CRÔNICAS

Lucy Seki e a bola dos Kamaiurá

Em: 03 de Junho de 2012 Visualizações: 53732
Lucy Seki e a bola dos Kamaiurá
Diz que é assim: quem inventou a bola foram os índios Kamaiurá, muito antes de Cristo nascer. Diz que é assim: três milênios antes de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014, os Kamaiurá já batiam um bolão com uma bolinha feita com leite de mangaba, que eles confeccionavam, fervendo e moldando a resina como uma esfera até endurecer. Essa pequena bola de borracha, branca, oca por dentro, era elástica e quicava quando batia no chão. Com a bola, eles inventaram o jogo e suas regras, os campeonatos e até o estádio.
Diz que é assim: muitos, mas muitos séculos antes de ser edificado o Maracanã, essa bola já rolava ali no Xingu, num "campo de bola" denominado mangawa rape. Esse - chamemos assim -  "Mangabão" ficava localizado em lugar nobre, bem no centro do pátio da aldeia e estava delimitado nas laterais por duas linhas curvas e opostas. Era lá que promoviam omangawa apitap, um "jogo de bola" disputado entre dois times, em competição intertribal ou como treino e diversão.

No "jogo de bola" Kamaiurá, inventado antes, mas muito antes de os ingleses bolarem o jogo de futebol, cada time entra em campo com seis ou oito jogadores, que ficam em fila, afastados um dos outro em cerca de um metro, obedecendo a várias regras.
- Pode chutar a bola ou pegá-la com a mão, Arnaldo?
- Não! A regra é clara! No "futebol" Kamaiurá, a bola só pode ser tocada com os joelhos e com a cabeça, exceto no primeiro lance, quando o jogador que inicia a partida levanta a bola com a mão. O "gol" acontece quando a bola acerta outra parte do corpo do adversário. Aí - pimba na gorduchinha - os times trocam de lado.
- Tinha campeonato entre os Kamaiurá, Arnaldo?
- Sim, eram disputadíssimos. Quando o time visitante ganhava, os jogadores entravam nas casas dos vencidos e pegavam como premio todos os pertences que ali estivessem: redes, cestas, armas, adornos. Se os visitantes, porém, perdiam, deixavam tudo o que tinham e voltavam para sua aldeia de mãos vazias. (Se isto funcionasse hoje em nosso mundo, o Flamengo, coitado, estaria mendigando). Esses campeonatos aconteceram até os anos 1960, quando o mangawa apitap caiu em desuso, substituído pelo futebol que foi introduzido na aldeia.
- Como é que nós ficamos sabendo de tudo isso, Arnaldo?
- Graças a um grande pajé Kamaiurá, chamado Tarakwaj, que praticou esse jogo e o descreveu em detalhes, em setembro de 1977, na aldeia Ipawu, no Xingu. Outro índio, chamado Kanutary (Koka), que também era pajé, assistiu muitos jogos e deu sua versão, em 2006, em Campinas, quatro anos antes de morrer, para a doutora Lucy Seki, que a publicou com o título "História da Onça: origem do jogo de bola e da huka-huka".
A boca dos ancestrais
Lucy Seki, linguista brasileira, é uma dessas raras sacerdotisas que dedica sua vida ao estudo das línguas indígenas.Entrou no Xingu, em 1967, como assistente da antropóloga Carmen Junqueira. Cursou doutorado na Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, tornando-se a maior especialista na língua Kamaiurá. Atual professora de Linguística Antropológica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), ouviu da boca dos velhos as narrativas míticas e organizou uma coletânea delas no livro belíssimo "O que habita a boca de nossos ancestrais", ilustrado com desenhos dos próprios Kamaiurá, lançado recentemente no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
O livro está escrito em  Kamaiurá, uma língua da família Tupi-Guarani, com a tradução dos textos ao português. As narrativas, quase todas, foram coletadas na aldeia próxima às margens do lago Ypawu, que significa "água grande", situada dentro da Terra Indígena do Xingu, um lugar sagrado onde vive desde sempre Mawutsini, a entidade criadora dos Kamaiurá e dos seus heróis civilizadores.

