CRÔNICAS

Cadê a clave de sol? O canto na escola

Em: 03 de Junho de 2018 Visualizações: 24162
Cadê a clave de sol? O canto na escola

Para Vanessa Dutkus Saurusaitis, missionária da música

Eu vivo em tempos sombrios [...] Que tempos são esses em que falar de flores é

quase um crime, pois significa silenciar sobre tanta injustiça?  (Bertold Brecht).

Peço licença para cometer um quase-crime textual ao ignorar, na coluna de hoje, a quadrilha no poder e os habeas-corpus concedidos por Gilmar Mendes a tucanos corruptos em flagrante obstrução de justiça. Nesses tempos temerosos de “fezes, maus poemas e alucinações”, não vou mencionar Carlos Marun (PMDB, vixe, vixe) com seu porte e sua retórica de estadista de igarapé. Opto aqui por falar de flores e canções cantadas antigamente nas escolas, que nem o Google registra.

Começo com a primeira que aprendi no Jardim-de-Infância, em 1953, no Colégio Aparecida em Manaus, com uma freira, a Irmã Cecília:

Coelhinho, meu amigo / venha conversar comigo.

Ra-ra-rá, ro-ro-rô / venha conversar comigo.

A segunda canção que cantarolei em minha atribulada existência foi o Bem-te-vi, acompanhada de linguagem gestual, movendo as asinhas:

Eu conheço um passarinho / que pipila no seu ninho ...

Bem-te-vi, bem-te-vi, cantarola ao romper da aurora

repipiupiu, repipiupiu, / passarinho lá no céu se ouviu.

Muitas outras registradas na memória musical emergem da infância distante. Mas na época, tive dificuldade de aprender uma delas, o que, agravado pelo mau comportamento, me valeu uma reprovação. Até hoje uma de minhas irmãs, que sempre tirou boas notas, morre de vergonha quando se toca no assunto nas reuniões de família:

- O único brasileiro que conheço reprovado no jardim-de-infância! Uma façanha! – diz ela com ironia.

De qualquer forma, ao repetir o ano, fixei, finalmente, a canção das vogais. Querem ouvir? 

A, A, A, grasna o pato quá quá quá

É, É, É, berra a ovelha mé, mé, mé

I, I, I, canta o grilo cri-cri cri-cri

O O O, canta o galo cocori-cocó

U, U, U, muge a vaca mu, mu, mu.

Villa-Lobos

Ouviram bem? Era assim que as escolas cantavam, graças ao maestro Heitor Villa-Lobos, nomeado em 1931 Superintendente de Educação Musical do Distrito Federal pelo então secretário de Educação do Rio de Janeiro, Anísio Teixeira. Inspirado nele, Vargas assinou dois decretos que disseminaram o ensino de Música, Canto Orfeônico ou simplesmente Canto por todas as escolas do Brasil, enriquecendo os currículos do jardim, primário e ginasial e ainda dos cursos de formação de professores, cujas diretrizes foram formuladas pelo Conservatório Nacional do Canto Orfeônico.

Faziam parte do repertório canções populares regionais e tradicionais, selecionadas de acordo com a faixa etária dos alunos. Na minha escolaridade, cantei Alecrim Dourado, Escravo de Jó, O Cravo brigou com a Rosa, Uma pequena Aranha, O Sapo não lava o pé e até mesmo nas aulas de canto e solfejo, no ginásio, Frère Jacques e a enluarada Au Clair de la lune. A visão nacionalisteira incluía ai Hino Nacional, Hino à Bandeira, Hino da Independência – “o japonês tem quatro filhos” – no qual ou a Pátria ficava livre, ou a gente morria pelo Brasil. No curso pedagógico, no Instituto de Educação do Amazonas, com o maestro Nivaldo Santiago e Cleomar Feitosa, nossos professores, cantávamos Villa-Lobos: Oh Tupã, Deus do Brasil e Trenzinho Caipira. 

O canto orfeônico é o canto das multidões, como mostrou Villa-Lobos, em 1942, ao reger 44 mil estudantes no Estádio do Vasco da Gama no Rio de Janeiro. Isso foi possível porque as escolas cantavam diariamente na sala de aula. até 1971, quando o general Garrastazu Médici sancionou a lei que praticamente baniu a música dos currículos, afogando-a no que a LDB da ditadura chamou de Educação Artística.

A partir daí, a música perdeu seu espaço próprio e deixou de ser curtida no cotidiano escolar como linguagem artística e prazerosa na busca do conhecimento. A ditadura, que é feia, tortura e nos submete à barbárie, censurou a música, que é bela e nos redime e alegra, restringindo-a a um lugar secundário, às festinhas, comemorações e formaturas. Qualquer pessoa, afinada ou não, pode cantar. Ditadores, porém, não cantam, nem deixam cantar, eliminam a educação musical, que é um direito de todos. fundamental ao desenvolvimento pleno do aluno. A exceção foi Vargas por influência de Villa-Lobos.

