CRÔNICAS

D. Waldyr, nosso bispo: sem pombo no caixão

Em: 08 de Dezembro de 2013 Visualizações: 60333
D. Waldyr, nosso bispo: sem pombo no caixão

Nenhum pombo pousou sobre o seu caixão. A mídia não fotografou "a presença do Espírito Santo" no seu velório. O governador Sérgio Cabral não decretou luto oficial. O prefeito Eduardo Paes não deu um pio. Os parlamentares do Rio, nem te ligo. As autoridades de Brasília, nem seu souza. Os jornais, apenas notinhas discretas aqui e ali. Dom Waldyr Calheiros (1923-2013), bispo de Volta Redonda (RJ), enterrado nesta segunda, 2 de dezembro, morreu como viveu: longe do poder. Deo gratias!

A cobertura contrasta com a espetacularização do funeral televisionado do cardeal dom Eugenio Sales (1920-2012), há um ano e meio, num show exacerbadamente sensacionalista. Ambos, o bispo e o cardeal, tiveram intensa atuação pastoral e política no cenário nacional. No entanto, no processo de rememoração que ocorre nessas despedidas, cada um recebeu tratamento oposto. Para Eugênio, tudo, até a voz trêmula e o tom compungido de William Bonner no Jornal Nacional. Para Waldyr, nada. Por que?

A comparação pode ser útil para colocar a mídia na berlinda. A chave para entender isto está no poema preferido de uma freira da Congregação do Preciosíssimo Sangue, filha do Rodolfinho, o sacristão. Irmã Paula foi minha professora em Manaus, em 1956, quando me escalou para recitar "Minha Terra", de Casimiro de Abreu na comemoração do 7 de Setembro, no Colégio Aparecida. Decorei. Subi ao palco, gaguejei e parei logo no início, no verso "a terra de amores, alcatifada de flores". Esqueci o resto. Um fracasso. Minhas irmãs choraram de vergonha. As primeiras estrofes, porém, ficaram gravadas na minha memória:

Todos cantam sua terra / Também vou cantar a minha / Nas débeis cordas da lira / hei de fazê-la rainha.

Cada um no seu canto

Eis o que eu queria dizer. O poder canta os seus: dom Eugenio, nascido numa fazenda em Acari (RN), na hora do batismo devia ter renunciado ao demo, "a suas pompas e a suas obras", mas privou da intimidade dos ditadores a quem abençoou e incensou com rapapés. Como hoje tais "qualidades" estão em baixa, a mídia o alcatifou de flores, atribuindo a ele tudo aquilo que dom Waldyr fez. É que não dava para celebrar dom Eugênio com aquele currículo tenebroso. Era preciso inventar outro. Então, inventemos.

O Globo, especialmente, mas também outros jornais de circulação nacional, apresentaram o cardeal como combatente contra a ditadura, solidário com os perseguidos políticos, embora até agora não tenha aparecido um só dos 5 mil que ele teria ajudado, ao contrário surgiram alguns com nome e sobrenome a quem ele se recusou a proteger e com quem foi ríspido, duro e nada cristão.

Depois de mortos, numa metamorfose midiática milagrosa, os dois prelados deixaram de ser o que foram. Eugenio se converteu em Waldyr e este último simplesmente sumiu do mapa. Os jornais rasgaram os manuais de redação, bombardearam a opinião pública com fotos da pomba no caixão do cardeal e juraram que ele havia sido "um campeão dos direitos humanos". Nos dois casos, até quando se omitiram, os jornais fingiram que seu objetivo era a informação, quando na verdade desinformaram e confundiram.

Com raras exceções representadas pela imprensa alternativa como Carta Capital e por jornais locais - Folha do Aço de Volta Redonda ou Notícias de Barra Mansa - a grande imprensa de circulação nacional, para quem dom Waldyr não é notícia, não nos disse quem foi ele. A Folha de São Paulo, na coluna Obituário, pelo menos fez um registro correto, mínimo, sem qualquer destaque, escondidinho, quase com vergonha. Mas fez. O resto é silêncio?

Não. Já que todos cantam sua terra, deixa-nos, leitor (a), que cantemos a nossa. O silêncio dos jornais foi preenchido por vozes que se manifestaram nas redes sociais, nos blogs, no face book, onde fervilharam mensagens rendendo homenagens ao bispo de Volta Redonda que fez uma opção pelos pobres, não uma opção preferencial, mas exclusiva.

As cordas da lira

E é aqui que eu entro, com as débeis cordas de minha lira. Cobri a Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) e pude entrevistar algumas vezes dom Waldyr, a primeira em 1967 para o jornal O SOL, quando os militares invadiram a sede da diocese e prenderam, por estarem panfletando, quatro agentes de pastoral que trabalhavam com ele. Não recordo mais o que perguntei, nem o que ele falou, só lembro de sua postura, de sua coragem e de seu compromisso com os metalúrgicos de Volta Redonda, com os trabalhadores e com a igreja da libertação.

Sem acesso à coleção do SOL encontrei no blog do jornalista Roldão Arruda uma matéria intitulada "Morre dom Waldyr, o bispo socialista", com a declaração dele naquela ocasião:

- Cercaram minha casa com metralhadoras, como se eu fosse um ladrão ou criminoso.

O bispo foi perseguido - esse sim era um cabra macho - por defender a liberdade sindical e a liberdade de expressão, por combater a tortura, a censura e a repressão. Na prisão dos quatro agentes de pastoral que eram militantes da Juventude Operária Católica, o bispo foi até o quartel de Barra Mansa e disse ao general:

- "Me considere preso em solidariedade a eles. Se estão presos por minha causa, eu sou o maior criminoso".