O primeiro branco que passou por lá foi o médico e antropólogo alemão Karl von den Steinen, que desceu o rio Xingu em 1884. Depois disso, poucas expedições percorreram a região, até 1942, quando se iniciou a construção de estradas. Quando Lucy Seki chegou lá, em 1968, apenas dez índios sabiam algo de português. Os mestres na arte de narrar, os moronetajat ou "senhores das histórias", eram todos monolíngues em Kamaiurá. Três deles contaram suas histórias para a linguista, que gravou o que eles falaram.
Um deles foi o já citado Tarakwaj que tinha 50 anos quando narrou a historia da origem do jogo de bola, em 1977.  Entendia algo de português, mas não falava a língua. "Ao narrar, usava com maestria a dramatização dos diálogos e as modulações da voz", conta Lucy Seki. O outro narrador era Awmari - grande especialista na pesca com flecha e com jequiá. Tinha o apelido de Ariranha e fez 70 anos em 1988, quando contou suas historias gravadas na aldeia Ypawu. O terceiro narrador é  Kanutary (Koka), cantor e instrumentista, artesão especialista na confecção de cestas e raladores de mandioca, gravou suas histórias na Aldeia do Morená, em 1999 e em Campinas, em 2004 e 2005. Auxiliou também na interpretação das narrativas.
Hoje, embora todos os 500 Kamaiurá falem a língua nativa, houve um considerável aumento de bilíngues. Lucy Seki contou com ajuda de vários deles para fazer a transcrição e a tradução: Janumakakumã, Tatap, Wari e Páltu, este último, filho de Kanutary, faz mestrado em Linguística na UnB e é excelente desenhista. A autora teve o cuidado de dar os créditos a todos eles, publicando suas fotos e uma pequena biografia.
A historia da origem do jogo de bola é uma das oito histórias que integram a obra, repleta de notas com observações etnográficas e contextualização histórica de cada narrativa. A linguista Bruna Franchetto, do Museu Nacional, que faz a apresentação, diz que os ricos comentários etnográficos que acompanham cada narrativa fazem do livro "um empreendimento verdadeiramente enciclopédico". Editado pela Funai, o livro possui uma versão impressa – que pode ser encontrada no Museu do Índio, no Rio de Janeiro– e também uma versão digital, que pode ser lida na web.
As histórias antigas
O próprio Kanutary (Koka), antes de apresentar sua versão sobre o jogo de bola, comenta com muita propriedade: "As historias que estou contando agora são historias muito antigas, historias de nossas origens. Elas vem sendo passadas de geração em geração, contadas pelos avós para seus netos. Quando os avós morrem, outros contam as historias para seus filhos. Nos tempos antigos, nós narrávamos somente em nossa língua, oralmente, Hoje em dia a moçada sabe lidar com a escrita e a leitura, e nossas historias podem ser registradas no papel".
Lucy Seki se refere à relação entre o narrador e a audiência, que tem implicações na produção textual. Nas aldeias do Ipawu e Morená, os adultos ouvintes faziam intervenções e as crianças acorriam e se acomodavam para ouvir as historias, apoiando-se nos ombros do narrador, sentando-se em seus joelhos ou no chão. Ela fala de dois grandes desafios. Um deles foi a dificuldade de colocar no papel os recursos da oralidade, tais como altura, duração, entonação e modulação da voz.
"Os recursos sonoros, as pausas, a duração, as mudanças de velocidade, o ritmo, o timbre e as modulações de voz - ora alta, ora suave, ora entrecortada, ora em falsete - tem um papel que não se limita a ilustrar ou colorir o que é dito, mas participam da tessitura da narrativa"- escreve a autora, lembrando os gritos e murmúrios que conferem dramaticidade a algumas cenas, além do movimento do corpo, das expressões faciais, da variação do olhar dos narradores.
Somam-se a essas dificuldades de transpor para o registro escrito as narrativas orais o outro desafio: a tradução entre línguas tão distantes como o Kaimaiurá e o português. Diz a autora: "No trabalho de tradução foi feito um grande esforço para manter no máximo a fidelidade ao original e expressar, ao mesmo tempo, o seu sentido em outra língua. Procurei dosar a literalidade que, se usada em excesso resulta em versões caricaturizadas das narrativas e da cultura, aumentando o preconceito em relação aos povos indígenas. Por outro lado, o excesso de liberdade na tradução resulta na criação de novos textos por parte do tradutor, diluindo assim as vozes dos falantes reais".
Kanutary (Koka) considera que se eles tivessem recursos, poderiam mostrar em imagens, na televisão ou no cinema, as histórias antigas, com todos os recursos da oralidade. Lamenta em tom profético: "Acabaram-se os velhos narradores. Somos poucos os que restaram, como o meu primo e o Takumã. Nós, velhos, vamos morrer e os Kamaiurá não vão mais ouvir como antes e conhecer as histórias". Ele morreu em 2010, antes que o livro fosse publicado.
Se os dirigentes da Fifa e da Adidas, responsáveis por batizar a bola da Copa do Mundo de 2010 de Jabulani, tomassem conhecimento das histórias apresentadas nesse livro, certamente dariam bola na Copa de 2014 aos Kamaiurá, cujas narrativas começam sempre com a expressão "diz que é assim" e terminam com o verbo "acabou". Então, acabou.
 
