CRÔNICAS

Salgueiro: afinal, algum dia seremos o Brasil Cocar?

Em: 18 de Fevereiro de 2024 Visualizações: 6458
Salgueiro: afinal, algum dia seremos o Brasil Cocar?

“Não queremos sua “ordem”, nem o seu “progresso” [...]. A chance que nos resta é um Brasil cocar. (Samba-enredo da Salgueiro. 2024)

São cerca de 40.000 Yanomami, dos quais 31.007 vivem em 384 aldeias no Brasil, segundo o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Os demais, na Venezuela. Falam seis línguas da mesma família. Uma delas ecoou no desfile das campeãs na madrugada de domingo (18) no refrão da Acadêmicos do Salgueiro:

- Ya temi xoa, aê, êa.

Esta mesma frase havia sido dita meses antes por Davi Yanomami ao se despedir do seu amigo, o pesquisador Estevão Senra. Com a tradução, o povo nas arquibancadas cantou e entendeu o que cantava:

- Eu ainda estou vivo.

Esta afirmação da vida enfurece Yoasi, criador e cúmplice do Napë – o não-indígena, responsável por mortes, doenças, florestas incendiadas e rios envenenados pelo garimpo. Ele finge não ouvir “o grito da Amazônia antes que desabe” e ainda é aplaudido pelos napëpë com a saudação: - Mito, Mito.

Mas Yoasi, que “se julga família de bem”, foi obrigado a “ouvir a verdade que não lhe convém”, em um recado muito claro:

- Napë, não vamos nos render. Napë, nossa luta é sobreviver.  

Yoasi, o Criador da Escuridão, é um inimigo invejoso, que compete com seu irmão Omama, o Criador da Luz, da Vida e do Mundo: gente, céu, sol, noite, lua, estrelas, floresta, plantas, animais, montanhas e rios. A única chance desse mundo não ser destruído é a construção de um Brasil Cocar, abençoado por Omama e anunciado pela flecha do povo da floresta que cruzou a Sapucaí.

Na escuta do cocar

Afinal, o que é mesmo o Brasil Cocar?  A resposta pode ser resumida em uma palavra: escuta. O Brasil Cocar é o país que escuta os povos ameríndios, os afrodescendentes, as mulheres, os moradores de rua, os favelados, o movimento LGBTQIA+, os gays, lésbicas e simpatizantes e até aquelas pessoas com algum tipo de deficiência.  O Brasil Cocar respeita a alteridade, convive com a diferença, assume sua diversidade, combate o racismo, a homofobia e o machismo.  

Quem assistiu ao desfile pôde ver o sábio Omama, em todo o seu esplendor, numa estátua de 20 metros de altura, que ainda não estava pronta quando Davi Kopenawa veio ao Rio, em outubro do ano passado. Ele viu no barracão na Zona Portuária os seis carros alegóricos em processo de montagem e – conta a jornalista Cláudia Antunes - torceu o nariz para o desenho do Criador dos Yanomami:

- Omama tem que ser o Yanomami mais perfeito, com o cabelo bem curto e as pinturas corporais. Dito e feito. Redesenharam Omama.    

Essa foi uma das escutas da Salgueiro. Outras escolas escutaram os afrodescendentes. O Brasil Cocar aflora com essa escuta, que pode ecoar em diversas instituições: sistema escolar, família, igreja, museu, mídia, sindicato, partido político, rede social e outros aparelhos ideológicos.  Mas para isso não basta mudar a legislação ou celebrar os indígenas em 19 de abril e a consciência negra em 20 de novembro, ou ainda ouvir os seus cantos só “para postar no seu perfil”.

A construção do Brasil Cocar requer a escuta de línguas, cosmologias, músicas, narrativas míticas e saberes milenares em diferentes campos do conhecimento, o que dá visibilidade aos 274 idiomas indígenas autodeclarados e aos falares africanos, alguns deles presentes nos enredos de várias escolas, mostrando que o Brasil é um país plurilíngue, o que é ignorado por grande parte da população.

