P.S. - Estou terminando a leitura do livro "Redesenhando o Projeto ZFM: um estado de alerta", de autoria de Antônio José Botelho, edições SEBRAE, 1996. O autor armou-se de bastante informação para rediscutir o modelo da Zona Franca de Manaus. Após as eleições, gostaria de poder compartilhar com os leitores desta coluna as principais teses defendidas no livro..
Eleição: dedada neles!!!
O "Maninho" tem razão. Teu voto, (e) leitor (a), é uma bomba. Lembra disso quando fores puxar o gatilho na urna eletrônica. Com uma simples dedada, tu podes decidir o destino da nossa cidade nos próximos quatro anos. O teu dedo, que costumas enfiar nos buracos mais suspeitos, agora, no dia 3 de outubro, digitará o número do prefeito e dos vereadores de Manaus.
Quem diria, hein! O velho fura-bolo ou cata-piolho deixa de ser uma espécie de gari-de-meleca, de dedo-lixeiro, para realizar funções mais nobres, transformando-se no dedo-cidadão. É ele que, ao dedilhar as teclas do computador da urna eletrônica, escolherá 5.500 prefeitos e 60 mil vereadores entre quase 1 milhão de candidatos em todo o Brasil.
A tarefa não é fácil. A escolha é através de dedução, sem qualquer trocadilho. Em Manaus, existem 33 vagas de vereador, disputadas à tapa por aproximadamente 500 concorrentes. Em quem votar? Se o eleitor teclar errado e confirmar o erro, além de nascer uma verruga na ponta do seu dedo, pagará caro nos próximos quatro anos. Vê lá onde enfia teu dedo, leitor!
Numa contribuição para o processo democrático, a coluna Taqui Pra Ti reproduz fragmentos de uma fita gravada com a propaganda eleitoral gratuita, decidindo assim abrir o espaço a alguns candidatos, para orientar as dedadas do eleitor baré. Aqui, você encontrará informações úteis sobre em quem votar e em quem não votar.
Independente de quem será o futuro prefeito, é importante que a Câmara Municipal seja formada por vereadores competentes, críticos, corajosos, comprometidos com os problemas da cidade e de sua população, capazes de vigiar as ações do executivo municipal e cobrar dele medidas eficazes. São poucos aqueles com tais características, espalhados por diferentes partidos.
Por outro lado, são muitos os picaretas, os puxa-sacos, os oportunistas, os que entram na política pensando apenas em "se arrumar" e em obter vantagens pessoais. Se você não é um esquecido, não vote em ressarcido. Carrel Benevides, aquele troglodita ressarcido cuja argumentação é quase sempre a porrada, hibernou e desapareceu da cena política. Agora, confiando na falta de memória da população, ele volta como candidato - pasmem! - do PDT. Furtado ou Socorro - que mundo imundo! - é tudo o mesmo Raimundo. E o ressarcido Antônio Carioca, louco para entrar nas "bocas" outra vez.
Já o cordão-dos-puxa-sacos cada vez aumenta mais. Tem puxa-saco velho, jovem, mulher, civil, militar. Como é que esse pessoal vai defender os interesses da cidade, se durante toda a campanha é a maior babação de ovo com o candidato a prefeito? Tem um tal de Roquelane - ou será Hopalong Cassidy? - que puxa o saco do Janjão, que puxa saco do Omar, que puxa saco do Cabo Pereira, que puxa saco do Eduardo Braga, que puxa saco do Amazonino, numa cadeia infinita. O ídolo de Roquelane, por enquanto, ainda é o Paulinho Jacob, um dia será o Robério Braga.
Os cabos e sargentos do sexo feminino que se candidataram merecem também um destaque especial. No horário eleitoral aparecem os sargentos Vânia e Bárbara e os cabos - ou as "cabas"- Viviane e Vera, tratando o Cabo Pereira como se ele fosse general, numa rasgação de seda inacreditável. Se eleitas, rezarão todas na mesma cartilha e dirão sempre amém. Não serão eleitas, ainda bem.
Em compensação, o teu dedo-cidadão, (e) leitor (a), desta vez tem uma série de opções interessantes, de candidatos que tentam a reeleição e de novos candidatos. No primeiro caso está o vereador Aloisio Nogueira, sempre do lado dos fracos e humildes e a Vanessa, voz dos sem-voz, capaz de pegar um tapa em defesa da cidade.
Quem demonstrou também que gosta de Manaus foi o médico Edson Gomes, n 45623, sempre numa oposição, sem estardalhaço pirotécnico, mas firme. Coloco o seu número para não confundi-lo com o médico Edson Ramos. Presta atenção, leitor. Ramos e Gomes não são o mesmo Edson. O Ramos é o que andou fazendo besteiras no Sindicato dos Médicos. Tem uma cara de sonso, de falso! É um projeto-de-Omar Aziz. Suspeito que ele vai passar a perna no PC do B.
Taí! O Leonel Feitosa. Ressarciu-se, é verdade, mas arrependeu-se com sinceridade. Depois disso, demonstrou coragem e saiu prá porrada, meteu-se no lado certo em todas as brigas, futucou a questão do lixo, do transporte dos garis, das passagens de ônibus. Será reeleito? Não sabemos. Como costumavam cantar as suas tias - as irmãs Feitosa - "the future not ours to see, que será, será! - Mas o povo de Manaus estará bem servido se Leonel for reeleito e mantiver a linha de comportamento combativo.
Estou absolutamente convencido que Praciano foi garfado nas últimas eleições por algum discípulo do Joaquim Corado. Com o voto eletrônico - dizem, dizem, eu não sei - a fraude será praticamente impossível. A cidade de Manaus merece ter um vereador como Praciano, cuja ação corajosa, lúcida e persistente contribuiu decisivamente para acabar com a pouca-vergonha dos ressarcimentos.
Dos novos, existem alguns nomes confiáveis que fiscalizarão qualquer prefeito. José Barroncas, de São Jorge e José Ricardo, de São Francisco. O primeiro, eu conheço porque foi meu aluno na Universidade do Amazonas. Quem não o conhece e quiser saber quem ele é, pense no Oicrépul, lido de trás prá frente. Do ponto de vista intelectual e ético, Barroncas é o anti-Lupércio, e isso diz tudo sobre ele. O segundo é ligado aos movimentos sociais.
Manaus realmente seria uma cidade melhor, se tivesse uma Câmara Municipal formada por gente honesta e competente, com a sensibilidade de um Guto Rodrigues, a competência de um Sérgio Cardoso, a integridade de um Pedro Missioneiro, e a combatividade da Dra. Norma. Aliás, a dra. Norma, farmacêutica, professora da UA, se eleita - não duvidem - infernizará a vida de qualquer prefeito que fuja da raia.
É disso que precisamos, minha gente! Representantes com disposição para brigar pela cidade. O resto é folclore, como o Jairo Santana que aparece no Horário Eleitoral ao lado de seu irmão. "Algumas pessoas se queixaram que eu passei por elas na rua e não cumprimentei. Disseram que sou metidinho. Não é verdade. Eu cumprimento todo mundo. Deve ter sido este meu irmão aqui, que parece comigo". Jairo aponta para seu irmão, que olha o telespectador, com o pescoço duro, sem piscar. E a gente fica sem entender o que a cueca tem a ver com as calças.
Dedada neles, leitor!
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