CRÔNICAS

VÊ BEM, MARIA !

Em: 07 de Agosto de 2011 Visualizações: 57322
VÊ BEM, MARIA !

Aqui se cruzam: este é o rio Negro, aquele é o Solimões! Imagina, Maria, que suas águas se misturam, imagina que não existe - que nunca existiu - o espetáculo esplêndido e singular conhecido no mundo inteiro como “encontro das águas”, que nelas não vivem botos e peixes desovando, nidificando, saltitando. Faz de conta que as margens dos dois rios, dos igarapés e dos lagos da redondeza são carecas, estéreis, sem árvores, sem floresta, sem animais e plantas. Nenhum passarinho jamais ali cantou ou fez seu ninho.

Fecha os olhos, Maria, e continua calculando que sem vida aquática também não existe comunidade de pescadores. Supõe que na estação seca não aparecem lajes de arenito, belas e majestosas; que não se usa aquela área nem como balneário, nem para qualquer outro tipo de lazer. Esquece, Maria, que esse é um lugar de memória, com sítios arqueológicos nos lembrando a existência de antigas civilizações indígenas ou evocando saudades e recordações de poetas loucamente apaixonados, com a alma embriagada de lirismo.

Vê bem, Maria! Se nada disso existe, não há qualquer obstáculo que impeça a construção de um terminal portuário, tão necessário para a economia. Então, me ajuda, vamos erguê-lo ali, na margem esquerda, na entrada do Lago do Aleixo. Pronto. É isso o que os teus olhos abertos agora vêem: o Porto das Lajes. Construído sem agredir a natureza - consideremos assim, Maria – o porto é a porta por onde entram e saem mercadorias e insumos destinados ao comércio e à indústria. Ele gera empregos, faz a economia funcionar, presta serviço inestimável a Manaus – uma Liverpool caboca, sem caras sardentas e olhos azuis.

Mas – que pena, Maria! - a ausência do “encontro das águas” significa carência de poesia, porque nunca um poeta se inspirou numa empilhadeira para fazer sonetos à amada. Verso é que nem passarinho, não rima com doca, contêiner, guindaste, carga, correia, tubulação, armazém, atracação de navios e índice Bovespa, mas com árvore, planta, bicho, peixe, água, gente, vida. Temos um porto por onde as riquezas circulam, mas não temos a beleza da paisagem nem o encanto da poesia. Lamentavelmente, não se pode ter tudo. Entre o canto das aves e o pregão da Bolsa, tem escolha?  

 Criação da vida

Será que é mesmo preciso optar? Em verdade, em verdade te digo, Maria, se é assim, se no lugar do “encontro das águas” já existe um porto, vale a pena interferir e mudar essa paisagem degradada. Chamemos todos os arquitetos, urbanistas e paisagistas do mundo para que, juntos, concebam e desenhem um projeto similar em tudo e por tudo ao “encontro das águas” construído outrora pelo grande arquiteto do universo.

 Convoquemos químicos, físicos, biólogos, ambientalistas, pajés, pais de santo e chefes de terreiro. Imploremos a eles a descoberta de uma fórmula mágica capaz de impedir a mistura daquela água “negra como tinta e que posta nas mãos é alva que faz gosto” com “aquela outra que parece amarelaça, mas que é também limpa”.

 - Impossível! Milagres, só na bíblia, que dividiu o Mar Vermelho em duas muralhas! - gritam os incrédulos. Mas eis que o milagre acontece: as águas separadas mostram que cada rio permanece com sua cor, da mesma forma que cada coração tem um jeito de mostrar o seu amor. Esse fenômeno prodigioso acontece com os dois rios que já nasceram humanos “porque afinal são filhos de um abraço”.

