CRÔNICAS

Iveline, a alfabetizadora

Em: 16 de Setembro de 2012 Visualizações: 49477
Iveline, a alfabetizadora
Eram quatro mulheres: Dorinha, Lígia, Heloísa e Iveline. Eram quatro professoras irmanadas pelo mesmo sonho: abrir os olhos de camponeses e operários iletrados para o mundo da escrita. As quatro alfabetizavam adultos com o método Paulo Freire, em João Pessoa, Paraíba, nos anos 1960, quando o Brasil apresentava um índice escandalosamente alto de analfabetos. Elas trabalhavam na  Campanha de Educação Popular (CEPLAR), dentro do Plano Nacional de Alfabetização do governo Jango, eleito democraticamente através do voto.
Embora todas as atividades fossem absolutamente legais e oficiais, as quatro alfabetizadoras foram presas, demitidas, processadas e humilhadas depois do golpe militar de 1° de abril de 1964, que derrubou o governo legal e se instalou no poder através das armas e da violência. O crime que teriam cometido: subversão. Três delas se exilaram e permaneceram fora do Brasil: uma na Venezuela, outra em Paris, a terceira na Holanda. Desta última, Iveline Lucena da Costa Lage, nós nos despedimos na semana passada num adeus definitivo na cidade de Bilthoven.
Noites de Moscou
As quatro alfabetizadoras responderam a dois inquéritos. Um deles, de ordem administrativa, estava vinculado ao Processo de Subversão Geral da Paraíba (Processo 70/64). O outro, CCG 1469/64, começou no início da segunda quinzena de abril de 1964, quando foram presas e levadas para o 15° Regimento de Infantaria, onde ficaram incomunicáveis.Os militares, que deram o golpe apoiados por uma potência estrangeira - os Estados Unidos - queriam estabelecer ligações inexistentes das quatro com Cuba e Rússia.
Sem encontrar provas, usaram "peças de acusação" que desafiavam o ridículo. Uma delas foi a letra da canção "Noites de Moscou"encontrada numa gaveta da casa de Iveline, o que foi considerado uma clara indicação da "existência de ligações com o comunismo russo, ateu e totalitário". Até o teste para selecionar alfabetizadores também foi considerado "subversivo". No interrogatório, as presas esclareceram que o salário de cada uma era pago pelo governo e que o financiamento da Campanha de Educação Popular era feito com recursos federais. De nada adiantou.
A Comissão Estadual de Investigação, num processo sumário, concluiu que as quatro professores eram culpadas e determinou a demissão delas do quadro oficial do Estado por atividades subversivas. As demissões foram assinadas pelo governador Pedro Gondim e publicadas no Diário Oficial no segundo semestre de 1964. 
O outro processo, também com cartas marcadas, terminou sua primeira fase de levantamento da culpa das suspeitas. Durou um pouco mais de um ano, foi presidido pelo então major Ney de Oliveira Aquino, que concluiu pela "inconsistência das acusações". Por isso, de castigo, ele foi enviado para servir em Rondônia, sendo substituído pelo major José Benedito Cordeiro, o famigerado Cordeirão, que passou a presidir o Inquérito Policial Militar.
O novo presidente mudou a conclusão, remetendo, em maio de 1965, os autos para a Auditoria da 7a. Região Militar do Recife, com um enorme carimbo, onde se lê "Secreto", conforme extrato da cópia do 23° volume do IPM da Paraíba, arquivado hoje no Supremo Tribunal Militar, em Brasília. Iveline Lucena, Maria das Dores de Oliveira, Ligia Macedo e Heloísa Albuquerque foram denunciadas e tiveram que comparecer várias vezes à Auditoria para interrogatório.
Luar do sertão
Quatro anos depois, em 1968, as provas de subversão não haviam sido encontradas, nem vínculos com potências estrangeiras, o que era uma tremenda bobagem. As acusações coletadas foram tão vagas que a Procuradoria Militar pediu a absolvição das implicadas, justificando: "Todas as testemunhas de acusação, além das outras, não fizeram acusações e quando disseram qualquer fato, o fizeram de modo vago, sem precisar ato subversivo capaz de autorizar uma condenação". (vol. 23° do IPM da Paraíba).
