CRÔNICAS

Dona Alvina, a tacacazeira

Em: 23 de Janeiro de 2011 Visualizações: 36400
Dona Alvina, a tacacazeira

A banca de tacacá – me entendam bem – não era apenas um lugar onde se ia tomar tacacá, como pensa o simplório. Era muito mais do que isso. Era um templo, um santuário da fofoca. Isso em Manaus, cinquenta anos atrás, quando se cumpria sempre um ritual: a gente saía de casa ao entardecer levando, às vezes, a própria cuia pintada, made in Monte Alegre (PA). Aí, na banca, entre um gole e outro de tacacá, se falava tanto da vida alheia, mas tanto, que a língua ficava entorpecida e os lábios dormentes. A anestesia era creditada ao jambu, mas sabemos que a boca tremelicava por causa do disse-me-disse.

O freguês ia à banca em busca do mexerico. Sal, pimenta murupi e tititi eram os temperos do tacacá feito com tucupi,  além de goma de mandioca, camarão e jambu. As tacacazeiras, sacerdotisas desse ritual, eram a Nega Vitória, com banca ao lado do Cine Odeon, a Maria Portuguesa em frente ao Guarany, a Preta Idalina na Praça XIV e muitas outras que mereceram algumas páginas antológicas de André Araujo em sua “Introdução à Sociologia da Amazônia” de 1956.

Mas a maior fofoqueira entre todas era - não duvide - dona Alvina, do bairro de Aparecida. Ela não possuía o physique du rôle das tacacazeiras, que em geral eram fartas e generosas de seios e ancas. Dona Alvina, ao contrário, era magrinha, espigada e enxuta, mas sua banca alimentava a freguesia com bom tacacá, banana frita no palitinho, croquete, bolo de mandioca, tapioca e, pra rimar, muita fofoca.

Fofoca – por favor, não me interpretem mal - não era só maledicência. Havia quatro tipos. O primeiro tipo era notícia pura. Nessa época, quase ninguém lia jornais, não havia ainda rádio de pilha, a televisão não chegara a Manaus, fazendo com que a banca de tacacá se tornasse um centro de informações sobre o que acontecia no Amazonas, no Brasil e no mundo. Era o lugar onde você ficava antenado. Foi numa banca de tacacá que fiquei sabendo, em 1954, do suicídio de Getúlio Vargas e da derrota do Brasil para a Hungria, no mundial na Suíça. O arauto foi o Pedro Marceneiro.

Pedro Lambança

Pedro Marceneiro, também conhecido como Pedro Lambança, tinha um rádio Philips, grande, com uma caixa de madeira vistosa fabricada por ele mesmo. Era um rádio, cuja válvula vivia queimando, originando uma recepção fraca, em baixo volume. Pra piorar, o capacitor precário provocava ruído de fundo, um zumbido, um chiado perturbador. Ainda por cima, era um rádio manhoso, só funcionava quando queria. Precisava de umas tapinhas no gabinete pra começar a falar. Era movido a porrada, que nem mulher de malandro.

Numa tarde, Pedro Lambança chegou pálido e esbaforido na banca da Dona Alvina, gritando desesperado:

- “A Hungria eliminou o Brasil por 4x2”.

Parecia que o mundo tinha acabado. Zé Buchinho, energizado com vários tacacás e croquetes que havia encaçapado, anotou os nomes dos autores dos seis gols e com uma cuia na mão, servindo de microfone, irradiou toda a partida, inventando lances geniais, com tanto realismo, que ninguém duvidava de que ele estava numa cabine, à beira do gramado, num estádio em Budapeste. Narrou até a expulsão do Nilton Santos e o "frango" do Castilho. De vez em quando, interrompia para os comerciais: “Casa Tem-Tem,  a casa do pobre e do rico também” ou para permuta publicitária: “Banca da Alvina, onde só tem gente fina”.

Foi na banca de dona Alvina que ficamos sabendo de fofocas federais como o tiro no pé do Carlos Lacerda e logo depois, no final de agosto, o tiro que Getúlio Vargas disparou em seu próprio peito. Quem ouvia rádio, trazia a novidade para a banca, que fervilhava e borbulhava com comentários abalizados.

Mas havia ainda um segundo tipo, a fofoca municipal: eventos locais que, embora reais, jamais seriam noticiados pela rádio e que tinham guarida na banca de tacacá, como foi o caso da tentativa de suicídio do Sansão.

