CRÔNICAS

Zezinho, o índio de Valença que não virou pó de café (versión en español)

Em: 22 de Janeiro de 2017 Visualizações: 43600
Zezinho, o índio de Valença que não virou pó de café (versión en español)

O historiador Marcelo Sant'Ana Lemos encontrou em Valença (RJ) um homem que só existia nos arquivos por ele consultados, um homem de papel que se fez carne e habitou entre nós, pulando dos documentos empoeirados do séc. XIX para as ruas movimentadas do séc. XXI. É possível entender o que aconteceu lendo seu livro “O índio virou pó de café? Resistência indígena frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba", dissertação defendida no mestrado em História da UERJ, cujos protagonistas são os índios Puri, Coroado e Coropó considerados oficialmente extintos.

Foi assim. Durante pesquisa nos arquivos, Marcelo acompanhou alunos do 5º ano do Colégio Pedro II, Unidade Tijuca, na visita escolar realizada em 13 de novembro de 2003 ao Hotel Fazenda Ponte Alta, em Barra do Piraí (RJ). Percorreu as instalações históricas: engenho, senzala e até a biblioteca com livros sobre o tema, mas nada sobre os índios da região. De repente, no antigo pátio de secagem do café, antes do almoço, olhou pela porta aberta da cozinha e viu um cozinheiro descascando batatas. Esfregou os olhos porque não acreditou no "fantasma" que via.

Não era a alma penada de Getúlio Vargas que passou seu último aniversário naquela fazenda. Era um índio que lá da cozinha sorria, era uma gravura viva do pintor alemão Rugendas, saída do livro "Viagem pitoresca através do Brasil", realizada de 1822 a 1825, com mais de cem litografias, entre elas a de índios que, em pleno século XIX, tiveram seus territórios invadidos pelos barões de café, as terras espoliadas, a memória apagada. Foram varridos do mapa do Rio de Janeiro. A escola ensina que não sobrou nenhum deles para contar a história. Será?

Ressurreição

Para tirar qualquer dúvida, Marcelo perguntou ao cozinheiro se ele era índio. A resposta surpreendente veio em voz baixa, mas firme:

- Sou sim, mas ninguém sabe. Quem lhe contou?

Era a primeira vez que um historiador encontrava ao vivo um personagem, cuja existência só estava documentada nos arquivos. Para checar se em Barra do Piraí vivia um descendente de índios de Valença, um índio fluminense, indagou:

- E aonde o senhor nasceu?

- Em Valença!

Bingo! Marcelo acabava de descobrir um índio descendente dos Coroado de Valença e fechava com chave de ouro sua pesquisa orientada pelo historiador Marco Morel. Ambos sempre suspeitaram que os indígenas da região deixaram descendentes, ao contrário do que afirmavam os moradores locais e os historiadores. Era uma questão de tempo encontrá-los. Bastava tão somente saber olhar pela fresta de uma cozinha.

Lá estava ele, descascando batata, lá estava José Manoel da Silva Filho, o Zezinho, que apresentou a tia ao historiador. Nas conversas de família, eles sabiam que eram índios, conversavam sobre isso, mas sempre da porta pra dentro. O Brasil não sabia, o Rio não sabia, seus vizinhos desconheciam, mas a família continuava cultivando essa memória dentro de casa. Isso Zezinho contou em outros encontros com Marcelo, um dos quais tive a sorte de acompanhar, quando participamos de evento organizado pela Fundação Educacional André Arcoverde, em Valença.

Foi aí, passando por Barra do Piraí, em 2005, que conheci Zezinho, nascido em 1944, filho de José Manoel da Silva e Carlinda da Silva, ambos naturais de Valença. Batizado na Igreja de Nossa Senhora da Gloria, viveu sua infância na Fazenda Vista Alegre, pertinho de Conservatória, onde morava com seus pais, parentes e agregados, conforme contou a Marcelo Lemos.

