CRÔNICAS

O Papa, o Pai-nosso e a fada Tupi

Em: 14 de Julho de 2013 Visualizações: 58505
O Papa, o Pai-nosso e a fada Tupi

 

Na próxima semana, no Rio, o papa rezará o pai-nosso traduzido em 26 idiomas. É uma forma de a Igreja Católica prestigiar cada um deles. Na lista não consta, porém, nenhuma das mais de 180 línguas indígenas faladas hoje no Brasil. Acontece que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) adotou como oficiais somente línguas indo-europeias - inglês, francês, alemão, espanhol, português, italiano e polonês, que serão usados na catequese juntamente com outros 19 idiomas "paroquiais", entre os quais o coreano, o russo, o croata, o letão, o árabe e até o turco. Das línguas daqui nem sequer o guarani, que é falado em três municípios do Rio de Janeiro, fará parte do evento.
Se o papa não reza em guarani não é por falta de ave-maria. Basta que ele desça ao Arquivo Secreto do Vaticano - um bunker de concreto no subsolo perto da Capela Sistina com milhões de documentos em 43 quilômetros de prateleiras. Lá ele encontrará versões do pai-nosso em diversas línguas ameríndias, incluindo a Língua Geral de base tupi, que já foi a língua da catequese, além de catecismos, sermões, hinos e orações em guarani, idioma falado hoje em dez estados do Brasil, no Paraguai, na Argentina, na Bolívia e até mesmo no Uruguai, onde o Estado finge que não existe.
Por sua importância, por ser um ponto de união entre os países da América do Sul, o guarani foi declarado, em novembro de 2006, idioma oficial do Mercosul, "em igualdade de condições com o português e o espanhol". Tal decisão, aprovada na XXIII Reunião do Mercosul Cultural, obriga a tradução dos documentos para o Guarani, que dois anos antes já havia sido declarado idioma oficial alternativo da Província Argentina de Corrientes, sendo adotado depois, em 2010, como segunda língua oficial nos municípios de Tacuru e Paranhos, ambos em Mato Grosso do Sul.
Oré Ruba
Mesmo assim, os milhares de peregrinos vindos de todos os continentes, que serão distribuídos pelas paróquias do Rio, sairão do Brasil sem saber que visitaram um país diverso e multilíngue, porque a operação logística montada pela organização da JMJ, que contempla tradutores e aplicativos de tradução sonora com ajuda de smartphones para comunicação em línguas estrangeiras, deixou de fora as línguas nacionais. É nessa hora que a gente sente saudades do Policarpo Quaresma.
A tradução de orações para línguas indígenas tem uma história complicada. Por isso, se o papa Francisco, que é da Argentina onde se fala guarani, fosse rezar nessa língua, teria que evitar as primeiras versões do pai-nosso feitas por alguns de seus confrades que cometeram erros quase "folclóricos". Pai-nosso, por exemplo, foi traduzido como oré ruba, o que obrigou os índios a excluir do seu convívio a figura de um Deus Pai, cuja paternidade era questionável, e de um Deus Filho para sempre incompreendido. Tanto o oré como o ruba são inadequados - dizem os especialistas.
Oré, efetivamente, é nosso. Mas ali onde a língua portuguesa tem apenas uma forma para o possessivo, o tupi antigo possui duas: quando o 'nosso' inclui a pessoa com quem estou falando, tenho que usar iandé ou nhandé. Já quando excluo o interlocutor, uso oré. O tupi parece mais adequado a um discurso de transparência. No caso, por exemplo, das emendas orçamentárias, na hora de pedir verba seus autores usariam o inclusivo nhandé: a verba pública é nossa (minha e tua). Mas na hora de aplicá-la e embolsá-la, seriam obrigados a usar o exclusivo oré, pois o nosso aqui é o do Mateus: primeiro o meu, depois os teus.
Usar o oré no pai-nosso não permite que quem reza junto compartilhe o mesmo pai. Se o papa rezar em guarani dessa forma, estará dizendo aos índios "pai nosso que não é de vocês", o que pensando bem talvez seja o mais correto, afinal o tradutor pode ter escrito certo por linhas tortas. A voracidade com a qual o agronegócio abocanha as terras indígenas com a cumplicidade do poder político permite que os índios duvidem se compartilham o mesmo pai com a senadora Kátia Abreu, católica fervorosa.