 Vê bem, Maria, como se separam duas águas que se querem reunir. Dentro delas colocamos o boto brincalhão, o peixe-boi, o pirarucu, o tambaqui e peixes de todas as famílias, com condições para que eles se reproduzam, enriquecendo a vida aquática e alimentando os ribeirinhos. Criamos um programa de água potável para a população de Manaus. No lugar do porto, plantamos milhares de árvores diversas ao longo das margens dos rios, lagos e igarapés. A floresta se povoa com todo tipo de animal, milhares de aves e recebe ainda as migratórias provenientes de outras regiões.

 Aproveitamos que as águas do rio estão baixando para edificar as lajes rochosas, embelezando ainda mais a paisagem e criando um centro de lazer para pescadores, turistas, moradores da comunidade do Aleixo, para ti e para nossos filhos e netos, Maria.

 Mapeamos e preservamos os sítios arqueológicos, arquivos e lugares de memória. Juntamos os cacos de cerâmica que testemunham como os povos que habitaram o Amazonas foram capazes de conviver em relativa harmonia com a floresta. Dessa forma, “reunimos as mágoas de um passado às venturas de um presente”.    

 Se não existisse o “encontro das águas”, Maria, e se fôssemos capazes de sonhá-lo, valeria a pena construí-lo, fazer qualquer sacrifício, investir milhões de reais, energia e trabalho para poder fruí-lo. A invasão da floresta naquele lugar até então estéril, criando condições de reprodução de vida terrestre e aquática, seria um gesto civilizatório.

 E o porto, o que faríamos com ele? Desmontado peça por peça, seria transferido para outro espaço já degradado, bem distante, longe dali. É assim que se faz em terra de muro alto.

 Muro baixo  

A realidade, no entanto, Maria, é que o porto só existe no papel, mas o “encontro das águas” está lá, imponente, edificado pela mesma empreiteira responsável pelo Jardim do Éden, em licitação sem trapaça, num processo que se prolongou por todos os séculos e séculos, amém. Agora, uma horda de bárbaros quer destruir essa obra milenar, colocando em seu lugar um terminal portuário, que ameaça o patrimônio paisagístico, arqueológico, histórico e etnográfico, tombado recentemente como monumento natural. Te pergunto, Maria, será que vivemos numa terra de muro baixo?

 Na terça-feira, 2 de agosto, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) concedeu licença de instalação do terminal portuário na altura do “encontro das águas”. O presidente do IPAAM, Antônio Ademir Stroski – guarda esse nome, Maria, que esse nome é ‘quente’ – se colocou de joelhos diante das empreiteiras, exaltando com blá-blá-blá os “benefícios logísticos” do porto e jurando que para diminuir o impacto ambiental a empresa se comprometeu atender as 22 condicionantes requisitadas pelo IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

 Conversa fiada, Maria! Para essa história, só existe uma condicionante: deixar em paz o encontro das águas e construir o porto em outra área. Por que tem que ser ali e logo ali, onde constitui uma ameaça real à floresta, ao rio, aos pescadores, à vida? Por que não pode ser em outro lugar?

 O mais estranho – segundo o próprio Ministério Público Federal - é a pressa, a celeridade das decisões. Dois dias depois, na quinta-feira, 4 de agosto, o juiz Dimis da Costa Braga – guarda esse outro nome, Maria, que ele também é ‘quente’ – anulou o tombamento do “Encontro das Águas”, que protegia o seu valor histórico, estético e paisagístico. Diante das duas decisões – do Executivo e do Judiciário – os empresários comemoram, exultantes, a licença para instalação do porto no Polo Industrial de Manaus (PIM).

 Contra essa estupidez siderúrgica, o Movimento SOS Encontro das Águas está mobilizando a população para saber se efetivamente vivemos em terra de muro baixo. Na sexta-feira, dia 5, organizou manifestação frente ao prédio da Justiça Federal. Anunciaram que o poeta Thiago de Mello está se deslocando para Brasília, onde em nome do Movimento vai denunciar o fato à Ministra da Cultura, propondo que ela vá a Paris reivindicar o tombamento pela UNESCO.

