãe fosse fazer isso na nossa sociedade iria ser punida por escandalizar menor sexualmente. Em algumas sociedades orientais é a própria mãe que inicia os filhos na vida sexual
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