Anga e Ceiuci
Além disso, quando na Oração do Senhor o papa chamar pai de ruba, a confusão vai aumentar, porque a estrutura de parentesco tupi obedece a princípios diferentes dos nossos, como esclarece o padre Lemos Barbosa em seu Curso de Tupi Antigo, oferecido na PUC/RJ nos anos 1950. Ele diz que ruba ou uba não tem correspondente preciso em português, porque denomina tanto o pai como o irmão do pai, da mesma forma que filho não tem equivalente em tupi, pois ayra ou rayra significa também filho do irmão, ou seja sobrinho paterno.
Por não conseguirem transferir toda a carga de significados de uma cultura a outra, reduziram e deformaram a diversidade cultural e ambiental. O papa Francisco teria dificuldades com a tradução de palavras como alma (anga), céu (ybaka), yasy (lua), ara (dia ou tempo), mano (morrer), etc, como observa o padre Lemos:
anga significa alma. Mas o conceito de alma é diferente do de anga, tanto em compreensão como em extensão. Nós atribuímos à alma características (por exemplo, a imaterialidade) que não cabem no conceito indígena de anga. Por outro lado, um índio animista falará na anga do vento".
homens de governo da nossa pátria" ao traduzir para o Nheengatu a certidão de batismo do neto de Dom Pedro II. Mas discordou do termo "fada indígena", usado para designar a figura lendária de Ceiuci - uma velha gulosa que vivia perseguida por eterna fome - na narrativa coletada no Tocantins, em 1865, com um tuxaua Anambé. Para ele, também a versão do pai-nosso que circulava na Amazônia era uma fada tupi, isto é, um monte de palavras desconexas que não expressavam o seu significado original.
“también la historia de América es la historia de sus lenguas, que tenemos que lamentar cuando ya muertas, que tenemos que visitar y cuidar cuando enfermas, que podemos celebrar con alegres cantos de vida cuando son habladas”.  Mas diante de tantas dificuldades, talvez seja melhor mesmo, pelo menos para os índios, que o Papa não reze em guarani. Bem ali, ao lado da aldeia Maracanã onde funcionou o antigo Museu do Índio, na paróquia do Divino Espírito Santo, peregrinos chineses rezarão em mandarim e cantonês. Longe dali, distante da Jornada Mundial da Juventude,os jovens guarani, abençoados por Nhanderu, cantarão seus cânticos sagrados tradicionais dentro da Opy, em suas aldeias.
P.S. A ilustração do nosso parceirinho Fernando Assaz Atroz

 

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55 Comentário(s)

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Mosco comentou:
14/12/2016
Falar \"oré ruba\" (ore ru, em guarani) dá a ideia de que se está falando diretamente com Deus. No passado, as missas católicas eram rezadas voltadas para o altar, o que não deixaria dúvida de quem era o interlocutor. Quando se ensinava a catequese as pessoas, com toda certeza se falava \"îandé ruba\" (nhandé ru, como falam os guaranis). Não há erro de tradução algum.
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Geraldo comentou:
25/11/2015
Sou brasileiro e falo em português, italiano, espanhol, latim e também o guarani. O guarani eu aprendi quando ainda era criança, pois morava na fronteira. As outras línguas aprendi sozinho. Inclusive por todos os lugares que já morei( estados e municipios diferentes), nunca conheci alguém que falasse o guarani. Eu falo apenas com a minha familia e que a nova geração que está nascendo dos meus parentes nem sequer sabem pronunciar uma só palavra, infelizmente.
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ufwCCDHn comentou:
05/09/2013
Poder-se-ia perguntar se o desedgnio noiacnal de melhorar a "educae7e3o" de todos os cidade3os, com artefactos como o Magalhe3es e os quadros interactivos, ne3o corresponde a um capedtulo dessa estrate9gia.O que ainda ne3o consegui compreender e9 se a escolha dos temas a abordar pelos media e seu tratamento e9 resultante da ignore2ncia intrednseca dos profissionais no terreno (por terem je1 contraeddo o vedrus), se de desedgnios delineados por coordenadores mais "experientes", motivando os primeiros para objectivos mais simplistas (facilmente digeredveis) e "eficazes" no curto prazo, ou se ainda teredamos que explorar o assunto de forma mais aprofundada.A este respeito, recordo-me sempre do comente1rio do Dustin Hoffman, no final do filme Herf3i Acidental, onde, apesar de ser o verdadeiro herf3i, embora ignorado pelos media em detrimento de um impostor, tal facto ne3o o incomodava, pois para ele tudo aquilo (news) eram "balelas"!Que se3o utiledssimas para embalar e distrair do essencial...