P.S. em 23/06/2017 - Haru e Augusto postaram o seguinte comunicado: Com muita tristeza comunicamento o falecimento de nossa mãe Lucy Fseki, uma mulher guerra, persistente e forte, cujo trabalho contribuiu para que o mundo fosse melhor depois dela, que nunca se intimidou diante das dificuldades que encontrou pelo caminho. Lutou até o fim. Ja sentimos saudades. O velório ocorre a partir das 13h30 e o enterro será 17h15 no Cemitério Parque das Aléias. Campinas, SP. 

 

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32 Comentário(s)

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Antônio Neto comentou:
25/06/2017
Kuekaturete, umbuesara José Bessa, por reconhecer o trabalho da professora Lucy Fseki
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Ana comentou:
13/06/2014
Sem comentários!!! Lamentável!!!
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Walter Gomes Da Silva (via FB) comentou:
12/06/2014
Quero muito ter esse livro na biblioteca da amoa konoya
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Dominique Tilkin Gallois (via FB) comentou:
12/06/2014
José Bessa, que maravilha, sempre é excelente, mas essa cronica me tocou repliquei para meus amigos indigenas, e espero que continues, sempre lindo
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Marly Cuesta comentou:
28/07/2012
Mais uma vez, parabéns, Prof. Bessa! Excelente! No Alto Solimões, minha família fazia bolas de látex da seringueira! Abraços de gratidão,
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eduardo aguiar de almeida comentou:
28/07/2012
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Andrea Sales comentou:
12/06/2012
"Diz que é assim" quando morre um velho, um sábio ou alguém que a gente ama muito, vai com eles uma infinidade de narrativas que nossos sucessores talvez não tiveram a chance de escutar e aprender...enciclopédias ambulantes perdem suas vozes...mas o que fica são as vozes das memórias guardadas em nossos corações e que em nossos ouvidos e sonhos voltam de vez em quando para mostrar que eles, elas, ainda vivem.As tecnologias também são responsáveis pelos registros. Ainda bem que elas existem!Tembém é excelente olhar para o azul do céu, ou um dia de chuva ou o encontro do céu com o mar e rememorar as belas palavras deixadas para nós!"Acabou".Bessa, iporã ete por esta memorável crônica. Contato de Andrea Sales
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Lu Soares comentou:
09/06/2012
"O que habita a boca de nossos ancestrais" e nós precisamos conhecer. Parabéns, Lucy Seki pelo seu trabalho e, Prof. Bessa, por mais esta aula, gracias!
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Nubia (Blog LiterárioO) comentou:
08/06/2012
Ótimo texto, repleto de fatos que eu nem fazia idéia. Adorei. Abraços
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Eder Martins Franco comentou:
08/06/2012
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Ad Vale comentou:
05/06/2012
Estou emocionada! A riqueza de detalhes... A sabedoria dos povos ancestrais... O respeito dos sábios brancos pela cultura indígena. Acabou.
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Jose Varela para Nado Itaguary comentou:
05/06/2012
Lembra jogo de bola de seringa de mangaba na praia de Mangabeira e nas ruas do Itaguari? Vê essa aí com o prof. José Bessa que sabe de coisa à beça.
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Ivette Gomes Moreira (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
Desconhecia toda essa história, que é muito interessante. Abração
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william porto (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
Mestre Bessa é uma enciclopédia sobre o Norte. Olha, amigo, acho que diante da bolinha que jogamos contra o México, sóvaibotando um time desses índios kamaiurás.
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gilberto andrade (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
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Luís Alberto Furtado (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
Aprendi muito, como sempre, quando leio suas crônicas
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Fernando Santana (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
