CRÔNICAS

Namblá: desenhando com o próprio sangue

Em: 07 de Janeiro de 2018 Visualizações: 64734
Namblá: desenhando com o próprio sangue

    “... meu ódio é o melhor de mim / Com ele me salvo /  e dou aos poucos

uma esperança mínima”. (Carlos Drummond – A flor e a náusea)

- Faça um desenho mostrando como são tratados, hoje, os índios no Brasil, imaginando que daqui a 400 anos um historiador o encontrará num arquivo junto com outros documentos que atravessaram o tempo.  

Dei essa tarefa, em outubro de 2013, aos alunos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre eles, Marcondes Namblá, professor Laklãnõ/Xokleng da Terra Indígena Alto Vale do Itajaí. Ninguém podia imaginar que, quatro anos depois, o desenho seria feito com sua própria vida, isto é, com sua morte. Ele foi assassinado a pauladas, com o crânio fraturado, neste primeiro de janeiro. Tinha 38 anos, cinco filhos, um sorriso doce e cativante de menino e deixa na orfandade as crianças da escola indígena onde ensinava.

O suspeito do crime Gilmar Cesar de Lima, 22 anos, residente em Gaspar (SC), com várias passagens pela polícia, teve prisão preventiva decretada. Segundo o delegado Douglas, a polícia o identificou através das câmeras de monitoramento que flagraram o momento do crime cometido com um porrete. Testemunhas revelam que “Gilmar falou a pessoas que passavam na rua que o indígena teria ‘mexido’ com o cachorro dele”. O caso, para a polícia, se encerra quando o foragido for preso. Para nós, não.

- “A violência contra os povos indígenas é sistemática, diária, individual e coletiva” – denuncia o Núcleo de Estudos dos Povos Indígenas (NEPI) da UFSC, o que é confirmado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em nota na qual denuncia “a onda de intolerância racista contra indígenas no litoral de Santa Catarina, estimulada pelas autoridades municipais que não aceitam o fato de os indígenas frequentarem as praias”.  

Efetivamente, agressões, humilhações e discriminação acontecem com muita frequência, inclusive contra crianças, mas só são registradas em caso de morte. Há dois anos, o Brasil acompanhou, estarrecido, o enterro no dia 1º de janeiro de Vítor, bebé kaingang de dois anos, degolado por um jovem de 23 anos na rodoviária de Imbituba (SC) diante da própria mãe. As agressões aumentam, ironicamente, nas festas de Natal, quando muitos índios saem de suas aldeias para vender artesanato aos turistas, ou no caso de Namblá, para vender picolé numa praia em Penha.

Brinquedos e brincadeiras

Por que alguém, pertencente à espécie humana, age como uma besta-fera e mata um semelhante que esboça gesto de carinho a um cachorro? O que ele ganha com isso? Em qual escola estudou? Quem colocou merda nesse cérebro criminoso? Por que ceifou a vida de um pesquisador promissor que em novembro último impressionou o público do III Seminário Crianças e Infâncias Indígenas com a apresentação dos resultados de sua pesquisa? Na ocasião, Namblá revelou à antropóloga Antonella Tassinari seus planos de ingressar no mestrado para continuar investigando a infância indígena.

Esse foi o tema de sua monografia de conclusão de curso em abril de 2015. Ele pesquisou a prática dos banhos nos rios, mostrando como a construção da Barragem Norte transformou o cotidiano das crianças Laklãnõ e prejudicou as brincadeiras infantis que usavam vocabulários específicos na língua nativa e começam a cair no esquecimento. Preocupado com o destino da língua materna, Namblá estava atento para a circulação de saberes tradicionais e as dimensões identitárias configuradas pelo território. “Ele nos cativou com seu sorriso, entusiasmo e criatividade” - escreveu Antonella.

Os depoimentos de professores e colegas ressaltam a jovialidade e o entusiasmo de Namblá pela vida. Ele era dono de uma “alegria contagiante que nos passava com sua viola e cantorias de sempre na UFSC” nas palavras enlutadas de sua colega, a guarani Kerexu Yxapyry. Ele cantava e encantava.

