CRÔNICAS

Somos filhos da Petra ou da Preta?

Em: 13 de Setembro de 2015 Visualizações: 35174
Somos filhos da Petra ou da Preta?

Desocupado (a) leitor (a), peço que examines os fatos comisenção, sem preconceitos e depois me diz com toda a sinceridade quem é a civilizada: a Petra ou a Preta? Qual das duas podia ser tua mãe? Quem é que gostarias que te educasse e com quais valores e princípios éticos?

A Petra vive em Budapeste às margens do rio Danúbio, centro financeiro, cultural e histórico da Europa. Estudou na Universidade de Pécs, uma das mais antigas do mundo, fundada em 1367 pelo rei Luís I da Hungria, um país com vários ganhadores do Prêmio Nobel. Frequenta teatros, museus, cinemas, bibliotecas, centros culturais e restaurantes sofisticados. Fala inglês, russo e alemão, além do húngaro que, segundo Chico Buarque, é "a única língua do mundo que o diabo respeita". Repórter da rede N1TV, filma, fotografa, usa computador, carro, metrô, avião e perfume francês.

Já a Preta nasceu no coração da floresta nos arredores de Óbidos, no Pará, na garganta do rio Amazonas. Não sabe ler, nunca frequentou escola. A "biblioteca" mais próxima, distante vários dias de remo, conta apenas vinte livros numa prateleira dentro de uma "choupana de barro coberta de folhas de palmeiras nas margens do Tocantins, que pertence ao escrivão do lugar, um jovem mameluco chamado Soares" (p.58). Seus irmãos foram assassinados por um tal "major Gama, comandante militar de Óbidos" (p.103) Embora não fale uma palavra de francês, ela se exilou em Paris. 

A budapestina

O que foi que Petra e Preta fizeram para atrair a atenção? A jornalista Petra Laszlo se celebrizou na terça-feira quando chutou uma menina e deu rasteira num refugiado com uma criança no colo, derrubando-os, em cena que escandalizou o planeta. Fez isso diante da dor do mundo que contempla impotente o sufoco de milhões de refugiados, as mortes de um menino de três anos numa praia turca e de 71 migrantes, entre eles crianças, asfixiados num caminhão em estrada da Áustria.

Essa tragédia humanitária de proporções gigantescas que afeta o Oriente Médio, o norte da África e o mundo inteiro, não comoveu o coração pétreo da jornalista, que abandonou seu papel de testemunha para colaborar com a polícia, criando um fato novo. Derrubou um homem que tentava desesperadamente furar a barreira policial na fronteira da Hungria com a Sérvia com o filho no colo. Chutou-os para filmá-los nocauteados, mordendo o pó. A agressão, registrada por um colega, foi amplamente divulgada pela mídia e pelas redes sociais.

Ninguém sabe detalhes de sua vida, só que ela trabalhava na TV da Rede do Jobbik, o partido de extrema-direita atualmente no poder, que soltou a polícia, como cães raivosos, contra os refugiados. Mas diante do escândalo, nem seus colegas cavernosos lhe deram apoio. Embora Petra seja o retrato da direita europeia e tenha feito com os pés o que se faz diariamente com o discurso, com o olhar, com posturas, foi demitida e pode cumprir até sete anos de prisão, o que ainda é pouco.

Nada mais foi dito sobre Petra na acanhada cobertura jornalística. Neste sábado (12) ela apareceu publicamente se apresentando como "uma mãe solteira desempregada com filhos pequenos", lamentando haver tomado "uma decisão errada" num momento de susto. Será? Ficamos sem saber como Petra Laszlo perdeu sua humanidade. Para que servem livros, filmes, música, exposições, cursos, viagens, domínio de línguas estrangeiras, se o resultado é esse lixo moral? Como é que alguém sai de uma universidade com o coração ainda mais endurecido, incapaz de um gesto de compaixão, de solidariedade, sem a compreensão dos fatos históricos e do papel da intelligentsia? Que bosta de universidade é essa? Onde é que esse traste estudou jornalismo, quem foram seus professores, que disciplinas cursou, qual o espaço curricular para discutir as questões éticas?