A língua da mata

A língua portuguesa foi aprendida por muitas das 1.693.535 pessoas indígenas (Censo IBGE 2022). Embora, como consequência de uma política glotocida, uma  quantidade expressiva de falantes indígenas foi obrigada a substituir pelo português suas próprias línguas, silenciando-as, a reivindicação é de que elas convivam em situação de bilinguismo permanente com a língua oficial do país, que serve de ferramenta de denúncia e de resistência:

- Eu aprendi o português, a língua do opressor / Pra te provar que meu penar também é sua dor / Falar de amor, enquanto a mata chora / É luta sem flecha, da boca pra fora.

O português, hoje, é uma língua de comunicação entre os próprios índios que falam idiomas diferentes. As línguas indígenas em contato com o português do Brasil mudaram o nosso jeito de falar. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, em uma de suas edições, registra 228 mil verbetes, dos quais cerca de 45 mil são palavras emprestadas de línguas indígenas. No caso da Salgueiro, a letra do seu samba enredo incorporou vários itens lexicais de língua da família Yanomami.

No entanto, a influência das línguas ameríndias nas variedades do português no Brasil não se resume a uma lista de palavras exóticas ou “folclóricas”. Além do léxico, outras influências entranhadas nas camadas profundas da língua, penetraram em seus alicerces e mexeram com seus sistema sintático, fonológico e morfológico.

Começa pelo título do samba-enredo. Hutukara é o primeiro céu que desabou em tempos ancestrais. Os xapiri , donos da chuva e do vento, são convocados pelos xamãs para combater as entidades maléficas, curar doenças, proteger a natureza, garantir seu equilíbrio. Foram representados na comissão de frente e em carro alegórico como “minúscula poeira de luz” com ornamentos brilhantes e coloridos.

De “estragados” a guardiões

O samba-enredo, construído por mãos de vários compositores, ganhou nota 10 de todos os jurados e foi elogiado pelo ator Leonardo DiCaprio.  Houve muita escuta. Enredo, carros alegóricos, fantasias e coreografia contaram com a participação dos Yanomami em parceria com os carnavalescos Edson Pereira e Igor Ricardo, que conversaram muitas horas com o líder e xamã Davi Kopenawa, coautor com o antropólogo Bruce Albert de “A Queda do Céu”, livro que também consultaram.

- Esse encontro com o Davi causou uma mudança de chave muito grande na nossa cabeça – confessou Edson em entrevista a Cláudia Antunes.

Davi subiu o morro do Salgueiro, visitou o Centro Cultural Guardião das Tradições Afro-brasileiras e trocou figurinha com Tia Glorinha, 77 anos, presidente da Ala das Baianas. Desfilou ao lado do filho Dário, de Ehuana, de Morzaniel Iramari e do artista visual Joseca. Desfilaram ainda diversas alas de crianças, minério escondido, garimpo do ouro, escavadeira comendo a terra e a resistência de outros povos: Guarani Kaiowá, Kayapó, Awá-Guajá, Xokleng, Matis com homenagem a Bruno e Dom assassinados.

A Escola do Salgueiro mostrou o cotidiano das aldeias: roça, caça, pesca, arte, pintura, costumes e cosmologia, atendendo a orientação de Davi Kopenawa para que os Yanomami fossem tratados como um povo resistente e não como “estragados”, denominação dada por napë de Roraima, que tanto incomodou, entre outros, a linguista Loretta Emiri, autora de cartilhas e dicionários Yãnomamé. Ela está criando “A Casa dos Esclarecidos” – Centro de Formação Yanomami.

Ordem e Progresso

A cobertura da TV Globo com Milton Cunha, Alex Escobar e Karine Alves passou batido pela Ala dos Militares, com as caveiras e urubus denunciando mortes e crimes ambientais iniciados depois do golpe de 1964, o que foi recentemente reforçado nos quatro anos do governo do Coiso. Nenhuma explicação sobre os conceitos do verso “Não queremos sua ordem, nem o seu progresso” que, com o devido respeito ao símbolo pátrio, propõe perceber a terra-floresta como uma entidade viva e não como mercadoria.