Se não me falha a memória, Sansão morava na Matinha. Era um cara pintoso, topete de Elvis Presley, dirigia um jipe vermelho e namorava a Mariona do Beco da Escola, num agarramento escandaloso que não escapou aos olhos observadores de dona Alvina. Num belo dia, ele perdeu sua Dalila para um bancário do Beco da Bosta. Desconsolado, conseguiu com o Américo Loureiro uma porção de carbureto dizendo que era para soldar metais, e ingeriu, segundo uns, ou fingiu ingerir, segundo outros, o ácido abrasivo, lambuzando com ele a boca, que ficou toda branca. Por via das dúvidas e por outra via, deram-lhe uma lavagem estomacal e pespegaram-lhe o apelido de Carbureto, que ostenta até hoje.

O terceiro tipo de fofoca eram os inventos, como o amor do Petel pela sua cunhada Leonor, cantado em prosa e verso na banca da dona Alvina. A imaginação dos vizinhos que gostavam de murmúrios, futricas, mexericos, inventou esse amor, que se existia, era platônico. Petel jamais colocaria chifres no próprio irmão, embora na banca de tacacá houvesse quem espalhasse o contrário, dizendo que ele brechava a Leonor no banheiro, de uso comum, com paredes de ripa, que ficava no quintal.

Templo da fofoca

O quarto tipo de fofoca, mais sofisticado, no qual dona Alvina se tornara especialista, era algo inédito. Deixava de lado eventos (o acontecido) e inventos (o não-acontecido, o boato, o rumor). Seu foco central era sobre aquilo que COM CERTEZA ainda IRIA acontecer. 

Num furo de reportagem, Alvina profetizou, com seis meses de antecedência, que a Terezona ia engravidar e que o pai seria um padre. Isso mesmo, um padre, que puxava as novenas nas terças-feiras na igreja de Aparecida. Não deu outra. Alvina foi a maior repórter da Paróquia. Apurava bem, fazia entrevistas, checava os dados, mas sobretudo sabia analisá-los e fazer previsões.

É que dona Alvina parecia ter um telescópio, que podia olhar em curva. Lá da sua banca, por exemplo, ela via o Geraldão, o rei das caboquinhas, com sua farda de oficial do CPOR, acochando as meninas, escondido num escurinho detrás da igreja. Alvina sabia de tudo e não guardava segredos: as cartas perfumadas, os encontros furtivos, as lágrimas no travesseiro, os poemas de amor de JG de Araújo Jorge, os boleros de Anísio Silva e os suspiros das caboquinhas apaixonadas pelo Geraldão e sua farda.

A fofoca de dona Alvina, se fosse hoje, seria certificada com o ISO 9001:2008, um modelo de garantia para satisfação do freguês. Atestado de virgindade assinado por ela valia mais do que qualquer exame ginecológico. Ela não passava nada adiante sem antes conferir a origem, cuidava da vida alheia com senso profissional e seriedade. Sua forma de transmissão não era apenas verbal, mas gestual: olhares expressivos, cutucões, cotoveladas, beiço esticado, nariz franzido, que temperavam e enriqueciam a informação.Por isso, sua banca, na esquina da Alexandre Amorim com a Xavier de Mendonça, era frequentada por gente ilustre. O pintor Moacir Andrade e o poeta Luiz Bacelar, quando abriam a porta de suas respectivas casas, davam de frente com ela e não resistiam a um dedo de prosa. Migraram depois para o Tacacá da Dona Maria, na Ramos Ferreira, frente à Academia de Letras, onde Berinho, o eterno Secretário de Cultura, leva os gringos para tomar o Take Khak’ka, a soup common to Nothern Brazil”.

Tacacá era tucupi, jambu, goma, muita pimenta, fofoca e, raras vezes, diarreia. O resto é prosopopeia. Hoje se toma bom tacacá em Manaus, inclusive em shoppings: Tio João na Darcy Vargas, Gisela na Praça São Sebastião, Adalgiza na Praça da Polícia, Hilda e Tia Socorro no centro e até o japonês Ishiba no Eldorado.