Até o bairro onde vive essa budapestina mal amante e mal amada pode ser informação pertinente. Ela vive em Buda, na margem direita do Danúbio ou em Peste, na margem esquerda? É mesmo mãe solteira? Tem namorado, já beijou e amou alguém, já deram uma cafungada no cangote dela? Quem teria coragem de tê-la como companheira: algum Bolsonaro de Budapeste? Como trata os filhos? Tem irmãos e sobrinhos? Qual a relação com seus pais e vizinhos, que tipo de musica aprecia, quais os filmes que viu, que livros leu, quem foram seus colegas de escola? Ela é o contrário da Preta.

A amazônida

A Preta viu seus irmãos da floresta serem assassinados pelo major Gama e não se sabe como acabou se refugiando na França, junto com sua irmã Chica. Quem conta a história delas é Henry Walter Bates, um cientista inglês que viveu onze anos na Amazônia (de 1848 a 1859) e colaborou de perto com Charles Darwin. Ele escreveu um livro, onde registrou a história de Preta e Chica, que não aparecem com esses nomes.

As duas foram recebidas em Paris por Étienne Geoffroy Saint-Hilaire, um naturalista francês, professor da Sorbonne e por seu filho Isidore (1805-1861), zoólogo e médico. Ficaram hospedadas no Jardim das Plantas. Quem dá notícias do exílio e dos gestos de solidariedade e humanidade delas é Bates:

"Segundo relato feito por Geoffroy St.Hilaire elas raramente se separavam, permanecendo constantemente abraçadas e com as caudas enlaçando o corpo uma da outra. Comiam juntas, e nessas ocasiões em que a amizade dos animais é posta duramente à prova, elas nunca brigavam pela posse de alguma fruta ou petisco preferido" (p.104).

Preta e Chica eram duas macacas da espécie cuatá (Ateles Paniscus), pretas, grandes e de pelos ásperos, com uma coloração amarelada nas partes da cara, desprendidas e generosas, que nos ensinam a repartir o pão. Sua família foi dizimada pelo major Gama, que matava vários macacos cada semana, cuja carne é apreciada na região. Elas se salvaram porque fugiram para Paris, Bates relata a cena que testemunhou com a mãe delas:

"Tratava-se de uma macaca já velha, que acompanhava seu dono, comerciante, em todas as suas viagens pelo rio. Desejando dar a mim um exemplo da inteligência e do sentimento do animal, o homem pôs-se a xingá-la violentamente, usando de todos os vitupérios em que é fértil a língua portuguesa. A pobre macaca, sentada humildemente no chão, parecia arrasada por essa manifestação de raiva. Começou a choramingar e por fim rompeu num choro convulsivo, que lhe sacudia o corpo todo (....) Finalmente o seu dono mudou de tom:

- É tudo mentira, minha velha, você é um anjo, uma flor, uma criatura muito boa e carinhosa.A macaca parou de chorar imediatamente e logo depois veio sentar-se perto dele" (p.104).

Na Assembleia Geral da ONU que começa na terça (15) em Nova York, as nações do mundo tem que dizer se somos filhos da Preta - essa selvagem prenhe de humanidade, ou da Petra - essa escória fedorenta da civilização. A presidente Dilma Rousseff já se pronunciou em artigo na Folha de SP - Os refugiados e a esperança - na qual condena a xenofobia e elogia o comandante da corveta Barroso que salvou mais de 200 refugiados vindos da Líbia, cujo barco estava à deriva. É bom advertir que o assunto é muito sério para ser usado mesquinhamente como picuinha oposicionista.

No caminho de volta em busca da ancestralidade e da humanidade perdida, é da Preta que eu gostaria de ser filho, da Preta Sapiens, que chora, ri, compartiha, sente, ama e abraça...