Várias escolas abordaram a temática indígena, como a Grande Rio – Meu destino é ser onça – entre outras. Sugestão para a Globo e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa): convidar comentarista e jurado indígena preparados para o ofício. Nomes não faltam: Ailton Krenak da Academia Brasileira de Letras, a escritora Eliane Potiguara e Daniel Munduruku, a lista é longa. Nem sequer entrevistaram os indígenas que desfilaram, mas atrizes globais, algumas falando abobrinhas.  

Aliás, se a passarela do samba se chamasse Roberto Marinho, ela seria sempre nomeada assim pelos comentaristas. Mas seu nome oficial desde 1987, nunca lembrado e sequer mencionado, é Passarela Darcy Ribeiro, o idealizador do sambódromo. Falam então “Sambódromo” “Sapucaí”, “Avenida” “só para postar no seu perfil”.

P.S - Os dois primeiros livros da lista abaixo, ganhei de presente na semana passada de um descendente dos índios Charrúa, que desfilou na Ala Amigos dos Yanomami e deu um show na Passarela Darci Ribeiro, provando que tem samba no pé.

Referências:   

1-Bruce Albert e David Kopenawa – O Espírito da Floresta. São Paulo. Cia. Das Letras. 2023.

2. José Ignacio Gomeza Gómez. A floresta cuida da nossa renda. In Alcida Ramos et alii (orgs) “Terra Indígena Yanomami 30 anos. O Futuro é Indígena. São Paulo. ISA/HUTUKARA. 2022.

3. Bruce Albert e David Kopenawa – A Queda do Céu. Palavras de um xamã Yanomami. São Paulo. Cia das Letras. 2015 (3ª edição)

4-Murilo Pajolla. Davi Kopenawa: 'Yanomami na Salgueiro vai ficar na história do povo da floresta e da cidade'. Brasil de Fato. 17/02/2024. https://www.brasildefato.com.br/2024/02/17/davi-kopenawa-yanomami-na-salgueiro-vai-ficar-na-historia-do-povo-da-floresta-e-da-cidade

5- Greenpeace Brasil. Entrevista Davi Kopenawa sobre como a história do povo Yanomami virou tema do Salgueiro. 16/02/2-24. https://www.greenpeace.org/brasil/blog/enredo-indigena-salgueiro-e-a-nossa-campea-do-carnaval-2024/

6- Estevão Benfica Senra.´Ya temi xoa, aê, êa´. Eu ainda estou vivo. Sumaúma. 11/01/2024 – ‘Ya temi xoa, aê, êa!’. Eu ainda estou vivo - SUMAÚMA (sumauma.com)

7 - Ana Maria Machado e Cláudia Antunes. Para entender os Yanomami na Sapucaí. Sumaúma. 30/01/2024 - Para entender os Yanomami na Sapucaí - SUMAÚMA (sumauma.com)

8 - Cláudia Antunes. Carnaval 2024: os orixás vão encontrar os “xapiri” na Avenida. Sumaúma. Rio. 30/01/2024. Carnaval 2024: os orixás vão encontrar os xapiri na Avenida - SUMAÚMA (sumauma.com).

9 -  Loretta Emiri. De “estragados” e atropelados a guardiões de seu território e A Casa dos Esclarecidos Centro de Formação Yanomami. Dossiê. Janeiro 2024.