Casa de Caboclos

O historiador entrevistou a tia, dona Maria Silva, de 82 anos, que conviveu com os avós Florismina da Silva e José Silva e, por isso, conhece bem a história familiar, apesar de casada com um cidadão não-indígena da família Rozendo. Ela contou que o bisavó de Zezinho era índio, narrou como foi atraído do mato e iniciado na cachaça, depois de ter suas terras roubadas. Revelou também que outros parentes, mais velhos, que moravam em Santa Isabel do Rio Preto, distrito de Valença, podiam fornecer mais informações para o mapeamento dos atuais índios do Vale do Paraíba que estavam camuflados e agora ressurgem com toda força.

Os pais de Zezinho e seu tio Arlindo Silva estão enterrados em Barra do Piraí, no cemitério perto da Fábrica de Papel. Zezinho contou que quando moravam em Chacrinha, na periferia de Valença, era conhecido como “o caboclo”, seus parentes também eram chamados de "caboclos". Mas na fazenda Ponte Alta, ficou conhecido como “José Fula”, devido à cor morena da pele. Morou um tempo no Rio de Janeiro, trabalhou com Burle Marx como jardineiro, aprendeu muito com ele e nos livros sobre botânica.

Zezinho descreveu alguns remédios e ervas usados para curar doentes, reconstituindo fiapos de conhecimentos ancestrais. Citou um ditado local antigo: “Mais vale a fé do que o pau da barca”, uma referência às barcas que atravessavam o rio Paraíba do Sul e à influência da religiosidade popular na cura das pessoas com chá de lascas de  madeira medicinal. O leite de mamona - ensinou Zezinho - evita infecção no umbigo das crianças ou então a teia de aranha com fuligem de madeira queimada ou ainda a casa de marimbondo, esmigalhada e torrada, usada como curativo no umbigo.

Embora não fosse mais falante da língua indígena, Zezinho era "lembrante". Contou que entre os adultos, na época da sua avó, ouvia diálogos com palavras estranhas entre os seus parentes mais velhos e que falavam de forma diferente, mas não assistia muito, pois não podia ficar presente sem permissão na conversa dos adultos. Eram prováveis marcas da língua indígena no português falado dentro de casa.

Marcelo Lemos é um historiador visceralmente comprometido com os Puri do Vale do Paraíba. Organizou um glossário da língua Puri, baseado em diferentes fontes que no passado recolheram dados com os falantes. Quando terminou sua dissertação, em 2004, deu de presente um exemplar para Zezinho, que mostrava, orgulhoso, para todos no Hotel Fazenda, contando que sua família estava retratada ali. Ao voltar em 2016 já com um exemplar do livro, foi informado sobre o falecimento recente de Zezinho, vítima de complicações da diabete, responsável pela amputação de uma perna. Ele não resistiu ao avanço da doença.

O caboclo José Fula, o índio Zezinho, o cozinheiro do hotel fazenda que representava a descendência dos Coroados e Puris do Vale do Rio Paraíba, retratados por Rugendas no início do séc. XIX, não poderá ver a exposição que o Museu de Arte do Rio (MAR) vai inaugurar em abril próximo sobre os índios no Rio de Janeiro. Mas ele e os "lembrantes" da língua Puri, que não viraram pó de café, estarão lá, redivivos, mostrando aos visitantes a história, a arte e o modo de vida dos Puri, dos Guarani, dos Pataxó da Cachoeira do Iriri, em Paraty e dos índios em contexto urbano. Ele, Zezinho, o índio de Valença que deixou de ser, enfim, para quem vê de fora,um índio de papel.

P.S. Marcelo Sant´Ana Lemos. "O índio virou pó de café? A resistência dosíndios Coroados de Valença frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba (1788-1836). Pós-Graduação em História. UERJ, 2004. Banca: Marco Morel (orientador), João Fragoso e José R. Bessa.