Guardo dele saudosas lembranças. Depois que ministrei dois módulos para sua turma, continuamos a manter contato permanente, com troca de mensagens pelo facebook. Numa delas, em 18/01/2014, ele escreveu:

- Olá professor. Quero ampliar a minha pesquisa sobre a infância. Na conversa em Foz do Iguaçu vc me falou de um autor que fala disso, gostaria de saber o nome dele.

- Acho que foi o Walter Benjamin – eu respondi

- Ah, é esse mesmo.

Dois dias depois lhe enviei cópias do “História Cultural do Brinquedo” e “Brinquedo e brincadeira - Observações sobre uma obra monumental”, ambos de Benjamin. Já em 2015, Namblá comentou a resenha que lhe enviei do livro "A hora das crianças. Narrativas radiofônicas de Walter Benjamin" organizada por Rita Ribes.

Continuamos em contato até há alguns meses quando ele escreveu: (07/03/2017):

- Olá, professor! Td bm? Sabe eu to de saída, mas logo que vi vc conectado, lembrei que podes me ajudar, se puder, é claro. To precisando que vc me envie artigos científicos sobre metodologia de ensino de língua portuguesa literatura.

Respondi:

- Oi Namblá, veja (leonorwerneck.wixsite.com) lá você vai encontrar o que te interessa. Acho que vale a pena consultar também a revista “Linha D’Água” da APPL – Associação dos Professores de Língua e Literatura. Também o artigo “Na sala de Aula” de Antônio Cândido.

- Valeu. Vou pesquisar o site sim. Muito obrigado

O desenho

Esse é Marcondes Namblá, assassinado não só por um indivíduo, que foi apenas um instrumento, mas pela sociedade que o armou com o canhão do preconceito. Ele e seus 35 colegas de turma, Laklano, Guarani e Kaingang, além da dolorosa experiência pessoal, conheceram a trajetória histórica da violência. Na disciplina Análise e interpretação de textos que ministrei na Licenciatura das Linguagens, em Florianópolis, todos leram trechos da “Nova Crônica e Bom Governo” do índio andino Felipe Guamán Poma de Ayala (1526-1615), ilustrada com 398 desenhos encontrados na Biblioteca Real da Dinamarca só em 1908.

Foi aí que cada aluno escolheu um desenho para comentar sua atualidade. São imagens fortes do período colonial, de caráter narrativo, que relatam os métodos violentos usados pelos conquistadores, num deles está a imagem do avô do autor, Guamán Chaua, que foi queimado vivo por Pizarro. O desenho de Poma de Ayala selecionado por Namblá foi aquele em que violência física era cometida contra crianças indígenas chicoteadas pelo mestre-escola.

Marcondes Namblá escreveu comentário para avaliação da disciplina, que depois leu no Colóquio sobre Poma de Ayala em Foz do Iguaçu, em outubro de 2014, numa mesa com a participação dos Guarani Joana Mongeló e Teodoro Alves, e dos professores da UNILA Clóvis Brighenti, Giane Lessa e Mário Ramão Villaba.  Em sua homenagem, reproduzo aqui trechos do seu texto:

“A imagem que escolhi retrata os abusos das autoridades políticas e religiosas.  Mas o que eu gostaria de deixar para a posteridade é que a entrada da igreja dentro das terras indígenas sem dúvida é a pior e mais eficiente arma utilizada pelos colonizadores europeus para dominar os povos indígenas brasileiros.

“Sobre o autor, foi a primeira vez que conheci o trabalho através do professor José Bessa, durante uma etapa do curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica – UFSC. É impressionante ler um texto de 500 anos atrás e saber como e o que aconteceu naqueles anos. Podemos descobrir as atrocidades que os espanhóis cometeram com os Incas no Peru. O desenho é interessante, pois ele consegue transmitir com muita precisão o que ele testemunhou durante a sua vivência.

“Outra mensagem que o desenho nos transmite enquanto indígenas é que a cultura oral é muito importante, mas no mundo atual, o registro escrito de tudo o que acontece no dia-a-dia da comunidade, os rituais, a musicalidade, a culinária, os medicamentos tradicionais, o movimento e a luta pela conquista dos nossos direitos é fundamental, para que as gerações posteriores possam conhecer. Por isso defendo o ingresso dos indígenas nas universidades, sabendo que a formação acadêmica pode contribuir para concretizar esse processo”.

