CRÔNICAS

Marina: o Dragão Verde e a Avó do Mundo

Em: 07 de Setembro de 2014 Visualizações: 68865
Marina: o Dragão Verde e a Avó do Mundo

Ilmo. Sr. Prof. Dr. Rogério de Cerqueira Leite

Saudações                  
Inspirado no bolero de Waldick Soriano, escrevo esta carta, mas não repare os senões, para dizer o que sinto sobre o artigo de sua autoria Desvendando Marina (FSP 31/08), no qual declara:
- "Não me sinto confortável em ter como presidente uma pessoa que acredita concretamente que o Universo foi criado em sete dias há apenas 4.000 anos aproximadamente".
Para lhe dar algum conforto, mostro que não é bem assim e assinalo três imprecisões no seu discurso.
A primeira está na contagem do tempo. Nota-se que de física V.S. entende muito, por isso ocupa merecidamente um lugar no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Mas de criacionismo, necas de pitibiribas. Quem leu os Anais do Antigo Testamento do anglicano James Ussher sabe muito bem que o mundo, criado num domingo à tarde, no dia 23 de outubro de 4.004 a.C, às 14h30, completa 6.018 anos entre um turno e outro das eleições. Tem, portanto, mais de 2.000 anos do que foi calculado por V.S.
A segunda imprecisão: sua crítica ao criacionismo tem como referência uma versão única prestigiada pela escrita, que parte do pressuposto de um Deus masculino como criador do universo. Isso é uma construção judaico-cristã que não pode ser generalizada para todas as culturas, especialmente para as da oralidade. É uma versão criada por machões incongruentes. Sem útero, como pode Deus parir gente? Para os Tukano - não o PSDB, mas o povo do Rio Negro (AM)  - quem criou o universo foi a avó do mundo, a Yepá-Bahuári-Mahsô. Quer saber como foi?
Filho da música
Foi assim. No princípio, o mundo não existia, só havia escuridão e o espaço vazio e triste, o espaço frio e sem ideias, como no horário eleitoral. Eis que surge a Ye´pá, dentro de uma nuvem branca, de brilho intenso, dançando, embalada por cantos sagrados. A música, em forma de redemoinho de vento, abraça, beija e acaricia o corpo da avó do mundo, penetra sua carne, seus ossos e até seus pensamentos e a engravida, fazendo aumentar a temperatura ambiente.  
Esse ato amoroso intenso, realizado num clima extremamente quente, provoca uma enorme explosão com um grande estrondo, gerando raios que formam um círculo rosado da cor de jenipapo, todo iluminado. No meio da luz aparece sentada num banco uma mulher grávida de música. É a Avó do Mundo que cria a Casa da Terra, parindo os primeiros seres como narra Gabriel Gentil em Mito Tukano: Histórias proibidas do Começo do Mundo. Ou seja, somos todos filhos da música que fecundou a Avó do Mundo, incluindo aqui - incrível! - os físicos, os matemáticos e todos os representantes do núcleo duro da ciência, mesmo os que ignoram o fato.
A terceira imprecisão é a sua visão fundamentalista sobre ciência. Não me sinto confortável com o inventário que V.S. faz de "todo o patrimônio intelectual que a humanidade acumulou durante séculos", limitando-o exclusivamente ao campo da ciência. Deste patrimônio, onde só cabe a "montanha de dados cientificamente incontornáveis", V.S elimina a literatura, a música, a poesia, o mito e a religião, além de outras instituições igualmente respeitáveis como a fofoca e a jogada-de-conversa-fora.
Este discurso excludente de uma arrogância incomensurável assusta, porque vê a ciência - mais grave ainda uma forma de fazer ciência - como o ÚNICO procedimento válido para a obtenção de conhecimentos, que seriam eternos, definitivos, o que evidencia incapacidade de ler outras linguagens simbólicas.
É com essa visão da infalibilidade da ciência que V.S. incursiona no campo médico para diagnosticar "uma desordem do desenvolvimento neural" de Marina, criada pela "perversão intelectual do fundamentalismo cristão". E conclui de forma contundente, esperando convencer os leitores da Falha de SP,  de cujo conselho editorial V.S. faz parte:
- "Essa é a razão por que espero que Marina não ganhe esta eleição".
O mito

Eu ouvi bem? V.S. falou de "razão"? Será que o pensamento racional, o método e as técnicas científicas suplantaram mesmo o mito e a religião? - pergunta Lévi-Strauss, que vê, sem ironias, a grandeza do Ocidente no pensamento científico, mas chama a atenção para a função do mito na contemporaneidade e mostra como a própria ciência produz mitos para explicar aos não-cientistas verdades inacessíveis ao leigo - big-bang, universo em expansão, etc. Depois de estudar mitos indígenas, ele concluiu em História de Lince que "de modo mais inesperado, é o diálogo com a ciência que torna o pensamento mítico novamente atual".  O mistério do Big Bang está dentro do mito tukano. Precisa apenas saber lê-lo.