Como um bom pastor, tirou algumas ovelhas das garras do lobo mau e escondeu muitos perseguidos políticos, ajudando-os, quando necessário, a fugir, como foi o caso de Jesse Jane, militante da ALN, que afirma que ele "abriu as dependências da diocese para discutir os direitos das mulheres, entre eles o do aborto". Foi decisivo seu apoio à greve dos trabalhadores da CSN, no governo Sarney, em 1988, quando três operários foram mortos pelo Exército.

Todos cantam sua terra? A memória é espaço de luta política. A gente também canta a nossa. Com paus, com pedras, com palavras, com o que estiver ao alcance das mãos. Jornalistas, antropólogos, juristas, teólogos, estudantes, sindicalistas, trabalhadores, entre outros Italo Nogueira, Jorge Vieira, Eduardo Graça, Marcelo Thimotéo, Miguel Baldez ocuparam as redes sociais para homenagear Waldyr Calheiros Novaes, nascido em Murici (AL), filho do seu Modesto e de dona Maria, um dos nossos. Aqui, no Diário do Amazonas registramos nosso adeus. Ele está no nosso coração e na nossa memória. Nós não o esqueceremos. O cardeal é deles, mas o bispo é nosso.

P.S. Ver tambem UM CARDEAL SEM PASSADO - http://www.taquiprati.com.br/cronica/989-um-cardeal-sem-passado

 

 

Comente esta crônica



Serviço integrado ao Gravatar.com para exibir sua foto (avatar).