 

ZEZINHO, EL INDIO DE VALENÇA

QUE NO SE CONVIRTIÓ EN CAFÉ MOLIDO

Texto:  José R. Bessa Freire. Tradução: Consuelo Alfaro Lagorio

El historiador Marcelo Sant'Ana Lemos encontró en Valença (Rio de Janeiro) un hombre que solamente existía en los archivos en que investigaba; un hombre de papel que se hizo carne y habitó entre nosotros, salido de los documentos polvorientos del siglo XIX a las calles agitadas del siglo XXI. Se puede entender lo que aconteció leyendo su libro “O índio virou pó de café? Resistência indígena frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba", disertación defendida en la maestría en Historia de la UERJ, cuyos protagonistas son los indios Puri, Coroado y Coropó considerados oficialmente extintos.

Fue así. Durante la investigación en los archivos, Marcelo acompañó alumnos del 5º año del Colegio Pedro II, Unidade Tijuca, en la visita escolar realizada el 13 de noviembre de 2003 al Hotel Fazenda Ponte Alta, en Barra do Piraí (RJ). Recorrió las instalaciones históricas: el ingenio, la habitación de esclavos y la biblioteca con libros sobre el tema, pero ni señal sobre los indios de la región. De repente, en el  antiguo patio de secar el café, antes del almuerzo, miró por la puerta abierta de la cocina y vio un cocinero descascarando patatas. Se refregó los ojos porque no daba crédito al "fantasma" que veía.

No era el alma penada del ex-presidente  Getulio Vargas que pasó su último cumpleaños en esa hacienda. Era un indio que allí, desde la cocina le sonreía, era una gravura viva del pintor alemán Rugendas, salida del libro "Viagem pitoresca através do Brasil", realizada de 1822 a 1825, con más de cien litografías, entre las cuales indios que en pleno siglo XIX, tuvieron sus territorios invadidos por los barones de café, las tierras espoliadas, la memoria apagada. Fueron removidos del mapa de Rio de Janeiro. La escuela enseña que no sobró ninguno para contar la historia. ¿Será verdad?

Resurrección

Para disipar cualquier duda, Marcelo le preguntó al cocinero si era indio. La respuesta sorprendente fue en voz baja, mas firme:

- Si, pero nadie lo sabe. ¿Quién se lo contó?

Era la primera vez que un historiador encontraba en vivo un personaje, cuya existencia solo estaba documentada en los archivos. Para chequear si en Barra do Piraí vivía algún descendiente de indios de Valença, un indio fluminense, le preguntó:

- ¿Dónde nació Ud.?

- En Valença!

Bingo! Marcelo acababa de descubrir un indio descendiente de los Coroado de Valença y encerraba con llave de oro su investigación dirigida por el historiador Marco Morel. Ambos siempre creyeron que los indígenas de la región dejaron descendientes, al revés de lo que afirmaban los moradores locales y los historiadores. Era cuestión de tiempo encontrarlos. Bastaba simplemente saber mirar por la brecha de una cocina.

Allí estaba él, descascarando patata, allí estaba José Manoel da Silva Filho, Zezinho, que le presentó su tía al historiador. En las conversaciones de familia, sabían que eran indios, conversaban sobre eso, pero siempre a puerta cerrada. Brasil no lo sabía, Rio no lo sabía, sus vecinos lo desconocían, pero la familia continuaba cultivando esa memoria dentro de casa. Todo eso Zezinho le contó en otros encuentros a Marcelo, uno de los cuales tuve la suerte de presenciar, cuando participamos de un evento organizado por la Fundación Educacional André Arcoverde, en Valença.

Fue allí, pasando por Barra do Piraí, en 2005, que conocí a Zezinho, nacido en 1944, hijo de José Manoel da Silva y Carlinda da Silva, ambos naturales de Valença. Bautizado en la Iglesia de Nossa Senhora da Gloria, vivió su infancia en la Hacienda Vista Alegre, cerca de Conservatória, donde vivía con sus padres, parientes y agregados, como le contó a Marcelo Lemos.