Quem sabe ler e concordou com esse olhar foi um matemático e físico da Universidade da Califórnia, Brian Swimme, autor de vários livros sobre o tema, entre os quais The Universe Story e The Universe is a Green Dragon. Este seu colega escreveu que hoje os cientistas começam a perceber as limitações do texto científico para dar conta do universo e que a linguagem que consegue melhor expressar sua grandiosidade é a linguagem poética, metafórica, que afirma que o universo é um dragão verde.
V.S. conhece muito bem a história social da ciência que nos mostra como o conhecimento científico é resultado de uma acumulação de erros. Essa é, aliás, a grandeza da ciência. Por isso, nela confiamos, mas sempre relativizando. O que é verdade hoje, amanhã pode não ser. Lembro que dois grandes cientistas do séc. XIX, o botânico Martius e o zoólogo Spix, que viajaram em 1819-1820 pelo rio Amazonas, consideraram "fantasioso" o mito Tikuna de origem da vida, que fala de um único ser saído da água e do qual descendem os demais. A ciência da época - foi antes de Darwin e sua teoria da evolução - achava que o homem tinha aparecido no planeta acabado, já pronto. Por isso, Spix e Martius desqualificaram a narrativa tikuna por contrariar a ciência.
Hoje, o biólogos ensinam nas universidades que toda a vida existente na terra descende de um único ancestral, de um organismo unicelular que deu origem a todas as espécies vivas, visão mais próxima do mito Tikuna do que da ciência de Martius e Spix. Além do caráter provisório da ciência, o fato mostra que em nossos países "se vê cada vez mais claro que a compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo" - como quer Boaventura de Souza Santos, que considera a negação de outros modos de produzir conhecimento como "epistemicídio".
Rogério epistemicida
Considerada incapaz por V.S. para presidir o Brasil, além do mais Marina está sendo acusada de fundamentalista, homofóbica, cúmplice do capital financeiro e até mesmo protetora de torturadores. O título da matéria na FSP afirma:
"EM NOVO RECUO, MARINA AGORA DEFENDE ANISTIA A TORTURADORES DA DITADURA".
Quanta mentira! Quanta sacanagem! Quando li seu conteúdo, constatei que não era bem aquilo. Os jornalistas pediram, no final da entrevista, que ela dissesse apenas "sim" ou "não" para perguntas no formato "pinga fogo". Revisão da Lei da Anistia? - indagaram. Ela respondeu "não", como Dilma e Aécio. Só isso. Não lhe foi permitido discutir a questão. 
Desconfio de tudo aquilo que a mídia anuncia que Marina disse, fez ou fará. Só aceito aquilo que eu puder ouvir de sua voz de taquara rachada e se puder identificar o contexto que lhe dá significado. Não adianta Marina esclarecer que separa fé e religião, na hora de editar eles dão outra interpretação. O Jornal da Globo insistiu várias vezes para saber se ela consultava a Bíblia antes de tomar suas decisões. Além da falta de respeito, William Waack perdeu uma oportunidade de nos apresentar e criticar o programa de governo da candidata, que é o que interessa para orientar o leitor. Preferiu folclorizar e tentar desorientar.
Prezado prof. Rogério, não tenho medo de votar em Marina pelas razões que V.S. alega, se fosse assim não teria votado no Lula todas as vezes em que ele se candidatou. Sinceramente, estou vagando e andando se Marina acredita que Deus criou o mundo, se Dilma reza para Nossa Senhora Aparecida e vai ao Templo de Salomão, se o pastor Everaldo, escondido, recebe mensagens da pomba gira, se o FHC é ateu ou se na hora de fazer sua primeira comunhão, Rogério Leite acreditava que Deus estava presente na hóstia consagrada, até porque a gente muda como mostram suas próprias propostas em relação ao pré-sal e ao pró-álcool, que receberam uma guinada brusca.
O que me interessa é saber o que os candidatos pretendem fazer com o Brasil e, mais especificamente, com as terras e as culturas indígenas - um tópico que não foi ainda abordado por nenhum deles e que é extremamente importante porque as sociedades indígenas constituem um indicador extremamente sensível da natureza da sociedade que com elas interage. No meu entender, é na política indigenista que cada candidato vai mostrar sua cara.
Este locutor que vos fala, que é um analógico confesso por limitações genéticas e epistemológicas, espera de lideranças intelectuais, especialmente nos núcleos duros da ciência, um comportamento mais rizomático em relação aos saberes outros. Não seja um epistemicida ingrato, Rogério, reconheça que o Big Bang é produto de um ato amoroso e agradeça ao povo Tukano o fato de ser filho da música. 
Atenciosamente,
Taquiprati, filho da musica e da avó do mundo.