44 Comentário(s)

Avatar
Tarcisio Carvalho (via FB) comentou:
19/12/2013
Pois a "memória também é espaço de luta política". Um tanto atrasado, compartilho mais um brilhante texto de José Bessa, dessa vez em homenagem ao grande Dom Waldyr Calheiros, de quem lembro dos tempos de PJ. Em sintonia com a homenagem que a Plenária de Movimentos Sociais fez à sua memória, este texto é muito bom. Leiam! T
Comentar em resposta a Tarcisio Carvalho (via FB)
Avatar
Sandra Figueira comentou:
14/12/2013
Bessa a crônica está ótima. Como faço para compartilhar com meus amigos no facebook suas crônicas? Sandra
Comentar em resposta a Sandra Figueira
Avatar
Fernando Soares Campos comentou:
12/12/2013
Esse é um problema sério, caro professor Bessa. Se nós vimos e continuamos vendo o que os defuntistas fazem com figuras obscuras, transformando-as em símbolos de luta pela dignidade, por que exigir que façam o mesmo com os verdadeiros lutadores? Ora, eu quero mesmo é que a mídia venal esqueça esses. Hoje (e por enquanto) temos nossos espaços para homenageá-los e registrar suas passagens por entre nós . Você queria o quê? Que Bonner chorasse e mostrasse um Hommer Simpson soltando uma pomba, ou que a bandeira fosse hasteada a meio-pau, enquanto o pau inteiro rompe o revestimento do sofá e pega a reta do reto? Ser homenageado por certa gente é desonroso. Certamente não dava para ignorar Mandela, mesmo assim distorceram o que podiam distorcer em relação à sua imagem. Chico Xavier rogava aos seus mentores que, se pudessem, fizessem sua passagem para o Além num dia em que a população estivesse em clima de total euforia diante das telinhas de tevê. Ele queria sair "à francesa", como dizem por aí. Foi atendido, desencarnou no dia em que o país comemorava mais uma conquista da Copa do Mundo. Mesmo assim, teve quem dissesse: “Em sua grandiosa simplicidade, ele será sempre uma referência para todos que, de alguma forma, têm responsabilidade pública. Minas, o Brasil, o mundo ficou menor com a morte de Chico Xavier”, disse Aécio Neves (e fez snif! snif! e todo mundo pensou que ele estava chorando). Abraços. Fernando
Comentar em resposta a Fernando Soares Campos
Avatar
Anne-Marie comentou:
11/12/2013
Dom Waldyr, Dom Adriano Hipólito, Dom Mauro Morelli, Dom Pelé, Dom Helder, Dom Fragoso, Dom Távora... Uma pequena minoria que revolucionou a igreja, não só do Brasil. Fiquei triste de ver desaparecer mais um deles. Mas todos vivos no meu, nos nossos corações. São velhos conhecidos Nos meus tempos de estudante, anos 60 em Paris, militava nessa igreja, na paróquia estudantil da Sorbonne. Foi em grande parte este punhado de bispos corajosos que me deu vontade de conhecer o Brasil. Acreditem ou não: conhecíamos seus nomes, acompanhávamos suas ações. Nunca ouvi falar de Dom Eugênio. Tinha amigos brasileiros, exilados e outros. Um deles, que conheci em maio de 68, "refazendo o mundo", lá mesmo nessa paróquia, é meu companheiro há 44 anos.
Comentar em resposta a Anne-Marie
Avatar
Anne-Marie comentou:
11/12/2013
Dom Waldyr, Dom Adriano Hipólito, Dom Mauro Morelli, Dom Pelé, Dom Helder, Dom Fragoso, Dom Távora... Uma pequena minoria que revolucionou a igreja, não só do Brasil. Fiquei triste de ver desaparecer mais um deles. Mas todos estão vivos no meu, nos nossos corações. São velhos conhecidos Nos meus tempos de estudante, anos 60 em Paris, militava nessa igreja, na paróquia estudantil da Sorbonne. Foi em grande parte este punhado de bispos corajosos que me deu vontade de conhecer o Brasil. Acreditem ou não: conhecíamos eles pelo nome, acompanhávamos suas ações e suas palavras. Nunca ouvi falar de Dom Eugênio. Tinha amigos brasileiros, exilados e outros. Um deles, que conheci em maio de 68, "refazendo o mundo", lá mesmo nessa paróquia, é meu companheiro há 44 anos.
Comentar em resposta a Anne-Marie
Avatar
10/12/2013
Nota de esclarecimento. A Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, tomou conhecimento do artigo "Nenhum pombo pousou sobre o seu caixão", do jornalista José Ribamar Bessa Freire, publicado no jornal O Diário do Amazonas, de 08 de dezembro de 2013, que faz um tendencioso paralelo entre a cobertura jornalística dos funerais de Sua Eminência Reverendíssima Dom Eugenio, Cardeal Sales e de Sua Excelência Reverendíssima Dom Waldyr Calheiros Novaes. Lamentamos que neste momento de solidariedade e fraternidade tenhamos que voltar a esse assunto iniciado pelo infeliz articulista. Dom Waldyr Calheiros Novaes foi ordenado sacerdote em 25 de julho de 1948, incardinado que era no clero da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Entre nós foi professor, diretor espiritual e vice-reitor do Seminário São José, e pároco da Paróquia São Francisco Xavier (1956-1964). Posteriormente, foi eleito e sagrado bispo auxiliar desta Igreja Metropolitana, ministério que exerceu entre o dia 01 de maio de 1964 até 08 de dezembro de 1966, sendo que esta Arquidiocese é muita agradecida a Deus pelos muitos benefícios espirituais que ele plantou e o seu testemunho de fidelidade ao Evangelho. Em 08 de dezembro de 1966, Dom Waldyr assumiu a missão de Bispo de Barra do Piraí–Volta Redonda: foi alguém que aplicou o Concílio Vaticano II em sua Diocese e sempre pautou a sua vida por intensa vida pastoral. Isso ficou claro na presença maciça dos fiéis leigos, de sacerdotes e de muitos bispos no velório e nos funerais de Dom Waldyr. Todos foram unânimes, também pelas redes sociais e pelas entrevistas dadas aos meios de comunicação, em afirmar a fidelidade pastoral do saudoso prelado e do seu compromisso em levar o Evangelho em todas as realidades de sua Diocese, primando o seu longo governo de Bispo de Volta Redonda até o dia 17 de novembro de 1999, quando renunciou por motivos de idade. Mesmo emérito continuou trabalhando pelo anúncio