10. Rafael Cardoso. Livros que dão samba: as histórias que vão agitar a Sapucaí em 2024. Obras de temas indígenas, afro-brasileiros e regionais. 12/02/2024. Agência Brasil. https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-02/livros-que-dao-samba-historias-que-vao-agitar-sapucai-em-2024

11 – Destrinchando o Samba. Salgueiro 2024. Destrinchando o Samba | Salgueiro 2024 | Hutukara (youtube.com)

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20 Comentário(s)

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Elmo (Uerj 10) comentou:
16/04/2024
Grato Prof. Bessa por nos presentear com essa jóia rara, que nenhum garimpo deste país ousará arrancar das entranhas desta Terra Sagrada Yanomami e de outras tantas que resistem ao " Ignoródio" que se disseminou por este país. O nosso muito obrigado. Um forte abraço
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Rodrigo comentou:
01/03/2024
Passando aqui no Taquiprati para lembrar a todos que faltam apenas 35 dias para a posse de Ailton na ABL. Ja quero desde uma foto com meu trio favorito: professor Bessa, presidente Lula e Ailton
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Ligia Lins comentou:
28/02/2024
Como sempre certeiro na análise! Saudades professor!!
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SUSANA MARTELLETTI GRILLO GUIMARAES comentou:
21/02/2024
Viva os Yanomami! Viva o Brasil de Cocar! Viva a Escola de Samba do Salgueiro! Viva a Passarela Darcy Ribeiro ! Bessa, esse Carnaval de 2024 vai ficar na história. Carnaval da resistência, da coragem, da valorização da diversidade sociocultural! E isso vem num crescendo a cada novo Carnaval. Os Yanomami estão vivos superando tanto sofrimento e destruição no seu território ! E nós recebemos seu recado dito com tanta criatividade, com arte, dança, folia, alegria e muita solidariedade na avenida. Que essa grande convocação à escuta dos povos indígenas sacoleje os corações e mentes e possamos ter mais paz e e respeito nas relações com os povos indígenas. Abraços,
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Rosângela Corrêa (Nação Cerratense) comentou:
21/02/2024
NÓS SOMOS O BRASIL COCAR!!! Mesmo que tentem eliminar os 305 povos indígenas do nosso país, eles estão vivos, nunca se renderam: "Napë, não vamos nos render. Napë, nossa luta é sobreviver".
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Luiz Pucú comentou:
20/02/2024
Estava lá na passarela e vi mais dq espiei depois de ler tua crônica-cinema. Abraço
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rodrigo comentou:
20/02/2024
Eu gostei muito do desfile da Acadêmicos do Salgueiro, foi um show, uma verdadeira aula de história contada ao vivo para todo Brasil e mundo . E falando em acadêmico. passo aqui para lembrar a todos os leitores do Taquiprati que faltam apenas 45 dias para a posse de Aílton Krenak na ABL., será mais um momento histórico que acontecerá esse ano. Estou ansioso para esse evento. Vai ser lindo demais, Um abraço querido professor.
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José Seráfico comentou:
20/02/2024
PUBLICADO EM NAGAVEA - https://www.nagavea.com.br/post/escola-do-salgueiro-d%C3%A1-aula
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Valter Xeu comentou:
20/02/2024
PUBLICADO EM PATRIA LATINA - https://patrialatina.com.br/salgueiro-afinal-algum-dia-seremos-o-brasil-cocar/
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Tania Pacheco comentou:
20/02/2024
Publicado em RACISMO - COMBATE AMBIENTAL - https://racismoambiental.net.br/2024/02/19/salgueiro-afinal-algum-dia-seremos-o-brasil-cocar-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Hans Alfred Trein comentou:
20/02/2024
Grato por mais essa excelente crônica, caro Bessa. Quanto ao percentual de palavras de origem indígena na língua portuguesa do Brasil, me ocorreu que deveria haver uma matéria no ensino primário, na qual se estudasse o significado de nomes de rios e acidentes geográficos, cidades, comidas, plantas... e demais elementos de culturas indígenas que vem das línguas indígenas. Me lembro apenas dos muitos nomes que começam com "ita" (itapema, itambé, itapocuru, itapiranga, itati, itapemirim, itaguaçú, itaorca...) e descrevem alguma característica de pedras ou rochas. Esse ensino poderia cumprir ao menos duas funções: 1. Seria uma introdução à compreensão original dessas denominações; 2. Seria a tomada de consciência da existência dos povos originários e de seu impacto histórico na formação da sociedade e cultura brasileira. Vida longa aos povos indígenas! Vida longa ao planeta! Abraços, Hans