 Você está lembrando, Maria, que o IPHAN, anteriormente, já havia se pronunciado contra a construção do porto, ali, argumentando que “o Encontro das Águas terá sua paisagem natural manchada por um empreendimento de enorme proporção, com constante atracação de embarcações de grande porte”?  O Iphan não descartou também a “ameaça ao Programa de Águas para Manaus”, com riscos de contaminar a água captada pela estação destinada a abastecer 500 mil pessoas da Zona Leste.

 O Conselho de Direitos Humanos da Arquidiocese, o SOS Encontro das Águas e outras organizações locais não duvidam que a poluição e o trânsito de navios vão prejudicar a pesca e as atividades de lazer, além de provocar desmatamento de uma parte significativa da floresta primária e degradar a paisagem.

 O poeta e repentista cearense Quintino Cunha (1875-1943), que viveu no Amazonas durante muitos anos, escreveu um soneto premonitório, intitulado Realismo, traçando o perfil dos empresários que buscam o lucro fácil. O soneto termina se referindo – ouve bem, Maria - a “centenas de homens do Brasil moderno / Serena turma de aproveitadores / Lembram plantas daninhas pelo inverno./ Homens cujo ideal não tem raízes / Mas que vivem, vivendo entre os valores / inúteis, vigorosos e felizes”.

 Aqui vai uma homenagem ao velho Quintino, que cantou o encontro das águas, dos dois rios que não se misturam: “Se estes dois rios fôssemos, Maria, / todas as vezes que nos encontramos, / Que Amazonas de amor não sairia / De mim, de ti, de nós que nos amamos”.      

P.S. Foto: Altino Machado / Terra Magazine

Sugerimos a leitura do texto escrito por Elisa Wandelli e Pe. Guillermo Codorna, intitulado “Porto das Lajes – Destruição do Encontro das Águas” que inspirou  essa coluna.

http://www.metalsinter.com.br/pdf/sos_encontro_aguas.pdf

 

.

Encontro das Águas

Quintino Cunha

Vê bem, Maria aqui se cruzam: este / É o rio Negro, aquele é o Solimões.

Vê bem como este contra aquele investe, / como as saudades com as recordações.

Vê como se separam duas águas, / Que se querem reunir, mas visualmente;

É um coração que quer reunir as mágoas / De um passado, às venturas de um presente.

É um simulacro só, que as águas donas / D'esta região não seguem o curso adverso,

Todas convergem para o Amazonas,/ O real rei dos rios do Universo;

Para o velho Amazonas, Soberano / Que, no solo brasílio, tem o Paço;

Para o Amazonas, que nasceu humano,/ Porque afinal é filho de um abraço!

Olha esta água, que é negra como tinta./ Posta nas mãos, é alva que faz gosto;

Dá por visto o nanquim  com que se pinta, / Nos olhos, a paisagem de um desgosto.

Aquela outra parece amarelaça,/Muito, no entanto é também limpa, engana:

É direito a virtude quando passa / Pela flexível  porta da choupana.

Que profundeza extraordinária, imensa,/ Que profundeza, mais que desconforme!

Este navio é uma estrela, suspensa / N'este céu d'água, brutalmente enorme./

Se estes dois rios fôssemos, Maria, / Todas as vezes que nos encontramos,/

Que Amazonas de amor não sairia / De mim, de ti, de nós que nos amamos!...

 

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45 Comentário(s)