P.S. - Ele amava cinema, literatura, arte culinária. Quando cozinhava, colocava poesia na panela. Foi padre redentorista, funcionário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e professor de Introdução à Literatura Inglesa na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). George Tokuwo Nakamura (1929-2014), casado com Regina Nakamura, deixou cinco filhos: Daniel, Eduardo, Midori, Esther e Cláudia e três netas. Nesta sexta, disse adeus. Foi sepultado no sábado em Manaus. Deixou saudades e muita gente chorosa, entre eles um cunhado que lhe serviu, alegremente, de cobaia para seus experimentos culinários.

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59 Comentário(s)

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Cristina Alves comentou:
28/04/2016
O blog do Rogerio Cerqueira Leite publicou outro artigo teu, professor Bessa: http://rogeriocerqueiraleite.com.br/carta-aberta-a-jair-bolsonaro/
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leonel filietaz comentou:
29/09/2014
Creio no que Marina viu e pode melhorar, so' viu o bem, o que as outras Pessoas de bem viram, transmitiram para o Bem, os Caciques, os Paje's, Moises, e outros Pensadores, tudo tem que ter uma Historia para um começo, e Cada ser Humano tem os ensinamentos de sua etnia, Eu sou um simples e humilde admirador dos indigenas e por isso, aceito a Pajelança de minha Lider Marina Silva, com toda a tranquilidade, um Forte Abraço Raoni... Contato de leonel filietaz
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Patricia comentou:
23/09/2014
O que comentar de mais uma crônica espetacular do professor Bessa? Saudades do tempo em aprendia tanto com ele na UERJ.... Contato de Patricia
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Carlos comentou:
12/09/2014
Às vezes leio essas crônicas. Não sei se são inspiradas por serem rocambolescas ou se são rocambolescas por serem inspiradas. Também não sei se é mais fácil alguém apoiar a Marina por ser porra-louca ou se alguém se torna politicamente porra-louca por apoiar fenômenos como a Marina. Malabarismos, malabarismos!!!... viagens na maionese inclusive... Lindo esse negócio de "rizomático"!... afinal de contas, a disenteria conceitual pós-estruturalista está na moda (como outros frenesis semióticos já estiveram...). Mas, vem cá (com o perdão do Descola -- e da rima má), não faz sentido falar de ontologia naturalista não, para compreender nosso regime simbólico de construção do mundo? Ora, ora, Bessa! Acho que você não enfiaria a teologia judaico-cristã goela abaixo dos Tukano. Então reconheça também que ninguém tem o direito de enfiar a sharia evangélica de bispos de esquina pela goela de um Estado laico regido por uma normatização objetivista. Relativismo cultural faz bem também para os nativos (ainda que pouco relativos) do lado de cá.
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Darci Secchi comentou:
12/09/2014
Amigo, mandou bem, muito bem!. Pena não poder fazer um banner e afixá-lo em cada universidade, rede de comunicação, tribunal, praça, mercado, estação... Duas horas de debatem ambientados por seu texto ofuscariam toda essa pirotecnia da mídia e dos marqueteiros das campanhas. No que respeita às ciências, concordância totoal. Aliás, hoje teremos o Boaventura aqui na UFMT recebendo título honoris causa e lançando livro. Grande abraço Darci Secchi Contato de Darci Secchi
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Eneida Simoes da Fonseca comentou:
10/09/2014
Se todos lessem nas entrelinhas, escreveriam um pouco mais como vc. Parabéns!
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Mary Aurora Cano comentou:
10/09/2014
Un día yo pregunté: / Abuelo, dónde está Dios. / Mi abuelo se puso triste, / y nada me respondió. Mi abuelo murió en los campos, / sin rezo ni confesión. Y lo enterraron los indios, / flauta de caña y tambor. […] Hay un asunto en la tierra / más importante que Dios./ Y es que nadie escupa sangre /pa que otro viva mejor. (Letra de una musica de Atahualpa Yupanqui
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Renato Athias comentou:
10/09/2014
Estou te escrevendo para te dar algumas referências que poderia enriquecer o teu texto com maior precisão. Eu quero te dizer que acho importante essas relações que você faz com a mitologia. Ano passado, eu estava lendo texto do Marcelo Gleiser sobre o universo. Putz ...incrível. Os pelos de meus braços arrepiaram... você nem pode imaginar a alegria que senti quando eu percebi certa semelhança a narrativa da criação... Um cientista muito famoso e eu comparando com uma narrativa que havia escutado do Guilherme em 2004. Aquela, quando a humanidade vai-sendo-criada no "lago de Leite" na mitologia Tukano, na versão dos Oyé Ponã. Quarto clã mais alto na classificação da hierarquia Tukano. Você precisava ver, acho que meus olhos brilharam. Mas falo na Mitologia Tukano (evitando falar em Mitologia do Rio Negro) pois são várias mitos fundadores, várias mitologias. Além disse vamos encontrar versões dentro de cada uma dessas mitologia. É incrível. Eu me sinto tentado a comparar com o Talmude. A versão do Gabriel é uma das que foi bastante discutida na ultima vez que estive em Yauareté, com os Oyé Ponã (ou seja dos Yepá-Masã), sobretudo por que Gabriel viveu muitos anos fora.... E é bastante interessante a história do "Vazio" do antes da criação. O