P.S. - As citações são do livro de Henry Walter Bates: Um naturalista no Rio Amazonas. São Paulo/Belo Horizonte, USP/Itatiaia. 1979, 300 pp.

 

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26 Comentário(s)

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Alipio Freire (no blog Zagaia) comentou:
19/09/2015
Felizmente a mãe e suas filhas Preta e Chica não se “humanizaram”. Os gestos da senhora Petra, esses sim, são humanos – como tudo o que é feito pelos homens (para o bem ou para o mal). Os gestos da senhora Petra só são possíveis entre esses animais que, pelo simples fato de terem o polegar opositor em pinça, estão (estamos) todos enfiados na mesma espécie: humanos. De resto, só posso comentar que seria muito bom se alguns humanos (entre os quais a senhora Petra) se “amacaqueassem” um pouco – no sentido dessa família de macacas.
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Luis Augusto comentou:
18/09/2015
Ótimo texto, prof Bessa. Eu também gostaria de ser filho da preta. O essa cronica relata o quanto a individualismo tem feito mal a nossa sociedade.
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Renata Curado comentou:
18/09/2015
Lindo, sensível e forte como são sempre seus textos. Obrigada pela reflexão e pelo sentimento q se gera nessa leitura... de q não estamos sozinhos e de que n vamos nos calar nem desanimar perante tamanhas atrocidades. Esse é um dos meus presentes de leitura semanal. Abraço Renata Curado Contato de Renata Curado
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Vanessa Soares comentou:
18/09/2015
É, caro professor José Bessa, em tempos de tanta gente "douta", muito bom para reflexão e ação. E, assim caminham as (des)humanidades!
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Tuppan Poeta comentou:
16/09/2015
Triste. Entretanto, já que não há volta, avante! Mas, com Beleza, Amorosidade, Arte, Compaixão.
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Dina Araujo comentou:
15/09/2015
Professor Bessa, acabei de ler a sua crônica mais recente - Somos filhos da Petra ou da Preta? - e, a leitura me fez recordar as primeiras lições que tive sobre a ética kantiana. Lembro-me que o professor Luiz Bernardo (Uerj - Filosofia) reforçou que o projeto do Kant foi demonstrar o quanto a prática das virtudes não torna uma pessoa ética como afirmava Aristóteles. O pensador moderno afirma que virtudes como coragem, persistência, inteligência, etc... são excelentes quando exercidas por um médico cirurgião, mas causam verdadeiro terror quando são exercidas por um assassino. Para Kant, uma atitude só pode ser considerada ética se for por dever, ou seja, quando não é imposta por fatores externos. Trata-se da lei moral que habita em cada um de nós. Nisso consiste a liberdade humana. Desde que nascemos pais e professores insistem que o contato com os livros, com as diferentes manifestações artísticas, com a diversidade cultural, etc.... nos ajuda a sermos melhores. Não menosprezo estes fatores, mas percebo que muitos tratam como algo em si mesmo não considerando a dimensão humana. Trata-se somente de erudição, acúmulo de conhecimentos. Formamos seres fortes em termos econômicos, políticos, estéticos, artísticos, etc... mas esquecemos a dimensão humana e nomeamos tudo isso de "emancipação". Nesta hora, trago à luz o pensamento kantiano. Há um vídeo do professor do professor Claudio Ulpiano - infelizmente, já falecido - onde este discursa sobre a filosofia de Spinoza. Em um determinado momento da palestra, ele comenta que a nossa pedagogia é fraca, pois, a arte, a literatura, a política, etc... entram superficialmente na vida dos educandos, visam apenas a construção de novos eruditos, quer dizer, formam superficialmente. Vale à pena assistir. Claudio Ulpiano - pensamento e liberdade em Spinoza. https://www.youtube.com/watch?v=oBDEZSx6xVs Abraços. Parabéns. Dina
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M.de Melo Foucher comentou:
14/09/2015