do Evangelho como autêntico discípulo-missionário de Jesus Cristo fazendo de sua vida um eterno AMEN ALELLUIA. Desde o anúncio de sua morte até o seu sepultamento muitos foram os testemunhos do povo santo de Deus, tanto na cidade do Rio de Janeiro, como na Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, foram manifestadas pelo compromisso de Dom Waldyr com as causas evangélicas, sua coerência de vida, sua luta em favor dos mais simples e humildes e a sua abalizada voz que se levantou clamando por justiça e paz. Dom Waldyr testemunhou o Evangelho com a sua própria vida. A multidão que acompanhou o seu caixão colocado no carro do corpo de bombeiros da cidade bem demonstra o carinho do povo. No entanto, é importante que se esclareça algumas inverdades que o artigo citado acima afirma sem conhecimento de causa acaba afirmando erroneamente. O Prefeito da cidade de Volta Redonda decretou, também, luto oficial de três pelo falecimento do bispo emérito daquela cidade (não deveria ser o prefeito da cidade do Rio de Janeiro). Vários prefeitos da Região de Volta Redonda e representantes do poder político de sua cidade natal e de sua Arquidiocese de origem estavam presentes nos funerais, bem como outras autoridades do Legislativo em suas três esferas. Ressalte-se que vários Deputados Estaduais e Deputados Federais participaram dos funerais, além de membros e representantes do executivo estadual e municipal prestando sua justa homenagem ao falecido bispo, tendo inclusive recebido telegrama da presidenta da República. O Governador do Estado do Rio de Janeiro, por ocasião da morte de Dom Waldyr Calheiros, Bispo Emérito de Volta Redonda, ao contrário do que está escrito no artigo, decretou luto oficial em todo o Estado do Rio de Janeiro, por três dias. A cidade do Rio de Janeiro não tinha motivos para decretar luto oficial sendo que o Estado já havia decretado luto oficial, o que fez porém a cidade de Volta de Redonda. Houve expressiva cobertura pela imprensa do falecimento, dos funerais, da missa de corpo presente presidida pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, e concelebrada pelos bispos da mesma Província Eclesiástica e outros Senhores Bispos; ressaltando as reportagens todos os dias e, em especial, as exéquias que a Rádio Sintonia do Vale cobriu ao vivo, com cobertura de outras emissoras de rádio e tv, inclusive com a afiliada da Rede Globo local. O referido articulista usou de um fato que deveria respeitar e honrar para usar pessoas falecidas para imprimir a sua miopia histórica ou ideológica no legado apenas evangélico que todo sucessor do apóstolo é chamado a testemunhar sendo que cada qual foi inserido na realidade sociológica que a Divina Providência os colocou. Com relação aos ataques contínuos contra o Cardeal Eugenio Sales, ao contrário do que afirma o referido jornalista, a Arquidiocese do Rio de Janeiro possui em seus arquivos as testemunhos de que ele ajudou a mais de cinco mil refugiados na época do regime militar e negamos, com veemência, qualquer colaboração do Cardeal Sales com qualquer aparelho de repressão ou de violência, sendo que o saudoso purpurado sempre pautou a sua vida pela ajuda silenciosa e discreta a tantos quantos bateram em sua porta. Disso eu sou testemunha ocular, como Assessor de Imprensa desta Arquidiocese há quase cinqüenta anos. Sentimos muito que, num momento doloroso e cheio de unção para a Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda tenhamos que voltar a esse assunto desagradável devido a ódios não resolvidos. Que a memória de D. Waldyr, padre de nossa Arquidiocese e seu Bispo Auxiliar que governou por mais de 33 anos esta Diocese de nossa província eclesiástica possa brilhar pela sua vida e seu trabalho em prol do pobre e necessitado, lutando contra as opressões e sendo, ao mesmo tempo, um filho e apostolo fiel. Que se restabeleça a verdade e que louvemos por tão belos sinais e exemplos que temos em nossa caminhada como Igreja. Rio de Janeiro, RJ, 10 de dezembro de 2013. Adionel Carlos da Cunha Assessor de Imprensa da Arquidiocese do Rio Contato de Adionel Carlos da Cunha
Comentar em resposta a Adionel Carlos da Cunha
Respostas:
Avatar
José Ribamar Bessa (acionado por Adionel) comentou:
10/12/2013
Meu caro Adionel, Nem vem que não tem. 1. Você insiste nesta história de que dom Eugenio ajudou mais de 5 mil refugiados, que esses dados estão nos arquivos da Diocese. Mas você não dá SEQUER UM NOME. Dessa forma, meu caro Adionel, ocultando os documentos, você esta estimulando a "miopia política" de quem acha que isso é conversa fiada. Publica os documentos, Adionel, PUBLICA a lista, dá UMA oportunidade para nos convencer e fazer a gente mudar de ideia. Não precisa mostrar uma lista com 5.000 nomes, bastam 50, aliás com um único preso politico ajudado por dom Eugenio já era suficiente para começar a curar minha "miopia ideológica". Quando escrevo que dom Eugenio escorraçou do Palácio São Joaquim quem procurou sua ajuda, dou os nomes das pessoas escorraçadas . Ai vai o link para voce ler: http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=989 São 230 comentários, muitos deles com depoimentos chocantes. Leia o que escreveu Hidelgard Angel, cujo irmão Stuart, foi torturado e morto pelo Serviço de Inteligência da Aeronáutica. Sua mãe, a estilista Zuzu Angel, procurou o cardeal e bateu com a cara na porta do palácio episcopal. Dom Eugênio "fechou os olhos às maldades cometidas durante a ditadura, fechando seus ouvidos e os portões do Sumaré aos familiares dos jovens ditos "subversivos" que lá iam levar suas súplicas, como fez com minha mãe Zuzu Angel (e isso está documentado)". Ela acha surpreendente que os jornais queiram nos fazer acreditar "que ocorreu justo o contrário!". Lê, meu caro Adionel, lá nos comentários do link acima o que escreveram o historiador Marco Morel, o professor universitário William Souza Vieira, Ana Bursztin Miranda e tantos outros. Será que o "míope ideológico" não é voce, meu caro Adionel? 2. E a pomba, Adionel, e a pomba? Quanta exploração caricaturesca da fé popular, da nossa fé! Ora Adionel, com todo respeito, vá plantar batata. Vai catar coquinho, cara. Não faz a gente de leso, Adionel. Te orienta e te observa. Em vez de defender o indefensável, procura a verdade. 'Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará' 3. Amen, Aleluia, Adionel Carlos da Cunha.
