CRÔNICAS

Doentes, doenças:apressar a própria morte

Em: 23 de Setembro de 2012 Visualizações: 32567
Doentes, doenças:apressar a própria morte

 

(Enviado de Paris) O sociólogo francês Philippe Bataille, que é membro do Comitê de Ética Clínica do Hospital Cochin, em Paris, passou vários anos observando o sofrimento e a agonia de doentes terminais nos chamados Centros de Cuidados Paliativos. Presenciou cenas chocantes. Conviveu com parentes de moribundos, com médicos, enfermeiros, psicólogos, policiais e advogados, a quem entrevistou. O resultado foi um livro, lançado na semana passada, na França, intitulado: À la vie, à la mort. Euthanasie: le grand malentendu. (À vida, à morte. Eutanásia: a grande confusão).

Comecei a ler o livro motivado pela entrevista feita por Cécile Prieur com o sociólogo e publicada, na última quinta-feira, no jornal Le Monde. Mesmo antes de terminar a leitura, me aventuro a apresentar aqui algumas questões discutidas pelo autor sobre a eutanásia e a ajuda médica prestada aos que estão morrendo - um debate que se aprofunda nos países da Europa.

O presidente da França, François Hollande, reconhece o direito do doente de acabar com a própria vida e quer mudar a legislação para tornar isso possível. Embora a lei francesa atual contenha uma brecha que permite o paciente deixar ordens antecipadas a respeito de sua própria morte, os médicos se recusam a atender a vontade daqueles que querem escolher o momento de ir embora desta vida. Ninguém pode sequer morrer em paz. O Estado mete sempre o bedelho.

Philippe Bataille cita o caso do seu colega sociólogo, François Ascher, que antes da fase terminal de sua doença, deixou por escrito, com todas as letras, que queria morrer em casa, sedado, mas os médicos, alegando que "o paciente queria se suicidar", não atenderam seu pedido:

- "A suspeita pesa sempre sobre aquele que deseja abreviar a agonia de um moribundo ou pretende acabar com uma vida vegetativa inconsciente" - escreve o autor.

Ele condena o que denomina de "paliativismo" - uma forma ideologicamente exacerbada de cuidados paliativos, cujo princípio é de que ninguém pode usar recursos médicos para apressar a morte de um paciente, que deve acontecer naturalmente e não pode nem dever ser fruto da vontade ou da intenção do doente. O sociólogo discorda:

- Ora, existem pacientes incuráveis que não desejam morrer de "morte natural". Eles estão fatigados e estressados depois de um longo tratamento geralmente esgotante e pedem para acabar com a agonia, porque chegaram aos limites de suas forças. No entanto, esse pedido, que requer um gesto ativo dos médicos, é sistematicamente bloqueado pelo "paliativismo".

Em seu livro, Phillipe Bataille critica essa visão que se tem do doente, que é visto como uma criança, um bebê, incapaz de decidir por ele mesmo porque estaria numa situação de vulnerabilidade. Dessa forma, o paciente é desqualificado e culpabilizado de querer apressar a morte, quando, na realidade, a crueldade reside justamente no fato de não deixar partir quem está sofrendo. No caso em que a agonia se prolonga por longo período, o médico que nega ajuda para abreviar os dias de vida do paciente é que deve ser acusado de maus tratos - escreve o autor.

Na entrevista, quando perguntado sobre qual é sua proposta, Phillipe Bataille declarou: "Acho que é absolutamente necessário escutar o doente, levar em conta sua palavra, seu desejo, ouvir o que ele tem a dizer sobre o seu próprio fim. Os médicos que condenam a eutanásia costumam fazer uma caricatura do pedido de ajuda ativa para morrer, como se isso fosse algo criminoso. Quem é melhor médico: aquele que não pode impedir que a doença mate o paciente ou aquele que, ao contrário, o acompanha a ter uma morte digna, com um gesto ativo, no momento em que esse pedido é feito?

Essa questão, bastante polêmica, envolveu debate entre os diferentes partidos politicos. Marine Le Pen, da organização de direita Front National, se opõe vigorosamente a uma legislação que permita atender o desejo de um paciente terminal, da mesma forma que manifesta intolerância contra imigrantes, contra judeus e muçulmanos.

O autor do livro, que pensa de forma diferente, vem  discutindo com seus alunos de doutorado no seminário "Sociologia do sujeito vulnerável", na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, onde orienta teses e coordena um grupo de pesquisa. Há alguns anos ele publicou um livro abordando o mesmo tema, intitulado: O câncer e a vida: os doentes diante da doença.