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Ivone Andrade comentou:
20/02/2024
Lindooooh...vivaaah os Yanomami "a terra-floresta é uma entidade viva..."a única chance desse mundo não ser destruído é a construção de um Brasil Cocar".
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Solange Bastos comentou:
19/02/2024
Você é gênio, amigo Bessa!!! Adorei!!! Não consegui assistir o Salgueiro, mas lendo sua crônica parece que estou vendo a escola desfilar na minha frente, com um comentarista competente me revelando o alcance de tanta lindeza desse Brasil Cocar! Obrigada, obrigada! Ainda estamos vivos, sem ordem nem progresso!!
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Cintia Muller comentou:
18/02/2024
Já havia lido A Queda do Céu. Muito obrigada pelas outras referências.
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Fiora Serafini comentou:
18/02/2024
Amigo Bessa !! Parabéns pelas suas crônicas, sabias e apaixonadas sobre a luta pelo " Brasil Cocar " . E por me emocionar ( e aprender ) com elas . Mas q me levaram ao ápice quando li sua crônica, de 2018 , sobre o Querido Victor Jara, me emocionei porque o folclore latino-americano vive en mim , fundamentalmente o do Chile de Violeta Parra y fundamentalmente o de Jara e Quilapayun . Nas minhas vivências de exílio vi um show ,magnifico do Grupo Quilapayun en 1982 , em Barcelona quando fui visitar meus Camaradas na Europa . Obrigado por esses seus " 5 minutos " de nossa história de emoções e lutas . Abrazos !!!
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Eva Seiberlich comentou:
18/02/2024
Boa noite professor Bessa. Tudo bem? Lendo o seu texto, no ônibus, com internet falha, retornando das férias. 48 dias no estado de Roraima. Por lá ouvi algumas críticas quanto às abordagens do samba-enredo do Salgueiro, enfatizando de alfuma.maneira, somente o povo Yanomami. Por.antropóogos e outras áreas. Valea pena a escuta ali também. Sabe?
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Celeste Corrêa comentou:
18/02/2024
Eu quero muito assistir o desfile das campeãs porque algumas pessoas que assistiram comentaram que viram coisas lindas, não mostradas no dia do desfile oficial. Não sei se foi por "livre e espontânea pressão", diante do fiasco e do amontado de besteiras ditas pelos comentaristas, ou se foram os xamãs , que convocaram os xapiri para combater o racismo, o preconceito e a prepotência do Brasil-coroa... o fato é que o Brasil cocar mostrou que é resistência e incomodou porque mandou, em cada ala da escola, o seu recado "não quero a sua ordem nem o seu progresso". Parabéns para o Salgueiro por ter escutado os Yanomami e dar espaço para eles dizerem para o mundo que Ya temi xoa, aê,êa (Eu ainda estou vivo)
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José Alcimar de Oliveira comentou:
18/02/2024
Valeu, companheiro Ribamar. Estamos vivos e a defesa da vida passa pela escuta da sabedoria dos povos originários, que conhecem os arcanos da Mãe Terra e nos ensinam a força da simbiose entre natureza e cultura.
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Viviana Gelado comentou:
18/02/2024
Crônica linda! Faz jus aos belíssimos desfile e samba do Salgueiro! Obrigada por partilhar! Vou "postar no perfil"
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Ana Silva comentou:
18/02/2024
Linda crônica. O desfile da Salgueiro foi lindíssimo e o seu samba enredo foi uma flecha que atingiu o coração de muitos na avenida, no Brasil e no mundo. Parabéns aos compositores, aos Yanomami e seus aliados, ao Bessa por essa cirúrgica e sensível crônica. Sensacional!!! Vivaaaa a magia do carnaval e a resistência dos povos Indígenas.
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