CRÔNICAS

O português e o tupi no Brasil

Em: 05 de Junho de 2011 Visualizações: 49069
O português e o tupi no Brasil

No litoral brasileiro, uma parte expressiva da população falava tupi, tupinambá, além da língua portuguesa que chegou com os colonizadores e foi se impondo gradualmente; essas línguas conviveram em situação de bilingüismo até meados do séc. XVIII. Na Amazônia, até meados do séc. XIX, grande parte da população não falava o português, mas a Língua Geral, de base tupi, que ficou conhecida como Nheengatu. Metade da população de Manaus, em 1850, não era usuária da língua portuguesa.

O contato permanente dessas línguas durante vários séculos acabou mudando tanto o português regional como a chamada língua geral. Essa e outras informações são discutidas no livro “O Português e o Tupi no Brasil”, organizado por dois lingüistas alemães, Volker Noll e Wolf Dietrich, com artigos de dez pesquisadores especialistas vinculados a universidades européias e brasileiras, que têm publicações sobre o tema.

O livro, que começou a circular no Brasil numa edição da Editora Contexto, de São Paulo, formula questões esclarecedoras para o recente debate promovido pela mídia sobre o português falado aqui. Qual a contribuição do tupi no falar dos brasileiros? Quais as influências que o tupi exerceu tanto na forma de pronunciar como na morfologia e, especialmente, no vocabulário da língua portuguesa? Como é que uma língua européia conseguiu se firmar como língua nacional nos trópicos?

“O Brasil é um país de muitas cores. A formação do seu povo e da sua língua, variante da portuguesa, no solo americano, está estreitamente ligada à população autóctone, sobretudo nos primeiros séculos da colonização. Portanto, o português brasileiro, comparado com a variedade européia, caracteriza-se não só pelos seus arcaísmos lexicais e a fonética, mas também pela tradição tupi, que se manifesta em inúmeros nomes de lugares... na flora, na fauna e nas cozinhas regionais” – escrevem os organizadores.

A variedade do português

Os dois lingüistas alemães, professores titulares da Universidade de Münster, na Alemanha, já publicaram diversos livros na área de Lingüística Hispano-Americana. Aos artigos deles dois, se somaram outros de seus colegas, também alemães, Martina Schrader-Kniffki, professora da Universidade de Bremen, que escreveu sobre “O Nheengatu atual falado na Amazônia Brasileira” e Roland Schmidt-Riese, professor da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, autor de um artigo sobre as gramáticas dos jesuítas Anchieta (1595) e Figueira (1621).

Outro co-autor é o renomado lingüista brasileiro Aryon Dall´Igna Rodrigues, professor emérito da Universidade de Brasília, que aborda o “Tupi, Tupinambá, Línguas Gerais e Português do Brasil”. Ele afirma que “o português do Brasil é um mosaico de variedades fonético-fonológicas, morfossintáticas, estilísticas e lexicais, ainda carente de documentação”. Além do grande enriquecimento do léxico, Aryon destaca, no âmbito gramatical, entre outras, as diferenças na flexão de número nos nomes, obrigatória no português e inexistente no tupi e no tupinambá.

No português falado do Brasil, ou em grande número de suas variedades, houve mudança nesse processo: a flexão de plural não se aplica aos nomes, nem a seus qualificadores, mas só aos especificadores (Aqueles gato amarelo são mansos)”. Para Aryon, “é possível que a ausência de flexão nas línguas tupi e tupinambá tenha contribuído para a alteração da regra de concordância portuguesa” em sua variedade popular.

Outra diferença morfológica apontada por Aryon está na flexão de pessoa nos verbos. Para a distinção da pessoa de seus sujeitos, a flexão do português é sufixal, enquanto nas línguas tupi e tupinambá é prefixal. Em português, por exemplo, na norma padrão, se conjuga: eu fico, tu ficas, ele fica, nós ficamos... No tupi, “a parte final do verbo não varia para concordar com o sujeito”. O verbo que corresponde a ‘ficar’ permanece invariável, mudando o prefixo correspondente à pessoa: apytá, erepytá, opytá, japytá ou oropytá...