As freiras e o canto

Tive a sorte de cursar o primário e o ginásio antes do golpe de 1964. Por isso, convivo até hoje com as vozes de minhas professoras ao longo do curso primário: a fanhosa Irmã Xavier, a desafinada e risonha Irmã Dolores e as Irmãs Paula e Isabel, mais melodiosas. No ginásio, Irmã Loreta, a noviça rebelde. Com elas, a gente cantava sempre, afinando a audição e desenvolvendo o lado lúdico, a sociabilidade, a criatividade, a memória, o raciocínio. Cantigas e exercícios de canto contribuíam para a aprendizagem e o letramento.

Essas freiras eram da Congregação do Preciosíssimo Sangue transplantada ao Amazonas, em 1947, por quatro religiosas norte-americanas - Julitta, Marciana, Georgiana e Francisca - que vieram do Kansas convidadas pelos padres redentoristas para criar escolas paroquiais mistas.

A Congregação logo incorporou jovens amazonenses, como Noeme Cinque (1913-1988), nascida em Urucurituba e moradora do nosso bairro, lá na Estação de Bonde do Plano Inclinado. Com o nome de Irmã Serafina, ela foi professora no Colégio de Aparecida antes de ser deslocada para Altamira, no Pará, em 1971, quando testemunhou a tragédia da abertura da Transamazônica. Suas “virtudes heroicas” foram proclamadas pelo Papa Francisco, que lhe conferiu o título de “venerável”.

Duvido que os bairros de São Raimundo e Matinha tenham personalidades projetadas internacionalmente como Terezinha Morango, quase miss universo e a venerável Serafina, quase santa.  Aliás, se ela for canonizada, serei o primeiro brasileiro a ter recebido um cascudo e um puxão de orelha de uma santa. Foi assim: não me deixaram ir ao banheiro, como eu estava "apertado", subi no parapeito da janela da sala que dava para o quartel dos bombeiros e dei uma sonora mijada na cabeça de um “soldado do fogo”. O comandante Ventura fez uma reclamação formal. Fui repreendido. Se isso prejudicar a canonização, tudo bem, mudo meu depoimento. Mas aconteceu mesmo. Aliás, entre suas "virtudes heroicas" pode estar a capacidade que teve de aturar, por breve período, meninos endiabrados como eu.

O episódio mostra que a gente cantava, é verdade, mas o pau também cantava. Villa-Lobos achava que qualquer um podia cantar sem necessidade de conhecer teoria musical, mas a Irmã Loreta, que regia com uma régua grande de madeira no lugar da batuta, pensava e agia  diferentemente. Dois anos depois da morte de Villa-Lobo, ela me deu muita reguada na bunda em suas aulas de Canto Orfeônico, em 1961. Exigia de seus alunos o domínio de noções de música ancorado num metadiscurso. Tinha um inefável gozo musical quando pronunciava várias vezes, na mesma pergunta, o nome completo de cada um de nós: 

- José Ribamar Bessa Freire (doravante JRBF para simplificar, mas ela falava por extenso), me diga JRBF, o que é uma clave de sol, JRBF? Não sabe JRBF,  não sabe o que é uma clave de sol, JRBF? (reguada na bunda, passava ao seguinte)

– Me diga Júlio Celso de Lima Seixas, o que é um clave de sol, JCLS? JCLS não sabe o que é uma clave de sol JCLS? (reguada na bunda) 

- Franklin Delane Roosevelt Cordeiro, me diga FRDC, o que é uma clave sol, FDRC? (mais reguada)

Etc etc etc Percorria a sala toda, nomeando um por um repetidas vezes. Afinal, o que é uma clave de sol? 

Ninguém sabia. Aliás, pra falar a verdade, até hoje eu não sei. Cantar, tudo bem, gosto muito. Mas clave de sol é dose. Sou incapaz de ler partitura.

A propósito, Leitor (a) Do Taquiprati (LDT) me diga, LDT, o que é uma clave de sol, LDT? Não sabe, LDT? 

P.S. – “E no entanto é preciso cantar / mais do que nunca é preciso cantar/ É preciso cantar e alegrar a cidade”, declama Vinicius de Moraes. Parece que a música está voltando às escolas graças a “missionárias” abnegadas. Uma delas, Vanessa Dutkus Saurusaitis, foi minha aluna na UNIRIO e é professora de artes em Niterói. Na Orquestra Interculturalidade do Programa Aprendiz Música nas Escolas, que ela organizou, acaba de fazer um arranjo de música guarani, executada por seus alunos, que leem partitura e tocam diferentes instrumentos. Essas lembranças foram ativadas em conversa recente com ela.  