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30/07/2013
Gostei do "Papa, o Pai-Nosso e a Fada Tupu. Durante a visita do Papa Francisco , no Brasil, fiquei aflita o tempo todo das diversas transmissões nas TV`s do Brasil, nem as Católicas , nem as outras proporcionaram aos deficientes auditivos a transmissão do acontecimento em LIBRAS. Falha lastimável em tempos de luta pela inclusão social. Obrigada por desabafar aqui. Boa noite! Contato de Ângela Maria Ferreira
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Daniele Lopes comentou:
22/07/2013
Fizeram de tudo para catequizar os nossos índios no início, agora são esquecidos!!!!!!!!!!!!!!
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angela comentou:
20/07/2013
Ceiuci era a tia Conceição e a sogra do Junior
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Afonso Celso comentou:
19/07/2013
Excelente artido mestre Bessa! Parabéns! Contato de Afonso Celso
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Jordan Lima Perdigão comentou:
19/07/2013
Talvez falha dos organizadores. Estive duas vezes no Paraguay e lá vi que as missas são rezadas parte em espanhol, parte em guarani. Lembro de uma missa campal próxima ao lago de Ypacarai, em Capiatá, que o Pai-Nosso da missa foi rezado em guarani pelo padre e pelos fiéis...
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Elizabeth Maia (Blog da Amazonia) comentou:
18/07/2013
Muito interessante o texto. Parabéns!
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Bartomé Meliá comentou:
18/07/2013
Les envío el Padre nuestro en guaraní del Paraguay; aunque creo que ya es demasiado tarde para el protocolo que seguramente ya está cerrado. Intentar no cuesta nada. Un abrazo Bartomeu Melià, s.j. Ore ru, yvágape reiméva Toñembojeroviákena nde réra, Ta ore añuamba ne mborayhu, Tojejapo ne rembipota ko yvy ári Yvága pe guáicha. Eme’ē oréve ko árape ore rembi’urã Opa ára roikotevēva; Eheja reíkena oréve ore rembiapo vaikue, Roheja reí háicha ore rapichápe Hembiapo vaikue ore ndive; Aníkena reheja roike rojepy’a ra’ã vai haguãme Ha ore pe’a opa mba’e vaígui
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Hans Alfred Trein comentou:
22/07/2013
Crônica oportuna, caro Bessa! Contribuo com um impulso bíblico. A diversidade de línguas mencionada no mito da construção da torre de Babel em Gênesis 11, geralmente interpretada como "confusão de línguas" e lastimada como castigo de Deus pelos hegemonistas de plantão (especialmente do american way of life), pode (e deve) ser relida como uma estratégia de dar sobrevida à toda a criação, sustentada pela diversidade cultural. Além disso, se a história das igrejas cristãs com os indígenas tivesse sido outra, talvez teríamos a re-edição do milagre de Pentecostes (Atos 2), onde cada peregrino presente ouvia os apóstolos falarem das maravilhas de Deus em sua própria língua materna, e isso, vindo da boca de pessoas simples e quase iletradas da Galiléia. Grande abraço, querido Bessa. Hans Contato de Hans Alfred Trein
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Maria Emilia comentou:
18/07/2013
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Paulo Lucena - eynólogo-indigenista pan-amazônico comentou:
18/07/2013
Tem razão o notável jornalista, J. Ribamar Bessa Freire, em sua Crônica ”O PAPA, O PAI-NOSSO E A FADA TUPI”, editada em seu Blog TAKIPRATI e no Jornal O DIÁRIO DO AMAZONAS, alusiva à vergonhosa, desconexa e revoltante gafe imperdoável de excluir, dentre os Línguas a serem consideradas no hiper-evento Cristão Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os Idiomas do Tronco Tupy largamente adotados em diversos Países do Merco-Sul, como sejam o Guarany falado no Paraguay, em províncias da Bolívia, Argentina e Uruguay, em toda a Faixa de Fronteiras Ocidentais Brasileiras que tem a extensão de mais de 4 mil quilômetros atravessando cinco Estados limítrofes do Brasil, e em três Municípios Fluminenses, assim como o Nheengatu falado em grande