O processo foi finalmente arquivado, em 1968. As acusadas foram defendidas pelo advogado paraibano Nizi Marinheiro e, no Rio de Janeiro, por Modesto da Silveira. Sobre essa experiência, Iveline e Dorinha escreveram um livro: Ceplar - História de um sonho coletivo, editado pelo Conselho Estadual de Educação da Paraíba, em 1995. O prefácio é de Paulo Freire, que chama a atenção "para os níveis de irracionalidade, de fanatismo e de malvadez do golpe de 1° de abril de 1964".
O fichamento das quatro professoras, tratadas como "elementos", está registrado no volume 20° do IPM da Paraíba. Na ficha de uma delas consta uma descoberta inusitada dos militares:  a professora, imaginem, atuava no meio escolar!
"Iveline Lucena da Costa (filiação) Histórico. Pertencia ao Departamento de Educação Fundamental da CEPLAR. Comparecia à concentração camponesa no interior (Itapororoca-Sapé). Ideias extremistas da esquerda. Integrava a equipe de alfabetização, responsável pela elaboração de 18 lições de conscientização de conteúdo subversivo, esta denunciada atuava no meio escolar. Referido elemento foi punido de acordo com os arts. 7° e 10° do Ato Institucional, conforme relação anexa ao Ofício Secreto".
Iveline, nascida em Bananeiras(PB), em 1939, era uma pessoa doce, afável, carinhosa. Formada em Letras Neolatinas, concluiu o curso de Orientação Educacional. Demitida no Brasil, viajou em 1970 para o Chile e trabalhou na Universidade de Concepción, depois de casar, em Santiago, com Tarcísio Lage, um jornalista mineiro, também exilado. De lá, foi para a Inglaterra, onde obteve o diploma de educação na Universidade de Londres. Passou ainda uma pequena temporada na Suíça e se radicou definitivamente na Holanda, trabalhando como tradutora e locutora na Rádio Nederland.
No início de setembro, Iveline se despediu da vida. Na cerimônia de cremação, a qual compareci, falaram seus dois filhos, seu marido, além do fotógrafo Sebastião Salgado e de vários alunos holandeses que aprenderam o português com Iveline. "Ela se integrou na sociedade holandesa, falava um holandês perfeito, mas manteve suas raízes brasileiras" - disse Américo. Para o outro filho, Gustavo, sua mãe detestava preconceitos e era um exemplo de tolerância". Tarcisio destacou que, embora tivessem concepções diferentes sobre Deus - Iveline vivia sua religiosidade intensamente - numa coisa estavam de acordo: Deus é uma das criações mais interessantes do homem.
Iveline nunca deixou de ser, ao longo de toda sua vida, uma alfabetizadora, continuou sempre atuando no meio escolar. Janalívia Carneiro, que mora na Holanda e acompanhou de perto, nos últimos anos, as atividades da amiga, disse:
- Ela era uma espécie de embaixatriz da cultura brasileira na Holanda, organizou mostras de filmes brasileiros, deu aulas de português na Universidade do Povo (Volsksuniversiteit), fazendo seus alunos conhecerem a poesia, a literatura e a música brasileira.  
Eram quatro mulheres, quatro alfabetizadoras: Dorinha, Lígia, Heloísa e Iveline. No final da semana passada, uma delas, Iveline (1939-2012) nos deu seu último adeus, ao som de "Luar do Sertão" cantado por Maria Bethânia. Saudades da amiga. Fica aqui, no Diário do Amazonas, o registro de sua passagem pelo planeta.

 

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52 Comentário(s)

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marta nicoli tavares comentou:
12/05/2014
Iveline,tia querida,admirada e iluminada.Hoje através desse texto lindo ,conheci um pouquinho mais dessa pessoa maravilhosa.