O lingüista da UnB pensa que essa diferença pode ter  “contribuído para a redução da flexão sufixal de pessoa nos verbos em grande número de variedades do português do Brasil: eu fico, tu fica ou você fica, ele fica, nós fica, vocês fica, eles fica”.

Segue-se um artigo da pesquisadora do Museu Goeldi, de Belém, Cândida Barros, que discorre sobre “O uso do tupi na Capitania de São Paulo no século XVII” e outro, de dois professores da USP – Silvio de Almeida Toledo Neto e Manoel Mourivaldo Santiago-Almeida – especialistas em dialetologia, que tratam da “Variedade do Português brasileiro na trilha das bandeiras paulistas”.

O livro contém ainda mais dois artigos. Um sobre “A Língua Guarani e o Português no Brasil”, escrito por Valéria Faria Cardoso, doutora em Lingüística pela UNICAMP e professora da Universidade do Estado do Mato Grosso. O outro – “As relações históricas entre o português e o Nheengatu nos universos urbano e rural da Amazônia”, de autoria desse locutor que vos fala, ex-professor da Universidade Federal do Amazonas e atualmente Professor da UERJ e do Programa de Pós Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

O Nheengatu na Amazônia

Na abordagem da trajetória histórica da Língua Geral, o artigo por mim escrito recupera dados proporcionados pelo Comandante Militar do Alto Amazonas, Lourenço Amazonas, que registrou em 1850 os usos e funções do Nheengatu. Da mesma forma que um falante de português encontra dificuldades na flexão prefixal em Tupinambá, falantes dessa última língua estranham a flexão sufixal em português. Lourenço Amazonas chama a atenção para o fato no caso dos falantes de Nheengatu:

“A Língua Geral é a universal intérprete em toda a Província do Pará. Fala-a toda a nação indígena, que se relaciona nas Povoações. Nas Cidades, fala-se da porta da sala para dentro; e nas Vilas e demais Povoações, excetuada Pauxis no Baixo-Amazonas, é a única, não por se ignorar a portuguesa, mas porque, constrangidos os indígenas e os Mamelucos em falá-la, pela dificuldade de formarem os tempos dos verbos, do que os dispensa a Geral, respondem por esta se lhes pergunta por aquela”.

Com o apoio de documentos históricos do século XIX, desenhamos o mapa da distribuição geográfica dos falantes de Língua Geral em toda a Amazônia brasileira, mostrando como foi desacelerando o seu processo de expansão, que ocorria desde o período colonial. Analisamos ainda como as fronteiras do Nheengatu, extremamente flutuantes, começaram a se retrair progressivamente até o início do século XX, quando ficou confinado à região do Rio Negro, onde originariamente não existiam falantes de qualquer língua da família Tupi.

Essa transformação não ocorreu de forma súbita, mas ao contrário foi um longo processo envolvendo muitas gerações que foram abandonando gradualmente o uso de suas línguas indígenas, incluindo o Nheengatu, em troca do português, e assim transformaram suas próprias referências identitárias.

Não era comum no século XIX, mas existem registros de alguns casos em que filhos dos próprios portugueses, que viviam em pequenos povoados, acabaram monolíngües em Nheengatu, segundo o testemunho, em 1850, de Wallace, um naturalista inglês que viajou pelo Amazonas: “Encontrei também diversos colonos portugueses, cujos filhos não sabiam expressar-se senão em língua geral”.

Há também noticias da atitude dos falantes dessas línguas, seja de lealdade ou de  deslealdade lingüística, registrada como vergonha ou identificação com elas. Viajantes e naturalistas que percorreram a região permaneceram por algum tempo em alguns desses povoados, tomando notas do que viram e ouviram. Eles registraram informações sobre o quadro lingüístico local. A seleção desses dados depende do interesse de cada viajante pelo tema, do acesso que tiveram às comunidades lingüísticas e da concepção que tinham sobre a importância social da língua.