Comentar em resposta a José Ribamar Bessa (acionado por Adionel)
Avatar
Jorge Luiz de Paula (via FB) comentou:
10/12/2013
Grato ao José Bessa pela justa e brilhante homenagem, repasso aos meus amigos de Volta Redonda, que bem conheceram D. Waldyr
Comentar em resposta a Jorge Luiz de Paula (via FB)
Respostas:
Avatar
Analice Silva Martins (via FB) comentou:
10/12/2013
Sempre me emociono... sempre me emocionarei com o exemplo de vida deste homem Santo.
Comentar em resposta a Analice Silva Martins (via FB)
Avatar
Sueli Martins (via FB) comentou:
10/12/2013
Grata Jorge Luiz de Paula... belo texto, em todos os sentidos... me lembro de visitar um padre operário no quartel, quando tinha uns 5 ou 6 anos. Ele estava todo machucado e eu perguntei ao soldado ao lado pq ele estava ali e não no hospital. Era o Padre Natanael. Nunca mais soube notícias dele. Mas sei que D. Waldyr o retirou de lá, qdo começou a levar famílias inteiras para dentro do quartel. Fica a pergunta: Nossos pais eram loucos ou confiavam em D. Waldyr, Um Homem Porreta!
Comentar em resposta a Sueli Martins (via FB)
Avatar
Analice Silva Martins (via FB).. comentou:
10/12/2013
a história do quartel que falamos outro dia consta nesse artigo, quando ele se entregou.
Comentar em resposta a Analice Silva Martins (via FB)..
Avatar
Sueli Martins (via FB) comentou:
10/12/2013
que belo texto sobre nosso querido e amado D. Waldyr Calheiros...
Comentar em resposta a Sueli Martins (via FB)
Avatar
10/12/2013
Graças Bessa por também ajudar a mostrar outras magens, outras histórias. Dom Waldir, o querido “pastor” que foi uma das importantes referências de minha juventude. Exemplo de dignidade e compromisso com o seu tempo, e de opção sem mistificação.. Tive o privilegio de beber em sua fonte, em visititas a Volta Redonda / RJ, para aprender um tiquinho com o mestre de humanidades. Falcão Vasconcellos Contato de Falcão Vasconcellos
Comentar em resposta a Falcão Vasconcellos
Avatar
Alexandre Borges comentou:
10/12/2013
São realmente dois pesos e duas medidas... Curioso, é que para a terra, isso não vai importar. Tenho certeza que os "pequenos operários" que trabalham no processo de decomposição da "carne", não se incomodarão com nenhum título e nenhuma pompa que se realize para enterrar o homem. Como esta escrito: "do pó ao pó", vale citar: “Com o suor do teu rosto comerás teu pão, até que te tornes ao solo. Pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás.” Gênesis 3, 19 - “Tudo caminha para um mesmo lugar; tudo vem do pó e tudo volta ao pó.” Eclesiastes 3, 20. Como é que esses "senhores", que fazem tantas homenagens, podem esquecer disto? Temos muito que aprender neste plano, para perpetuar no próximo. Namastê. Contato de Alexandre Borges
Comentar em resposta a Alexandre Borges
Avatar
09/12/2013
Bonita crônica, Bessa. o bispo Dom Valdir a mereceu. Ninguém precisa me falar dele e nele. Sou de Barra Mansa, cidade que fazia parte da diocese que ele comandou por décadas. Eu o conheci. E embora não soubesse bem, o que colegas mais velhos da CJC - grupo de jovens católicos - haviam feito, que precisou da intrevencão do bicpo no Batalhão da Infantiarua que ficava na ciade, aprendi a respeitá-lo, tanto como líder espiritual, quanto "cabra macho". Agora, vamos com calma. Em nenhuma parte do Novo Testamento está escrito que o Comunismo é o melhor sistema socio-político-econômico. Não há nada que Cristo tenha dito (e escrito pelos seus biógrafos, Marcos, Lucas, Matheus e João"), que indique que os os soliastias/comunistas de várias matizes tem lugar garantido no céu. Até porque a pregacão de Jesus era sobre salvacão in dividual. Ele via, sentia e amava as pessoas: "Dai a Cesar o que é de Cesar (os bens e valors terrenos?), e a Deus o que é de Deus. Querer comparar o "teatro midiático" que foi o velório o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, , o maior cargo que um religioso aspira, ou almeja, com o velório de um bispo de uma vcidade interiorana, é desconhecer os rituais religiosos católicos, a hierarquia e o poder eclesiástico. Dom Eugenio estava no centro do Poder religioso (num momento em que ainda nos orgulhávamos de ser um país catóclico e que os rituais católicos (ignorando todas as demais rreligiões que vicejam por aqui) davam o mote e se faziam presentes em pra todas soclenidades cívicas e militares. Culpa de dom Eugênio? Quando de sua morte, li sobre as centenas de pessoas que protegeu da perseguicão política. E liguei para um amigo argentino, que caiu de parquedas no iníicio dos anos anos 80 na nossa turma de História. Arredito, avesso a reunião de mais de 3 pessoas, mal falando o português, foi adotado por nós, ainda que não soubéssemos nada sobre ele. Casou-se com uma amiga, e viveram na Franca por um bom tempo. Só quando voltram pudemos saber que fora preso político, preso, torturado junto com usa irmã, e que conseguira fugir pelo telhado da cadeia (aquelas fugas mirabolantes) e foi parar na Cáritas. De lá pra Brasil, onde viveu longos anos, com ajuda financeira daquela organizacão. Hoje isto é publico. Há pouco ele publicou no FACE uma foto sua com a presidente argentina, quando foi ate'lá buscar sua indenizacão de preso político: exatamente R$ 