comentário do Guilherme é interessante e um dia eu posso te passar esses comentários. Mas estou te escrevendo para precisar o termo Yepá... é muito antiga essa palavra e existe em praticamente todas as línguas da família linguistica Tukano. No teu texto se confunde um pouco e está sendo associado à Avó do Mundo. Na realidade trata-se de um termo que se refere à "nossa-terra" claro, você pode chamar de nosso planeta, de nosso mundo. Mas o sentido exato é uma territorialidade demarcada dos rios do Alto Rio Negro. Marca uma territorialidade e um conhecimento especifico. Os Yepa-Masá (comumente chamados pelos estudiosos, viajantes por Tukano) mas eles são os Yepá-Masá, ou seja "gente da terra" que não pode ser confundido com o termo "Poterika" (filhos da Região) que é outra classificação social que os povos dessa região conhecem e articulam nos diversos discursos. Reichel-Dolmatoff afirma por exemplo que a palavra Yepá vem do Arawak e que os povos de língua Tukano, pegaram emprestado. O que é importante saber é que a palavra: Yepá, Yeba; Ye'pá... quer dizer "terra" como disse antes ( não é "ditá" que quer dizer solo apenas). E o termo avó, como você parecer indicar no seu texto e como está no Cartaz não é Yepá, não é Yepá. Tanto no Desana quanto no Tukano a palavra "avó" não aparece... mas fica mais bonito dizer "avó", mas esse termo de parentesco não aparece. Interessante que há versões do Avô do Mundo e não da Avó. No texto não aparece nenhuma vez o termo de parentesco avó ou avô... enfim, para finalizar, o termo que o Gabriel fala e que você reproduz Yepá-Bahuári-Mahsô quer dizer Terra-Apareceu-mulher. A mulher que vai fumar um tabaco e da fumaça que sai do tabaco "cria o criador". Na língua Tukano é Yepa-Oãnkke" Esse criador é que vai fazer as coisas que nós temos nesse mundo. A versão é essa e o Feliciano Lana tem uma aquarela lindíssima dessa mulher já representando essa versão mais difundida e mais falada do mito (Desana). Essa aquarela vai sair num livro que eu estou editando....
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Renato Athias comentou:
10/09/2014
Estou te escrevendo para te dar algumas referências que poderia enriquecer o teu texto com maior precisão. Eu quero te dizer que acho importante essas relações que você faz com a mitologia. Ano passado, eu estava lendo texto do Marcelo Gleiser sobre o universo. Putz ...incrível. Os pelos de meus braços arrepiaram... você nem pode imaginar a alegria que senti quando eu percebi certa semelhança a narrativa da criação... Um cientista muito famoso e eu comparando com uma narrativa que havia escutado do Guilherme em 2004. Aquela, quando a humanidade vai-sendo-criada no "lago de Leite" na mitologia Tukano, na versão dos Oyé Ponã. Quarto clã mais alto na classificação da hierarquia Tukano. Você precisava ver, acho que meus olhos brilharam. Mas falo na Mitologia Tukano (evitando falar em Mitologia do Rio Negro) pois são várias mitos fundadores, várias mitologias. Além disse vamos encontrar versões dentro de cada uma dessas mitologia. É incrível. Eu me sinto tentado a comparar com o Talmude. A versão do Gabriel é uma das que foi bastante discutida na ultima vez que estive em Yauareté, com os Oyé Ponã (ou seja dos Yepá-Masã), sobretudo por que Gabriel viveu muitos anos fora.... E é bastante interessante a história do "Vazio" do antes da criação. O comentário do Guilherme é interessante e um dia eu posso te passar esses comentários. Mas estou te escrevendo para precisar o termo Yepá... é muito antiga essa palavra e existe em praticamente todas as línguas da família linguistica Tukano. No teu texto se confunde um pouco e está sendo associado à Avó do Mundo. Na realidade trata-se de um termo que se refere à "nossa-terra" claro, você pode chamar de nosso planeta, de nosso mundo. Mas o sentido exato é uma territorialidade demarcada dos rios do Alto Rio Negro. Marca uma territorialidade e um conhecimento especifico. Os Yepa-Masá (comumente chamados pelos estudiosos, viajantes por Tukano) mas eles são os Yepá-Masá, ou seja "gente da terra" que não pode ser confundido com o termo "Poterika" (filhos da Região) que é outra classificação social que os povos dessa região conhecem e articulam nos diversos discursos. Reichel-Dolmatoff afirma por exemplo que a palavra Yepá vem do Arawak e que os povos de língua Tukano, pegaram emprestado. O que é importante saber é que a palavra: Yepá, Yeba; Ye'pá... quer dizer "terra" como disse antes ( não é "ditá" que quer dizer solo apenas). E o termo avó, como você parecer indicar no seu texto e como está no Cartaz não é Yepá, não é Yepá. Tanto no Desana quanto no Tukano a palavra "avó" não aparece... mas fica mais bonito dizer "avó", mas esse termo de parentesco não aparece. Interessante que há versões do Avô do Mundo e não da Avó. No texto não aparece nenhuma vez o termo de parentesco avó ou avô... enfim, para finalizar, o termo que o Gabriel fala e que você reproduz Yepá-Bahuári-Mahsô quer dizer Terra-Apareceu-mulher. A mulher que vai fumar um tabaco e da fumaça que sai do tabaco "cria o criador". Na língua Tukano é Yepa-Oãnkke" Esse criador é que vai fazer as coisas que nós temos nesse mundo. A versão é essa e o Feliciano Lana tem uma aquarela lindíssima dessa mulher já representando essa versão mais difundida e mais falada do mito (Desana). Essa aquarela vai sair num livro que eu estou editando....