parte do Estado do Amazonas. O fato em si, de tamanha segregação linguística e flagrante omissão etno-sócio-cultural, depõe negativamente contra os mais genuínos e sagrados interesses democráticos da Nacionalidade e da própria História do Brasil, cuja diversidade linguística ninguém pode negar, e demonstra senão a ignorância, a incompetência e o segregacionismo cultural das pessoas do Brasil envolvidas no procedimento cívico-programático e receptivo de Planejamento Estratégico e Diplomático da JMJ-Jornada Mundial da Juventude, dos mais importantes e maiores Eventos Globais contemporâneos do Ocidente. Bem a propósito, o renomado professor e antropólogo J. R. Bessa Freire, PHD da UERJ e Editor do Blog TAKIPRATI escreveu a inusitada crônica científica supra citada criticando a postura omissa dos Gestores do Programa Receptivo do PAPA à JMJ. Veja no Link http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=1041
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Paulo Lucena - etnólogo-indigenista comentou:
18/07/2013
O renomado antropólogo prof. Bessa PHD da UERJ e tradcional cronista histórico da WEB (Blog TAKIPRATI) tem toda razão!... É de fato uma gafe imperdoável, pra não dizer uma revoltante FALTA DE RESPEITO aos milhões de CIDADÃOS(ÃES) Sulamericanos TUPYFONOS (Falantes dos Idiomas de origem TUPY) do Brasil e da América do Sul, por parte dos Gestores Católicos da JMJ-Jornada Mundial da Juventude, vinculados àos Governos Federal e Fluminense e à Cúria Metropolitana do RIO, ao excluirem, dentre os Línguas a serem consideradas no hiper-evento Cristão, os Idiomas do Tronco Tupy largamente adotados em diversos Países do Merco-Sul, como sejam o Guarany falado no Paraguay, em províncias da Bolívia, Argentina e Uruguay, em toda a Faixa de Fronteiras Ocidentais Brasileiras, de mais de 4 mil quilômetros, e em três Municípios Fluminenses, assim como o Nheengatu falado em grande parte do Estado do Amazonas. O fato em si, de tamanha segregação linguística e flagrante omissão etno-sócio-cultural, depõe negativamente contra os mais genuínos e sagrados interesses da Nacionalidade e da própria História do Brasil, cuja diversidade linguística ninguém pode negar, e demonstra senão a incompetência e o segregacionismo cultural das pessoas do Brasil envolvidas no Programa de Recepção e apoio à Visita do PAPA FRANCISCO. Tal omissão absurda e desconexa, em todos os sentidos, depõe inclusive contra a Diplomacia Brasileira e os mais legítimos conceitos políticos do nosso País perante a Cidadania Global convergente à Jornada Mundial da Juventude.
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Católica sim, algum problema? comentou:
17/07/2013
Os índios são católicos????? Quanto blá blá blá... Os índios convertidos são muito bem vindos a JMJ e os nao convertidos tbm! Agora, quem disse que o Papa nao fará uma oração na língua indígena??? Quem morre de véspera é peru!
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Marineide Costa comentou:
18/07/2013
O problema não é ser católica, minha amiga, o problema é não ter coragem de assumir e de se esconder no anonimato. Por que voce nao assina com seu nome? O professor Bessa não devia publicar cartas anônimas que não contribuem ao debate. Quem disse que o papa vai falar 26 linguas e nenhuma lingua indigena foram os organizadores da Jornada. Ué, você não lê jornais? Se por acaso ele falar, será uma mudança da programaçao, talvez como resultado da pressão.
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Roberto Zwetsch comentou:
17/07/2013
Excelente viagem pelo idioma guarani e a teologia, Bessa. Vou levar para uma aula com indígenas e outros colegas que estão fazendo o Curso de Especialização Educação, Diversidade e Cultura Indígena na EST. Vai ajudar pra caramba o seu texto. Abraço. Roberto Zwetsch
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Esther Arantes comentou:
17/07/2013
Simplesmente sublime. De extrema sensibilidade. Parabéns, Bessa. Gostei imensamente.