Quando seu colega guarani Eduardo Kuaray morreu, em novembro de 2014, escrevi que a morte de um aluno jovem é, para o professor que a ele sobrevive, como a morte de um filho: uma inversão, uma cilada do destino, da história. Assim como existe pai órfão de seu filho, existe professor órfão de seu aluno. Já sinto saudades da troca de mensagens com Namblá. O coração, repleto de vergonha pelo Brasil no qual vivemos, revela a impotência de dar um basta num crime que se arrasta por cinco séculos.

Só nos resta a esperança de que o desenho com sangue de Namblá contribua para combater a intolerância e chegue ao séc. XXV, quando quem será julgado por esses crime não será um pobre infeliz, mas a sociedade que o armou. Com dor, mas com indignação e com a raiva de Drummond.

P.S. – Na terça-feira, 9 de janeiro, às 9 hrs da manhã, o Curso de Licenciatura da UFSC realiza um ato em homenagem a Marcondes Namblá. Agradeço as informações recentes e as fotos postadas por Marina Oliveira, Clóvis Brighenti, Antonella Tassinara e Kerexu Yxapyry. 

EDUARDO KUARAY GUARANI; SEU ÚLTIMO DIA DE TRABALHO - http://www.taquiprati.com.br/cronica/1114-eduardo-kuaray-guarani-seu-ultimo-trabalho

 

 

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38 Comentário(s)