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Lili (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
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Suelene Ferreira (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
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Zilá (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
Cada crônica do professor é uma aula de muito saber
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Ana Beatriz (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
________________________________________ AVE!
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Ismael Farias comentou:
05/06/2012
Acho que vou trocar meu curso de teatro, na UEA, por um de Antropologia, pra ver se alcanço, pelo menos um pouco, o intelecto de dois ídolos meus: Você, Bessa, e minha professora de Processos Culturais do Brasil, a paraense Jocilene Gomes da Cruz, antropóloga que tem um domínio tão maravilhoso da palavra quanto você. De forma que quando abre a boca pra falar (ou escrever, no teu caso), podem falar o quanto quiserem que ainda será pouco pra quem lê ou ouve. Contato de Ismael Farias
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Joel Ramos (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
________________________________________ Como aprendo lendo Bessa Freire!
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Luana d a Silva (Blog Lima Coelho ) comentou:
05/06/2012
Muito interessante. Admiro quem se dedica ao estudo da cultura indígena
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Carlos Antonio (Blog Lima Coelho) comentou:
05/06/2012
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Jotapeve comentou:
05/06/2012
Quando será que se deu a evolução de passar a chutar a bola com o pé e não com o joelho? A cabeça continua valendo. Outra curiosidade que tenho é se havia árbitro e se eles eram ovacionados como acontece hoje.
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Regina Galvão comentou:
05/06/2012
Belo trabalho de pesquisa, bela matéria. Podemos ressaltar a importância da memória coletiva através da História oral em confronto com a História "oficial" que resulta do interesse de criar uma falsa memória nacional. Bravo!
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Paulo Bezerra comentou:
05/06/2012
Chutar a bola é um esporte ou brincadeira que está presente em quase todas as culturas do planeta. O que muda são as regras e o tipo de bola. Há muito se tem noticia de tribos guerreiras que decapitavam seus inimigos e chutavam suas cabeças em comemoração a vitória. No filme “2001 - Uma Odisséia no espaço” um ancestral nosso parece inventar o “tacape” quando utiliza um osso humano como arma. Quem sabe se em outro momento ele não teria chutado algum crânio humano e com isso inventado a primeira bola de futebol?.
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Paulo Bezerra comentou:
05/06/2012
Chutar a bola é um esporte ou brincadeira que está presente em quase todas as culturas do planeta. O que muda são as regras e o tipo de bola. Há muito se tem noticia de tribos guerreiras que decapitavam seus inimigos e chutavam suas cabeças em comemoração a vitória. No filme “2001 - Uma Odisséia no espaço” um ancestral nosso parece inventar o “tacape” quando utiliza um osso humano como arma. Quem sabe se em outro momento ele não teria chutado algum crânio humano e com isso inventado a primeira bola de futebol?.
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Tadeu Veiga comentou:
03/06/2012
Muito bom, manorréi! Você continua batendo um bolão! abraço
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Ana Silva comentou:
03/06/2012
O livro realmente é muito lindo!!! Lucy Seki teceu brilhantemente um caminho entre a oralidade e a escrita. Essa deliciosa narrativa sobre o futebol Kamauirá é uma entre oito que foram publicadas. É um belo exemplar que nos mostra a beleza, o encanto da arte de narrar, da língua e da cultura Kamaiurá. Essa é uma crônica digna de nota!!! Obrigada Bessa!!
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vania novoa tadros comentou:
03/06/2012
Pois é........... sempre a falta de conhecimento da cultura indígena nos faz errar mais uma vez. KAMAIURÁ seria um lindo nome para a bola da copa se ela acontecer no Brasil.
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