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Francisca De Lourdes Louro comentou:
12/03/2020
Linda poesia. Já revirei esse texto a uma grande plateia.
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Marluce Portugaels comentou:
05/05/2015
De 2011 para cá, 2015, já passou muito tempo. Eu não sei como está andando o projeto de construção do Porto de Lajes no majestoso Encontro das Águas, Monumento Natural, Patrimônio Paisagístico, Arqueológico, Histórico e Etnográfico da Humanidade. Espero que tenha parado. Construir um porto nesse lugar quase sagrado seria um crime contra a natureza, um sacrilégio. A crônica do Babá é uma magnífico grito de alerta, uma denúncia do atentado que querem cometer contra a natureza. Magnífico texto, lindamente escrito, mostrando que poesia, arte não se misturam com guindastes e maquinaria. São antagônicos! E a maravilhosa poesia de Quintino Cunha não poderia ser mais premonitória, inspirada. Que deixem o Encontro das Águas em paz!
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João (1) comentou:
27/08/2011
O próprio Distrito Industrial já é algo questionável: uma sucursal da China.Acabou com o "40". Seus efeitos não são sentidos nem em Manaus, "que dirá" no interior do Amazonas (aliás os efeitos são sentidos em Manaus:trânsito esculhambado, bagunça territorial, etc).Acabaram com o Distrito Agropecuário e agora querem acabar com o "Encontro das Águas". Não é de se espantar.Manaus, uma cidade à beira do maior rio do mundo, cujas margens foram (digo são) tomadas de assalto por empresas de navegação.
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João (2) comentou:
27/08/2011
Já pensaram como seria Manaus, com uma Rua Beira-Rio para observar o Amazonas? Mas é claro que não; as "autoridades políticas" assistem e se calaram (se calam), por quê? Porque as "autoridades" representam tais empresas ou delas recebem vantagens. O que mais falta acabar no Amazonas? Vamos fazer um "empate" do Porto (outro "Chibatão", aliás o arquivamento do processo foi "Chibata").
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João (3) comentou:
27/08/2011
JUÍZES, SAIAM DOS GABINETES REFRIGERADOS; venham sentir o "mormaço". A alegação de "o que não está nos autos não está no mundo" está ERRADA. É o "Encontro das Águas" que não cabe nos autos. "O Encontro" não pode ser discutido; ele é divino. Não herdamos dos nossos antepassados; é da natureza. Temos que protegê-lo para o futuro. Não é uma discussão jurídica; É UM SÍMBOLO, é uma identidade (uma das poucas que ainda restam) MP kd VC? Greenpeace, ONU, Ajuricaba, socorro...
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João comentou:
27/08/2011
O próprio DI já é algo questionável; essa sucursal da China. Acabou com o "40". Seus efeitos não são sentidos nem em Manaus, "que dirá" no interior do Amazonas (aliás os efeitos são sentidos em Manaus: trânsito esculhambado, bagunça territorial, etc). Acabaram com o Distrito Agropecuário e agora querem acabar com o "Encontro das Águas". Não é de se espantar. Mais uma tomada de bem público em Manaus, uma cidade à beira do maior rio do mundo, cujas margens foram (digo são) tomadas de assalto por e
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Hugo Reis comentou:
11/08/2011
É ridícula e lamentável essa facilidade que os empresários têm de passar por cima de acordos, leis, decretos, pessoas e órgãos para fazer o que é de interesse deles e não olhando para os prejuízos à população e o meio ambiente. Pior é ver essas pessoas de nomes "quentes" tendo o poder de decisão nesses assuntos. Será que ética e comprometimento muda de significado de acordo com o cargo exercido?
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Elson de Melo comentou:
11/08/2011
Camarada Bessa Parece que os forasteiros querem mesmo é destruir tudo o que lindo na Amazônia, O Encontro das Águas, o Tapajós, o Xingu... É a rapinagem geral na nossa Amazônia! Ó Maria concebida sem pecado original, desterrai esses monstros para bem longe de nós.