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Giane Lessa comentou:
02/05/2018
Bessa, fiquei muito mal com esta notícia. Não consegui escrever antes. Sem palavras.. é tudo muito estarrecedor, até mesmo o "instrumento" que na verdade é isso mesmo, um instrumento.. e.. e.. pues nada.. ya lo sabemos.. Linda, sensível e triste crônica..
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Roberto Schubert (via FB) comentou:
12/01/2018
Uma matéria da jornalista Raquel Wandelli dá conta da prisão do assassino: "LIDERANÇAS XOKLENG AFIRMAM QUE A PRISÃO DO ASSASSINO DO EDUCADOR NÃO ENCERRA O CASO E QUE A VERSÃO DA POLÍCIA COMO CRIME COMUM POR “MOTIVO FÚTIL” REVOLTA A COMUNIDADE INDÍGENA. As aldeias da reserva de José Boiteux estão recebendo a notícia da prisão do assassino do juiz da Terra Indígena Xokleng Laklãnõ, Marcondes Namblá, num misto de dor, alívio e indignação. Passados 12 dias do assassinato, a Polícia Civil prendeu hoje (12/1), às 8h30min, Gilmar César de Lima, identificado pelas câmeras de vigilância como autor do espancamento que levou à morte cerebral Marcondes Namblá, Gilmar, 23 anos foi detido e algemado na casa de familiares em Gaspar, no Vale do Itajái, de onde era natural, oito dias após ter sido expedido o seu mandado de prisão (4/1), o segundo contra ele que já tinha cometido um crime anterior de tentativa de homicídio qualificado.
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Moises Constancio (via FB) comentou:
10/01/2018
o jeito é não sair da aldeia, parece q aqui fora só tem animais, onde deveria ter pessoas civilizadas!
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Michel Laurence (via FB) comentou:
10/01/2018
Meu Deus eu comecei o ano empolgado mais tolerante me esforçando pra não ser chato pois tava muito feliz mas vendo éssa imagem me deu muita vontade de chorar os meus olhos até marejaram , agora é 1 da madrugada tou aqui na guarita do prédio onde trabalho e tenho que ser forte pra não chorar profundamente até porque os moradores estão chegando , é muita covardia matar um ser que ajuda as pessoas que teve tantas dificuldades pra ser o que foi , nada justifica esse monstro fazer isso.
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Marina (via FB) comentou:
09/01/2018
Um ato ecumênico na manhã desta terça-feira na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) homenageou o ex-aluno e professor Marcondes Namblá, Familiares, amigos, colegas e professores exigem justiça. Orientadora de Marcondes na Licenciatura, Antonella Tessinari lembrou que, pouco antes do Natal, ele entrou em contato para buscar referências bibliográficas para fazer seu projeto de mestrado. Ao final do evento, a orientadora fez uma homenagem em que lembrou dos tempos de sala de aula com os alunos: por três vezes chamou o nome Marcondes Namblá. A cada chamada, os cerca de 120 presentes respondiam:— Presente. Novo ato está previsto para esta quarta-feira. Alunos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, da UFSC, estão mobilizados na organização de um ato cerimonial e um protesto ao assassinato de Marcondes. A manifestação serrá às 14h, no local onde o indígena foi morto (Avenida Eugênio Krause).
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Ivan Gomes comentou:
08/01/2018
Mais um Professor morto por "Analfabetos "!!!!...
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Brígida Kaiowá Seabra (via FB) comentou:
08/01/2018
O exemplo de impunidade aos golpistas, animou os nazifascistas que transformam suas frustrações em ódio, intolerância e violência contra a humanidade e contra à liberdade. Lamentável o ocorrido com o nosso irmão indígena! Sigamos resistindo, denunciando e enfrentando!
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Rita Lustosa (via FB) comentou:
08/01/2018
Que tristeza, o extermínio de indígenas existe desde sempre. Os espanhóis qdo invadiram a América Latina, no séc IXX, acabaram com os incas, Maias , Astecas ...; os q não morriam assassinados, sucumbiam ao trabalho escravo nas minas de prata, uma vergonha pensar que dentro da mesma raça haja essa postura de superioridade de muitos contra seus semelhantes, q não reconhecem como tal e humilham, escravizam, matam...????
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María Stella González de Pérez comentou:
07/01/2018
¿Por qué nuestras sociedades mestizas, con sangre y ancestros indígenas odian y menosprecian a los indígenas? La historia tergiversada que se ha enseñado oficialmente en nuestros países tiene mucho que ver. Urge desaprender lo aprendido y presionar para que nuestros Ministerios de Educación se responsabilicen de la enseñanza de una historia más objetiva, en donde se dignifique a los grupos humanos nativos de América. El desconocimiento de sus valores culturales, de su historia y de su pensamiento hace que la sociedad hegemónica tenga comportamientos equivocados, feroces y lamentables. Mi sentido pésame, José, por el asesinato de su alumno.
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Fernando Soares Campos (via FB)_ comentou:
07/01/2018
Publicado no jornal PRAVDA em portugues. http://port.pravda.ru/cplp/brasil/07-01-2018/44746-marcondes_nambla-0/