 

 

 

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17 Comentário(s)

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Euclides Machado comentou:
25/06/2013
Li hoje um artigo na Folha de Sáo Paulo do Francisco Daudt sobre eutanásia. Procurei no Google e encontrei este artigo aqui. Achei interessante colocar algumas observaçoes do Daudt... "a demência que significa perda progressiva e irreversivel das capacidades cognitivas e motoras em direção à vida vegetativa que pode se estender por anos....Quanto mais um complô de médicos gananciosos e familiares culpados inventam expedientes multiplos que impedema pessoa de morrer em paz....os cães tem direito à eutanásia, nós não....
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José Walter Maciel Lopes comentou:
02/12/2012
Também tenho vontade de deixar minha morte organizada, mas tudo restrito aos preparativos funerais. No que tange aos atos relativos a possíveis doenças prolongadas, parece-me que é mais uma questão de família. Penso nisso porque minha vida é organizada, tenho empresas onde tudo está organizado para eventuais hipóteses de não me ser possível atender. Assim, acho que para morte também devemos estar organizado.
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Marcos Dias Coelho comentou:
14/10/2012
Para quem tiver a fim de ver um filme. Sugiro 1. Uma prova de amor (My sister's keeper) e 2. Invasões bárbaras (The barbarian invasions). Ambos sobre a o direito de morrer!
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yfeHGVaiMxCmhv comentou:
25/02/2013
Existem 2 seres que eu estudo seus he1bitos peclriaues, eles se3o:1) usue1rios;2) chefes.Se3o seres fanicos e em seus ambientes naturais team comportamentos peclriaues.
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Paulo Bezerra comentou:
28/09/2012
O que é o ser humano? Muitos daqueles que são contra a Eutanásia não se sentem nem um pouco incomodados com o sacrifício de cães para o controle de zoonoses ou de cavalos com pernas ou pescoços quebrados que são sacrificados pelos seus donos como forma de aliviar o sofrimento. Recentemente o STF condenou a "rinha" ou brigas de galo por se tratar de crime de tortura contra animais. No entanto, é permitido cortar a cabeça do galo, matá-lo e comê-lo. A Eutanásia que é utilizada como forma de aliviar o sofrimento e a dor do paciente e dos parentes, é proibida por lei. Mas, não é proibido "esportes" em que se chuta, se quebra a cara do adversário, braços, pernas. Moral da história: o galo não pode brigar numa "rinha", o ser humano pode. O animal pode ter o seu sofrimento e sua dor abreviados, o ser humano não pode. Isso é complicado, não?
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Wivian Sena Moraes (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
26/09/2012
Está aí uma coisa bem polêmica e que preferia aprofundar mais no assunto ao me posicionar. As sugestões de leitura do Wladimir parecem legais.
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Wladimir Gomide (portalrogerioferreira.ning.com) comentou:
26/09/2012
Permitam-me tecer considerações das quais participei noutro espaço e que cabem perfeitamente aqui. Conforme acentua nossa companheira Nadia Marques Gadelha, “poderíamos ser os atuais protagonistas de uma nova morte e um novo morrer? Evidentemente as perspectivas estão sob os campos simbólicos de poder historicamente situados. A morte e o morrer sob os mitos do Complexo do Alemão ou na Baixa do Sapateiro, diferem frontalmente dos ávidos e esperançosos pacientes que, sob morte cerebral, podem realimentar a vida que lhes é outorgada pela natureza. Talvez morrer hoje instale novos sentidos e representações. A doação de órgãos, quem sabe, não seja o novo sonho da imortalidade do século XXI? Ou ser um bandido, chefe do tráfico, não seja um novo ideal revolucionário e heróico, marcas da violência urbana e da guerra do tráfico das grandes cidades no Brasil”? A reflexão de Nadia Gadelha remete-me à obra de Hélio Oiticica, "Seja Marginal, Seja Herói". Nenhum glamour, nem herói e muito menos revolucionário. Apenas a percepção alienada da urgência do reconhecimento, da visibilidade social. Para quem não sabe, a ênfase nos cuidados diários - muito além dos aspectos humanísticos e filosóficos - já atingiu os Pórticos da Morte. Hoje, no mundo inteiro, existe uma nova especialidade em matéria de Saúde: a dos Cuidados Paliativos. Trata-se de atender às demandas de pacientes terminais. O paciente e a família estão conscientes da gravidade e da contagem regressiva da doença. Equipes pluridimensionais integradas - médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, etc. - convivem com o doente 24h por dia. Existe um compromisso. Ele é tratado em casa, entre os familiares (que também recebem assistência). Cabe a