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Gloria Rocha comentou:
31/10/2012
Este texto é bem casual, vale a pena ler e enviar a vários educadores e a quem possa interessar.
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Neuza Maria Lima Vieira comentou:
20/10/2012
Par.abéns pela bela crônica em favor de um SER parece de muita integridade e iluminado. Eu ter a oportunidade de acesso a essas informções, em forma de crônica. Valorizou o personagem e levounao conhecimento de outrem as delicadas belezas dessas quatro mulheres com ênfase na Iveline.Gratidão pela oportunidade. Abraços. Neuza Lima. Arcos/MG/BRASIL
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Zanete Gusmão comentou:
02/10/2012
Minha amiga Venize sempre me contempla com excelentes matérias/crônica. Mas desta vez me deixou muuuito orgulhosa de ser brasileira, diante deste exemplo de vida e de luta entendo mais ainda a explessão de FREIRE quando diz da "boniteza" de ser educador/a. Ivelize sua história aqui contada de forma tão correta, irá iluminar as mentes de muitas/os educadores que eu conheço e lhes encaminharei. Que Deus esteja contigo, pois Ele não esquece os seus, que tu continues a alfabetizar os filhos D'Ele onde estiveres agora (e creio já encontrastes com nosso mestre Paulo Freire). Sr. Bessa, continue escrevendo histórias de vida tão importantes quanto esta, exemplos como este é dá orgulho de ser brasileira. Contato de Zanete Gusmão
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Simone Gomes Firmino (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
24/09/2012
Uma trajetória emocionante! Um exemplo de educadora em todos os sentidos. Infelizmente foi interrompido por um período de trevas, onde a força física, a violência e ignorância reinavam sobre as ideias, a irmandade, a liberdade de expressão e sobre tudo a coletividade. Triste essa fase de nosso país, mas ainda bem que pessoas como Iveline deram o ar de sua graça, para enfeitarem com flores coloridas os jardins sombrios daquela época.
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Dorinha comentou:
24/09/2012
José Ribamar, Li com muita emoção o que você escreveu em homenagem a Iveline. Homenagem merecida. Você resume e retrata bem a realidade vivida por ela no Brasil assim como a sua história. Gostaria de dizer que os laços que uniram as “quatro mulheres” (das quais eu fazia parte) durante aqueles anos de luta no Brasil, na Paraíba, na CEPLAR, permaneceram intactos ao longo das nossas vidas. Laços de amizade que se enraizaram no mais profundo de nós mesmas apesar das distâncias geográficas que nos separaram, obrigadas pelo exílio forçado e punitivo. Iveline nos deixou cedo, porém não morreu. Sua presença, sua lembrança permanecem e permanecerão vivas em cada um de nós: da CEPLAR, da família, dos amigos. Dorinha P.S. : O livro sobre a CEPLAR encontra-se no site forumeja.org.br/livros.ceplar
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Dary Apolinario comentou:
23/09/2012
A maior ameaça às ditaduras é ter um povo alfabetizado e culto,e estas grandes brasileiras com o seu patriotismo,enfrentou a ditadura com a arma mais poderosa que eles sempre temeram, que é a educação! Um povo instruido não se deixa escravizar!