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Ligia Aquino comentou:
07/01/2018
como disse, a tristeza e a vergonha nos tomam e o que nos salva é o ódio que nos dá força para lutar.
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Maria Augusta Gomes Pereira comentou:
07/01/2018
Índios, homossexuais, mulheres. Quanta valentia ou melhor quanta covardia. Geralmente isto é feito por um bando de idiotas covardes que se unem e se sentem " machos" fortes e valentes. Porque não vão para Brasília atacar a quadrilha que usurpou o poder? Porque têm o mesmo DNA doente, perverso!
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Maria Da Gloria Ramos (via FB) comentou:
07/01/2018
Escola?Nenhuma escola ensina matar,a pergunta é certa é: Qual família ele nasceu? Será que foi amado e educado para amar?Mas isso tem a ver com poder, dinheiro, ganância e tudo de ruim que ronda nosso País.
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Claudinei Alves (FB) comentou:
07/01/2018
Lamentável,um grande sábio assassinado como animal.Chocante!????????
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Zora Motta comentou:
07/01/2018
ATÉ QUANDO!?? INDIGNAI-VOS, É NOSSO IRMÃO!!
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Susana Grillo comentou:
07/01/2018
Bessa, a dor pelo que aconteceu com o prof, Marcondes, não acaba, permanece enquanto sabemos que o racismo e a violência são estruturais em nossa relações sociais com os povos indigenas, os pobres, os negros, os quilombolas. Tanta vida interrompida tanto projeto para nos ensinar sobre as alegrias e dores das diversidade, tanta alegria de viver revertida... que a morte de Marcondes Nambla continue nos ferindo, nos indignando, movendo esforços de professores e de crianças órfãs ....
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Dodora Bessa comentou:
07/01/2018
Babá ao ler tua crônica me deu uma tristeza....e ao mesmo tempo uma forte indignação! Imagino como estás te sentindo. Por outro lado, entendo que ao escrever sobre o acontecimento, da forma como fazes, além de prestar uma merecida homenagem ao Namblá e solidariedade à sua comunidade, estás contribuindo para despertar (ou fortalecer) a consciência do leitor para a questão do preconceito e da intolerância...Não deixa também de ter um valor preciosissimo para a posteridade, enquanto registro de um acontecimento tão significativo. por envolver um líder muito especial para a história dos povos indígenas no Brasil.
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Ana Silva comentou:
07/01/2018
Bessa, texto muito sensível. Lamentavelmente, os bandeirantes ainda matam indígenas no Brasil. Até quando?
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MARCIA PARAQUETT comentou:
07/01/2018
Acabo de ler a crônica e sinto um golpe no estômago. Não fui professora dele, mas é como se tivesse sido. La se vai um jovem que estava melhorando o Brasil e ficam outros jovens e velhos que só fazem merda. Até quando?
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Hans Alfred Trein comentou:
07/01/2018
Caro Bessa e demais amigos e amigas dos povos indígenas, mais uma inflamação aguda de uma enfermidade étnico-social crônica em nosso país. Fico pensando, quantos Galdinos, e Marcondes mais ainda serão vítimas de indivíduos armados pela discriminação étnica dos povos originários. Ainda há pouco todas as pessoas estavam cheias de boas intenções para o novo ano, amaciadas por sentimentos amorosos no Natal... o armistício acabou, o mercado exsudando amabilidades esfriou sua alma, a realidade nos alcançou a passos ligeiros. Daqui do outro lado do Atlântico estarei presente em espírito, às 09:00 horas da próxima terça-feira. Condolências e solidariedade com a família Xokleng. Hans Alfred Trein
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Silvia Cárcamo comentou:
07/01/2018
A leitura da crônicas me emocionou. Trata-se de um relato de um fato brutal e uma homenagem a mais uma vítima da intolerância. Obrigada
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Sergio Caldieri comentou:
07/01/2018
Há 40 anos mataram Ângelo Cretan no Paraná e nunca prenderam o assassino.
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Helena de Campos (FB) comentou:
07/01/2018
....se for preso, e, se for preso poderá sair por habeas corpus. Triste e revoltante!
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Marco Morel comentou:
07/01/2018
Bessa amigo, obrigado por nos esclarecer e compartilhar em fraternidade. As imagens não são bonitas de ver, assim como nossa sociedade também não é. https://www.youtube.com/watch?v=xoGQTKZwLic Vai chegar um momento em que só as palavras não adiantarão. Que Marcondes Namblá esteja sempre presente em nossa eterna sede de conhecimento.
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Decio Adams comentou:
07/01/2018