Meu mano-camarada, Acabo de chegar da Ilha da beleza-Córsega. Leio tua bela crônica, e chego a conclusão que ela deveria ser enviada a todos os jornalistas reacionários desta direita brasileira cada vez mais conservadora e preconceituosa para exercerem melhor a nobre profissão e relembrar o código de deontologia. Eu não sei qual seria o comportamento dos jornalistas da grande mídia brasileira se essa Petra fosse uma jornalista brasileira...Sera que eles iriam agir como os húngaros? Lembro que nada fizeram contra a tal Rachel Sheherazade que sempre incitou o ódio contra a criança que foi massacrada no Leblon, contra os nordestinos, migrantes etc. Infelizmente o Brasil tem muitos Bolsonaros como representante do povo! A situação provocada por guerras fomentada no médio oriente, no magrebe sempre geraram fundamentalistas e sabemos que os Estados Unidos e Europa são em parte responsáveis, hoje eles colhem de seus erros estratégicos em querer impor modelos ocidentais sem levar em conta as diferenças culturais, as relações tribais, as teocracias existentes. No lugar do dialogo aberto com todos os grupos para melhor entender as realidades locais, eles preferiram derrubar, matar seus governantes, armar uma oposição de fanáticos que hoje não respeitam a ancestralidade de suas culturas e destroem o próprio patrimônio cultural. Os que fogem desta barbárie nem sempre são bem vindos. Em que mundo vivemos hoje meu mano? Tua crônica deve ser lida e distribuída para os jovens estudantes de jornalismo!
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Rogerio Teles comentou:
14/09/2015
Bela crônica Mestre Bessa, quanto Petra, ela produto da Europa direitista e conservadora.
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Alfredo Mario Lopes comentou:
14/09/2015
Contundente e comovente, pra não perder o costume
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Jordan Lima Perdigão comentou:
14/09/2015
Li no Diário do Amazonas hoje e não tive como não vir aqui para compartilhar. Um apelo irônico e sarcástico, mas contundente às consciências que assistimos estarrecidos certos absurdos neste já pleno século XXI... Como sempre, espetacular, nosso irreverente Professor José Ribamar Bessa Freire.
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Rosi Yepário Tukana comentou:
13/09/2015
Um leitor desocupado...não necessariamente, mas por uma informação...valeww
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Ana comentou:
13/09/2015
Com certeza a Petra é filha da Putra. Agora, eu, não queria ser filha de uma nem da outra. Prefiro mesmo é ter nascido na caverna de Platão e ter saído pra buscar a luz. O teu texto me fez crer que os filhos da Petra, ou Putra, são os de olhos biônicos e, fazedores, e não sofredores, de bullying, que leem muito, e/mas não precisam sair da caverna, preferem o cômodo sistema de serem respeitados por todos os de dentro, os que se babam entre si. Sempre tive essa curiosidade de saber como essa pessoas "destacadas" tão enaltecidas não só pela mídia, são perveras, mesmo depois de terem chegado a um alto estágio onde já podem pedir perdão pelas falhas. Um exemplo atual é a Regina Duarte se opondo à defesa dos índios. Acho que a caverna é ampla demais para eles desejarem sair, lá são muito aplaudidos. Será que alguém aprenderá a refletir depois deste fato? Quantos estarão do lado dela??? Um abraço apertado e completo como o da Preta. Amo e admiro você!
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Orestes Cyrino comentou:
13/09/2015