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VANIA TADROS comentou:
10/08/2011
BESSA, OS INTELECTUAIS ESTÃO APROVEITANDO MAL OS ESPAÇOS QUE FREQUENTAM PARA LUTAR PELO ENCONTRO DAS ÁGUAS. ONTEM, O MILTON HATOUM FOI NO JÔ TEVE UM TEMPO ENORME E NENHUMA FRASE SOBRE O CASO. O JÔ DARIA UMA BOA AJUDA, TENHO CERTEZA, SE ELE CONTASSE O CASO ABSURDO.
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Márcio Moreira Maquiné (1) comentou:
10/08/2011
Prezado Bessa, Moro aqui na entrada do ramal do brasileiro.Sou amazonense. No momento trabalho de vigilante.Antes do prefeito acabar com mais de 900 postos de trabalho,que esse era a quantidade de vigilantes nas escolas municipais, eu trabalhava em um anexo escolar, um cemei localizado no bairro Joao Paulo,Rua Alecrim s/n, que leva o nome de uma professora chamada Adelaide Bessa (é sua parente ?)Leio sua coluna há uns 05 anos e sempre divido com minha familia as mais interessantes para mim.
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Márcio Moreira Maquiné (2) comentou:
10/08/2011
Quando vc fala da sua infância na Aparecida e das velhas raposas da nossa política local, eu leio em voz alta para minha mulher que se diverte enquanto coa o café e para meus dois filhos - Maisa e Murilo.Uma vez de tanto eu comentar a sua coluna o meu filho que tinha uns noves anos perguntou - pai,cadê o taqui pra ti que o sr.tanto fala aqui no jornal? Eu repondi: - taí rapaz,é esse desenho desse cara barbado. Ele respondeu- ah pai,esse eu conheço, porque o sr.não falou logo que era o Lula!
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Márcio Moreira Maquiné (3) comentou:
10/08/2011
Quero te falar que apesar de morar na zona leste,uma das mais violentas e mais discriminadas,tem gente aqui que ainda se interessa por noticias que dão prazer de ler,é o que eu tento passar para meus filhos terem um pouco de senso crítico e gostarem de ler, se interessarem por política.Não precisa ser a partidária,mas aquela que açuça o eleitor e o cidadão a fazerem melhores escolhas.Como sempre tive vontade de me corresponder mas nunca tiver oportunidade, só depois que eu comprei um computador
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Márcio Moreira Maquiné (3) comentou:
10/08/2011
Quero te falar que apesar de morar na zona leste,uma das mais violentas e mais discriminadas,tem gente aqui que ainda se interessa por noticias que dão prazer de ler,é o que eu tento passar para meus filhos terem um pouco de senso crítico e gostarem de ler, se interessarem por política.Não precisa ser a partidária,mas aquela que açuça o eleitor e o cidadão a fazerem melhores escolhas.Como sempre tive vontade de me corresponder mas nunca tiver oportunidade, só depois que eu comprei um computador
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Márcio Moreira Maquiné (4) comentou:
10/08/2011
... e instalei um internet capenga, que cai mais do que criança quando está aprendendo a andar, mas é melhor que ficar excluido virtualmente. PS:UMA SUGESTÃO PROFESSOR BESSA.PORQUE O SR. NÃO FAZ.QUE NEM O AUREO NONATO.QUE ESCREVEU O SOBRE O SEU BAIRRO DE INFÂNCIA O SAO RAIMUNDO.( OS BUCHEIROS) E FALA A SUAS MEMORIAS DE INFANCIA NA APARECIDA.( SE JÁ FOI PUBLICADO ALGUMA COISA DO GÊNERO ME INFORME)
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Orlando (FB) comentou:
10/08/2011
Leitura da melhor qualidade! Pra desafinar o coro dos contentes!
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Giane comentou:
10/08/2011
Bessa e companheiros que acompanham essa bela coluna. Ontem saiu na Folha de São Paulo uma reportagem (abaixo). No final, há espaço para comentários. Quem se sentir à vontade pode espressar seu protesto. É hora da sociedade civill se pronunciar!!! http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/956902-iphan-demite-dirigentes-no-am-apos-licenca-a-obra-em-encontro-das-aguas.shtml