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Anne-Marie comentou:
20/09/2012
Você não pode imaginar minha emoção, Bessa, não conheci, infelizmente, a Iveline, mas conheci a Dorinha, uma das 4, como relatei em outra crônica sua (17.07.2012 "Um cardeal sem passado"), é graças a ela que vim ao Brasil, pois foi ela que me apresentou , em maio de 68 a meu futuro companheiro, o José Luiz. Ela me ensinou muitas músicas, com ela aprendi já um pouco de português e ela me fez ler José Lins do Rego, Jorge Amado. Mas, sobretudo com ela comecei a aprender Paulo Freire que não conhecia ainda. Lembro o quanto fiquei fascinada, pois já participava de alfabetização de adultos, com trabalhadores árabes e portugueses, mas o nosso material (fornecido pelo ministério francês da educação) era bem tradicional, embora procurasse evocar situações de vida destes imigrantes (do ponto de vista francês, naturalmente). Ela me explicou o que foi a CEPLAR e ainda guardo o livrinho ao qual você se refere. Ela não falava muito da prisão, das torturas, mas de vez em quando isso voltava à tona com uma força muito grande. Acho que é uma experiência que não se apaga. Lembro o quanto Paulo Freire foi, para mim, uma fascinação e sei que Dorinha, mais tarde, lançou um projeto de alfabetização de trabalhadores portugueses numa das maiores favelas que ainda existiam na periferia de Paris, em Champigny. Foi uma época de enorme esperança, que empolgou tantos jovens aqui e lá fora, apesar da ditadura. Aliás, eu me pergunto hoje se a ditadura não foi, também (na contramão do que ela quis implantar "para sempre"), um enorme incentivo à esperança. Esperamos com tanta fé o fim "deste samba no escuro" (Chico Buarque). A ditadura implqacável da "mercadocracia" financeira em que fomos mergulhados, aparentemente sem saida, parece ter se tornado bem mais poderosa para liquidar utopias.
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Kleber comentou:
20/09/2012
Nos anos 80 era um ouvinte assíduo da Radio Nederland, em suas transmissões em Português para o Brasil. Lembro como se fosse hoje do Tarcisio Lage e da Iveline apresentando o boletim de notícias. Uma bela história de vida. Contato de Kleber
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Kleber comentou:
20/09/2012
Nos anos 80 era um ouvinte assíduo da Radio Nederland, em suas transmissões em Português para o Brasil. Lembro como se fosse hoje do Tarcisio Lage e da Iveline apresentando o boletim de notícias. Uma bela história de vida.
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Soraia Magalhães comentou:
20/09/2012
Belo texto. Bela homenagem!
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Helena comentou:
20/09/2012
A história de vida de Iveline me cativou profundamente. Cabe a nós educadores passar para novas gerações esse exemplo de vida. Parabéns professor pela coragem de tocar em assuntos tão sérios e feios da nossa história com tamanha riqueza de detalhes.
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Berenice comentou:
20/09/2012
Que história comovente, mas deixa um legado ao seu povo e a certeza de que torturaram mas não conseguiram o objetivo : destruir o que há de melhor e que segue para eternidade. Sou orgulhosa de personagens que presentearam ao mundo a sua bela HISTÓRIA. Não existe armas que apague alguém como IVELINE
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Lucio Moreira comentou:
19/09/2012
obrigado pela publicação desta crônica, me fez ver uma, das muitas injustiças realizadas nesse período.
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Isabela comentou:
19/09/2012
Gostei muito de conhecer essa educadora! Ainda vivemos os ecos dessa violencia no ensino do nosso pais. Que bom poder abrir essas caixas de memórias da pedagogia contemporanea. O vazio atual se explicita e se explica. Contato de Isabela
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Fernando comentou:
18/09/2012
É verdade, Marco, o texto emociona a gente em vários sentidos, inclusive também me comoveu. Pensei nisso de (des)esperança, e o que prevaleceu foi a esperança, que se dilatou em mim, com a História da Iveline. Ela me animou. Abraços
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Marco Morel comentou:
18/09/2012
Fiquei comovido até as estranhas com o artigo sobre Iveline. Tem tudo a ver com nossas vidas e (des)esperanças.
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Airam comentou:
18/09/2012
Oi Bessa, que coisa linda menino!! E pensar q até hoje os professores são considerados marginais... atuam na marginalidade na nossa sociedade. SOMOS SUBVERSIVOS!! num país onde se trata professoras assim... como subversivas.. podemos esperar o quê? Temos muto é o que lutar... sempre. Bjs para vc Airam
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Zenaide P. Monteiro comentou:
18/09/2012
Obrigada por seu registro - de um período negro de nossa história mas por outro lado, de exemplos de brasileiras que nos orgulham
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Jô Freitas comentou:
18/09/2012
Dizer o que de uma crônica tão boa quanto todas que já li???... O que me resta é dizer muito obrigada Ribamar Bessa, e que Deus cada vez mais lhe dê inspiração bastante para escrever mais e mais para deleite de seus admiradores como eu.