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Maria Aurora Cano comentou:
10/09/2014
Un día yo pregunté: / Abuelo, dónde está Dios. / Mi abuelo se puso triste, / y nada me respondió. Mi abuelo murió en los campos, / sin rezo ni confesión. Y lo enterraron los indios, / lauta de caña y tambor. […] Hay un asunto en la tierra / más importante que Dios./ Y es que nadie escupa sangre /pa que otro viva mejor.
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Diego Vargas (via FB) comentou:
09/09/2014
Como sempre, ótimo texto do José Bessa! Vamos discutir política? Vamos discutir a política indigenista dos candidatos?
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Diego Vargas (via FB) comentou:
09/09/2014
Como sempre, ótimo texto do José Bessa! Vamos discutir política? Vamos discutir a política indigenista dos candidatos?
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Thiago Medaglia (via FB) comentou:
08/09/2014
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Maria Inez do Espírito Santo comentou:
08/09/2014
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Helena Palmiquist (via FB) comentou:
08/09/2014
Vou kibar descaradamente o Rondinelly (quem manda ele não estar aqui para se defender): espero o texto semanal do José Bessa como se espera um sábado.
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Jefferson Hilghert (Blog Amazonia) comentou:
08/09/2014
O livro de gênesis era contado na sinagoga. Trata-se de poesia e não um tratado científico da época.
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Marcos Antonio Lima Monteiro (Blog Amazonia) comentou:
08/09/2014
ALGUNS, POR ACREDITAREM QUE SÃO DOTADOS DE UMA SUPOSTA INTELIGÊNCIA SOMADO A NECESSIDADE INCONTROLÁVEL DE SE PARECEREM 'DIFERENTES' E 'SUPERIORES' AOS DEMAIS, ACHAM 'BONITINHO' E 'MODERNO' SE DECLARAREM ATEUS. POBRES COITAD
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Reinaldo Ferreira Tavares (Blog Amazonia) comentou:
08/09/2014
Sr. autor, não te conheço,e afirmo:Há muito não leio algo tão gramaticalmente bem escrito.E apenas discordo quanto a uma política indigenista que isole culturalmente os indígenas, sou a favor da sua integração à civilização predominante, é o que eles querem e demonstram, ao vestirem calções, chinelos 'Havaianas' e usarem facões de aço. Sem tocar na comercialização que praticam dos recursos naturais sob seu poder.
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Antonio Silva (Blog Amazonia) comentou:
08/09/2014
A ESSA PESSOA QUE ESCREVEU ,, POSSO DIZER QUE ELE PRECISA CONHECER A DEUS O CRIADOR.E APRENDER QUE ELE NÃO É FRUTO DO ACASO.SE ELE FALA QUE CRE NO CRIACIONISMO, PRECISA SE APROXIMAR DE DEUS.INFELIZMENTE, ELE PRECISA REVER A VIDA DELE.UM PENA , TAIS ARTIGO
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Aurelio Michiles(via FB) comentou:
08/09/2014
Noves fora...nem Tukano, nem Novo ou Velho testamento, tampouco Malafaia ou Templo Salomão, hoje preocupa-me essas igrejas que miram um fundamentalismo que emburreceu a sociedade norte-americana, transformaram o sagrado num negócio muito bem negociado. Creio na Verdade e na Imaginação..."este mundo anda errado/ a terra é do Homem/ Não é de Deus e nem do Diabo".
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Aurelio Michiles(via FB) comentou:
08/09/2014
Noves fora...nem Tukano, nem Novo ou Velho testamento, tampouco Malafaia ou Templo Salomão, hoje preocupa-me essas igrejas que miram um fundamentalismo que emburreceu a sociedade norte-americana, transformaram o sagrado num negócio muito bem negociado. Creio na Verdade e na Imaginação..."este mundo anda errado/ a terra é do Homem/ Não é de Deus e nem do Diabo".