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Ana Stanislaw comentou:
09/08/2011
O encontro das águas é uma das paisagens que mais me encantaram. Essa maravilha da natureza não deve ser destruída por causa de um estúpido porto. Ao ler tuas linhas, me reportei ao encanto daquelas águas. Obrigada Bessa por essa doce viagem. Que as novas gerações possam conhecê-lo.
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Jandir Ipiranga Júnior comentou:
09/08/2011
Babá (permita-me), da mesma forma que Jake Sully montado em seu Toruk conclama os povos para defender o clã Omaticaya contra a destruição em Pandora, essa sua poesia de certo conclamará o povo brasileiro a lutar contra essa barbárie. A diferença entre a ficção e a realidade manifesta, é que você o fará na forma do verbo. O seu texto é diferenciado, épico, melancólico, sábio, envolvente. Paidégua, Professor !!!.
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ANGELA comentou:
09/08/2011
sINTO MUITO ORGULHO DE SER TUA IRMÃ
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M. de M. Foucher comentou:
08/08/2011
Vem meu mano, eu entro nessa canoa, ela já estar lotada de poetas, o mano Bessa vai na proa o Thiago na popa manobrando....outras canoas de certeza seguirão elas serão milhares de canoas remando na mesma direção. Na certa surgirão muitos Ajuricabas guerreiros e muitas amazônidas pra defender uma das maravilhas do mundo. O teu poema Bessa é um grito de indignação que eu espero ganhe adesão pelo Brasil afora.
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Zeca Torres (Torrinho) comentou:
08/08/2011
Vê bem, Babá Bessa! E como vê a nossa realidade, nossas angústias, nosso sentimento de amazonidade! Do seu ex aluno e eterno fã! Abraço fraterno.
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Rosalina Duran (1) comentou:
08/08/2011
As lágrimas rolaram Bessa, ao ler sua Declaração de Amor ao Encontro das Águas. Sou uma lutadora anônima contra este monstruoso absurdo. Como amazonense, macular as lajes com este monstrengo é como cravar um punhal no peito. Sou testemunha do ir e vir das águas, dos pássaros que não mais se vê na Cidade. Araras em casal como vc e Maria, revoadas de papagaios, periquitos, carcarás sobrevoam o telhado, anunciando o dia que começa.E a tarde, espero ansiosa que cruzem os céus,atravessando a ilha...
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Rosalina Duran (2) comentou:
08/08/2011
...a ilha vizinha do Lago,rumo aos ninhos do outro lado,na floresta vizinha do Solimões,dando-me a certeza que sobreviveram nas suas andanças à cata de comida Aleixo à fora.Nunca tinha visto um bando de tucanos.Pude vê-los aqui,fazendo o desjejum em árvores frutíferas do quintal.Há uma semana,vigio com binóculos um ninho de um casal de águias caprichosamente construido num pé de tucumã.Sábias e maravilhosas aves! Protegem seu ninho com espinhos do tucumanzeiro.Mal sabem que a qualquer momento...
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Rosalina Duran (3) comentou:
08/08/2011
...um monstro barulhento sobrepujará aquela defesa natural para o golpe fatal. Monstrengo guiado pela ambição desses animais-homens que não aprenderam a respeitar o que é sagrado para a população local. Eles são de outras plagas, só pensam no lucro fácil ou sabe Deus lá porque, insistem em construir o porto nas Lajes. Qual a premência da insistência? O que querem transportar dali? Por que dali? Proximidade do Distrito Industrial? As margens da Refinaria de Manaus não é também próximo do DI?
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Rosalina Duran (4) comentou:
08/08/2011