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André Ricardo Costa comentou:
18/09/2012
Parabéns pela homenagem. Parabéns à família cuja integrante foi digna de receber tal homenagem... Pergunta: Esse processo a que vc se refere são dos tais arquivos da ditadura que ninguém abre? Nunca entendi essa história direito...
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Marlene Ribeiro comentou:
18/09/2012
A qualidade da educação que temos hoje, com estudantes que concluem a 4ª série sem saber ler e com alunos de ensino médio que não conseguem interpretar um texto, resulta deste golpe de 1º de abril, dia da mentira, pois foram os cúmplices do Império norte-americano que desconstruíram as bases da educação brasileira com primeiro e segundo graus e desconfiguração do ensino superior. Excelente crônica porque com ela resgatamos um pouco da nossa história. Parabéns, amigo. Marlene
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gina couto comentou:
18/09/2012
Sabe camarada Bessa? Quando a gente tem saudades de um ser como a Iveline é porque teve a sorte de conhecer-la
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Manuela Carneiro da Cunha comentou:
18/09/2012
Gostei muito dessa crônica. Essas passagens pelo planeta precisam mesmo ficar registradas.
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João Crispim Victorio comentou:
18/09/2012
Quantos não foram os ditos "subversivos" que tiveram suas vidas ceifadas durante o regime militar totalitário que se impos no Brasil? VIVA IVELINE!
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Maria Emilia Monteiro Porto comentou:
18/09/2012
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Ligia Maria Rocha Ramos de Oliveira comentou:
18/09/2012
Pena que Iveline, Dorinha, Lígia e Heloisa não tiveram o devido reconhecimento na época em que aqui lecionaram, Tenho certeza de que foram exemplo por onde passaram , e se aqui pudessem ter permanecido teriam expandido o maravilhoso trabalho que iniciaram na Paraíba nos anos 60. Cada vez que leio relatos como este, tenho mais certeza da minha escolha. Parabéns aos amigos desta mulheres pela sorte de as terem conhecido, e lamento a perda dos amigos e familiares mas, certamente ela deixou uma semente em cada pessoa que conviveu com ela. Um abraço.
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Ligia Maria Rocha Ramos de Oliveira comentou:
18/09/2012
Pena que Iveline, Dorinha, Lígia e Heloisa não tiveram o devido reconhecimento na época em que aqui lecionaram, Tenho certeza de que foram exemplo por onde passaram , e se aqui pudessem ter permanecido teriam expandido o maravilhoso trabalho que iniciaram na Paraíba nos anos 60. Cada vez que leio relatos como este, tenho mais certeza da minha escolha. Parabéns aos amigos desta mulheres pela sorte de as terem conhecido, e lamento a perda dos amigos e familiares mas, certamente ela deixou uma cemente em cada pessoa que conviveu com ela. Um abraço.
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Daniele Lopes comentou:
17/09/2012
Essas mulheres eram de fibra,mulheres essas que são exemplo de determinação e coragem.
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Erika Fátima Dantas comentou:
17/09/2012
Lindo primo...emocionante!!!! Que esta bela homenagem chegue aos corações de todos que sofreram por uma Ditadura sem sentido....
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José Benedito Rodrigues Junior (Blog Amazonia) comentou:
17/09/2012
São essas história lamentáveis que a sociedade brasileira precisa conhecer. O Brasil tem todo o direito de conhecer sua verdadeira História.