7.500,00 (sete mil) quantia dada a todos os reclamentes, porque não existe dor maior ou menor, perda maior ou menor.dor e o valor é apenas simbólico, não é para enrquecer ninguém. Mas isto é outra história. Alguém falou que a Teologia da Libertacão viera para libertar corcões e mentes.E seus defensores, por tabela seriam os heróis, os reprsentantes de Deus na terra, porque estariam "libertando os pobres, e oprimidos". Será? Como "casar"duas ideologias opostas : Comunismo o reino de Deus será instauradod se acabarmos com o capitalismo, a burguesia, os burgueses e juntos nossos desafetos. e o Cristianinsmo: o reino de Deus não é deste mundo, e para vir até ele será necessário renunciar a tudo o que é terresno. Pois É. Via minha mãe, católica que fora filha de Maria, cantora do coral da Igrena, voltando das missas, falando em lutade classes, em opressores e oprimidos, ao invés de encontrar báslsamo para suas dores e aflicões (que é para isto que servem as religiões). E deu no que deu. Os evangélicos ocuparam este espaco. O bebum que vai pra lá, a mãe que não cuida dos filhos, o desempregado, ouvem que Deus não os quer perdedores, e que eles podem se reerguer. E não é que conseguem? O bebum (conheco e tenho alguns na família) logo deixa o vício, toma vergonha na cara e reinicia uma nova vida. A mãe desmazelada, passa a tormar conta dos fidlhos , porque "o pstor disse que....,"porque a Bíliba disse que ...." Enfim ninguém quer mudar o mundo, acabar com o Capitalismo, instaurar uma nova ordem. E é isto que incomoda. Pastores semi-analfabetos, alguns pilantras conseguem atingir o coracão e as mentes de milhões. Perigoso não? Ma verdade estou velha para estes maniqueísmos. Houve uma guerraa civil neste país. Uma guerra que poucos souberam. Não hopuve mocinhos, nem bandidos.Houve quem aqqueles que tentaram um golpe para impor uma ditadura Comunistas, baseada na China, porque os alinhados com a URSS, não apoiaram nenhum golpe, nem giuerrilha por conta dos acorrdos "secretoss" da Guerra Fria. Acredito de tudo que sei de dom Valdir, que ele defendeu pessoas que estavam sofrendo e não ideologias, que não casavam com a ideologia Cristã que ele professava, defendia e disseminva. Como nada sabemos do palo espiritual (e nem se ele existe), talvez dom Eugêno e don Valdir estejam sentados a direita do Pai. e o Pai qu imagino, bondoso, magnânimo e acima das picuinhas terrestres, derrama sobre eles seu olhar benfejezo, e lhes diz; Filhos , vocês estão esm casa. Contato de helena maria de souza
Comentar em resposta a helena maria de souza
Avatar
Maria Bonomi comentou:
09/12/2013
Nós da turma do padre Uilson, quando "fizemos" a Cruz Torta em 1974, tínhamos linha direta com o anjo Dom Waldyr, participando de tudo e mais um pouco... Belo guerreiro que não morreu!
Comentar em resposta a Maria Bonomi
Avatar
Italo comentou:
09/12/2013
Bacana, Bessa, lembrar Dom Waldyr e, em pílulas, alguns capítulos da história das lutas populares nos anos 70/80.Se não fosse por você, eu sequer saberia que ele tinha morrido.
Comentar em resposta a Italo
Avatar
Chico Alencar comentou:
09/12/2013
Caro José Bessa: seu texto é esclarecedor e cortante. Apenas destaco que uns pouquíssimos parlamentares, entre os quais me incluo, registraram nos Anais da Câmara dos Deputados o merecido louvor a esse cristão autêntico, que cumpriu com fidelidade sua missão de servidor da radicalidade do Evangelho de Jesus Cristo. D. Waldyr Calheiros era daqueles raros que se preocupava mais em praticar a fé DE Jesus do que em fazer propaganda da fé EM Jesus. Viveu com inteireza, na luta por igualdade, justiça e paz. Está na luz. Contato de Chico Alencar
Comentar em resposta a Chico Alencar
Avatar
Marcelo Machado Brum (Blog amazonia) comentou:
09/12/2013
Lamentável a sua ira contra D.Eugênio Salles.Ele não pode se defender pois agora está morto.Se você considera o bispo falecido uma grande pessoa porque era um socialista então eu lamento por vocês esquerdistas hipócritas que sempre silenciaram sobre as torturas cometidas contra monges,padres,bispos,arcebispos e até cardeais quando o comunismo existia em diversos países,desde a URSS até a Romênia onde um cardeal morreu na cadeia e só se soube que havia sido nomeado pelo papa após sua morte ou então o governo de turno comunista já o teria justiçado há tempo.Seu ódio a D.Eugênio Salles é típico de um sectário de esquerda que usa Cristo como biombo pra esconder suas ferozes e inumanas aspirações de poder e pseudojustiça.
Comentar em resposta a Marcelo Machado Brum (Blog amazonia)
Respostas:
Avatar
Vânia Novoa Tadros comentou:
09/12/2013
Em um aspecto o Marcelo está correto. Nos países comunistas os religiosos sempre são presos e torturados apenas por quererem exercer a sua religiosidade. Imaginem se criticassem a política econômica dos dirigentes de esquerda radical. O mesmo acontece com jornalistas e historiadores, são sempre presos e impedidos de escrever e falar. Não entendo porque muitos jornalistas e historiadores defendem esses modelos de sociedade. Simplesmente eles não sobrevivem ali.
Comentar em resposta a Vânia Novoa Tadros
Avatar
Jose Lemos (Blog Amazonia) comentou:
09/12/2013
Por que esse Marcelo está tão irado? Por que está fecundado pelo anticomunismo doentio dos milicos e da mídia? Por que perdeu privilégios que a ditadura ofereceu a muitos baba-ovos? Por que não consegue visualizar com harmonia a figura de um bispo que viveu pelos pobres e pelos injustiçados. Pobre Marcelo, que sente falta das baionetas. Até a globo mudou seu discurso! Muda Marcelo! Muda!
Comentar em resposta a Jose Lemos (Blog Amazonia)
Avatar
Pierre comentou:
09/12/2013