Já há uma logística ali, própria para portos e repito, próximo do DI. Há um motivo oculto, que não revelam, para a implantação nas Lajes. Por que estamos deixando isto acontecer? Por que o governador Omar Aziz se cala? Por que Amazonino Mendes não se pronuncia enquanto Prefeito de Manaus? Onde estão nossos Deputados, nossos Vereadores? Nossos Cara-Pintadas onde estão?
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Rosalina Duran (5) comentou:
08/08/2011
Meu coração está apertado, por mim, por nós e pelo casal de águias que representam toda a fauna local. Mal sabem que talvez seus filhotes não venham a desfrutar de toda a esplendorosa beleza e fartura do nosso mais belo e rico cartão postal, guardião das lembranças arqueológicas que guardam os restos mortais da nossa fauna, floras e dos nossos indígenas ancestrais...
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Ro Duran comentou:
08/08/2011
As lágrimas rolaram Bessa, ao ler sua Declaração de Amor ao Encontro das Águas. Sou uma lutadora anônima contra este monstruoso absurdo. Como amazonense, macular as lajes com este monstrengo é como cravar um punhal no peito. Sou testemunha do ir e vir das águas, dos pássaros que não mais se vê na Cidade. Araras em casal como vc e Maria, revoadas de papagaios, periquitos, carcarás sobrevoam o telhado, anunciando o dia que começa. E a tarde, espero ansiosa que cruzem os céus, atravessando a ilha
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Giane comentou:
08/08/2011
Acho que em muitos casos, nós brasileiros "esperneamos" (para usar o termo da Ana Cláudia) pouco. Esse é um caso de comoção nacional. Pelo menos, devemos encher as caixas de correios dos jornais, órgãos públicos, tentar ajuda em forma de protesto fora do Brasil.. O porto ainda não foi construído.. De minha parte, já mandei a crônica para vários países, colegas que podem ajudar a divulgá-la. Vou ver os jornais.. o curioso é que dei uma olhada por cima e não vi nenhuma notícia no Globo, na Folha d
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Ana Cláudia comentou:
08/08/2011
Viva, Bessa! Viva o nosso sagrado direito de espernear...Mas não tenho ilusões, ao contrário, tenho certeza que esses predadores da vida serão os primeiros a se instalar no melhor lugar, com a melhor vista de Marte, quando a Terra estiver completamente destruída e esgotada...Enquanto isso, queremos continuar lendo suas crônicas.
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Cris Amaral comentou:
07/08/2011
Querido Prof. Bessa, é justa a sua crônica, bem como, justas as lágrimas que a natureza derramará com mais essa ofensa. A mudança sem sentido no sentido da vida. Triste progresso numa era em que se fala tanto no sustentável e na proteção do meio ambiente e da vida em si. Por onde andará o direito da natureza seguir o seu curso e da beleza natural existir? Que caminhos percorrem a defesa do meio ambiente e da vida? Carinhos
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MARIA B, NOVOA TADROS comentou:
07/08/2011
BABÁ, EU SOU A MARIA. TENHO SETE ANOS E ESTOU NA PRIMEIRA SÉRIE.SOU FILHA DO BETO. FIQUEI MUITO BRABA COM O QUE QUEREM FAZER COM O ENCONTRO DAS ÁGUAS, VOU FAZER UMA CARTA PARA O DIRETOR DO IPPAAM E OUTRA PARA A DILMA EXIGINDO QUE ELES BRIGUEM PELO AMAZONAS, MEUS COLEGAS DO ADALBERTO VALLE VÃO ASSINAR . ESSES HOMENS MAUS VÃO DESISTIR DE FAZER ESSA BURRADA NEM QUE A VACA TUSSA.
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Pedro Rocha (FB) comentou:
07/08/2011
Ótima crônica sobre o disparatado projeto de construção de um porto no encontro das águas do Negro e Solimões.
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comentou:
07/08/2011
BABÁ,EU SOU A MARIATADROS,DO BETO.EU QUERO QUE O ENCONTRO DAS ÁGUAS CONTINUE LINDO, VOU ESCREVER UMA CARTA DE PROTESTO PARA O DIRETOS
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André Ricardo comentou:
07/08/2011
Pela lógica dos próprios poderosos, seria melhor um porto em Iranduba. Pois é lá que os próximos do poder investiram sabendo que ia ter essa ponte... não é? Mas que tem que ter porto, ah tem que ter sim...