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Ediclea comentou:
16/07/2013
Muito boa a crônica, já postei no meu face. Verificarei também se haverá a tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais ( língua oficial brasileira desde o Decreto 5296 de 2005) que recomenda inclusive intérprete de Libras em escolas, repartições públicas, etc. Aqui na UERJ não temos intérprete. Tenho um fórum de extensão na quinta feira uma jovem surda inscrita mas não temos intérprete de Libras na Uerj. Infelizmente a língua é uma forma poderosa de poder, de colonialismo, ainda em dias de discursos multiculturalistas. Abraços
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Jaiza Fraxe comentou:
16/07/2013
Aula de História, Antropologia, Linguística e dialética. Constroi premissas e expõe conclusões admiráveis. Impossíveis deixar de aplaudir. Vou compartilhar. Abraçso
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renato souza pitanga comentou:
16/07/2013
Se o mundo compreendesse o verdadeiro sentido da fé, não precisaríamos de traduções pois "crer ou não crer" não é a questão, é único, diferente em cada existência. Portanto o silencio e o pensamento direcionado de cada um, se for de amor e fraternidade, na minha opinião, é mais forte que dois milhões rezando em vinte e seis idiomas apenas seguindo a onda, sabe Deus com que intenção. oré îekyî oré! Pelo menos tentei.
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gerusa pontes de moura comentou:
16/07/2013
Eu aprendi com meu pai a respeitar as escolhas das pessoa principalmente quanto as religiões, por ter escolhido a UMBANDA , não me lembro de algum TATA de UMBANDA ter parado alguma cidade por estar passando, não consigo entender que santidade é essa, a Igreja não entendeu ainda que o mundo mudou e que DEUS só que a felicidade de todos. Como sempre professor o senhor nos dando uma forma bonita de ver as coisas sem que a discórdia esteja à frente, que o povo Guarani o ilumine sempre.
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Robson di Cola (Blog da Amazonia) comentou:
15/07/2013
Esquece. Antes da chegada dos europeus, a américa era habitada por tribos selvagens; algumas praticavam o infanticídio, o extermínio de idosos e doentes. O canibalismo também.Viraram gente, depois que foram cristianizados. Temos que esquecer estas línguas e este passado.
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OLIVAR CORREA RIBEIRO (Blog Amazônia) comentou:
18/07/2013
As atrocidades cometidas pela igreja católica são tão selvagens, tanto quanto diz o Sr. Robson La Luna Di Cola, que deve ter mais conhecimento no assunto do que eu tenho, mas talvez não tenha lembrado das execuções feitas pelos padres e papas no passado. Uma decisão fácil...esquecer todo o passado.Parabéns para o autor da matéria.
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Davison Rockefeller comentou:
18/07/2013
Olá, Sr Robson. Não sei se teve a intenção, mas achei o seu comentário etnocêntrico demais. Dá a impressão que o Sr menospreza a cultura indígena aqui na América, como se não tivessem nenhum valor histórico ou cultural.Não obstante que algumas práticas desses povos possam ser assustadores a nós, não se pode tornar esse costumes como argumento para exterminá-las, já que não leva em consideração o legado e história que esses povos nos proporcionaram.O que me assustou mais foi como o Sr rebaixa seres-humanos a animais quando diz 'viraram gente'. Todo ser humano é gente, independente de raça, gênero, religião, orientação sexual, cultura, etc...Ademais, quando o Sr cita 'esquecer essas línguas' me assusta um pouco, por dois motivos: Primeiro, propor o extermínio de uma língua de um povo é para mim considerado um crime cultural. Segundo, acabar com essas línguas não acarretará no esquecimento desses povos, muito menos de suas práticas 'tabunianas'.Abra os olhos e tente enxergar o mundo considerando seus valores e tradições, e não procurando uma visão superior e etnocêntrica sobre povos que viveram à muitos anos.
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Fernando comentou:
16/07/2013
Esqueça, esqueça o que você comeu ou teve vontade de comer no café da manhã. Esqueça a vontade de comer aquela beldade que você não se esquece nem mesmo quando não está assistindo à televisão. Esqueça o que Figueredo e FHC disseram, esqueça. Esqueça a coca que você tomou ou cheirou quando era adolescente... E não se esqueça de esquecer-se. Abraços Fernando P.S.: Esse deve ser um Hitlernauta do tipo que o Santayana trata em seu artigo.
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Magna comentou:
15/07/2013
Adorei o texto, muito explicativo. Deveria ser socializado para se trabalhar a lei 11.645/09.