Todas as línguas faladas na Amazônia atravessaram diversos espaços, mas cada uma tinha um lugar preferencial onde predominava revitalizada e fortalecida; a mudança para outros espaços significava o seu enfraquecimento. As línguas vernáculas se conservavam hegemônicas dentro das aldeias indígenas; o português crescia nos núcleos urbanos e no contacto com o resto do país; o Nheengatu articulava esses dois universos nas vilas e povoados.

O livro citado, sempre apoiado em documentos históricos, destaca a função das cidades no processo de hegemonia da língua portuguesa e de declínio do Nheengatu, assim como das línguas indígenas. No caso específico da cidade de Manaus, o quadro mudou a partir da segunda metade do século XIX, com a escola, a navegação a vapor e a inserção da Amazônia na divisão internacional do trabalho como produtora de borracha. É somente a partir daí que a língua portuguesa se torna majoritária na região. Entre 1870 a 1914, cerca de 500 mil nordestinos, portadores de lingua portuguesa, entraram na Amazonia para trabalhar nos seringais.

O Nheengatu, que se tornou língua materna dos índios Baré, está se revitalizando, agora. Contribuiu para isso a declaração, em dezembro de 2002, do Nheengatu como língua co-oficial no município de São Gabriel da Cachoeira (SGC), o que implica, em tese, ensiná-lo nas escolas regionais, usá-lo nos tribunais e na produção de textos escritos da documentação municipal, além de uso na mídia.

O livro organizado pelos dois lingüistas alemães, com a contribuição de estudiosos brasileiros, representa uma contribuição no sentido de ativar a memória e de alimentar o debate de forma mais racional e objetiva num campo de batalha como é esse da língua.

P.S. - Aos interessados em continuar esse debate, existe no facebook um grupo aberto denominado SGC Línguas.
Referências bibliográficas:
Volker Noll e Wolf Dietrich. O Português e o Tupi no Brasil. São Paulo. Editora Contexto.2010
Sumário
Wolf Dietrich - O tronco tupi e as suas famílias de línguas. Classificação e esboço
Aryon Dall’Igna Rodrigues - Tupi, tupinambá, línguas gerais e português do Brasil
Roland Schmidt-Riese - Anchieta 1595 e Figueira 1621. Representações da gramática do tupinambá
Volker Noll - Os primeiros empréstimos tupis no português do Brasil
Wolf Dietrich e Volker Noll -  O papel do tupi na formação do português brasileiro
Volker Noll - O Brasil Colônia entre a língua geral e o português
Sílvio Toledo & Manoel Santiago-Almeida - Variedade do português brasileiro na trilha das bandeiras paulistas
Cândida Barros - O uso do tupi na Capitania de São Paulo no século xvii
Valéria Faria Cardoso A língua guarani e o português no Brasil
Wolf Dietrich Os brasiguaios no Brasil. Aspectos fonéticos, gramaticais e lexicais
José R. Bessa Freire - As relações históricas entre português e nheengatu nos universos urbano e rural da Amazônia
Martina Schrader-Kniffki -  O nheengatu atual falado na Amazônia brasileira
 

Gilvan Muller de Oliveira e Mauricio Adu Schwade (muyãsaraita): Yegatu Resewa. EDUA. Manaus. 2012

I. José Ribamar Bessa Freire -  Marãta Bebeusa Yega Rese? (pg. 9 a 30)  Rupi, yumuyukuawa yepesa supire yã Revista Amerindia, Université de Paris. nº 8 1983

II. Brasilino Piloto (Baniwa) et alii - Maita Tayumee Yega Resewara. (pg. 31- 47)

III. ___________________: Marãta Kua Yupinima Rupiaita Yega Yegatu Kuiriwara? (pg. 49-57)

IV. Rosemira H. Elpidio et alii. Mayeta Yubuesa Yega Rupi-Asui Mayeta Yumuyã Arã PPI? (pgs. 59-88)

V. Jurandir Barreto dos Santos et alii: Marãta Kua Kutaisa Pisasuwaita (pg. 89 a 101)

 

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45 Comentário(s)