Casa de Caboclos

El historiador entrevistó a la tía, doña Maria Silva, de 82 años, que convivió con los abuelos Florismina da Silva y José Silva, por eso conoce bien la historia familiar, a pesar de ser casada con un ciudadano no-indígena de la familia Rozendo. Contó que el bisabuelo de Zezinho era indio, narró cómo fue atraído de la floresta e iniciado en el aguardiente, después de robarle sus tierras. Reveló también que otros parientes, más viejos, que vivían en Santa Isabel do Rio Preto, distrito de Valença, podían fornecer más informaciones para la ubicación de los actuales indios del Valle do Paraíba que estaban camuflados y ahora resurgen con toda fuerza.

Los padres de Zezinho y su tío Arlindo Silva están enterrados en Barra do Piraí, en el cementerio cerca a la Fábrica de Papel. Zezinho contó que cuando vivían en Chacrinha, en la periferia de Valença, era conocido como el “caboclo”, así como sus parientes que también eran llamados "caboclos". Pero en la hacienda Ponte Alta, quedó conocido como “José Fula”, debido al color moreno de su piel. Vivió un tiempo en Rio de Janeiro, trabajó con Burle Marx como jardinero, aprendió mucho con él y en los libros sobre botánica.

Zezinho describió algunos remedios y hierbas usados para curar enfermos, reconstituyendo los restos de conocimientos ancestrales. Citó un refrán local antiguo: “Más vale la fe que la madera del barco”, una referencia a los barcos que atravesaban el rio Paraíba do Sul y a la influencia de la religiosidad popular en la cura de personas con infusiones y fragmentos de  madera medicinal. La leche de mamona - enseñó Zezinho - evita infección en el ombligo de los bebés o entonces la tela de araña con hollín de madera quemada o el nido de avispas, picada y tostada, usada como curativo en el ombligo.

Aunque ya no era hablante de lengua indígena, Zezinho era "recordante". Contó que entre los adultos, en la época de su abuelo, oía diálogos con palabras extrañas entre sus parientes más viejos  que hablaban de forma diferente, pero no asistía mucho, pues no podía estar presente sin permiso en la conversación de los adultos. Eran probables marcas de la lengua indígena en el portugués hablado dentro de casa.

Marcelo Lemos es un historiador visceralmente comprometido con los Purí del Valle do Paraíba. Organizó un glosario de la lengua Purí, en base a diferentes fuentes que en el pasado recogieron datos con los hablantes. Cuando terminó su disertación, en 2004, le obsequió un ejemplar a Zezinho, que lo mostraba orgulloso a todos en el Hotel Fazenda, contando que su familia estaba retratada allí. Cuando volví en 2016 con un ejemplar del libro, me informaron que Zezinho había fallecido recientemente, víctima de complicaciones de una diabetes, que había sido responsable por la amputación de una pierna. No resistió  al avance de la enfermedad.

El caboclo José Fula, el indio Zezinho, el cocinero del hotel hacienda que representaba la descendencia de los Coroados y Purís del Valle do Rio Paraíba, retratados por Rugendas a inicios del siglo XIX, no podrá ver la exposición que el Museo de Arte do Rio (MAR) va a inaugurar en abril próximo sobre los indios en Rio de Janeiro. Sin embargo él y los "recordantes" de la lengua Purí, que no se convirtieron en café molido, estarán allí, revividos, mostrando a los visitantes la historia, el arte y el modo de vida de los Purí, de los Guaraní, de los Pataxó de la Cachoeira do Iriri, en Paraty y de los indios en contexto urbano. Por fin, Zezinho, el índio de Valença, dejó de ser, para quien ve desde afuera, un indio de papel.