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Marianna Kutassy comentou:
15/07/2013
Carissimo Bessa! Essa pequena-grande perola deveria ser traduzida a todos os idiomas oficiais desta Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para que a compartilhassemos com o mundo!
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Carlos Alberto dos Santos Dutra comentou:
15/07/2013
Caro Bessa. Obrigado por essa pérola. Devo lembrar, entretanto que esse evento alinha-se mais com o rosto da Renovação Carismática -- tendência mundial europeia que se alastra no Brasil pregando um Deus nefelibático --, muito distante da Igreja dos Pobres e seus órgãos que solidarizam-se com os povos indígenas, como CIMI, CPT e outros. Que o papa Francisco nos surpreenda com palavras e gestos, à semelhança do que disse na homilia de Lampeduza dias a trás, quando pediu perdão pela indiferença que praticamos. http://ofaie.com
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Adriana Athayde comentou:
15/07/2013
Isso porque o principal "mandamento" da Igreja Católica é "Amar ao próximo como a ti mesmo"... Vejamos, o que isso poderia significar? A Igreja Católica não "ama" os índios? A Igreja Católica não está "próxima" deles?A Igreja Católica já tirou deles tudo o que queria, e seus "alvos", hoje, são outros? Ou todas as possibilidades acima? Os índios estarão bem melhor com "Nhanderu" ... Contato de Adriana Athayde
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Luiz Carlos Martins comentou:
14/07/2013
sempre um jeito criativo de alinhavar e convergir enredos e linhas de raciocínio que pareceriam distantes entre si. Parabéns
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Ana Stanislaw comentou:
14/07/2013
Afinado como sempre. Esse é o Bessa. Obrigada pela crônica linguisticamente maravilhosa!
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Eneida comentou:
14/07/2013
Querido Prof. Bessa, Agradeço por continuar ampliando meus horizontes na ideia do que de fato é inclusão. Felicidades!
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Vânia Novoa Tadros comentou:
14/07/2013
Bessa, realmente isso foi uma falha dos organizadores da JMJ e o Papa Francisco não deve estar sabendo disso porque ele é um religioso muito consciente. Na Igreja Católica tem padres indígenas que celebram a missa na sua lingua de origem. Há cerca de um ano um salesiano foi ordenado em São Gabriel da Cacheira e a Santa Missa de ordenação foi celebrada na sua lingua materna com a participação de seus companheiros de tribo.Ainda dá tempo para reparar esse equívoco. Ao ler o teu artigo lembrei do valioso Curso de Etnolinguística ministrado pela Dra. Consuelo Alfaro onde foi muito debatido os cuidados necessários na tradução das línguas indígenas.
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Vânia Novoa Tadros comentou:
14/07/2013
Bessa, realmente isso foi uma falha dos organizadores da JMJ e o Papa Francisco não deve estar sabendo disso porque ele é um religioso muito consciente. Na Igreja Católica tem padres indígenas que celebram a missa na sua lingua de origem. Há cerca de um ano um salesiano foi ordenado em São Gabriel da Cacheira e a Santa Missa de ordenação foi celebrada na sua lingua materna com a participação de seus companheiros de tribo.Ainda dá tempo para reparar esse equívoco. Ao ler o teu artigo lembrei do valioso Curso de Etnolinguística ministrado pela Dra. Consuelo Alfaro onde foi muito debatido os cuidados necessários na tradução das línguas indígenas.
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Vânia Novoa Tadros comentou:
14/07/2013
Bessa, realmente isso foi uma falha dos organizadores da JMJ e o Papa Francisco não deve estar sabendo disso porque ele é um religioso muito consciente. Na Igreja Católica tem padres indígenas que celebram a missa na sua lingua de origem. Há cerca de um ano um salesiano foi ordenado em São Gabriel da Cacheira e a Santa Missa de ordenação foi celebrada na sua lingua materna com a participação de seus companheiros de tribo.Ainda dá tempo para reparar esse equívoco. Ao ler o teu artigo lembrei do valioso Curso de Etnolinguística ministrado pela Dra. Consuelo Alfaro onde foi muito debatido os cuidados necessários na tradução das línguas indígenas.