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Daniele Lopes comentou:
08/02/2013
Não devemos deixar morrer a cultura indígena!!!!!!!!!!!!!!!
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Mauricio Rubio comentou:
14/09/2011
Como assim Bessa você pede para comentar depois vem com essa de que os comentarios serão moderados???então quer dizer que tem uma censura nesta .....você só publica o que te interessa???
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Mauricio Rubio comentou:
14/09/2011
Quando é que a gente vai poder aprender o tupi nas escolas ao invés de aprender o Ingles , a lingua do Imperialismo da escrfavidão e do genocidio cometido pela coroa Inglesa no seu colonialismo.Quando a Inglaterra vai ser julgada no tribunal de Haia pelos seus crimes contra a humanidade?Acorda Brazil
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Júlio César Pedrosa comentou:
19/08/2011
Acho uma tolice sem tamanho, fruto de pouco conhecimento e reflexão, achar que o quase desaparecimento da língua geral se deu apenas por causa de sua proibição em 1758 ou da migração de populações de outras regiões onde ela não era falada. Há uma série de acontecimentos que, em conjunto e em sequência, levaram à quase extinção do nheengatu, e um deles foi a Cabanagem. Vi em um artigo (infelizmente não me lembro onde) que, segundo alguns cálculos, morreram cerca de 30.000 pessoas naquela época; m
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VANIA TADROS comentou:
10/06/2011
A.NDRÉ VC ESTÁ UM POUCO CONFUSO E PARECE-ME QUE GOSTA DE POLEMIZAR. O LIVRO DE FURTADO É DE 1959. MUITAS PESQUISAS JÁ FORAM REALIAZADAS E DERAM ORIGEM A LIVROS MARAVILHOSOS. LEIA-OS. NO MOMENTO EU ESTOU MAIS PREOCUPADA EM DEBATER EM OUTROS BLOGS SOBRE PALLOCI,O E LADRÃO ITALIANO QUE AGORA É UM CIDADÃO LIVRE BRASILEIRO.
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Mais uma comentou:
09/06/2011
Sobre o Furtado: Em Rio Babel esse autor é citado, pg 115, apenas pra CONSTATAR, o nº de imigrantes. A ANÁLISE (a frase "O afluxo desses trabalhadores provocou o desaparecimento da LGA") é do Bessa, que é repisada em outros pontos da tese. Anything else?
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André Ricardo comentou:
09/06/2011
Vânia leia d novo o q eu disse. Não disse que o port. foi optado ou aplaudido. E só disse Manaus no último com. quando o correto é região, num comentário anterior. Se foi assim, então foram pro mato e depois povoaram Manaus. Assim os nordestinos sepultaram o nheengatu aqui na regiao. Ficando este apenas em São Gabriel, "bem dizer". Algo mais?
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VANIA TADROS 2 comentou:
08/06/2011
ANDRÉ, OS NORDESTINOS IAM PARA DENTRO DA MATA ÑOS SERINGAIS. POUQUISSIMOS FICAVAM EM MANAUS
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VANIA TADROS comentou:
08/06/2011
O CELSO FURTADO JÁ ESTÁ BASTANTE QUESTIONADO NAS SUAS ANÁLISES SObRE A AMAZONIA, justamente poRQUE ESTAS PARTEM DO RACIOCÍONIO DE QUE O BRASIL NASCEU DO SUL PARA O NORTE. OS NORDESTINOS TRAZEREM O PORTUGUES NÃO QUER DIZER QUE TODOS FOSSEM APLAUDIR A LINGUA PORTUGUESA E OPTAR POR ELA.
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André Ricardo comentou:
08/06/2011
"...a língua portuguesa só universalizou-se, quando a inserção da Amazônia (...) atraiu para a região(...) cerca de 500.000 nordestinos, todos eles portadores da língua portuguesa (Furtado 1959:158). O afluxo desses trabalhadores provocou o desaparecimento da LGA" Alguma ponderação, Vânia?
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
Vania, por deferencia a sua pessoa resolvi, mesmo durante o jogo, dar uma olhada no livro. Olha só o que esta lá
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
Li boa parte Vânia... não invalida meu raciocínio de que em Manaus o nheengatu acabou, a partir de 1850, por causa dos nordestinos... e é pra comentar a cronica né? Agora vou ver o jogo...