P.S. Marcelo Sant´Ana Lemos. "O índio virou pó de café? A resistência dosíndios Coroados de Valença frente à expansão cafeeira no Vale do Paraíba (1788-1836). Pós-Graduação em História. UERJ, 2004. Banca: Marco Morel (orientador), João Fragoso e José R. Bessa.

El Orejiverde, diario de los pueblos indígenas Edición digital nº +567 - 29 Ene 2017 - 16:14:

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23 Comentário(s)

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Claudiano Rosa Garcia comentou:
15/06/2023
Meu avô sempre nos contou que era descendente de índios puri na cidade de Miracema RJ
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Vanessa comentou:
23/04/2019
Desconfio que eu tbm seja uma descendente de Puris pq meu pai sempre contou historias de sua avó que era índia, como ela era e como vivia. Pesquisando na internet sobre tribos que viveram aqui no vale do Paraíba, mais precisamente em São José dos Campos descobri os Puris. Muito interessante, vou sondar mais meu véinho atras dessas historias para quem sabe ter a certeza. Adorei sua pagina e a historia do Zezinho. Abraços.
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Beleni Salete Grando comentou:
30/04/2017
Agradecida por sua poética forma de nos lembrar de que nosso Brasil é muito mais do que a aparente \"calmaria\" televisiva que do Rio, espalha uma cultura \"brasileira\" alienante. Abraços, sempre!
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Alba Figueroa comentou:
25/01/2017
Devem ser milhões os virtuais retratos semelhantes a esse, da presença indígena encarnada entre as pessoas que nos são próximos. Pessoas que... para chegar a estar onde estão, tiveram que sofrer \'alterações de imagem\' ... para dizer de um modo leve. Evoco uma prática do campo cinematográfico por economia do glossário pesado, referente às práticas da escravidão, do etnocídio e o genocídio que marcaram todos os povos indígenas das Américas. Deveria existir um termo para nomear o regime de sobrevivência adoecida... \"A descrição \"falecimento recente de Zezinho, vítima de complicações da diabete, responsável pela amputação de uma perna\" é do mais alto realismo...
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Mary Gaspari Puri comentou:
25/01/2017
Fiquei frenética quando conheci o Marcelo Sant\'ana Lemos numa aula tua. Até então eu era uma Puri solo na minha própria história familiar. Lembra disso, Marcelo? Que eu fiquei perguntando ao Bessa por que ele estava escondendo você de mim. Rs!
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taquiprati comentou:
25/01/2017
O nosso \"cacique\" Puri falou tá falado.
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Marcelo Sant\'ana Lemos comentou:
25/01/2017
A caminhada está ficando cada vez mais bonita,com mais gente se autoafirmando Puri e redescobrindo a sua e as outras histórias.
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Ramón Mariano Abeyá comentou:
24/01/2017
Até hoje desterrados de suas próprias terras.
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Sandra de Almeida Figueira comentou:
22/01/2017
Bessa, de parte materna também descendo dos índios Puri, da região do Noroeste Fluminense, Itaperuna, Santo Antônio de Pádua e arredores, lembro que minha mãe dizia que sua avó paterna tinha sido caçada no laço, e quando era criança ficava confusa em entender aquilo, se era algum tipo de brincadeira romântica e fiquei muito chocada quando ao cursar história me deparei com a forma brutal que eram praticados os genocídios contra os índios do sexo masculino e as mulheres eram submetidas sexualmente. Já encontrei com diversos Guaranis em Angra e Parati, e fico feliz de saber que ainda existem sobreviventes da minha ancestralidade materna habitando as regiões que eram deles. Obrigada!!!
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Eli Lino de Jesus comentou:
22/01/2017
Olá Bessa, Parabéns!!! Esses são os mesmos indígenas da região em que vivo e trabalho. Rio Pomba, MG. Não sobraram muitos descendentes com a olonização....A maioria, virou pó de café....Há registros de Rugendas (tenho esse livro) de St. Hilaire e Langsdorff, que passaram por aqui. Uso esses textos para que os estudantes conheçam esta história. Os indígenas usavam a poaia, que os portugueses exportaram para a Europa. Abs.