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Elisa Wandelli (1) comentou:
06/08/2011
Prof. Bessa, obrigada pela prosa poética em defesa de nosso maior patrimônio cultural e natural, vítima do poder Executivo do Amazonas e Judiciário Federal que privilegiam o uso predatório privado do Encontro das Águas em detrimento da sustentabilidade das comunidades locais e da conservação deste fenômeno espetacular.
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Elisa Wandelli (2) comentou:
06/08/2011
O Movimento SOS Encontro das Águas pede licença ao Prof. Bessa para oferecer seu lindo texto aos Poetas Thiago de Melo e Tenório Telles que estiveram esta semana em Brasília para garantir com o Ministério da Cultura e o Senado Federal a proteção do Encontro das Águas.
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Elisa Wandelli comentou:
06/08/2011
Prof. Bessa, obrigada pela prosa poética em defesa de nosso maior patrimônio cultural e natural, vítima do poder Executivo do Amazonas e Judiciário Federal que privilegiam o uso predatório privado do Encontro das Águas em detrimento da sustentabilidade das comunidades locais e da conservação deste fenômeno espetacular. O Movimento SOS Encontro das Águas pede licença ao Prof. Bessa para oferecer seu lindo texto aos Poetas Thiago de Melo e Tenório Telles que estiveram esta semana em Brasília
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Felipe Berocan (FB) comentou:
06/08/2011
Quanta ganância, quanta ignorância!!!!
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Giane (FB) comentou:
06/08/2011
Humano, demasiado humano.. seria preciso ver chorarem os botos, as aves e, seguramente, os povos indígenas da Amazonia.. Os brasileiros temos a obrigação de reverter essa medida.. Não é possível que nossa presidenta assista imóvel à contrução do porto.."
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Cristiana Grobe (FB) comentou:
06/08/2011
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Vania Tadros comentou:
06/08/2011
"MARAVILHOSA CRÔNICA. NÃO SEI COMO O BESSA CONSEGUIU ARTICULAR PALAVRAS TÃO POÉTICAS PARA TRATAR DE ASSUNTO TÃO AMARGO E DOLOROSO. PARA MIM PERDER O ENCONTRO DAS ÁGUAS É MUITO PIOR QUE PERDER O TEATRO AMAZONAS."
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VANIA NOVOA TADROS- 3 comentou:
06/08/2011
PARA MIM O QUE ESTÃO QUERENDO FAZER COM O ENCONTRO DAS AGUAS É UMA " ESTUPIDEZA", QUE PLAGIANDO OS POPULARES, "ME DÁ UMA AGONIA NO JUÍZO" POR VER QUE EXISTE PESSOAS QUERENDO MANDAR NA NOSSA TERRA SENDO TÃO IGNORANTES E MATERIALISTAS CAPAZES DE MATAR O BELO, A FAUNA E A FLORA POR UM MOTIVO TÃO MATERIALISTA FEDORENTO
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VANIA NOVOA TADROS comentou:
06/08/2011
QDO ALGO ERA REALIZADO SEM CRITÉRIO, RAZÕES PLAUSIVEIS,OU JUSTIFICATIVA SOCIALMENTE, ACEITA ELA DIZIA COM MUITA FIRMEZA: "ISTO É UMA ESTUPIDEZA", EM LUGAR DE ESTUPIDEZ. EU SEMPRE ENTENDI QUE A PALAVRA DA DONA JÚLIA DAVA MAIS CONTA DO SENTIDO FORTE QUE SE QUER DAR AO TERMO ESTUPIDEZ.
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VANIA NOVOA TADROS comentou:
06/08/2011
DONA JÚLIA TADROS, NASCIDA NO LÍBANO NO SÉCULO XIX, VEIO PARA O BRASIL E TEVE DIFICULDADES DE APREENDER UM PORTUGUÊS E CRIOU UMA LINGUA PARA SE COMUNICAR AQUI E ALGUMAS PALAVRAS A FAMÍLIA NUNCA ESQUECE. UMA DELAS É ESTUPUDEZA.
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Giane comentou:
06/08/2011
Bessa, como você diz, é impressionante a velocidade com que a deterioração é permitida aqui, na única Amazônia do nosso planeta e em tantas partes desse. Sua crônica é comovente. É preciso um movimento nacional, imediato, todos os brasileiros unidos num abraço histórico para dizer não ao porto. Vou compartilhar e divulgar correndo!!
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