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
E parem com essa palhaçada de querer incluir isso, aquilo e aquilo outro no curriculo da escola pública! Nossa educação já é ineficiente, nossos estudantes sequer sabem portugues e matematica...
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
E quanto à navegação à vapor... procure um só lugar onde a chegada de bons meios de transporte tenha sido um fator pra SEPULTAR a lingua local... ela pode acrescentar uma nova, mas sepultar uma antiga, jamais...
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VANIA TADROS comentou:
07/06/2011
André, LÊ O LIVRO DO RIBAMAR BESSA " O RIO BABEL, HISTÓRIA SOCIAL DAS LÍNGUAS DA AMAZÔNIA" AÍ TU VAIS ENTENDER DIREITINHO ESSA SITUAÇÃO.
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
Esquisito o que falou esse linguista Ayrton. Quanto à flexão do verbos tudo bem, é assim mesmo, mas "Aqueles gato amarelo são mansos” eu nunca vi...
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
Então só pode ser os retirantes nordestinos que, a partir de 1850, vinham às pencas cada vez que dava uma seca doida por lá. Eles formaram a nova base demográfica. Famílias que ignoravam a língua geral passaram a predominar. Prova: Procure um amazonense que não tenha ascendência nordestina.
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VANIA TADROS comentou:
07/06/2011
PAULINHO, MEU AMIGO, O NENHEENGATU FOI CRIADA PELOS JESUÍTAS PARA SERVIR DE PONTE ENTRE AS MILHARES DE LINGUAS FALADAS NO AMAZONAS E O PORTUGUES. APENAS COM O PORTUGUÈS, DE POSSE DO ESPERANTO O SE PRETENDIA ANULAR TODAS AS OUTRAS LÍNGUAS E O MUNDO TODO FALARIA UMA SÓ LINGUA. ISSO FARIA COM QUE FOSSEM PERDIDOS MINHARES DE MODOS DE PENSAR, CONCEPÇÕS DE MUNDO E OUTROS ELEMENTOS CULTURAIS.
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
E essas duas coisas (História e lógica) permitem-me pensar: "O que aconteceu a partir de 1850 que poderia ter sepultado e nheengatú aqui na região?" A elite da borracha não é, pois tais "aristocratas" interagem pouco com as "bases". Escola não é, pois sem ela a lingua existia (vide caso guerra nipo-coreana)
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André Ricardo comentou:
07/06/2011
Não Vânia, o problema é que pra ser politicamente correto as coisas óbvias são relativizadas.. Não tenho conhecimento nenhum de linguistica e sim de logica e um pouquinho de História...
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Bosco Melgueiro comentou:
07/06/2011
Paulo Bezerra, Victor Bezerra. Cuecatú. Xa nheen nheengatu. Mahárecé tahá inti reçuáxara ixé nheengatu rupi? Purunguetásáua catú. Renhehé putári será nheengatu? Cikié nheengatu será? Xa rekó nhahã rerekó uahá. Mairamé taha curi renheen nheengatu.
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Victor Bezerra comentou:
06/06/2011
Caro Paulo, apesar do nome,acredito que não mamamos na mesma bezerra (rs). Seus comentários, demasiado contundentes e sem fundamento, me assustam. De que serve, meu caro Paulo, saber o português, se você estiver na Croácia, na China ou na Dinamarca? Nem por isso, deixamos de cultuar a língua que foi de Camões. Quanto ao Nheengatu, não é invenção do colonizador português. Afirmar isso é uma bobagem que não se sustenta. Recomendo que leia Aryon Rodrigues ou o Rio Babel do prof. Bessa
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Ana comentou:
06/06/2011
Maravilha de crônica. Realmente, o livro é excelente e uma importante referência para um maior conhecimento das línguas tupinambá, LGA e do português brasileiro. Aliás, deveria ser leitura obrigatória nas escolas, universidades. Isso ajudaria na compreensão da nossa própria língua. Bjs!
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Tatiana Sobreira comentou:
06/06/2011