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Mauricio Negro(Via FB) comentou:
08/09/2014
Prometi encerrar posts políticos. Mas este texto pertardo de lucidez, de José Ribamar Berra Freire, me fez voltar atrás. Quer saber? Leia, baixa a guarda, reflita e discorde se for capaz. As eleições estão aí.
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Mauricio Negro comentou:
08/09/2014
Que tijolaço, José. Agradeço profundamente pela lucidez inspiradora. Compartilharei com gosto. Meus cumprimentos e admiração. Contato de Mauricio Negro
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Renata Menezes (via FB) comentou:
08/09/2014
José Bessa mais uma vez coloca pingos (poéticos) nos iis. Ronaldo de Almeida, aquilo que discutimos na USP... a religião embaçando o debate político! Artionka Capiberibe, um clamor pela pauta indígena...
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Aroldo Pedrosa Araújo (via FB) comentou:
09/09/2014
Virtuoso, Artionka Capiberibe, esse artigo! Vai para o Navegando na Vanguarda, ora se vai... Ave!
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Artionka Capiberibe (via FB) comentou:
09/09/2014
José Bessa sempre fazendo perfeitas conexões de saberes
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Renata Menezes (via FB) comentou:
08/09/2014
José Bessa mais uma vez coloca pingos (poéticos) nos iis. Ronaldo de Almeida, aquilo que discutimos na USP... a religião embaçando o debate político! Artionka Capiberibe, um clamor pela pauta indígena...
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Ricardo de Campos Leinig (via FB) comentou:
08/09/2014
Especialmente para os fundamentalistas científicos... se é que existe algum que em determinados momentos não recorre ao além científico...
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Ricardo de Campos Leinig (via FB) comentou:
08/09/2014
Especialmente para os fundamentalistas científicos... se é que existe algum que em determinados momentos não recorre ao além científico...
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Leandro Altheman Lopes (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
Que texto excelente! Não é a razão o fundamentalismo que fabrica bombas atômicas? Não é o mito prenhe de sentidos que nos ajuda a enxergar ao outro e a nós mesmos?
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Leandro Altheman Lopes (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
Que texto excelente! Não é a razão o fundamentalismo que fabrica bombas atômicas? Não é o mito prenhe de sentidos que nos ajuda a enxergar ao outro e a nós mesmos?
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Dante Marconi comentou:
07/09/2014
O ROGÉRIO CERQUEIRA LEITE É TUCANO, DESDE QUANDO AINDA ERA UM POUCO MAIS LÚCIDO!!!!!! ISSO FAZ MUITO TEMPO.
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Alberto Santoro comentou:
07/09/2014
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Jose Ribamar Mitoso (via FB) comentou:
07/09/2014
O universo de fato possui uma sinergia que envolve a humanidade. Na sexta-feira, na FIOCRUZ, como parte de um documentário, tive um debate com o Dr. Maximiliano, médico-pesquisador e judeu estudioso das tradições judaicas no mundo. Dialogamos sobre o Deus masculino e a Deusa feminina da tradição do Rio Negro. Conversamos sobre Gabriel Gentil na frente das câmeras e foi muito fraterno e produtivo. Parece que você estava lá, gravou e transcreveu o debate. Todavia, há uma imprecisão na sua informação. Coisa besta: Yepá é criadora do mundo na tradição Aruak, mas foi incorporada na tradição do povo Yepá-Mashã, dito Tukano.Um abraço!
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Paulo José (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
marina te admiro mais que todos estes porcarias que estão ai.
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Jorge Right (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
absolutamente nada contra a religião dela, mas eu com certeza não quero que meu filho aprenda na escola que o ser humano surgiu num passe de mágica, ou que pagar o dízimo é uma coisa boa porque está na bíblia. Respeito quem acredita nisso, mas como governante não.
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Jose Victor Lopes (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
Nada contra religiões e religiosos, mas pessoas muito comprometidas com elas, a meu ver perdem a capacidade crítica e se não bastassem todos os problemas que o país enfrenta ter um governante que acredita em Adão e Eva, para mim é demais. Não dá.