Na Europa tem petras, mas também tem pretas, como noticiou hoje a Folha de Sao Paulo (13/09). Europa tem dia de manifestações favoráveis e contrárias a migrantes DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - A onda de imigração que atinge a Europa foi motivo de manifestações neste sábado em vários países do continente. Portugal, Grécia, Polônia e Hungria, entre outros, tiveram atos a favor e contrários à acolhida de refugiados e migrantes, após a União Europeia determinar cotas a cada país para receber refugiados. Em Varsóvia (Polônia), cerca de 5.000 pessoas, de acordo com a agência AFP, ou 10 mil, segundo os organizadores, marcharam contra a recepção de imigrantes, "porque são muçulmanos". Poloneses que defendem a acolhida de refugiados também fizeram passeatas pela cidade. Com slogans como "fronteiras abertas" ou "a vida dos refugiados importa", milhares de pessoas exigiram em Londres que o governo do premiê David Cameron crie uma política mais generosa de acolhimento aos refugiados que fogem dos conflitos na Síria, no Iraque e no Afeganistão. Em Portugal, cerca de 200 pessoas se concentraram em Lisboa para apoiar os refugiados. Um protesto contra os migrantes de integrantes do Partido Nacional Renovador (PNR) gerou tensão entre os grupos. Em Budapeste (Hungria), centenas de pessoas participaram de ato pró-imigrantes em frente à estação de Keleti. No local, pela primeira vez em uma semana, havia mais habitantes da cidade do que imigrantes. Em um palco improvisado, vários grupos de música tocavam para um público bem mais relaxado.
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Ana Arruda Callado comentou:
13/09/2015
Havia escrito um comentário afetuoso, mas não pude enviá-lo porque não li direito o código de segurança. Pelo amor de Deus! Abaixo essa tecnologia complicada! Um beijo para Ribamar.
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aurelio michiles comentou:
13/09/2015
E a tal da Petra-de-Budapeste", agora, pede desculpas infinitas por sua falta de decoro humanitário. E, aproveita para culpar o "desemprego"...E qualf oi mesmo a desculpa daqueles que ontem botaram fogo nos senegaleses no Paraná ou daqueles que atiraram à esmo nos haitianos enquanto dormiam num bairro de São Paulo e tambem, não podemos deixar de lembrar daqueles que tocaram fogo no ínido Galdino de Jesus, enquanto dormia num ponto de ônibus, em Brasília...
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Jose Varela Pereira (via FB) comentou:
13/09/2015
A vinda de Alfred Russel Wallace, co-autor da teoria de evolução das espécies em conjunto com Darwin, a Amazônia se deve a Bates, segundo o próprio Wallace. Em correspondência com Darwin a viagem ao Pará e Amazonas realizada pelos dois naturalistas ingleses acabou sendo o empurrão que faltava para Charles Darwin vencer seus temores e publicar o célebre "A Origem das Espécies". Desta maneira, a faixa equatorial da América do Sul (Galápagos e Amazônia) foi ponto de partida da maior revolução do pensamento da "humanidade filha animalidade" ( Edgar Morin ).
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Maria Joana Rodrigues Colin comentou:
13/09/2015
Parabéns pela belíssima e oportuna crônica. É lamentável a atitude dessa senhora. Há muito tempo, escolhi a Petra como minha verdadeira mãe. Há pouco tempo, descobri que o Diabo não é aquele cara de chifre e olhos de sangue. Deus e o Diabo estão dentro do coração do homem. Cabe a este saber a quem dar a mão. Mais uma vez, parabéns.
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Felipe Lindoso (via FB) comentou:
12/09/2015
A coluna de hoje do Bessa me incentivou a comentar algumas coisas que penso faz tempo. Tem a ver com a Petra, a Preta e também com a crise. Não apenas a crise que vivemos aqui, mas como tudo isso é expressão de um problema bem maior. Mas o caso da Petra e das centenas de milhares de refugiados que fogem do Oriente Média e da África e buscam abrigo em outros países, além da Grécia, da China e de nós mesmos, são, digamos, singela demonstração da gravidade e dos desdobramentos da crise. Não é só a guerra – que evidentemente é um dos fortes gatilhos para a fuga dos coitados – como a situação de crise que continuamos vivendo. Crise que leva ao fortalecimento das direitas pelo mundo afora, acirra os medos e os ódios e elimina os mínimos resquícios de solidariedade e trabalho comum que afinal de contas, nos fizeram humanos. Achar os Bates e Saint-Hilaire hoje anda cada vez mais difícil. O que abunda por enquanto, além dos xingadores, são as Petra, os Trump, as Marine Le Pen et caterva. http://www.zagaia.blog.br/?p=522