Será Utopia, ou devo continuar a sonhar em um dia a educação de base ( por aqui na Amazônia), possa adotar o Nheengatu? Espero que possamos voltar um dia para o "começo" e que possamos ser "durante"para assim, dispor de mudanças necessárias de ciclos da nossa Amazônia.Morro, mas não mato a minha mata. a que vi no interior, a que vi em meus dias de rio e mata a dentro, onde nascí.Obrigada por sua existência, Professor. Abraços e cheiros de banho de RIo em sol de Junho. --
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Paulo Bezerra (2) comentou:
06/06/2011
Se você estiver na Croácia, por exemplo, de que vai adiantar conhecer o Nheengatu ? O Nheengatu é uma língua muito "PUXUEIRA". Não merece toda essa glória que querem lhe dedicar. PS. Nessa a minha já amiga Vânia há de concordar comigo. Ou não ?
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comentou:
06/06/2011
Se você estiver na Croácia, por exemplo, de que vai adiantar conhecer o Nheengatu ? O Nheengatu é uma língua muito "PUXUEIRA". Não merece toda essa glória que querem lhe dedicar.
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Paulo Bezerra comentou:
06/06/2011
O Nheengatu foi uma língua criada pelo colonizador português para dominar os povos indígenas. Nunca existiu nenhuma nação autóctone que falasse exclusivamente o Nheengatu. No entanto, esses mesmos antropólogos que defendem o Nheengatu condenam o ESPERANTO cuja proposta seria de se tornar uma segunda língua para TODOS OS POVOS.,que não prevaleceu por que ocuparia o lugar da língua inglesa que, como se sabe, domina o mundo.
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Stella Gonzales – Instituto Caro y Cuervo (1) comentou:
05/06/2011
Siempre me ha interesado la lengua yeral (como escribimos en Colombia) o nheengatú. En Colombia hay grupos yerales, pero algunos lingüistas se niegan a reconocerlos dentro de las lenguas indígenas colombianas; indudablemente proceden de Brasil (como otros grupos) pero ya tienen varias generaciones en la Amazonia Colombiana.
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Stella Gonzales- Instituto Caro y Cuervo (2) comentou:
05/06/2011
Cuando estuve investigando la lengua pisamira (hablada en el Vaupés) corroboré la gran influencia del yeral en los nombres de lugares, animales y plantas de nuestra Amazonia; también muchos nombres de los grupos indígenas son nheengatú (pisamira, por ejemplo).¡Tantas cosas interesantes para estudiar, aprender y divulgar!
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vania tadros comentou:
05/06/2011
ÁNDRÉ O PROBLEMA QUE AS PESSOAS TEM PARA ENTENDEREM O QUE ACONTECE NA HISTÓRIA É JUSTAMENTE ESSE; ACREDITAR QUE SÓ EXISTE UM GRUPO OU UMA PESSOA RESPONSÁVEL POR DETERMINADO FATO. SÃO MUITOS OS FATORES IMPLICADOS EM DIVERSOS MOMENTOS HISTÓRICOS, NÃO DÁ PARA FAZER HISTÓRIA COM REDUCIONISMO.
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Fátima Almeida comentou:
05/06/2011
O maior problema de todos é exatamente esse, poucos conseguem chegar onde o Bessa chegou, renomado professor de Universidades. As pessoas que escrevem, falam errado e não entendem o que lêem, jamais entenderiam e sequer leriam um artigo como esse. Então, são objetos de estudo e pesquisa, como o seu modo de falar..
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Altemar (Blog do Altino) comentou:
05/06/2011
O Bessa é o Bessa. Viva ele, e "nóis"!
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Renato Athias comentou:
05/06/2011
Bessa, está ótimo esse sumário. Não sei se você sabe. Mas no censo indígena da Venezuela, aparece um grupo étnico que se autodenomina de Nheengatú. Interessante.
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Mayr Mendes (2) via FB comentou:
05/06/2011
Como sou de Parintins, Amazonas, o artigo ajudou-me a refletir sobre o preconceito contra todos esses modos de falar outros que a lingua do colonzador não reconhece, como os elementos sintáticos explanados e não somente de vernáculo. Isso me revigorou a memória do que via durante minha infância lá, ou seja, algumas pessoas que não eram mais consideradas como indios, mas falavam um português considerado como errado.