Eis o que eu queria dizer: deviam levar dona Alvina para a região serrana do Rio, onde morreram  mais de 800 pessoas. Ela seria mais eficaz que radares planejados para prevenir desastres ambientais que não foram sequer instalados. Por outro lado, não funcionou o sistema meteorológico de Petrópolis para medir o nível dos rios, a umidade do ar, a velocidade dos ventos e a quantidade de chuvas, já que 19 estações foram desativadas, porque a burocracia não chegou a um acordo sobre quem devia operá-las.Quanta falta faz dona Alvina com sua previsões!

Conservamos o bom tacacá, mas perdemos o templo da fofoca, até mesmo no Amazonas. O eleitor que votou no Amazonino Mendes (PTB,vixe, vixe), por exemplo, não usou a sabedoria da dona Alvina para prever a merda que ia dar sua gestão na prefeitura. Eis o que eu queria dizer: tenho saudades da dona Alvina e, especialmente, de seu croquete conhecido como "espera-me no céu".

 

 

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29 Comentário(s)

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aninha comentou:
06/04/2011
Sr. Ribamar! (Baba, para os intimos) Ja pensou em escrever sobre a Confeitaria Avenida, com seus biscoitos de chocolate de receita propria,seus deliciosos caramujos (hummmmm!),bombas de creme e chocolate, bolo rei e panetones da casa, na pascoa e no natal,etc. Sem comentar que era ponto de encontro de amigos e de muiiiiiiiita fofoca. Acho que daria uma boa cronica, mas que so voce saberia como tempera-la. Ate mais ver.
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aninha comentou:
06/04/2011
To achando que quanto mais pimenta voce acrescentasse ao take kah kah ( fica sem gosto em qualquer outro idioma!), mais quente ficava a fofoca. Eu era crianca, e delirava de prazer quando minha mae me levava ao centro da cidade para as compras, isso significava tacaca da D. Vitoria, aquela senhora negra, gordinha, simpatississima, gentil , delicada, que atendia a todos, (fila, neguinho), com atencao. Eu tomava tacaca , ja de olho em arrematar o lanche com o vatapa e maionese tao especiais, que
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Ulisses Da Selva comentou:
29/01/2011
E por falar em porto nas lages e outras sacanagens, ja' imaginou aquele monte de navios esperando para carregar e descarregar no dito porto? Po e nao tem um politico decente que va' contra isso. Quando e' para arranjar solucoes criativas para encher os seus bolsos e os da canalhada que se locupleta dos recusos do povo ai' ele arranjam. Jogada com licitacao entao....! E esse tal de gigante...nao passa de um grande monte de merda!
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Rita D,`Antona comentou:
27/01/2011
Prof. BABA' - Faltou falar no Tacaca' da Pa'tria, da Praca dos Remedios, onde se reuniam, Arabes,Judeus e Palestinos sem nenhum conflito.
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Santoro comentou:
27/01/2011
Carissimo Bessa, Tua cronica está absolutamente genial. Fiquei até com saudades da nossa terra. Eu costumava tomar tacacá na banca da D. Raimunda. Se não me engano era na Getulio Vargas. Tenho frequentemente uma mistura de saudade com tristeza. Mas a verdade é que me tornei uma "espécie" estranha: está mal e está bem em todos os lugares. Uma espécie de apátrida engajado pela humanidade. Não importa onde.
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André Ricardo comentou:
26/01/2011
Peralá! A culpa não era da especulação imobiliária e do lucro "the flash"???
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Ana comentou:
26/01/2011
Muito boa! Se soubesse dessas dicas antes, teria experimentado tacacá. Obrigada por me fazer sorrir.
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Almir Barros Carlos (Blog Sarafa) comentou:
25/01/2011
Passou um filme na minha cabeça. Dei rédeas a imaginação e, por alguns minutos, revivi minha pacata e brejeira Manaus . Que saudades!O tal do Negão ajudou a destruir tudo isso!