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Ricardo Tadeu Moreno (Blog Amazonia) comentou:
17/09/2012
que tristeza! não a conheci, nem nunca havia ouvido falar dessa educadora, mas como brasileiro chegando a casa dos 60 anos, cada vez mais identifico a proliferação dos medíocres, com o afastamento dessas personalidades tão significativas.Ricardo
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Claudio Hiro Arasawa comentou:
17/09/2012
Se as professoras foram processadas por subversão, foram processadas corretamente. Pois, o que poderia ser mais subversivo do que ensinar a ler e a escrever em uma comunidade de camponeses no sertão da Paraíba nos anos 60? Para além, ou aquém de todo o contexto da guerra fria, o Golpe de 1964 mostra nesse episódio, assim como em centenas de outros, o seu conteúdo de simples reação de uma elite que sente até hoje uma certa nostalgia da época do escravismo, tem muito medo do povo e faz de tudo para impedir que ele, o povo, realize as suas potencialidades. Heroísmo, entrega ao dever, patriotismo, tudo isso há que se ver na prática reprimida das professoras e não na violência dos que pensavam salvar o Brasil, quando apenas o condenavam a repetir o seu passado colonial.
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Ana Claudia comentou:
17/09/2012
Que bom ter você pra contar essa história, Bessa. Assim conhecemos uma mulher admirável, cuja vida engrandece a condição humana. Pena constatar que essa qualidade de gente e de educadores está quase se tornando uma "raça em extinção"...
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Roberto Zwetsch comentou:
17/09/2012
Emocionante na simplicidade cáustica da história do que o regime de 1964 foi capaz, pela malvadez e pela cegueira ideológica. Emocionante pelo amor a estas mulheres dignas e batalhadoras. Vou enviar para pessoas amigas no Brasil e na Europa. Abraço, Bessa. Roberto Zwetsch - Faculdades EST - SL Contato de Roberto Zwetsch
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Lúcio Avila (Blog Amazonia) comentou:
17/09/2012
Este sim é um senhor repórter que faço questão de ler todas as sua matérias, sério direto objetivo e verdadeiro. Parabéns Altino pela sua contribuição.
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Luis Eugenio Figueiredo (Blog da Amazonia) comentou:
17/09/2012
Eis uma reportagem exemplar ou, um exemplo de reportagem. Objetiva, clara, dando notícia de um fato muito caro ao povo brasileiro que sustentou, contrariadamente, com dinheiro dos impostos pagos desconfortadamente os desmandos de uma elite desvairada e louca por dinheiro estrangeiro, covardemente , para excluir do convívio pátrio talentos necessários à cidadania. Quanta angústia dessas guerreiras(não guerrilheiras) mulheres !? Cumprimentos ao autor do texto. Artigo para ser multiplicado e divulgado.
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Marilda Bernardin(Blog da Amazonia) comentou:
17/09/2012
Tantos sonhos, tantas vítimas e deu no que deu.Como disse Millôr: O homem é um macaco que não deu certo.Obrigada!
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Renata Correa comentou:
17/09/2012
Lindo texto. Linda vida.jswz
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Paulo Bezerra comentou:
17/09/2012
Meu caro Babá, ao homenagear D. Iveline com esta belíssima e comovente crônica me permita pegar uma carona para estender essa homenagem a uma outra alfabetizadora “educacionista” que neste último 11 de setembro completou 70 anos de idade, a minha querida colega Creuza Barbosa, professora por mais de duas décadas no “Beijoca” (Instituto Benjamin Constant), Creuza Barbosa foi uma verdadeira “educacionista” que no dizer do senador Cristovam Buarque é aquele ou aquela que faz da educação a sua principal trincheira de luta, pugnando por uma educação libertadora e transformadora da sociedade. E isso foi e é uma constante na vida desta guerreira prof. Creuza Barbosa. Sofreu perseguição das mais variadas, inclusive com a perda de cargo de direção, mas sempre se manteve firme em defesa do magistério amazonense, apoiando e participando de todos os movimentos reivindicatórios por melhores condições de trabalho e de salários. Parabéns companheira Creuza Barbosa por tudo que você fez pela educação no nosso Estado.