ele determinar o momento de morrer. Não se trata de eutanásia. O paciente decide quando interromper os cuidados e a medicação que o mantém "vivo". Trata-se de morrer com dignidade. Por extensão, resgatar uma forma de vida digna. Antigamente, morria-se em casa. O moribundo presidia o último ato de sua Vida: a Morte. E o fazia tranqüilamente. Para as despedidas, primeiro os familiares; depois os amigos; em seguida, os vizinhos. Por último o padre, para dar a extrema-unção. O velório era realizado dentro de casa. Montava-se um catafalco negro com o caixão entre quatro círios gigantescos. O clima remete à cena do velório de "Fanny & Alexander", de Ingmar Bergman. Com a diferença gritante de culturas. Lá, o sofrimento e o desespero diante da perda eram interditados. Tudo muito reprimido. Aqui, como testemunha que fui da morte de meu avô, o sofrimento era escancarado. Naquela época, contava 4 anos de idade. A Morte era um final para a Vida. Cabia ao interessado presidí-la. A morte temida era a morte súbita, que privava o indivíduo desse ritual. Pois bem, dois anos após a morte de meu avô, fui mandado para a casa do vizinho para ali passar o dia inteiro brincando. Coisa rigorosamente inimaginável. Avistava a rua pelas janelas da casa. A rua repleta de automóveis, numa época em que eram raros, denunciava algo inteiramente anormal. Minha avó havia morrido. Apenas dois anos depois, a Morte tornara-se pornográfica e escondida. Inclusive do próprio interessado. Hoje, morre-se no INSS, nos hospitais e clínicas. Em pleno anonimato. Sem o carinho dos entes queridos e das referências afetivas construídas ao longo da Vida. Voltemos à questão dos Cuidados Paliativos. Para quem interessar possa: A psiquiatra Rachel Aisengart Menezes defendeu tese de Doutorado no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com o título "Em Busca da Boa Morte - Antropologia dos Cuidados Paliativos", posteriormente publicado em co-edição pela Fiocruz/Editora Garamond. RJ, 2004. O Historiador Philipe Ariès publicou a "História da Morte no Ocidente", traduzida no Brasil pela Editora Francisco Alves, do RJ, em 1977 e “O Homem Diante da Morte” em dois volumes, também pela Francisco Alves, do RJ, em 1981 e 1982, respectivamente. Recomenda-se, também a leitura de “A Negação da Morte”, de Ernest Becker, laureado com o Prêmio Pulitzer de 1974, lançado pela Editora Nova Fronteira, RJ. 1976. E “Tabu da Morte”, de José Carlos Rodrigues. Editora Achiamé. RJ, 1983.
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LaeNdMZyiOtP comentou:
26/02/2013
Ole1 ................................No dia 28 de Agosto de 2009, o filme Os Normais 2 A noite mais maluca de todas estre9ia nos cienams de todo o Brasil. O casal mais querido dos seriados brasileiros vem com tudo para mostrar que em mate9ria de diverse3o continuam cada vez melhores. Para o lane7amento do filme este1 rolando uma divertida promoe7e3o VENHA SER A TERCEIRA PESSOA EM OS NORMAIS 2 e vocea e os seus leitores ne3o podem ficar de fora.No filme Os Normais 2 Rui e Vani este3o querendo esquentar o relacionamento. Para isso, o casal mais divertido do Brasil resolveu buscar uma terceira pessoa com disposie7e3o para apimentar a relae7e3o. Se vocea acha que tem os dotes necesse1rios para encarar essa parada, envie um veddeo apresentando a sua proposta para o casal. Para participar crie seu veddeo, publique no youtube e depois envie o link atrave9s do site www.osnormais2.com.br no link promoe7e3o. Para participar vale de tudo: depoimentos, declarae7f5es de amor, animae7e3o, entre outras loucuras. Para criar o veddeo, o participante pode usar qualquer recurso disponedvel: Ce2mera de celular, ce2mera de veddeo, webcam, entre outras coisas que a tecnologia oferece. Os veddeos enviados sere3o associados ao canal oficial do filme no youtube e entrare1 em votae7e3o. O veddeo com o maior nfamero de views ganhare1 1 ipod de GB. Cada participante faz a sua campanha na divulgae7e3o do seu veddeoSegue em anexo o banner da promoe7e3o para vocea divulgar entre os seus leitores.Veja a campanha que este1 rolando nas redes sociais. Redes sociais:Orkut: Perfil, Comunidade. Site. Blog. Youtube. Facebook.Vocea e9 doido demais se perder essa promoe7e3o. Ne3o fique de fora dessa!
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Anne-Marie comentou:
25/09/2012