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27 Comentário(s)

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Vitor Menezes (via FB) comentou:
05/06/2018
A falta que faz o tão desprezado "Canto Orfeônico". Tive oportunidade de conviver algum tempo com Pascoal Carlos Magno. E ele falava sobre a importância de aprendizado de música na Inglaterra. Durante a Guerra, bombas caindo, sirenes tocando e o concerto no teatro seguia e o público não arredava pé... sem olhar para o palco... olhando e acompanhando o concerto olhando para a partitura impressa no "libreto". O ensino da música, tanto no primeiro como no segundo graus (leia-se primário e ginásio da época), permitia o desenvolvimento de um gosto musical mais apurado e, logicamente, uma melhor seleção do que se ouvia e... dançava.
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Marlei De Fatima Ventura (via FB) comentou:
05/06/2018
Marlei De Fatima Ventura Nostalgia.... nunca mais tinha lido "Canto Orfeônico". Eu estava na 5ª série, colégio Centenário em S.Maria. RS..... Encantada. ..
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Marlei De Fatima Ventura (via FB) comentou:
04/06/2018
Nostalgia.... nunca mais tinha lido "Canto Orfeônico". Eu estava na 5ª série, colégio Centenário em S.Maria. RS..... Encantada. ...
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Fernando Soares Campos (via FB) comentou:
04/06/2018
Portal do Pravda versão em portugues: http://port.pravda.ru/news/cplp/05-06-2018/45667-clave_sol-0/
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Grecia Santos de Souza comentou:
04/06/2018
Fantástico! Parabéns pelo texto Prof. Bessa! Faço parte de um projeto onde a música é a ferramenta que impulsiona o "despertar" de consciências! Vejo o site: www.greciasantos.com.br Um grande abraço ao querido e estimado professor Bessa! PS: Aquele bebezinho de colo hoje está com 9 anos... Sou muito grata por todo aprendizado em suas aulas.
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Tarin Michael (via FB) comentou:
04/06/2018
Excelente texto professor, sua vida deve ter sido muito complicada na escola, o senhor deve ser a única pessoa no mundo que reprovou no Jardim de infância, mas é um dos Intelectuais do Brasil.
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Maria do Carmo Cardozo comentou:
03/06/2018
Adorei! Também peguei canto orfeônico na escola: a turma dividida em 1, 2, 3 vozes e ouvintes, em que ficava eu. Cantávamos o Tupã e outras, até um dia que íamos ou para o Municipal ou Maracanãzinho cantar juntos às outras escolas. Lindo!
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Diego Salgado comentou:
03/06/2018
Que texto sensacional! As leituras que aqui faço são sempre muito prazerosas. Confesso que ri bastante com as suas experiências e as formas nas quais dissertou sobre elas, bem cômicas. Alegrou meu final de domingo. Aliás, rir e cantar são os melhores remédios que devemos (ao menos) tentar lançar mão, atualmente, para nos desviarmos de todos esses desmandos que infelizmente se apossam da atual conjuntura política brasileira.
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Vera Nilce Cordeiro Correa (via FB) comentou:
03/06/2018
Rsssss também não aprendi , talvez tenha decorado para provas e tenha esquecido. Mas descobri algo, eu sabia que te conhecia de Manaus, não sabia de onde, agora sei, IEA , curso pedagógico rsss. Adorei sua crônica é como se tivesse lendo sobre mim, só que com freiras do Colégio da Igreja dos Remédios. Valeu!
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Charufe Nasser (via FB) comentou:
03/06/2018
Babá, te amo!?? Nunca mais me incluíste nas tuas crônicas! To com saudade! Clave de Sol, é um S metido a besta!
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Valdir Donizete comentou:
03/06/2018
Professor Bessa, Como sempre, com sua sabedoria caprichosamente adornada com uma graça peculiar, que faz do trágico algo que se possa tragar, ainda que seja com gosto de losna, fico vocacionado por ti,, quase que enfeitiçado, a desistir da crença de que não há mais esperança. Ainda que me engane propositalmente mestre (permita-me te chamar de mestre) sou imensamente grato por me apresentar em cada encontro, em cada fala, em cada crônica, um pouco deste "faz de conta" que me impulsiona para um desejo embebecido de uma revolta construtiva de permanecer na resistência, na utopia fascinante de um Brasil melhor, sobretudo aos desvalidos. Parabéns!!! Obrigado!!
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Vanessa Saurusaitis (via FB) comentou:
03/06/2018
Que é isso, professor? Quer me matar do coração aos 40 anos? Que honra receber esse texto. Sem palavras para agradecer tanta emoção. Tô aqui em Visconde de Mauá me desintoxicando da tecnologia e quando consigo o celular vejo essa mensagem linda. Obrigado.
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Eneida comentou:
03/06/2018
Faz tempo q a Radio MEC FM se tornou minha emissora. Nela e com as mensagens dos colegas e uma ou outra visita à internet, me atualizo. A música tem sido minha companheira e terapeuta para essa etapa da vida tão estranha que ora vivenciamos.
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Maria Celina Muniz Barreto comentou:
03/06/2018
Li e reli. Foi a melhor forma de poder lembrar de um tempo em que eu cantava. De uns anos pra cá o canto ficou preso. Mas sua crônica me trouxe o prazer de viver as músicas que deixavam a alegria se manifestar. Admiro profundamente todos que cantam. Muito grata Amigo Bessa
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Mailsa Passos (via FB) comentou:
03/06/2018
É preciso cantar!! É preciso escrever crônicas lindas assim!! Precisamos da arte pra não sucumbir com tanta reguada golpista!!!! Obrigada José Bessa!!
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Rita Ribes (via FB) comentou:
03/06/2018
Não sabe o que é uma clave de sol????? Começarei a semana assim com meus alunos...
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Hudson Carvalho (via FB) comentou:
03/06/2018
A militarização nas escola é resultado do ordenamento educacional . Não que a filosofia educacional como proposta militar nas escolas seja a solução, mas podem coexistir com o modelo civil, cabem aos professores e gestores trabalharem na prática qual sistema educa mais e forma mais.
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Isabela Thiago de Mello comentou:
02/06/2018
Clave de Sol? E a clave de fa? "Faz escuro mas eu canto porque a manhã vai chegar"
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Nelson Peixoto (via FB) comentou:
02/06/2018
Lembro bem, Babá! Eu tambem peguei reguada nas pernas porque perdia os cadernos no caminho entre a vila Rezende e o Colégio. Se vc foi o primeiro que pegou cascudo de Santa por ser mijão, eu posso ter sido o primeiro que pegou reguada por ser "cagão". Não é que depois da reguada eu acabei indo para o Cônego Azevedo. E para fugir de tudo criei coragem e fui para o Seminário em 1962. E nas aulas de música, eu repetia do fundo da sala algumas notas de forma jocosa tentando reconhecer as notas; "fá, lá (que) (vou) dó, mi... e me abaixava atrás da carteira. A música no seminário foi nossa grande psicoterapia. Eu quase fui "castrati" como soprano, mas fugi da raia e me afirmei como barítono valente! Muitas alegrias o canto nos trouxe! Viva! Çara Mar, leia essa crônica de um sábio amigo, bem humorado e criticamente construtivo que sonha o que nós tanti queremos em nossas Casas de Atenção da Primeira Infancia! Temos que ativar a música e reeditar as cantigas de rodas em nossos festivais!
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Magela Ranciaro (via FB) comentou:
02/06/2018
Olha, Babá, num belo sábado ensolarado, dei muita risada dessa crônica. Isso tudo nós fazíamos (menos a sonora mijada no bombeiro), pois toda essa musicalidade era extensiva à "Escolinha da Matinha" que funcionava nos fundos da igreja de Santa Luzia. As mesmas freiras, inclusive a Ir. Marcela, penso que era a mesma lá de Aparecida. Ali também entoávamos belas canções.
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Dodora comentou:
02/06/2018
Amei, mas digo que não só sei o que é clave de sol, como sei desenhá-la. Aprendi no IEA - o Instituto de Educação do Amazonas com aquela professora de canto orfeônico, irmã da Lila Borges de Sá. Acho que era dona Vivizinha.
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Marlene Silva comentou:
02/06/2018
Boa tarde, JRBF, mas, afinal, o que é mesmo a clave de sol, JRBF? Beijos
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Ana Silva comentou:
02/06/2018
Maravilha, que lindas lembranças. Música para espalhar as sombras que pairam sobre o Brasil. Muito sensível!
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Vince Aggeler comentou:
02/06/2018
Gostei, rapaz. Posso então dizer q conhecia pessoalmente a quase santa!
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Shirley Abreu (via FB) comentou:
02/06/2018
Tadinho ela te deu um cascudo é um puxão de orelha ???? educação que esses pais malucos querem de volta.
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Dinah Ribas (via FB) comentou:
02/06/2018
Com ou sem clave de sol, viva o canto nas escolas. Gostei demais da crônica.
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Joana D'Arc Fernandes Ferraz comentou:
02/06/2018
ADOREI o texto. Fui interceptada por muitas memórias da minha infância. Estudei em escola pública no primário, na época da ditadura. A única música que a gente cantava era o Hino Naciona, em fila, na hora da entrada. Não havia aula de música. A gente aprendia o hino porque ele era impresso na contracapa do caderno. Tempos muito sombrios.
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