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alexandre guerra comentou:
27/10/2014
Meu amigo você estar com sérios problemas de INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. Contato de alexandre guerra
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Lyz Zyl (Blog da Amazonia) comentou:
07/09/2014
As péssoas devem então mandar um pedido ao Congresso Nacional que crie uma lei que qualquer um que va concorrer a cargos politicos seja ateu e certamente também será a toa, bem ao sabor do que muitos brasileiros gostam. Agora ninguém pode ter religião, filosofia de vida que dai a pessoa é o maior erro do universo... etc
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Claudio Marcelo Lima Cabral (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
Texto interessante, que chama nossa atenção a algumas faces mais esdrúxulas do circo que o cidadão brasileiro é obrigado a passar em cada época de eleição. Li o texto da Folha, e penso que sua crítica ao mesmo orbitou em torno do seu propósito, mas, infelizmente, não atingiu o ponto, o que talvez nem fosse possível. O que realmente assusta e, pelo menos comigo, faz me afastar de pessoas com a ideologia da presidenciável Marina, é que não temos garantia alguma de que suas ações NÃO serão pautadas por suas crenças, que pode ser em deus, Tupã, Odin ou o bule azul cósmico. Interessa em que ela crê? Claro que interessa! Como também interessa se sua opinião e orientações fundamentais passam (como não passar?), por essas crenças, que fazem brotar valores, comportamentos e ações. Não existe escolha social não-política; mesmo pessoal. A sua política TEM que ser influenciada por suas escolhas, pois o contrário não existe. E sim, me preocupa dar meu voto em alguém que crê no criacionismo, que o mundo tem tantos mil anos, etc. Acho mesmo que precisamos de MENOS de Malafaias, Felicianos, Macedos, Waldemiros, RR. Soares e etc. Abraço e Parabéns pelo texto.
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Roberto Moreno Amaro (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
Dr. Freire, você deve ter recebido uma grana da Dilma para escrever estas tolices em seu artigo. Falhas em datas, metido a sabidão, não entende nada da Bíblia e esta a serviço da Dilma Gorda, que esta comprando muita gente, assim como as do seu tipo.De religião você não entende nada. Que Deus tenha dó de sua alma.
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José Sobroza (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
ESTA REPORTAGEM ME REMONTA A UM FATO OCORRIDO COM PASTEUR. ALGUÉM JÁ OUVIU FALAR DESTE CIDADÃO? Fato ocorrido em 1892, verdadeiro e integrante de biografia: Um senhor de 70 anos viajava de trem tendo ao seu lado um jovemuniversitário, que lia o seu livro de ciências. O senhor, por sua vez,lia um livro de capa preta. Foi quando o jovem percebeu que se tratava da Bíblia, e estava aberta no livro de Marcos. Sem muita cerimônia o jovem interrompeu a leitura do velho e perguntou: - O senhor ainda acredita neste livro cheio de fábulas e crendices? - Sim, mas não é um livro de crendices. É a Palavra de Deus . Estou errado? - Mas é claro que está! Creio que o senhor deveria estudar a História Universal. Veria que a Revolução Francesa, ocorrida há mais de 100 anos, mostrou a miopia da religião . Somente pessoas sem cultura ainda crêem que Deus tenha criado o mundo em seis dias. O senhor deveria conhecer um pouco mais sobre o que os nossos cientistas pensam e dizem sobre tudo isso. - É mesmo ? E o que pensam e dizem os nossos cientistas sobre a Bíblia? - Bem, respondeu o universitário, como vou descer na próxima estação, falta-me tempo agora, mas deixe o seu cartão que eu lhe enviarei o material pelo correio com a máxima urgência. O velho então, cuidadosamente, abriu o bolso interno do paletó e deu o seu cartão ao universitário. Quando o jovem leu o que estava escrito, saiu cabisbaixo sentindo-se pior que uma ameba.No cartão estava escrito: Professor Doutor Louis Pasteur, Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Científicas da Universidade Nacional da França..
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Isa Tucci ( Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
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Silvio Mackerly (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
\Pare de falar besteira e pesquise sobre Eduard Albert Meier e descubra sobre a origem da humanidade.
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ALEX PETER PARK (Blog Amazonia) comentou:
07/09/2014
[AVISO: ISSO NÃO É UMA OPINIÃO POLÍTICA] Entendi bem a mensagem que foi passada e concordo completamente com a ESSÊNCIA do texto. Discordo de como a ciência foi criticada. Esta foi definida no texto como se fosse considera fixa, imutável, e independente de qualquer outra forma de conhecimento, e ela é exatamente o oposto. Um texto bem poético, porém repleto de falácias.
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Maria Albuquerque comentou:
07/09/2014
Ariano Suassuna em palestra proferida no TST, em 2012 (https://www.youtube.com/watch?v=8ieVa2tVPac) já dizia sabiamente e com sua verve costumeira: “A ciência é um pouco orgulhosa, porque não sabe criar vida. A história que eles [cientistas] contam é, olhe, repare – Este copo é feito de moléculas, nosso corpo é feito de células. No começo um grupo de moléculas “enlouqueceu” (risos) e virou célula. As células começaram a nadar e se juntar e disseram – esse mundo está muito monótono – vamos virar uma parte macho, outra fêmea, aí foi. Depois nasceu um peixe e tinha nadadeiras. Um grupo bateu as nadadeiras e começou a voar e pssh – virou passarinho. Daí até chegar à Nona Sinfonia de Beethoven... É preciso ter mais fé nisso do que na história de Eva e Adão”. Independente de credo, ou concepção de ciência, concordo com o professor José Bessa em sua análise irrepreensível, quando diz: “O que me interessa é saber o que os candidatos pretendem fazer com o Brasil e, mais especificamente, com as terras e as culturas indígenas – um tópico que não foi ainda abordado por nenhum deles e que é extremamente importante porque as sociedades indígenas constituem um indicador extremamente sensível da natureza da sociedade que com elas interage filha da música].”. Chega de epistemicídio, e principalmente, de genocídio. [Maria, neta do avô do mundo e filha da música
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Marco comentou:
07/09/2014
O texto mostra de forma indubitável como a sabedoria Tukano é infinitamente superior à arrogância de tucanos-petistas. Um brinde à George Nakamura!