Sobre a charge, Marine, nas declarações dela, esqueceu um "detalhe": teria então que proibir às religiosas católicas que ainda usam véu (são bem mais numerosas do que os religiosos de batina, por que será? ) a andarem assim nas ruas. Mas a charge contém um errinho: as mulheres (meninas ) somente usam o véu islâmico a partir da puberdade. Pessoalmente, nunca vi criança de véu, por uma simples razão: o véu não é, apenas, um costume vestimentar. Ele tem um sentido: esconder os charmes femininos (imagino que, entre outros, para não darem aos homens a ocasião de "pecar", sequer em pensamento!). Você que está na França deve ter visto as mulheres que andam vestidas dos pés à cabeça cobertas por uma longa túnica negra que cobre até o rosto e só deixa à mostra os olhos (quando não cobertos por óculos escuros). É para refletir sobre o que isso significa! Quando menina, na escola pública, tinha sim que esconder o crucifixo que usava por baixo da roupa ao entrar. Um exagero? Sim, certamente, mas na história da França a luta pela laicidade foi uma batalha extremamente acirrada que explica (não digo "justifica") certos acirramentos que não são próprios unicamente da Sra. Le Pen. O caminho para a tolerância passa pela aceitação, em primeiro lugar, das pessoas. Pelo encontro. Pude viver isso na universidade de Paris 8, quando fiz o doutorado e tive várias colegas muçulmanas que usavam o véu. É isso que dificulta uma política "comunitarista", onde cada comunidade (a "antiga", como as "recentes") vive no seu espaço, com seus costumes, suas "razões", sem se misturar. Sobre a eutanásia, concordo com você em todos os sentidos. A eutanásia deveria ser um direito humano. Vou mais além, poucas mortes, hoje em dia, são "naturais". Quando é que acabam os cuidados que significam minimamente uma esperança de cura (ou, pelo menos, de estabilização da doença) e quando é que começam aqueles que só tem por objetivo manter artificialmente uma vida que se sabe perdida? É isso que é difícil definir. Sei que isto não é para amanhã, mas precisaríamos ter uma formação sobre o que nos espera a todos: a morte e também sobre eutanásia, para que cada um de nós pudesse (se quisesse) definir claramente e, se possível, em detalhes, o que quer, e como quer.
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Fernando comentou:
26/09/2012
Cara Anne Marie, a Marine diz que devem se proibidos "todos os símbolos religiosos", e é isso que as crianças questionam, não apenas o véu islâmico ou a quipá judia, mas todos os símbolos.
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Amarildo Machado comentou:
24/09/2012
Lendo o texto, lendo na hora veio muitos pensamentos estranhos, mas muito interessante. Muito Prof. José Bessa.
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Roberta comentou:
24/09/2012
Oi Bessa, Renato Sertã escreveu um livro sobre distanasia e a dignidade da vida, muito bom, tenho um, se quiser te dou. precisa ver como os médicos quicaram com esse livro...
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André Ricardo Costa comentou:
24/09/2012
Tava demorando, desde quando esse cara ganhou na frança imaginei: Ihhh não tarda muito e o Bessa vai puxar o saco dele... Mas logo agora? Vergonhoso alguém com tanta informação e bagagem teórica como vc usar tais assuntos como pretexto para não opinar sobre as eleições de Manaus. Cativa os eleitores a agora deixa-os à mingua. Não adianta dizer que está longe. Vc tem informantes e a internet está aí. Bessa, vejo-lhe tão puxa-saco dos esquerdistas franceses quanto eu era dos americanos quando criança assistia aos filmes da sessão da tarde. Hoje já conheço Woody Allen e Clint Eastwood e vejo que o mundo sempre será mais complexo do que imagino. Já o senhor fica sempre no baba-ovo da esquerda de sempre. Como é mesmo? "Melhor errar com Sartre a acertar com Aaron.." E sobre a charge: O que impôs a lei sobre símbolos religiosos, a pretexto de estado laico (os esquerdistas adoram esse mantra), foi um tal de Luc Ferry. E sobre Eutanásia: No dia seguinte pode aparecer um milagre, uma cura para a doença.
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tLckOVBC comentou:
26/02/2013
Ne3o esquece que vou qureer uma camiseta criada por ti assim vou poder dizer para todos que minha nora talentosa, que este1 expondo em Paris, Londres e NY, fez uma camiseta para eu usar no dia e0 dia. Parabe9ns pela criatividade e pelo bom gosto. Bj Nagib Contato de tLckOVBC
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Ana Stanislaw comentou:
23/09/2012
Muito interessante essa crônica. O livro deve ser bastante instigante. De fato, o tema é polêmico e envolve não apenas o paciente e o médico. Nesse debate existem, entre outros fatores, os familiares e a perda de um ente querido. Mas, Philippe Bataille tem razão, deve-se escutar o paciente, pois viver como um vegetal numa cama de hospital ou em casa, sentindo dores, agonizando não é viver. Todos sofrem certamente! Creio não ser uma decisão fácil.
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Celeste Correa comentou:
23/09/2012
o Mestre Rubem alves fez um texto muito bonito sobre isso.Aqui vai um trechinho dele : Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
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