Obrigado, e parabéns pelo teu belo texto, Bessa, Afinal, o silêncio desta mídia não deixa de ser uma forma de homenagem para a luta do companheiro-bispo, e um discurso ditirâmbico teria soado um tanto suspeito, vindo da imprensa mercantil ... Mas foi importante você destacar e denunciar as manipulações das quais somos vítimas todos os dias, e nos dá ânimo para continuar tentando resistir, até para quem está longe de compartilhar as convicções do bispo. Merci encore,,,
Comentar em resposta a Pierre
Avatar
Geraldo Sá Peixoto Pinheiro (FB) comentou:
08/12/2013
Em conjuntura em que as palavras e as coisas ficam embaralhadas pela mídia e pela desmemoria, e cujo resultado é a lamentável troca de alhos por bugalhos, essa crônica do José Bessa não deixa de ser um pedagógico contra-ponto!
Comentar em resposta a Geraldo Sá Peixoto Pinheiro (FB)
Avatar
08/12/2013
Conversava com Bruna pela manhã exatamente isso. A arrogância de uns e os interesses de outros, tenho certeza que DOM Valdyr cumpriu sua missão de forma brilhante e honesta, como são os bons espíritos, não tenho dúvidas que ele dormia sempre com os Anjos, o mesmo já não posso dizer para quem faz uma imprensa desleal. Contato de gerusa pontes de moura
Comentar em resposta a gerusa pontes de moura
Avatar
May Waddington Telles Ribeiro comentou:
08/12/2013
Avatar
Graça Graúna comentou:
08/12/2013
Querido Bessa: suas crônicas emocionam quem as lê; estou aqui, tanto quanto você indignada com a falta de atenção daqueles que se acham poderosos diante do exemplo de dignidade do saudoso Dom Waldyr. Paz e bem, Graça Graúna
Comentar em resposta a Graça Graúna
Avatar
M.de Melo comentou:
08/12/2013
Em 2014 a ditadura completara 50 anos e na certa sera festejada pela grande imprensa, por setores conservadores da sociedade brasileira que ajudaram a forjar no imaginario do povo brasileiro uma visao positiva dos militares considerados salvadores da patria. Dai Bessa nao te impressione com o silêncio dos grandes meios de comunicaçao, Dom Calheiros nao fazia parte desta ala. O querido bispo Waldyr Calheiros estava do lado oposto, tanto da igreja institucional que apoiou o golpe e levou multidoes para as ruas na defesa da tradiçao, da patria e da familia contra o perigo dos vermelhos, como também da grande midia que fazia a propaganda da gloriosa revoluçao. A igreja da teologia da libertaçao estava, nas favelas, nos bairros, pobres, no campo levando a educaçao popular com a pedagogia do oprimido de Paulo Freira, ajudando os pobres a serem sujeitos e nao ver a miséria como fatalidade. Para a outra igreja isto era comunismo, dar o saber, da a luz pra ver a realidade era uma ameaça...A igreja conservadora tudo fez por destruir este trabalho, hoje as seitas, as igrejas evangélicas se apropriaram do terreno, todavia, com outro trabalho, que é o da submissao e do mercado da fé. A outra era liberadora, as pessoas deveriam pensar com suas proprias cabeças. Nesse periodo da ditadura, o operario, o metalurgico devia ser bonzinho para o patrao ele tava dando o pao de cada dia para eles. .. O Dom Calheiros tinha sua casa aberta para reunioes e para dar reconforto aos que lhes buscava. Ele recebia ajuda da França para sua diocese, la também atuava outro combatente que nos deixou o padre Algostinho Pretto, este também sofreu perseguiçoes durante a ditadura, conheceu a prisao, mas nunca deixou de esconder os militantes. Eu tive o prazer de seguir o trabalho deles e de lhes ajudar com a solidariedade de militantes da açao operaria no CCFD-França. O tempo passa e a memoria dos resistentes permanece viva. Voce meu mano companheiro ajuda a resgatar esta memoria, continue escrevendo suas crônicas deliciosas, elas ajudam os jovens a conhecer esses invisiveis que lutaram para que a democracia se instale no coraçao da republica e que o bolo do progresso no Brasil fosse como o pao que Cristo como militante judeo buscava dividir. Lembras do nosso saudoso Celso Furtado nos seus cursos na Sorbonne que dizia: Eles (Os governos da ditadura)querem que os trabalhadores nao reclamem de salarios e dizem o Brasil precisa primeiro que o bolo cresça! so depois ele sera dividido, e ai Celso acrescentava: As maiores fatias ja estao comprometidas, o resto se tenta dividir. Na ultima vez que ele esteve em Paris ja doente, ele dizia que o Lula tinha entendido a liçao e estava tentando dividir o bolo, mas os que estvam acostumados comer grandes fatias nao queriam perder suas partes...Pois é amigo, vou parando senao saio do bau outras historias que nao seria interessante no momento.
Comentar em resposta a M.de Melo
Avatar
Odalice Priosti comentou:
08/12/2013
Justiça feita! Bom poder fazer justiça ,quando as loas se desviaram para outros!( A quem isso pode interessar? Parabens , Bessa. Estas redimido do poema esquecido, por louvares a tua terra e tua gente e muito mais por nos fazeres conhecer as entranhas de uma midia fake. Muito obrigada por nos desvendares a Historia e por mostrares a Justiça que enxerga mesmo estando com a venda nos olhos! Contato de Odalice Priosti
Comentar em resposta a Odalice Priosti
Avatar
ana cláudia(via fb) comentou:
08/12/2013
Especialmente porque “A memória é espaço de luta política”, recomendo vivamente a leitura dessa crônica do Bessa! Sem contar o prazer de ler um português muito bem escrito. Bom proveito! Saudades, beijos Ana Claudia
Comentar em resposta a ana cláudia(via fb)
Avatar
Heliete comentou:
08/12/2013
Belo texto! Houve época, também, em que Dom Helder estava no index prohibitorum do Globo...
Comentar em resposta a Heliete
Avatar
Lilian Nabuco comentou:
08/12/2013