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Eliane Camargo comentou:
14/07/2013
Muito boa crônica do TAQUI pra TI sobre a visita do Papachico no Rio que rezara' o pai-noss em varias linguas, mas nenhum lingua indigena entra na lista. E olha que o guarani é lingua oficial do Mercosul desde 2006!
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Weber Silva comentou:
14/07/2013
Uma boa intenção do articulista, preservar as raízes.
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Weber Silva comentou:
14/07/2013
Uma boa intenção do articulista, preservar as raízes.
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Weber Silva comentou:
14/07/2013
Uma boa intenção do articulista, preservar as raízes.
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Jorge da silva comentou:
14/07/2013
O guarani foi tirado dos indígenas na colonização a palmatória, hoje é tirado do “Pai nosso”.
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Marco comentou:
14/07/2013
Bessa, esta crônica tem que constar do livro coletânea que certamente você vai publicar. Neste momento você é a voz das milhares de vozes multilíngues, sempre vivas.
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56Kc7U9y comentou:
07/09/2013
Excellent, that is what I thought ineded I was asking about the reception. This used to be my setup with two manuals on opposite stands and on camera TTL. Your tip about keeping one over your shoulder is very helpful. You are a load of help always Matt and your clients are very lucky to have found you! Contato de 56Kc7U9y
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Ruth comentou:
14/07/2013
Maravilhoso, Bessa. Não és fada (não seria o teu gênero) mas, como corresponde ao teu (gênero), um magnífico mago das crônicas ameríndias. Anheté!
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Adriana Salles comentou:
14/07/2013
O papa bem que poderia tentar realizar um ação de Política Linguística contrária a que a igreja sempre fez. Penso também que a escolha das línguas na JMJ se configura como uma das representações -sem sombra de dúvidas - do Status de língua adotado pelo mundo...e olha que o Guarani está presente no país do papa e em quase todos os outros que compõem a América Latina...e aí? Continuem falando somente a língua dos colonizadores...
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Benedito Prezia comentou:
14/07/2013
Ótimo! Não havia notado essa ausência, que está, não apenas nessa visita do papa, mas em toda a Igreja do Brasil.
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Amarildo Machado comentou:
14/07/2013
Eh, assim estamos há mais de quinhentos anos de sobrevivência.
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Tarcisio Lage comentou:
14/07/2013
Boa aula de linguística, companheiro Bessa. Quanto à queixa inicial eu não comungo com você de jeito nenhum. Aliás, não comungo com ninguém. Ora, pois, pra quê inclujir o guarani ou o tupi na baboseira papal ai no Rio? Não basta o que a igreja dele fez com os índios no passado? Que ele deite sua falação nas línguas dos colonizadores.
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aba le beau comentou:
15/07/2013
...concordo plenamente contigo! e ja que o cuirco foi armado mesmo e teremos a Performance gostaria de dizer que : ...oraçao deve ser pessoal e nao importa a lingua com a qual seja Dita ou Pensada - a proposito deveriam incluir o hebraico ; sempre esquecem que o FILHO DE DEUS ERA UM JUDEU da galiléia ! preconceito católico romano ? Comunidades meio * isoladas * falando essa ou aquela lingua nao me parece ter muito peso no contexto linguistico atual! ...SENHORES SEJAM MAIS RACIONAIS E... POR QUE NAO PROPOR AOS governantes QUE O guarani seja tbem ensinado nas escolas estaduais sul americanas ?! Contato de aba le beau
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Graça Graúna comentou:
14/07/2013
Querido Bessa: esse descaso da Igreja com os indígenas chamo de inquisição dos tempos modernos; a igreja está a cada dia regredindo. Que horror!
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Francisco Ortiz comentou:
13/07/2013
Tu tarjeta de crédito del Banco Vaticano está en riesgo de quedarse sin fondos (indulgencias) Contato de Francisco Ortiz
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Gustav Godoy (Via FB) comentou:
13/07/2013
Mas era "Oré rub", no vocativo, na língua brasílica.
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APF Ver o Peso (via FB) comentou:
13/07/2013
São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas,tem além do portugues as línguas Baniwa, Tukano e Nheengatu como oficiais.
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Dulce Rosa Rocque (via FB) comentou:
13/07/2013
Pensando nisso, a Globo também isola os municipos que tem o tupi como segunda lingua..
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Geraldo Sá Peixoto (via FB) comentou:
13/07/2013
Belo texto para ser lido e compartilhado.
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