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Nane comentou:
24/01/2011
Demais! Passei minha adolescencia em Aparecida. Não lembro se vc já escreveu alguma coisa sobre o fominha de papagaio "Melado", meu primo, que esfolava os pés e o nariz correndo de cara pra cima na Xavier de Mendonça.
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Bosco comentou:
24/01/2011
PO BABA, ESSA CRONICA FOI LA DO TEU BAU. DUCARALHO MESMO. VOU ENVIAR PRA MAGA NO RIO E DORA EM FOZ, COM CERTEZA ELAS VAO SE ESPOCAR DE RIR. PENA QUE A PARE E HELP SAO EXCLUIDAS DE INFORMATICA
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comentou:
24/01/2011
É ISSO MESMO, COROINHA, ´HOJE É DIA DE SABOREAR O TACACÁ DA ALVINA COM GOMA E TUCUPI
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Coroinha comentou:
24/01/2011
Sr. Cesar Wander, beleza, sério mesmo, também penso o mesmo do Deputado da ala lit & birinayt do PT e da importantíssima agenda que é a questão desse maravilhoso bem da humanidade... mas, dá só um tempinho e deixa a gente terminar de degustar nosso tacacá, tá bom? aí a gente pede ao Ribarar Bessa pra ele descer o porrete no tema que ele vai fazer com certeza. Senão o tucupi azeda...
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César Wander comentou:
23/01/2011
E naquele negócio de destombar o Encontro das Águas, eis que o gigante da Zona Leste, o deputado Sinésio Campos (que é PT, mas nunca foi) é ferrenho defensor do destombamento. Será que ele tá interessado em contruir uma filial do hotel que o irmão tem em Santarém aqui pela beirada do rio Negro pra receber os executivos da Lage?
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Cláudia comentou:
23/01/2011
Sabe Bessa,me vi menina,quando mamãe me levava prá tomar tacacá na dona Hilda, que ficava nas imediações da Glacial na Getúlio Vargas... Quanta conversa,história,lembranças.... Valeu...
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Djwery comentou:
23/01/2011
Eu quero degustar o “Take Khak’ka, a soup common to Nothern Brazil”. Onde encontro Robério? No guia Manaus?
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Cecília comentou:
23/01/2011
Bessa, deliciosa, como sempre, sua crônica! Peça indispensável em um provável futuro Registro do Tacacá como Patrimônio Cultural Brasileiro. O único senão é que pôs por terra minha pretensão de tomar o tacacá sem goma...
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VANIA NOVOA TADROS comentou:
23/01/2011
TACACAZEIRA COM NOME DE GISELA NÃO COMBINA? JAPONÊS FAZENDO TACACÁ?E UM SACRILÉGIO. TACACAZEIRA CALADA SEM CONTAR ESTÓRIAS PARA OS CLIENTES DÁ DOR NO ESTÔMAGO. TACACAZEIRA TEM QUE TER NOME FORTE E ANTIGO: VITÓRIA, HILDA, ALVINA, MARIA. ELAS TEM QUE SABER MANUZEAR A CONCHA FAZENDO AQUELE REMELECHO QUE NÃO DEIXA CAIR A GOMA NA MESA. BABÁ, TU TENS QUE FAZER UM CONGRESSO COM A TACACAZEIRAS DO NORTE PARA CRIAR A ´" O CÓDIGO DE ÉTICA DO TACACÁ", TENS QUE CONVIDAR AQUELA DO AMAPÁ QUE COLOCOU O PÚBLIO N
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Vânia Novoa Tadros (D) comentou:
23/01/2011
ESSA ESTÁ PERFEITA VÂNIA CYRINO.DONA ALVINA NÃO FALAVA SÓ COM OS LÁBIOS TBÉM COM GESTOS. A SERIEDADE COMO FAZIA APESQUISA ANTES DE CONTÁ-LA TUDO DEM DEIXAR DE SERVIR SEU TACACÁ. ESSE NEGÓCIO DE CHAMAR TACACÁ DE SOPA É UM PECADO. SOPA TOMA-SE EM PRATO, TIGELAS, CANECAS DE PORCELANA, PLÁSTICO, VIDRO. TACACÁ SÓ EM CUIA, QUANDO APRESENTAREM O TACACÁ MANDE PROVAR. ELE É INDESCRITÍVEL.
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Giane comentou:
23/01/2011
Já fui melhor leitora de autores brasileiros, quando podia me dar ao luxo de ler Fernando Sabino, Drumond, Rosa, José Lins do Rêgo etc. Também ando desinformada ultimamente sobre novos escritores... mas faz tempo que não leio crônicas temperadas pelo tacacá, jambu, tucipi de tamanha qualidade... é possível que dona Alvina tenha feito um cochicho, uma previsão no ouvido de alguém sobre esse cronista... valeu Bessa... vc tá arrebentando a boca do balão...