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Karla Estelita Godoy comentou:
12/09/2015
Texto forte, que joga na nossa cara a enfermidade humana, e serve para a reflexão de muitos outros "corações pétreos" e pseudo cultos, por aí a destilar seu ódio e sua insensibilidade. "Ficamos sem saber como Petra Laszlo perdeu sua humanidade. Para que servem livros, filmes, música, exposições, cursos, viagens, domínio de línguas estrangeiras, se o resultado é esse lixo moral? Como é que alguém sai de uma universidade com o coração ainda mais endurecido, incapaz de um gesto de compaixão, de solidariedade, sem a compreensão dos fatos históricos [...]?" (Obrigada, José Bessa, meu eterno mestre, por traduzir em palavras meus sentimentos a respeito dessa tragédia).
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Thais Vieira de Moraes comentou:
12/09/2015
Texto muito contundente! Na minha humilde opinião isso não passa de uma psicopata disfarçada de douta! Deve ter um pacto com Hitler! Mas ainda existe muita gente boa nesse mundo é isso que me conforta!
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Ivanilde Oliveira comentou:
12/09/2015
Como sempre, professor Bessa, seus artigos são atuais e profundos.Nos resgata das profundezas da ignorância e preconceitos e nos faz pensar antes de supervalorizar o valor das coisas compradas pelo dinheiro, e lembrar dos conselhos dos nossos pais e avós para respeitar as visitas, os mais velhos, tomar as bênçãos todos os dias ao sair e voltar para casa.E a vovó que contava a história da tataravó india pega pelos os cabelos, obrigada a se casar com o tataravô...Então, somos irmãos, primos, filhos da Preta ou não? Agora vamos honrar o nome dela!
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José Alessandro comentou:
12/09/2015
Professor Bessa, quanta frieza verificamos no gênero humano! Os caminhos percorridos por nós, ao longo de milênios, foram e continuam estigmatizados pelo sofrimento e por guerras, conquistas, pilhagens, exclusões sociais, cinismos, conflitos políticos e religiosos... Nossa história nos mostra tudo isso de forma clara. Sem entrar no mérito dos eventos marcantes da história, parece-nos que a vida nunca foi tão tranquila e serena no mundo. A trajetória humana em inúmeros momentos foi marcada pela tentativa desse homem em se tornar insensível, indolente com sua própria espécie. Mas, alguns ou muitos de nós resistimos! Insistimos em tornar-nos humanos. Nossa condição última e plena no mundo é a de vivermos essa humanidade no seu sentido absoluto e para isso é necessário aprender a " chorar, rir, compartilhar, sentir, amar e abraçar" . Abraços, professor!
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Ana Stanislaw comentou:
12/09/2015
Lindo, poético, comovente!! Bessa, eu também gostaria de ser filho da Preta!! Obrigada por esse lindo texto .
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Silvestre Silveira comentou:
12/09/2015
Silvestre Silveira No Brasil temos muitos exemplos de pessoas que como essa Peste , de Buda fazem o mesmo com seus discursos Rachel Cherazzad , Bolsonaro , O Guru dos reacionários Olavo de Carvalho , o Chefe de jagunços Ronaldo Caiado e tantos outros crápulas
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Vanessa Soares comentou:
12/09/2015
É, caro professor José Bessa, em tempos de tanta gente "douta", muito bom para reflexão e ação. E, assim caminham as (des)humanidades!
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Ale Marques comentou:
12/09/2015
Seu texto está lindo, mas putz!.. que tabefe! Tenho perguntado-me, constantemente, é isso que nos tornarmos? Isso é a tal da evolução da humanidade? Tenho sentido muita vergonha de nós mesmos. Abçs, professor
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