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fabio cardias comentou:
07/09/2014
massa, não entendi o P.S., Nakamura?
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Ana Stanislaw comentou:
07/09/2014
Adorei, muito bom Bessa. É colocar os indígenas e seus saberes na pautadas eleições, seria de fato inovador! Isso seria mais inteligente e qualificaria os debates.
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Isabela Frade comentou:
07/09/2014
Isso! E de todos os saberes, há que se tratar de respeitar a vida e todos os seres (míticos ou não) que habitam esse nosso mundo... Marina é a única na preocupação com o futuro de todos. Rios envenenados, mares cheio de lixo, animais e índios famélicos, as cidades explodindo em violência. Há algo de podre no nosso modo de planejar a riqueza e o desenvolvimento. É preciso rever tudo. E com urgência. Contato de Isabela Frade
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Edilene Coffaci de Lima comentou:
07/09/2014
Belíssimo texto. José Bessa me representa.
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Edilene Coffaci de Lima (via FB) comentou:
07/09/2014
Blenda, te respondo com vagar outra hora, provavelmente amanhã por dois motivos: estou em viagem passeando pois amanhã será feriado em Curitiba; o teclado de cel é horrível para escrever mais. De ttodo modo, não me privo agora de notar que do artigo do Bessa vc nada falou e preferiu ater-se a críticas conhecidas por ai onde o 'capetalismo' verde é petista. Lembro-me bastante bem, no final dos anos 90, como Marina foi demonizada por aí ao dizer algumas palavras sobre a pavimentação da br-364. Antes ela era 'contra tudo' e agora 'a favor de tudo'? Maniqueísmo, me parece, retira do mundo sua beleza.
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Blenda Cunha Moura comentou:
07/09/2014
Achei que ele rodeou, rodeou e não disse muito. Queria ver explicar a razão dela ter dividido o Ibama pra facilitar licenciamento ambiental, enquanto ministra do Meio Ambiente, sua ligação com o REED no Acre e participação na reconstrução proposital do PT daqui da imagem do Chico Mendes. Isso fora ter retirado a criminalização da homofobia do seu plano de governo, por uma twitada do Malafaia. Tenho aversão à Dilma, mas não dá pra engolir certas coisas disfarçadas de nova e com pele de cordeiro. O plano de governo dela fala em desenvolvimento sustentável. Devia ter citado que sua solução pra isso é o Capitalismo "verde", que a gente sabe bem como funciona por essas bandas.
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Miryám Hess Guarani Kaiowá comentou:
06/09/2014
Parentes: este texto está maravilhoso para quem tiver o cuidado de ler até o fim !!! Parabéns José Bessa !!! Gratidão !!!
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Alfredo lopes comentou:
06/09/2014
Bessa, maravilha de texto! Rogério é do Conselho Editorial da Folha, o que dá a medida aproximada de um Brasil imperialista, que a visão bandeirante impõe à brasilidade ignota. Genial, Bessa, genial, a leitura inteligente na contramão do viés antropológico/ ideológico que é urgente desconstruir e denunciar. Contato de Alfredo lopes
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Alfredo lopes comentou:
06/09/2014
Bessa, maravilha de texto! Rogério é do Conselho Editorial da Folha, o que dá a medida aproximada de um Brasil imperialista, que a visão bandeirante impõe à brasilidade ignota. Genial, Bessa, genial, a leitura inteligente na contramão do viés antropológico/ ideológico que é urgente desconstruir e denunciar. Contato de Alfredo lopes
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Florencio Almeida Vaz Filho (via FB) comentou:
06/09/2014
Obrigado mais uma vez, José Bessa, pelo texto, um oásis de inteligência neste mar de "ou Deus ou o Diabo". E no caso de cada um com o Diabo estão todos que não estão comigo. Abraços.
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Florêncio Almeida vaz Filho comentou:
06/09/2014
Absusado e sempre com sua fina e certeira ironia, José Bessa se supera de novo e nos brinda com um texto inteligente e crítico. Leitura indispensável para todos que querem ir além deste mar de ou-Deus-ou-o-Diabo (sendo que com os Diabo estão sempre os que não estão comigo). O texto não em defesa de Marina, é em defesa de um pensar livre da fantasia racionalista/cientificista. É em defesa dos indígenas. Obrigado, Bessa, por estes textos cheios de luz e palavras que devems er dita a pessoas que devem ouvi-las. Parabéns.
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