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Mayr Mendes (1) (via FB) comentou:
05/06/2011
Nunca reclamo de boa informação,respeito seu trabalho.Quem reclama é esse povo apressado.Mas infelizmente é assunto que não domino.Penso que é generosidade sua e do Bessa expor o tema aqui.Mas o artigo apresenta a idéia de uma lingua geral mutante,q se desloca e q vai se reduzindo ao q temos hoje na região da Cabeça do Cachorro. Vemos como a situação de bilinguismo passa por processos de assimilação pela lingua portuguesa e enraizamento na memória coletiva bem como no modo de falar o português.
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Vânioa Tadros (via facebook) comentou:
05/06/2011
COMENTO TODA A SEMANA VÁRIAS VEZES E O POVO RECLAMA. AGORA EU ESPERO QUE ALGUEM COMENTE PRIMEIRO, MAS COM CERTEZA COMENTAREI. TRABALHEI COM O BESSA E NOSSAS IDÉIAS SOBRE SOCIEDADES INDÍGENAS SÃO PARECIDAS. GOSTARIA DE LER AQUI COISAS NOVAS.
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Mayr Mendes (via facebook) comentou:
05/06/2011
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Vania Tadros (via facebook) comentou:
05/06/2011
UMA CRÔNICA TÃO REPLETA DE INFORMAÇÕES QUE O PROFESSOR ESCREVE E AS PESSOAS SÓ CURTEM. NÃO TEM CORAGEM DE COMENTAR
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Renato Athias comentou:
05/06/2011
Bessa, está ótimo esse sumário. Não sei se você sabe. Mas no censo indígena da Venezuela, aparece um grupo étnico que se autodenomina de Nheengatú. Interessante. abraços
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André Ricardo comentou:
04/06/2011
Voltei... só pra dizer que se o nheengatu era dominante aqui até 1850, então foram os retirantes nordestinos que o sepultaram. E o nosso único governante fluente em tupi foi D. Pedro II...
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Suzete Camurça comentou:
04/06/2011
Muito interessante este blog, ainda não conhecia, acho impressionante como vivemos numa sociedade tão elitista, ainda arraigada da visão do homem branco colonizador, onde a linguagem popular só serve como anedota de programa humorístico! O Senado deveria pensar mais qual o seu papel ao invés de ficar querendo aparecer e agradar a mídia!"
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Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (1) comentou:
04/06/2011
Bessa, sua crônica é muito positiva. Além de por em evidência a importância da obra citada, nos leva à pergunta: Como andam as ações que deveriam salvaguardar a condição do Nheengatu enquanto língua co-oficial no município de São Gabriel da Cachoeira (SGC)? Como você bem ressalva, "..o que implica, em tese, ensiná-lo nas escolas regionais, usá-lo nos tribunais e na produção de textos escritos da documentação municipal, além de uso na mídia."
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Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (2) comentou:
04/06/2011
O que realmente mudou desde 2002 além do Nheengatú ter passado a ser disciplina na grade curricular das escolas públicas?
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Ans Suelly Arruda Câmara Cabral comentou:
04/06/2011
Bessa, sua crônica é muito positiva. Além de por em evidência a importância da obra citada, nos leva à pergunta: Como andam as ações que deveriam salvaguardar a condição do Nheengatu enquanto língua co-oficial no município de São Gabriel da Cachoeira (SGC)? Como você bem ressalva, "..o que implica, em tese, ensiná-lo nas escolas regionais, usá-lo nos tribunais e na produção de textos escritos da documentação municipal, além de uso na mídia." O que realmente mudou desde 2002 além do Nheengatú t
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Mayr Mendes comentou:
04/06/2011