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Vania comentou:
23/01/2011
Babá foi demais..... Sua memória é fascinante...Só vc retrata a nossa Aparecida e a Manaus gostosa que vivemos..
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Cyrino (1) comentou:
23/01/2011
Maravilha, Babá, muito legal a crônica... ela mostra como o humor é a coisa mais séria que há, mais pedagógica do que qualquer método sisudo e chato. 2. Olha como o tacacá é uma coisa séria, como demonstraste, essa aconteceu de fato com o Públio Caio, meu irmão, numa viagem que ele fez ao Amapá. 3. O TACACÁ DO AMAPÁ: O Públio foi à banca de tacacá mais famosa de Macapá e pediu uma cuia grande, mas sem goma. A tacacazeira, de cima da sua autoridade incontestável disse: sem goma não vendo.
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Cyrino (2) comentou:
23/01/2011
Ele: mas eu não gosto de goma senhora, me dê sem goma. Ela, lacônica: já disse, sem goma não vendo. Ele já salivando (de vontade e de irritação): tá bom, mas eu pago o mesmo preço. Ela parou o atendimento e sentenciou (sem direito a recursos): Pela última vez, senhor, o tacacá só é tacacá com goma, sem goma é tucupi e eu não vendo e acabou. O próximo. O Públio optou por perder a refrega e tomou o tacacá sem adulteração. Tacacá é coisa séria, como mostrou tua bela crônica.
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miriam marreiro malina comentou:
23/01/2011
..."take khakka a soup cammon to nothern brazil" foi demais prá minha bexiga... me mijei todinha! - tú tá demais, babá querido!!!
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Cyrino comentou:
23/01/2011
O TACACÁ DO AMAPÁ: O Público foi à banca de tacacá mais famosa de Macapá e pediu uma cuia grande, mas sem goma. A tacacazeira, de cima da sua autoridade incontestável disse: sem goma não vendo. Ele: mas eu não gosto de goma senhora, me dê sem goma. Ela, lacônica: já disse, sem goma não vendo. Ele já salivando (de vontade e de irritação): tá bom, mas eu pago o mesmo preço. Ela parou o atendimento e sentenciou (sem direito a recursos): Pela última vez, senhor, o tacacá só é tacacá com goma, sem go
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Cyrino comentou:
23/01/2011
1. Maravilha, Babá, muito legal a crônica... ela mostra como o humor é a coisa mais séria que há, mais pedagógica do que qualquer método sisudo e chato... 2. Olha como o tacacá é uma coisa séria, como demonstraste, essa aconteceu de fato com o Públio Caio, meu irmão, numa viagem que ele fez ao Amapá.
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Andreas comentou:
22/01/2011
Que beleza, Bessa! Tu és e sempre serás o grande cronista de Manaus. Saudades do tacacá. Só conheci o da Ramos Ferreira e aquele em frente ao Hotel Imperial do Shan que morreu. Fiz um folder para ele, nos idos de 80 e ele exigiu que colocasse ali "Under eficient Indian administration". Figura.
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Vânia Novoa Tadros (C) comentou:
22/01/2011
BESSA O EQUIPAMENTO EFICAZ PARA SE FAZER BOAS PREVISÕES É O TELESCÓPIO QUE PODE OLHAR EM CURVA. É ESSE QUE TEMOS QUE SUGERIR PARA O SISTEMA METEOROLÓGICO DE PETRÓPOLIS, SENÃO PARA O ANO VAI DAR M OUTRA VEZ
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Vânia Novoa Tadros (B) comentou:
22/01/2011
BESSA,TEM UM CARA AQUI DO MEU LADO CUJO O NOME EU NÃO POSSO FALAR PQ ELE É "DISCRETO E TEM RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS" QUE ESTÁ SE ESBALDADO DE RIR DO" TAKE KHAKKA A SOUP COMMON TO NOTHERN BRSIL"
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VANIA NOVOA TADROS comentou:
22/01/2011
BABÁ, TU NÃO PRESTAS!!! ESTOU MORRENDO DE RIR ATÉ DA FALTA DE PREVISÃO DO GOVERNO DO MEU QUERIDO AMAZONINO. EU NUNCA PENSEI QUE O COITADINHO FOSSE ADOECER. TÁ VENDO O QUE ACONTECEU. EU IA TOMAR TACACÁ NA DONA HILDA E NA DONA MARIA. PRONTO, NÃO APRENDI A FAZER PREVISÕES COM A DONA ALVINA. LASQUEI-.ME
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