A indignação contra toda violência é normal. Quando ela é praticada contra um representante de uma minoria, tornado minoria por nossas violência, maus tratos e toda sorte de maldades, ela deve nos indignar mais profundamente. Se a violência em si é inaceitável, muito mais inaceitável será esta, que vitimou um líder, deixando órfãos uma comunidade indígena junto com suas crianças que dele dependiam para trilhar os caminhos do conhecimento. Isso lhes franquearia de alguma maneira as portas de acesso a outros benefícios da "civilização", coisa que talvez eles pensem agora duas vezes em querer acessar. Se os ditos "civilizados" cometem tais brutalidades contra os membros das minorias, não devem ter muita coisa a ensinar de bom a quem aqui vivia em paz e harmonia com a natureza, até o advento do homem branco europeu para lhes tomar a terra, escravizá-los, violar suas mulheres, misturar seu sangue sujo com o que corria em suas veias. É simplesmente revoltante.
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Helena Alpini (via FB) comentou:
07/01/2018
Inacreditável o que se passou com Prof. Marcondes Nambla. A História tem sido cruel com os povos indígenas e continua sendo! Não podemos nos calar! Suas palavras são sempre um impulso para a luta! Grande abraço!
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Patricia Azevedo (via FB) comentou:
06/01/2018
Meus sentimentos. A nossa vida no Brasil, nao esta valendo nada!! Muito triste!!
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AnaSuelly Arruda Câmara Cabral (via FB) comentou:
06/01/2018
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Veronica Aldé (via FB) comentou:
06/01/2018
Sinto muitissimo professor...que a indignação nos mova para um mundo de respeito e justiça
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Alessandra Marques (via FB) comentou:
06/01/2018
Li a notícia sobre este crime, fiquei horrorizada. Comecei a ler seu texto e parei no meio, hoje não estou conseguindo, mas verei com atenção assim que sentir menos tristeza.
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Ronaldo Craveiro Lopes (via FB) comentou:
06/01/2018
A Lei 11.645 que obriga a temática indígena em sala de aula veio para contribuir com a conscientização das pessoas sobre o drama dos povos indigenas ameaçados por grandes projetos do agronegócio. Mas agora o Governo Temer, em relação à lei, desdisse o que havia sido dito em 2008.
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Vera Lucia Kauss (via FB) comentou:
06/01/2018
Texto maravilhoso do José Bessa... Continuamos vivendo atrocidades que vem nos assombrando desde a "chegada" dos europeus à América...
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Lucia Cunha Queiroz (via FB) comentou:
06/01/2018
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Clarice de Souza (via FB) comentou:
06/01/2018
Nossa era so ok faltava acusar MArcondes de Molestar um animal logo um cachorro nada mais nada menos dok im rotvaler e brincadeira e um descazo todos nos indigina ja sabemos descazo
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Kaingang Erê Laisa(via FB) comentou:
06/01/2018
Sinto dizer que diante dessa crueldade e lembrando Vitor Kaingang, não me parece que vai mudar algo já que diariamente em redes sociais vemos o preconceito, o racismo sendo escancarado e vomitado por pessoas que se autodenominam melhor que nós indígenas...surreal, mas bem real!!!
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Clovis Brighenti (via FB) comentou:
06/01/2018
Concordo contigo Bessa, o caso não se encerra com o foragido preso. Parece que o delegado se precipitou em concluir sem investigar a fundo. A covardia do ato não se justifica, nem se explica por um "molestar um animal" (se é que ocorreu isso!!). É necessário a punição exemplar desse criminoso, mas também não basta isso, amanhã aparecerão outros e outros. Precisamos ir a fundo para compreender a raiz dessa violência, como fazia Nambla na busca do conhecimento. Perdemos uma mente brilhante. Também a mim, e certamente a muitos outros, ele recorria pedindo material, apoio para trabalhos e leituras. Estava afoito na busca de aperfeiçoar o conhecimento, a universidade aguçou suas ideias, estimulou a conhecer o mundo a ao próprio provo Xokleng Laklãno. Que a Justiça seja feita e que cesse a violência contra os povos indígenas.
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Andrea Bastos comentou:
06/01/2018
Caro prof José Bessa,é tanta dor e revolta saber que o racismo indígena é aceita na sociedade q um crime bárbaro desse que foi filmado não tenha o criminoso preso,isso se ele for encontrado!!!! Meus sentimentos a sua dor de professor órfão e ao povo indígena!! Que Vitor Kaingang e Marcondes Nanbla nos guie nessa caminhada!!! Abçs!!
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Kerexu Yxapyry (VIA fb) comentou:
06/01/2018
Obrigada professor Bessa pelo carinho com que escreve, difícil não se emocionar e se revoltar ao mesmo tempo. Como Guaraní, amiga, colega, liderança, em todos os tempos na defesa do direito indígena. Sinto representada nessas palavras sobre Marcondes Nanbla onde tive o prazer de ter bons tempos de convivência na UFSC e na educação. Que nhanderu ilumine sempre sua caminhada professor, e que receba nosso amigo lutador no lugar onde ele receba sua recompensa e seu troféu de missão cumprida. Aguyjevete ????
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