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ligia macedo comentou:
17/09/2012
ai tarcisio, ler essa crônica me trouxe de novo à realidade, sabes quando a gente nao vê morrer uma pessoa querida é muito difícil assimilar essa verdade e ainda hoje ao enviar um correio quando toco a letra "i" e dentre outros nomes aparece o da minha amiga, minha irma tenho o impulso de mandar-lhe também dito correio e entao me lembro, ela nao está mais. nao posso comentar essa crônica que enumera fatos da nossa juventude e tenho somente de agradecer ao cronista que plasmou em poucas palavras o maravilhosa que era iveline, tao simples, tao autêntica, tao nordestina, tao amiga e tao querida. sinto muito tua falta amiga querida, pois apesar da distância sempre estávamos perto.
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Nilda Alves comentou:
17/09/2012
Querido Bessa, há muito penso na necessidade de fazer uma publicação sobre professoras tal como você mostrou Iveline em sua crônica. Guardei - a para um capítulo deste livro que ficaria lindo se voc6e o escrevesse. Pode ser? Beijos Nilda
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Tarcisio Lage comentou:
17/09/2012
Obrigado, Zé Bessa. Você me fez chorar de novo. Só um reparo. Eu não disse que deus é uma invenção interessante, eu disse que talvez seja a maior invenção do ser humano. Contato de Tarcisio Lage
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Paulo Bezerra(2) comentou:
17/09/2012
Prezado Tarciso, por tudo de bom e de mal que fizeram e fazem em seu nome, bem como os efeitos alienantes que exerce sobre as pessoas, chego a concordar contigo. Talvez seja a maior invenção do ser humano, que é tanto usada para fazer o bem como para fazer o mal.
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rogerio comentou:
17/09/2012
BESSA FREIRE nos brinda com um pouco da história de vida de uma grande educadora brasileira:
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Wladimir Gomide (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
16/09/2012
Tocante! Comovente! Quantas trajetórias interrompidas pela boçalidade arrogante das "vacas fardadas" - tal como se definiu o general Olímpio Mourão Filho, um dos "líderes" do Golpe Militar de 1º de Abril de 1964, quanto à sua cultura política. Enquanto a turma dos que "nada pensam ou só pensam contra o pensamento" (Anatole France) foi para a lata de lixo da História, Iveline e tantos outros permanecerão como emblemas contra os Tempos de Escuridão que abortaram os sonhos de uma geração que investia na mudança em prol de uma sociedade mais justa. "Licht, meher Licht - Luz, mais Luz", como se despediu da vida Johann Wolfgang von Goethe
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Maria Cecília Fantinato (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
16/09/2012
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Cyrino comentou:
16/09/2012
Isso é o perfil da estupidez que foi a ditadura militar nesse periodo da nossa historia. Lutamos tanto pra acabar com essa estupidez, a preço altissimo e hoje... Mutos que lutaram hoje são autores responsáveis por outras aberrações tão estúpidas quanto...
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Ana Stanislaw comentou:
16/09/2012
Linda história de vida!! Hoje em dia, nesse mundo louco, a história de tua amiga renovou minhas esperanças no ser humano!! Ainda existem pessoas admiráveis, que não estão aqui, neste mundo, em função de seus projetos e ideais próprios. Obrigada!!
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maria benedita silva de meneses comentou:
16/09/2012
Que bela passagem.Pessoas com essas expulsas pelos militares apoiados pelos EEUU, francamente. Bela e singela crônica.
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maria benedita silva de meneses comentou:
16/09/2012
Que bela passagem.Pessoas com essas expulsas pelos militares apoiados pelos EEUU, francamente. Bela e singela crônica.
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Eneida comentou:
16/09/2012
Que maravilha tal relato. Iveline foi inspiradora e torço para que outras Ivelines surjam por aqui para que nossa educação e a democracia se firmem cada vez mais e com o máximo de qualidade. Fico contente que o queridissimo Bessa tenha estado com ela nessa despedida.
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