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Marco comentou:
21/01/2017
Bessa amigo, obrigado por criar e apresentar mais uma fonte de sabedoria. Os povos indígenas não são empecilho ao progresso mas, ao contrário, a esperança de que a humanidade continue. PS - Além do mais, é sempre uma honra ser citado nesta valente e bem humorada coluna.
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Geraldinho Costa comentou:
21/01/2017
Professor Ribamar, me parece interessante o processo do historiador. Os Puris estavam lá, mas estavam camuflados. Através de algumas pistas, inclusive documentais, o pesquisador acaba encontrando aquilo que procurava: recolocar os puris outra vez no mapa do Rio de Janeiro, uma vez que eles não são sequer reconhecidos pela FUNAI.
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Roberto Zwetsch comentou:
21/01/2017
Excelente relato e mais ainda, Bessa, a descoberta desse rapaz. Zezinho, indígena Puri, Presente!
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Aline Rochedo (via FB) comentou:
21/01/2017
Sou Puri. E nos não temos estereótipo. Sei da importância da pesquisa, mas deixo claro meu ponto de vista.
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Taquiprati comentou:
22/01/2017
http://hernehunter.blogspot.com.br/2011/12/cinco-equivocos-sobre-as-culturas.html CINCO IDEIAS EQUIVOCADAS SOBRE OS INDIOS.
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Kapúa Wayá Puri (via FB) comentou:
22/01/2017
Também sou puri e não tenho esteriótipo. Tem um artigo que fizemos sobre a questão dos esteriótipos: https://www.facebook.com/metlon.puri/photos/a.699574280223753.1073741887.440099429504574/699574350223746/?type=3&theater
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Sarah Agostini (via FB) comentou:
21/01/2017
O bom historiador é aquele que trabalha todo e qualquer documento, sempre com uma visão crítica, qualquer que seja ele. Rugendas documenta os índios do Vale do Paraíba, suas danças, seus costumes, sempre com um olhar do europeu do séc. XIX, reproduzindo alguns clichês. O fato de ele ter sido bastante criticado ajuda a ver seus limites e sua trivialidade, mas não elimina a possibilidade de trabalhá-lo como fonte indispensável. ,
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Carmel Farias Puri (via FB) comentou:
21/01/2017
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Welton Oda (via FB) comentou:
21/01/2017
Belo texto, deu até uma curiosidade de conhecer o livro.
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Marcelo Sant\' Ana Lemos comentou:
26/01/2017
Será lançado na livraria Folha Seca dia 14/2/2017, na Rua do Ouvidor nº 37, Centro, Rio de Janeiro, a partir das 18;30h. Compareça!!
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Ana Silva comentou:
21/01/2017
Professor Bessa, que linda crônica sobre o Zezinho, os Puri. Viva a diversidade sociocultural e linguística no Rio, no Brasil.
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Gilberto Menezes Moraes comentou:
21/01/2017
Afinal, o que é importante ? Devido ao pequeno tempo para discursos, numa manifestação, por exemplo, permitir apenas aos seres ilustres que falem, como ? Quem são os ilustres ? Quem são os mais ilustres, se uma seleção dentro da seleção tiver que ser feita ? Em verdade, o todo só existe pela soma das partes. Toda a parte é tão ilustre com qualquer outra parte. Sem elas, não haveria o todo. O Bessa consegue tratar qualquer parte (qualquer que seja ela) como uma parte única, divina, a parte ilustre. A nobreza de sua abordagem atinge o cosmos e vai até onde nunca se foi. Esse Bessa... Gilberto – um mix de sueco, negro, português e índio. Dizia a minha avó materna.
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Maria Betânia comentou:
21/01/2017
Genial! Recuperar a memória indígena em nosso Estado é muito importante!
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