Querido Bessa - Mais uma vez você foi brilhante e oportuno nesta crônica ao comparar a cobertura da mídia dada às mortes do bispo e do cardeal considerando o que cada um deles representou, que mais uma vez deixa claro, de forma contundente, o papel que a grande imprensa vem exercendo de porta-voz da direita e do capitalismo selvagem em que vivemos. Grandes figuras humanas como Dom Waldyr alimentam nossos sonhos de um mundo melhor, assim como os jornalões tentam enterra-los cotidianamente, omitindo, distorcendo, manipulando informações. Assim faço minhas as palavras de Paulo Bezerra: regulação para a democratização, já! É necessário que todos nos engajemos nesta luta que há anos vem sendo sabotada pelos meios de comunicação e seus representantes no Congresso Nacional. Cada um de nós deve buscar seus meios, assim como você se entrega com paixão e talento a este espaço que criou, para dar sua contribuição nesta forma possível de resistência. Parabéns!
Comentar em resposta a Lilian Nabuco
Avatar
Vânia Novoa Tadros comentou:
07/12/2013
O que foi escrito para Dom Waldyr está muito bom. Eu só não entendo é porque precisa-se enxovalhar a memória de D. Eugênio para resgatar a do bispo recém morto. Em uma analise dentro do contexto altamente estamentário, como o da Igreja Católica, comparar a vida de um bispo a de um cardeal é muito perigoso devido aos distintos campos de atuação dos dois sacerdotes e ao diferentes graus possibilidades. Um bispo pode apoiar uma greve diferentemente de um cardeal. Porém, fica claro que o D. Waldyr só podia ser revolucionário com o consentimento, embora velado, de D. Eugênio. Este último porém empreendeu vários avanços nas estruturas da igreja como o caso de fazer uma mini reforma agrária em terras da igreja no nordeste brasileiro assentando vários colonos e conseguindo para eles fornecimento regular de sementes. Foi D. Eugênio quem convenceu o Papa João XXIII a dar autorização para as religiosas brasileiras desenvolverem funções religiosas anteriormente destinada apenas aos padres. Ou seja, ministrar sacramentos e todo tipo de assistência a população do campo. Esses são apenas dois itens do currículo vasto de D. Eugênio. No entanto, era direito seu proibir que militantes de esquerda panfletassem a arquidiocese sob a sua responsabilidade. É preciso aprender a valorizar o trabalho daqueles que pensam diferente de nós. O OUTRO pode estar bem perto de nós.
Comentar em resposta a Vânia Novoa Tadros
Avatar
José Seráfico comentou:
07/12/2013
É assim, mesmo, meu prezado Babá. Se até pouco tempo julgava-se que só os ganhadores escrevem a História, tratamos nós de divulgar a versão dos outros, que meu amigo e editor do livro Relatos subversivos. Os estudantes e o golpe militar de 1964 no Pará, PEDRO GALVÃO DE LIMA, poeta sim senhor, chamou de vencidos vencedores. Dom Waldyr foi um desses. A condenação dos golpistas não infecta a História.
Comentar em resposta a José Seráfico
Avatar
Ana Stanislaw comentou:
07/12/2013
Linda homenagem! Ainda bem que temos você, tua sensibilidade e generosidade.
Comentar em resposta a Ana Stanislaw
Avatar
Oswald Barroso comentou:
07/12/2013
Cada um canta seus heróis. A imprensa das classes opressoras canta seus parceiros. Sua crônica é de quem canta os oprimidos. Belíssima e justa. Seremos sempre rebeldes.
Comentar em resposta a Oswald Barroso
Avatar
07/12/2013
Bessa, ele pertencia à Igreja que entendeu o Evangelho. Como os dominicanos que foram presos e torturados durante a ditadura. E o silêncio da m'idia não é crueldade, chama-se luta de classes. O velho Marx explica essa tensão. Dom Waldyr é inimigo dos donos da m'idia. Leneide Contato de leneide duarte-plonn
Comentar em resposta a leneide duarte-plonn
Avatar
Olga G.Paiva comentou:
07/12/2013
Uma justa e bela homenagem a Dom Waldyr Calheiros.
Comentar em resposta a Olga G.Paiva
Avatar
Adeice Torreas comentou:
07/12/2013
Muito bom! Meu mestre! Como aluna e aprendiz, continuo admirando essa intectualidade brilhante. E o texto?!
Comentar em resposta a Adeice Torreas
Avatar
Paulo Figueiredo comentou:
07/12/2013
Avatar
Marco comentou:
07/12/2013
Bessa, me solidarizo com a homenagem tão justa a esta grande figura humana que foi d. Waldyr Calheiros, adepto da liberdade e da libert-ação, companheiro de D. Helder na Diocese do RJ. É um dos nossos pastores que se vai. Muito feliz a comparação com o eugênio, que só é citado aqui porque vivemos numa sociedade injusta e midiatizada. E por falar em mídia e memória convém lembrar que, quando roberto marinho morreu, o então presidente lula decretou luto oficial no Brasil por uma semana.
Comentar em resposta a Marco
Avatar
aurelio michiles comentou:
07/12/2013
Esse esquecimento proposital a memória de Dom Waldyr, segue a cartilha da banalização para encobrir a verdadeira História, o mesmo estão fazendo com Mandela, querem transforma-lo num personagem de "auto-ajuda", sonegam a sua Historia verdadeira para vender e encobrir as mentiras da história atual. Valeu, Babea por mais essa luz sobre este fato de enorme importância. Salve Dom Waldyr, o corajoso Bispo de Volta Redonda-RJ,
Comentar em resposta a aurelio michiles
Avatar
APF Ver O Peso (FB) comentou:
07/12/2013
José Bessa remando contramaré na outra margem da História.
Comentar em resposta a APF Ver O Peso (FB)
Avatar
Eliane Potiguara comentou:
07/12/2013
Texto lindissimo. A MIDIA É CRUEL.
Comentar em resposta a Eliane Potiguara
Avatar
Paulo Bezerra comentou:
07/12/2013
Essa crônica coloca em cheque, mostra, desnuda o papel tendencioso da imprensa brasileira e nos leva a refletir sobre a necessidade da democratização da mídia. Não é razoável que num estado democrático de direito apenas quatro famílias detenham 90% dos meios de comunicação E, portanto, se tornem donas da opinião “publicada”, manipulando os fatos, invertendo juízo de valores, escamoteando a verdade na tentativa de transformar as suas opiniões na “opinião pública” e, com isso exercendo forte e indevida influência sobre os poderes constituídos tais como a Suprema Corte, O Parlamento Federal e em toda a sociedade. Parabéns pela belíssima crônica.
Comentar em resposta a Paulo Bezerra